Gestão Energética, Econômica e Ambiental do Resíduo Casca de Arroz em Pequenas e Médias Agroindústrias de Arroz



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Transcrição:

Gestão Energética, Econômica e Ambiental do Resíduo Casca de Arroz em Pequenas e Médias Agroindústrias de Arroz Flávio Dias Mayer (UFSM) flaviodmayer@yahoo.com.br Ronaldo Hoffmann (UFSM) hoffmann@ct.ufsm.br Janis E. Ruppenthal (UFSM) profjanis@gmail.com Resumo: A produção de arroz gera grande quantidade de casca, podendo ser utilizada de maneira sustentável na autoprodução de energia térmica e elétrica. No Brasil, o potencial de geração de eletricidade a partir da casca de arroz está entre 250 e 510 MW. Para isso, devese escolher a melhor tecnologia existente a ser empregada com este objetivo. A geração de energia elétrica com turbina a vapor apresenta a melhor alternativa para a maioria dos engenhos de arroz, pois pode suprir a demanda total do engenho com o menor custo. Desta maneira, a empresa beneficiadora de arroz dispõe de uma vantagem competitiva, diminuindo os custos de produção através da geração de eletricidade, com a possibilidade de comercialização de créditos de carbono, incrementando a viabilidade econômica do projeto em até 30%. Além disso, é resolvido um grave problema ambiental que é a disposição inadequada da casca de arroz no meio ambiente. Palavras Chaves: Casca de Arroz; Gestão de Resíduos, Energia Elétrica; Tecnologia; Vantagens Econômicas. 1. Introdução Diversos materiais, como restos de colheitas e lavouras, ou mesmo as sobras de produtos processados no ambiente rural, além de dejetos animais, são dispostos de modo inadequado, com conseqüências adversas ao ambiente, como a poluição e degradação dos solos e águas. Um destino a ser dado a esses subprodutos agroindustriais torna-se imperativo, com o objetivo de solucionar os problemas ambientais existentes, na medida em que a sociedade busca o desenvolvimento sustentável. A casca de arroz é um resíduo agroindustrial, subproduto do beneficiamento deste cereal, de extrema relevância no Brasil, tendo em vista a produção nacional que é de aproximadamente 13 milhões de toneladas, onde 46% do total são produzidos no Rio Grande do Sul (ver Tabela 2). Como destino primário, a ser considerado, está a compostagem da casca de arroz, reduzindo sua carga orgânica. Este método é empregado, de forma indireta, pela maioria dos produtores de arroz, já que boa parte da casca gerada é depositada no solo como única forma de disposição deste resíduo. Um problema deste tratamento é o tempo que a casca de arroz leva para se decompor, aproximadamente 5 anos, outro é o grande volume de metano (CH 4 ) emanado. Além disso, a casca apresenta baixa densidade, em torno de 130 kg/m 3, resultando num grande volume necessário para a sua disposição. Outro destino dado à casca de arroz é a queima não controlada a céu aberto, emitindo grande quantidade de monóxido e dióxido de carbono (CO e CO 2, respectivamente). O aproveitamento total destes recursos agroindustriais, além de solucionar o problema ambiental, pode gerar renda extra através da sua utilização direta, como a geração de energia termoelétrica, ou através da obtenção de matéria prima para outros processos, como a produção de sílica a partir da cinza gerada na combustão da casca, ou de outros procedimentos. 1

2. Objetivo O objetivo deste trabalho é discutir a utilização para fins energéticos da casca de arroz produzida por indústrias de beneficiamento de arroz e suas aplicações econômicas e ambientais. 3. Metodologia O aproveitamento energético da casca de arroz depende de diversos fatores, sendo o tamanho do engenho, que influencia no volume de produção de casca e a tecnologia a ser empregada, o principal deles. Além disso, devem-se considerar as fases de funcionamento do engenho (safra e fora de safra) que, assim como o volume de produção de arroz, influenciam no consumo de eletricidade e potência instalada na indústria. 3.1 Regime operacional e potência instalada em um engenho de beneficiamento de arroz Para o cálculo da potência instalada em um engenho de beneficiamento de arroz, empregaram-se dados calculados pela CIENTEC, 1986 (Tabela 1). Este cálculo utiliza uma capacidade de 5 kva por saco de arroz beneficiado de 60 kg. TABELA 1: Escala de engenhos e potência instalada Escala (sacos/h) Potência instalada (kva) 35 175 70 350 140 700 É importante observar, que o regime operacional de uma empresa de beneficiamento de arroz apresenta dois períodos distintos: período de safra e fora de safra. No período de safra, o engenho opera durante as 24 horas do dia, tendo em vista a necessidade de secagem do arroz colhido, para poder ser armazenado. Já no período fora de safra, o engenho funciona de 10 a 12 horas por dia. 3.2 Principais Formas de Utilização da Casca de Arroz para Fins Energéticos A produção nacional estimada de casca de arroz é apresentada na Tabela 2. Os cálculos efetuados para se chegar neste valor consideram o percentual de casca correspondendo a 22% da massa total do grão (CIENTEC, 1986). Como dito anteriormente, a utilização da casca de arroz, além de proporcionar melhorias ao meio ambiente, pode agregar valor ao arroz produzido pelas indústrias. Este valor agregado pode advir diretamente da utilização da casca de arroz como insumo energético. De forma associada a sua utilização energética, a cinza gerada pela queima controlada da casca de arroz pode ser usada em vários ramos industriais, tais como eletrônica, construção civil, cerâmica, indústria química, fabricação de células fotovoltaicas, entre outros. A casca de arroz é um resíduo de biomassa vegetal, resultante das agroindústrias de beneficiamento de arroz, tendo um Poder Calorífico Inferior (PCI) médio de 3.200 kcal/kg. A Tabela 3 mostra a equivalência energética da produção nacional de casca de arroz em relação a outros combustíveis, com base anual 2

TABELA 2: Produção de arroz e casca no Brasil (safra 2004/05) Produção de arroz Produção de casca Região mil toneladas mil sacos (50kg) mil toneladas Nordeste 1.258,2 25.164,0 276,8 Norte 1.380,2 27.604,0 303,6 Centro-Oeste 2.672,4 53.448,0 587,9 Sudeste 359,4 7.188,0 79,1 Sul 7.139,2 142.784,0 1.570,6 Rio Grande do Sul 5.877,8 117.556,0 1.293,1 Brasil 12.809,4 256.188,0 2.818,1 Fonte: Anuário Brasileiro do Arroz (2005). Esta biomassa vem sendo utilizada na cogeração, principalmente em grandes engenhos de beneficiamento de arroz. Parte da casca produzida é utilizada na geração de vapor para a secagem e no processo de parboilização do arroz, mas o restante é depositado em aterros ou queimado a céu aberto. TABELA 3: Equivalência entre a disponibilidade anual energética da casca de arroz e outros energéticos. Energético Unidade de Medida (U.M.) Poder Calorífico Inferior (kcal/u.m.) Equivalência Energética a (U.M.) Lenha comercial mst b 3,10 x 10 6 2.908.973 Óleo Diesel m 3 10,10 x 10 6 892.853 Gasolina Automotiva m 3 10,40 x 10 6 867.098 Álcool Hidratado (96 GL) m 3 6,30 x 10 6 1.431.400 Óleo Combustível T 9,59 x 10 6 940.336 Gás Liquefeito de Petróleo T 11,10 x 10 6 812.416 Carvão Mineral (média) T 4,90 x 10 6 1.840.371 Carvão Vegeral T 6,43 x 10 6 1.395.947 Energia Elétrica (direta) c MWh 0,86 x 10 6 2.726.317 a Valores calculados com base na produção nacional de casca de arroz de 12.809,4 mil toneladas. b Em média, 1mst = 390kg. c Considerando o rendimento térmico médio de 26%. Fonte: Balanço Energético Nacional (2004) (Adaptado). A figura 1 apresenta as principais formas de aproveitamento energético para a casca de arroz, bem como os produtos obtidos pelas diferentes tecnologias empregadas com este objetivo. Dentre as os processos citados, a combustão e a densificação são as mais utilizadas, pelo fato de que as outras tecnologias são, atualmente, economicamente inviáveis. 3

Processos Físicos Densificação Pellets, Briquetes Queima Direta (Combustão) Calor, Gases a alta temperatura Gaseificação Gás combustível Processo Catalítico Combustível líquido Casca de Arroz Processos Termo-Químicos Pirólise Gases combustíveis Líquidos (alcatrão, ácido pirolenhoso, bioóleos) Sólidos (carvão vegetal) Liquefação Hidrocarbonetos, Bioóleos Processos Biológicos Fermentação Celulósica Etanol Digestão Anaeróbica Biogás FIGURA 1: Processos de Conversão Energética da Casca de Arroz Fonte: Hoffmann (1999) e Lora (2003) (adaptado). 3.2.1 Processos Físicos O principal processo físico que a casca de arroz pode ser submetida para aproveitamento energético é a densificação. A densificação, mediante briquetagem, consiste em gerar mecanicamente elevadas pressões e temperatura. Esta temperatura provoca a plastificação da lignina, que atua como elemento aglomerante das partículas de madeira, uma razão muito importante da não necessidade de adicionar produtos aglomerantes (resinas, ceras, etc), além de eliminar parte dos sólidos voláteis com baixo poder calorífico. Para que esta aglomeração tenha sucesso, necessita da presença de uma quantidade de água, compreendida entre 8 a 15% de umidade, e que o tamanho da partícula esteja entre 5 a 10 mm. O diâmetro ideal dos Briquetes para queima em caldeiras, fornos e lareiras é de 70 mm a 100mm, com comprimentos de 250 a 400 mm (BIOMACHINE, 2006). A densificação é importante por solucionar um dos principais problemas na utilização da casca de arroz, que é a sua baixa densidade específica (130 kg/m 3 ), tornando economicamente viável seu uso e armazenamento fora do lugar onde foi gerada, como padarias, pizzarias, lareiras, etc. Além disso, a densificação eleva o poder calorífico da casca em torno de 2,5 vezes. 3.2.2 Processos Termo-Químicos Os processos termoquímicos se caracterizam por temperaturas elevadas e incluem a combustão direta, gaseificação, pirólise e liquefação, considerados os mais comuns para 4

sistemas dendroenergéticos. A figura 2 esquematiza os processos termoquímicos aplicados à biomassa. Extração Químicos Carvão vegetal Pirólise Liquefação Liquido Combustível Refinamento Turbina Diesel e outros hidrocarbonetos Metanol Gaseificação Gás Combustível Síntese Combustão Calor Motor Eletricidade Caldeira Amônia FIGURA 2: Processamento termoquímico da biomassa e produtos Fonte: Bridgewater et al (1999) (adaptado). 3.2.3 Combustão A queima controlada da casca de arroz pode ser utilizada diretamente na secagem do arroz, através da utilização de gases quentes ou na produção de vapor para posterior utilização na secagem e parboilização do arroz, que consiste no aquecimento do arroz até certa temperatura, fazendo com que alguns nutrientes presentes na casca se descolem e sejam retidos no grão, não sendo retirados quando do polimento do arroz. O calor de processo empregado em um engenho de arroz pode ser obtido a partir de diferentes equipamentos, o que possibilita a geração simultânea com a eletricidade. Como exemplo de equipamentos, pode-se citar gerador de vapor, motor Stirling, fornalhas, etc. Além desta utilização, o vapor gerado pode ser empregado na geração de eletricidade, com tecnologia padrão de geração termelétrica, resumida da seguinte forma: queima ou combustão do resíduo, geração de vapor, turbinagem do vapor e geração de eletricidade (HOFFMANN, 1999). Segundo Hoffmann (1999), a geração de eletricidade a partir de um ciclo Rankine é técnica e economicamente mais viável que outras formas de aproveitamento térmico da combustão, como motores Stirlling. Pode obter-se, a partir dos dados de produção de casca apresentados na tabela 2, a geração anual e a potência instalada possíveis de serem praticadas utilizando-se este combustível, em um sistema de geração termelétrica tipo Rankine, com turbina a vapor. Os dados são apresentados na Tabela 4, calculados utilizando-se um fator de capacidade de 0,70 e eficiências (η) de 15 e 30% (COELHO et al, 2000), representando ciclos a vapor de pequeno e médio porte, respectivamente. 5

TABELA 4: Energia gerada e potência instalada para utilização de casca de arroz como combustível η=15% η=30% Região Energia Gerada Potência Instalada Energia Gerada Potência Instalada (MWh/ano) (MW) (MWh/ano) (MW) Nordeste 92.697,15 15,1 185.394,31 30,2 Norte 101.685,43 16,6 203.370,87 33,2 Centro-Oeste 196.887,52 32,1 393.775,03 64,2 Sudeste 26.478,59 4,3 52.957,17 8,6 Sul 525.976,41 85,8 1.051.952,82 171,6 Rio Grande do Sul 433.043,50 70,6 866.087,00 141,2 Brasil 943.725,10 153,9 1.887.450,20 307,8 Com relação aos dados apresentados na tabela acima, cabe ressaltar que eles representam valores de referência máximos para a geração de eletricidade, na medida em que se espera uma queda de 40% na quantidade de casca disponível devido a utilização desta na secagem de arroz e parboilização, além de que parte do arroz beneficiado no Brasil, proveniente de países como Uruguai e Argentina, é recebido descascado. 3.2.4 Gaseificação A gaseificação consiste na conversão da biomassa em um gás combustível, através da oxidação parcial em temperaturas elevadas (REED et al,1998). O gás produzido é chamado de gás pobre ou producer gas, podendo ser empregado na geração de calor ou potência mecânica, sendo aplicado principalmente onde a biomassa não pode ser diretamente empregada. Gaseificadores para Potência e gaseificadores para Calor: Apesar de não ser um combustível de alta qualidade, o gás pobre pode ser usado efetivamente em muitas aplicações. Uma aplicação é como combustível, alimentando motores de combustão interna, para produção de potência de eixo na geração de eletricidade, bombeamento de água, moagem de grãos, serragem de madeira, etc. Nestas aplicações, os sistemas de gaseificação são chamados de gaseificadores para potência (Figura 3). Alternativamente, o gás pobre pode ser utilizado como combustível para queimadores externos para produção de calor em caldeiras, secadores, fornos, etc. Para esta aplicação, os sistemas de gaseificação são chamados de gaseificadores para calor (Figura 4). Este tipo de gaseificador também pode ser utilizado para geração de eletricidade através de máquinas de ciclo a vapor. Como eles possuem diferentes produtos finais, gaseificadores para calor e potência são direcionados para diferentes mercados. Além disso, em muitos aspectos técnicos, econômicos e operacionais, gaseificadores para calor e potência têm particularmente diferentes tecnologias. Uma das principais diferenças técnicas é que os gaseificadores para potência devem produzir um gás muito puro para a estrita demanda dos motores de combustão interna. Então, o gás pobre resultante deve ser primeiramente filtrado, resfriado, e misturado em um elaborado sistema de condicionamento de gás, sendo uma parte integrante de um gaseificadores para potência. Em contraste, o gás pobre combusto em queimadores externos requer pouco ou nenhum condicionamento. Como eles não necessitam de um sistema elaborado de limpeza de gás, gaseificadores para calor são de desenho simples e fáceis de operar e de menor custo, comparados com gaseificadores para potência (REED et al,1998). 6

Biomassa Ar Gaseificador Gás Resfriador/ Lim pador Motor/Turbina a gás Potência Cinza Pó Condensado FIGURA 3: Sistema de gaseificação para geração de potência Fonte: Stassen (1995) (adaptado). A r G a se ifica d o r G á s Q u e im a d o r C a lo r d e P ro c e s so C in za FIGURA 4: Sistema de gaseificação para geração de calor Fonte: Stassen (1995) (adaptado). Existem 3 tipos de gaseificadores de leito fixo: contracorrente, concorrente e corrente cruzada, sendo esta diferenciação ocasionada pelo posicionamento da entrada de ar (agente gaseificador) e saída do gás (gás pobre). Segundo Stassen (1995), os gaseificadores disponíveis no mercado para geração de potência, que utilizam casca de arroz como combustível, são do tipo leito-fixo/concorrente, com potência nominal menor que 200 kw elétricos. Já para produção de calor a capacidade é de até 5 MW térmicos. As formas de aproveitamento do gás pobre apresentam diferentes eficiências na geração de eletricidade. Stassen descreve uma eficiência global máxima de 7% na utilização do gás pobre em motores do ciclo Otto, resultando num consumo específico de 3,5 kg de casca de arroz por kilowatt produzido. Já a planta demonstrativa de Värnamo (1998), que utiliza a tecnologia IGCC Integrated Gasification Combined Cycle no aproveitamento de resíduos agroindustriais, alcançou uma eficiência global de 31%, porém, eficiências em torno de 40-50% podem ser alcançadas. A tecnologia IGCC compreende a gaseificação de um combustível e sua utilização em turbina a gás. A energia contida nos gases quentes produzidos na turbina é recuperada em uma caldeira para geração de vapor. Este vapor é então direcionado para uma turbina a vapor, aumentando a eficiência do processo de geração de eletricidade. Outra possibilidade de utilização do gás pobre é em células a combustível, alcançando eficiências entre 45 e 55%. Além da energia elétrica gerada, o calor produzido pela célula pode ser recuperado em uma caldeira para geração de calor de processo ou eletricidade. Lora (2003) relata estudos na utilização de um sistema gaseificador/microturbina a gás/célula a 7

combustível, tendo em vista que as células a combustível não esgotam a energia química das misturas gasosas, podendo o gás efluente ser utilizado em uma turbina a gás. Porém, deve-se ressaltar o desenvolvimento tecnológico que deve ser alcançado para a utilização comercial deste tipo de equipamento. 3.2.5 Pirólise O processo de pirólise emprega calor para degradar a biomassa em combustíveis sólidos, líquidos e gasosos, na ausência quase que total de oxigênio. Como principal objetivo da pirólise, está a produção de combustível líquido, com alto rendimento, chamado bioóleo. Para a produção de bioóleo, emprega-se a chamada hidrólise rápida. Os líquidos da hidrólise rápida são marrom escuro, semelhante a um óleo combustível de viscosidade média. O bioóleo é sensível a elevadas temperaturas, passando por uma mudança química e não podendo ser destilado. Ele possui um Poder Calorífico Superior (PCS) de aproximadamente 4.000 kcal/kg, bem abaixo do óleo combustível, que possui um PCS de 10.000-10.500 kcal/kg. Bridgewater et al (1999), descrevem uma eficiência na conversão de biomassa em bioóleo em torno de 75%. Bioóleos podem substituir óleo combustível ou diesel em muitas aplicações, incluindo caldeiras, fornalhas, motores e turbinas. Existe um grande espectro de químicos que podem ser extraídos ou derivados, incluindo aromatizantes de comida, resinas, agroquímicos, fertilizantes e agentes de controle de emissões. O aprimoramento do bioóleo para combustível de transporte não é economicamente viável, apesar de o ser tecnicamente. Os bioóleos, assim como o gás pobre da gaseificação, podem substituir combustíveis líquidos e gasosos de origem fóssil. 3.2.6 Liquefação A liquefação direta da biomassa é um tipo de hidrogenação na qual a matéria orgânica é misturada com um solvente em presença de um catalisador em alta pressão, monóxido de carbono (CO) e temperatura moderada, obtendo-se um produto líquido, que pode ser utilizado como substitutivo dos hidrocarbonetos fósseis. 3.3 Cogeração A cogeração consiste na produção simultânea de energia térmica e energia elétrica., com um aproveitamento de até 80% de energia contida no combustível. Esta energia pode ser transformada em vapor, eletricidade e força motriz. O calor produzido por turbinas a gás ou motores stirling pode ser aproveitado através de uma caldeira de recuperação, para geração de vapor de processo, empregado na secagem e parboilização do arroz. 3.4 Processos Biológicos Os processos biológicos consistem na utilização de enzimas e microorganismos capazes de metabolizar materiais orgânicos complexos, tais como carboidratos, lipídios e proteínas para produzir metano (CH4), dióxido de carbono (CO2) ou até mesmo álcool etílico (etanol). Estes processo são tecnicamente viáveis, porém não são economicamente competitivos e por isso não serão analisados. 8

4. Resultados e Discussão 4.1 Comparação entre as várias tecnologias consideradas neste estudo A tabela 6 compara as diferentes tecnologias que podem ser utilizadas para o aproveitamento energético da casca de arroz na geração de eletricidade. Para efeito de cálculo, adotou-se a produção de casca de um engenho de arroz que beneficia 45 sacos/hora e um fator de carga de 0,7 (CENBIO,2000). Ainda, descontou-se do total de casca produzido, 15% que seriam utilizados para secagem do arroz (CIENTEC, 1986). Deve-se ressaltar que o sistema de geração do tipo IGCC ainda não pode ser aplicado para a escala de produção considerada nesta simulação, servindo somente para auxiliar na comparação das eficiências de conversão. A utilização do locomóvel foi muito difundida no setor arrozeiro do Rio Grande do Sul, sendo uma tecnologia bastante acessível, porém de baixa eficiência. Além do locomóvel, as microturbinas a vapor e o os motores de combustão interna (ciclo Otto) que utilizam gás pobre, apresentam ampla utilização pelo mundo. As microturbinas a gás e os motores stirling estão em processo de aperfeiçoamento tecnológico, apresentando grandes perspectivas para o futuro. TABELA 6: Análise comparativa de diferentes tecnologias na geração de eletricidade Locomóvel Combustão Motor Micro Turbina Stirling a vapor Gaseificação Motor de ciclo Microturbina Otto a gás Sistema IGCC Eficiência (%) 7,0% 30,0% 15,0% 7,0% 24,0% 40,0% Geração de eletricidade (MWh) 1.102,35 4.724,37 2.362,19 1.102,35 3.779,50 6.299,16 Potência Instalada (kw) 179,77 770,45 385,22 179,77 616,36 1.027,26 Potência Instalada (kva) 143,82 616,36 308,18 143,82 493,09 821,81 % do abastecimento do engenho 63,92% 273,94% 136,97% 63,92% 219,15% 365,25% Das tecnologias descritas na tabela 6, somente o calor residual do locomóvel não pode ser aproveitado para secagem do arroz, tendo em vista a presença de óleo lubrificante da máquina no vapor de escape. 4.2. Discussão das variáveis: econômica e ambiental Além das vantagens já citadas, a questão ambiental favorece a utilização de combustíveis renováveis, especificamente a casca de arroz, na medida em que esta vem sendo depositada sobre o solo ou queimada de forma descontrolada. Ainda, a utilização de biomassa como combustível em termelétricas, substitui a geração de eletricidade a partir de gás natural ou carvão mineral, diversificando a matriz energética nacional e diminuindo as emissões de compostos poluentes, como dióxido de enxofre (SO 2 ) e dióxido de carbono (CO 2 ), consequentemente, mitigando a emissão de gases do efeito estufa (GEE). Do mesmo modo, a queima controlada de resíduos agroindustriais faz com que esses não sejam depositados em aterros, evitando a emissão de metano (CH 4 ), que assim como o dióxido de carbono é causador do efeito estufa. A viabilidade econômica e técnica dos empreendimentos termelétricos que utilizam biomassa dependem de vários fatores, dentre eles: 9

- Tipo e custo da matéria-prima e sua competitividade com outros combustíveis, especialmente os derivados de petróleo; - Suprimento sustentável de combustível, garantindo a biomassa necessária para o funcionamento do equipamento durante seu período de vida útil; - O domínio da tecnologia por parte dos empreendedores e a necessidade constante de aperfeiçoamento técnico, bem como de mão-de-obra razoavelmente especializada; - O fator de utilização da planta, que apresenta conseqüências diretas na viabilidade econômica. Baixo fator de utilização necessita de investimento de capital adicional, comparado com geração convencional de energia; - O ingresso de Créditos por Redução de Emissões (CERs - Certified Emissions Reductions), que aumenta sensivelmente a rentabilidade do projeto. A quantificação das emissões evitadas (toneladas de CO 2 equivalente não emitidas) fazem com que estas passem a se constituir em mercadoria. Essa mercadoria, ou Créditos por Redução de Emissões, podem ser negociadas no âmbito do MDL (ou Clean Development Mechanism - CDM), permitindo a compra deste volume de redução de emissões por países do chamado Anexo 1, conforme normas estabelecidas pelo protocolo de Kyoto. A geração termelétrica a partir da casca de arroz, reduz a emissão de gases de efeito estufa devido a dois fatores: substituição da eletricidade disponível na rede elétrica que apresenta geração a partir de combustíveis fósseis, como o carvão mineral e gás natural, e por eliminar a emissão de metano proveniente da decomposição da casca em aterros. Além disso, a contribuição de cada um destes gases (CO 2 e CH 4 ) para o total de emissões evitadas pelo projeto está de acordo com a utilização que foi dada a casca durante o período chamado Base Line (linha de base). Num primeiro caso, se a casca produzida pela empresa era pouco utilizada, na secagem do arroz por exemplo, e o resto era depositado em aterro, a parcela de emissões correspondente ao metano será grande, devido à decomposição de grande quantidade de matéria orgânica e pelo fato do metano possuir um poder de efeito estufa 21 vezes maior que o do dióxido de carbono. Neste caso, teremos um volume grande de CO 2 equivalente evitado pelo projeto. Num segundo caso, se a casca foi largamente utilizada no período de linha de base, o metano evitado pelo projeto será praticamente nulo, diminuindo em muito o volume total de CO 2 equivalente evitado pelo projeto. Segundo Pretz (2006), o incremento na viabilidade dos empreendimentos termelétricos ocasionada pela entrada dos créditos de carbono pode variar de 25 a 30% no primeiro caso, e de 10 a 15% no segundo caso. 6. Conclusão O aproveitamento dos resíduos produzidos pelas agroindústrias do setor arrozeiro, pode fornecer todo o calor e eletricidade necessários para a empresa, se administrados de forma correta. Além da vantagem da autoprodução de eletricidade, a substituição dos combustíveis fósseis pode ser alcançada através da utilização das tecnologias atualmente existentes, garantindo maior autonomia e redução dos custos de produção e transporte. Devese ressaltar a importância da utilização de biomassa para geração de eletricidade em sistemas isolados, garantindo a descentralização do desenvolvimento para estas áreas. Além destas vantagens, o aproveitamento econômico da casca de arroz pode apresentar um grande incremento na receita obtida, representando uma vantagem competitiva obtida pela empresa, no mesmo momento em que é proporcionado um destino 10

ambientalmente correto para este tipo de resíduo. Além da casca de arroz, existem diversos outros tipos de resíduos que podem proporcionar diversas vantagens se utilizados na geração termelétrica, como é o caso dos resíduos madeireiros e resíduos de culturas agrícolas de soja, milho e trigo. Neste contexto, a casca de arroz vem sendo muito empregada no Rio Grande do Sul, como mostra a tabela 7. Além dos empreendimentos existentes, existe a previsão de instalação de mais 70 MW (SEMC, 2006). Cabe ressaltar, na comercialização das CER s, que a unidade de Itaqui da empresa CAMIL Alimentos arrecadou $1.500.000,00 com a venda de aproximadamente 200.000 toneladas de carbono equivalente resgatados no período de 2001 até 2005, representando um incentivo para a instalação deste tipo de empreendimento. TABELA 7: Termelétricas a biomassa (casca de arroz) em funcionamento no RS Município Proprietário Potência (MW) São Gabriel Urbano 2,0 Itaqui Camil 4,2 Bagé Coradini 0,7 São Pedro do Sul Doeler 0,3 Fonte: Secretaria de Energia, Minas e Comunicações RS (2006). 7. Referências Bibliográficas BRIDGEWATER, A. V., PEACOCKE, G. V. C., Fast pyrolysis processes for biomass. Renewable & Sustainable Energy Reviews 4, p. 1-73. 1999. COELHO, SUANI T.; Medidas mitigadoras para a redução de emissões de gases de efeito estufa na geração termelétrica. Brasília: Dupligráfica, 2000. 222p. CUNHA, JOSE C. C., et al. Relatório do projeto de pesquisa aproveitamento energético da casca de arroz. Porto Alegre: CIENTEC FINEP, 1986. 170p. HOFFMANN, RONALDO. Método avaliativo da geração regionalizada de energia, em potências inferiores a 1 MWe, a partir da gestão dos resíduos de biomassa O caso da casca de arroz. Tese de doutorado PROMEC / UFRGS. Porto Alegre, 1999. 195p. LORA, E. E.S., NOGUEIRA, L. A. H.. Dendroenergia: Fundamentos e Aplicações 2 Ed.. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2003. 199p. Máquina Briquetadeira. Disponível em <http://www.biomachine.com.br>, site acessado em 15 de maio. 2006. PRETZ, R., informação privada, março de 2006. REED, THOMAS B., DAS, AGUA. Handbook of Biomass Downdraft Gasifier Engine Systems.The Biomass Energy Foundation Press. RIO GRANDE DO SUL. Secretaria de Energia, Minas e Comunicações. Termelétricas a biomassa no Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.semc.rs.gov.br>, acessado em maio de 2006. ROSA, GILSON R., et al. Anuário Brasileiro do Arroz 2005. Santa Cruzdo Sul: Editora Gazeta Santa Cruz, 2005. 136p. STASSEN, HUBERT E.. Small-Scale Biomass Gasifiers for Heat and Power: A Global Review. World Bank Technical Paper, n 296. Washington, D.C., 1995. 61p. SYDCRAFT, Värnamo Demonstration Plant A demonstration plant for biofuel-fired combined heat and power generation based on pressurized gasification. Malmö, 1998. 133p. 11