RECLAMAÇÃO COM PEDIDO DE LIMINAR



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Transcrição:

Signature Not Verified Assinado por ELSION GOEDERT:53071670915 em 24/09/2013 10:03:28.644-0300 ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO Excelentíssimo Senhor Ministro-Presidente do Supremo Tribunal Federal A UNIÃO, pessoa jurídica de Direito Público interno, representada por seu Advogado-Geral (art. 4, IH, da Lei Complementar n 73/93), vem à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 102, inciso I, alínea "I", da Constituição Federal, art. 13 da Lei no 8.038/90 e art. 156 do RISTF, propor a presente RECLAMAÇÃO COM PEDIDO DE LIMINAR em face do acórdão proferido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 43 Região, nos autos da Reclamação Trabalhista no 0000855 40.2010.5.04.0018, que reconheceu a competência da justiça trabalhista para o julgamento da causa. Tal entendimento ofendeu a autoridade da decisão dessa Suprema Corte 'tia ADI n 3395-6fDF, confonne demonstrado a seguir:

I - DO CASO DOS AUTOS Na origem, Oscar Francisco Marin propôs reclamação trabalhista, perante a 18 a Vara do Trabalho de Porto Alegre/RS, contra a União, na qualidade de sucessora da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), e a Trensurb (sociedade de economia mista subsidiária da extinta RFFSA) a fim de obter o pagamento de verbas de complementação de aposentadoria (Documento 01). Citada, a União, em sua contestação, arguiu, preliminarmente, a incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar o feito, porquanto a complementação de aposentadoria requerida decorreria de eventual aplicação das Leis n 8.186/1991 e n 10.478/2002, razão pela qual não se baseia em relação de trabalho, mas sim em relação jurídicoadministrativa (Documento 02). A preliminar mencionada não foi acolhida pela 18 a Vara do Trabalho de Porto Alegre/RS, motivando a interposição de recurso ordinário (Documento 04), no qual foi mantida a rejeição da arguição de incompetência da Justiça do Trabalho (Documento 05). A União interpôs recurso de revista (Documento 06), admitido, mas ainda pendente de julgamento, conforme andamento processual (Documento 07). Verifica-se, pois, a ocorrência de afronta à autoridade do acórdão proferido pelo Plenário desse Supremo Tribunal Federal no julgamento da Ação Direta.. d~ Inconstitucionalidade 3.39S-MC, rei. Min. Cezar Peluso, DJ 10/1112006, motivo pelo qual se propõe a presente reclamação constitucional. Processo origem no RT n 0000855-40.20/0.5. 04. 00/8 2

II DO CABIMENTO DA RECLAMAÇÃO CONSTITUCIOl',lAL. DA OFENSA AO QUE DECIDIDO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ADI N 3395 61DF. Independentemente da discussão que se trava acerca da natureza jurídica da reclamação, sabe-se que sua função foi devidamente delineada pelo Texto Constitucional, sendo que, tal como prevista no art. 102, I, "1", da CRJ88, é a via adequada para impugnar provimentos jurisdicionais ou atos administrativos que desrespeitem a autoridade de decisão proferida por esse Supremo Tribunal Federal ou que usurpem sua competência. Assim, cumpre demonstrar que a decisão ora reclamada. atingiu, de fato, a autoridade da decisão proferida na ADI no 3395-6IDF. Nesse contexto, como visto, a decisão reclamada concluiu que a Justiça do Trabalho seria competente para o julgamento de demanda proposta por ferroviário aposentado da Trensurb (sociedade de economia mista subsidiária da extinta RFFSA), buscando a complementação de suas aposentadorias, com fundamento nas Leis no 8.186/91 e no 10.478/02. Ao assim dispor, violou as diretrizes estabelecidas na citada ação direta de inconstitucionalidade. É que, no julgamento da ADI no 3395-6IDF, esse Supremo Tribunal Federal deixou claramente consignado que a competência da '. Justiça do Trabalho não engloba as causas instauradas entre o Poder Público e servidor vinculado à Administração por relação estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. Transcreve-se a ementa do referido julgado: INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Competência. Justiça do Trabalho. Incompetência reconhecida. Causas entre o Processo origem n. RT n 0000855-40.20/0.5. 04. 00/8 3

Poder Público e seus servidores estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de trabalho. Conceito estrito desta relação. Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/2004. Precedentes. Liminar deferida para excluir outra interpretação. O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária. (ADI 3395 MC, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 05/04/2006). Desse modo, o Tribunal Pleno referendou a liminar que havia sido concedida pelo Ministro Nelson Jobim e na qual assim se decidiu: Em face dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade e ausência de prejuízo, concedo a liminar, com efeito 'ex tunc'. Dou interpretação conforme ao inciso I do art. 114 da CF, na redação da EC n 45/2004. Suspendo, ad referendum, toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da CF, na redação dada pela EC 45/2004, que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a "H. apreciação 'H de causas que 'H sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo". Publiquese. Brasília, 27 de janeiro de 2005. Ministro NELSON JOBIM Presidente. (ADI 3395 MC, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Decisão Proferida pelo(a) Ministro(a) NELSON JOBIM, julgado em 27/01/2005). (Destacou-se). No presente caso, não se discute relação trabalhista, mas, sim, relação decorrente da aplicação de leis federais. Ressalte-se que o autor da ação na qual foi proferida a decisão que ensejou a presente reclamação é aposentado, não possuindo mais qualquer relação de trabalho. Ademais, pede a complementação de sua aposentadoria com fundamento nas Leis no 8.186/91 e n 10.478/02. Vale transcrever os arts. 1, 2 e 5 da Lei no 8.186/91, que indicam o objeto desse diploma legislativo: Art. 1 É garantida a complementação da aposentadoria paga na forma da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) aos ferroviários admitidos até 31 de outubro de 1969, na Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), constituída ex-vi da Lei no RCL Processo origem no RT n 0000855-40,2010,5.04.0018 4

3.115, de 16 de março de 1957, suas estradas de ferro, unidades operacionais e subsidiárias. Art. 2 Observadas as normas de concessão de benefícios da Lei Previdenciária, a complementação da aposentadoria devida pela União é constituída pela diferença entre o valor da aposentadoria paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o da remuneração do cargo correspondente ao do pessoal em atividade na RFFSA e suas subsidiárias, com a respectiva gratificação adicional por tempo de serviço. (...) Art. 5 A complementação da pensão de beneficiário do ferroviário abrangido por esta lei é igualmente devida pela União e continuará a ser paga pelo INSS, observadas as normas de concessão de benefícios da Lei Previdenciária e as disposições do parágrafo único do art. 2 desta lei Já a Lei n. 10478/02 prescreve o seguinte: Art. Iº Fica estendido, a partir do Iº de abril de 2002, aos ferroviários admitidos até 21 de maio de 1991 pela Rede Ferroviária Federal S.A. - RFFSA, em liquidação, constituída ex vi da Lei no 3.115, de 16 de março de 1957, suas estradas de ferro, unidades operacionais e subsidiárias, o direito à complementação de aposentadoria na forma do disposto na Lei no 8.186, de 21 de maio de 1991. Da leitura dos dispositivos legais acima transcritos, verifica-se que a matéria controvertida no processo de origem tem natureza previdenciária e cunho nitidamente estatutário. A complementação da aposentadoria, sua administração e modo de custeio decorrem da lei e a quitação será de responsabilidade da União e do INSS). Assim, o objeto de discussão, nos presente autos, refere-se ao pagamento de complementação de aposentadoria, decorrente de lei federal, não havendo debate sobre qualquer tipo de relação trabalhista. I Não obstante tenha sido cancelada a Súmula 106 do TST, a competência da Justiça do Trabalho para julgar causas em que se discute complementação de aposentadorias somente pode se configurar em casos em que a mesma está a cargo de uma entidade privada patrocinada pelo empregador, hipóteses em que a obrigação previdenciária originar-se-ia da relação de trabalho e não da lei, como ocorre in casu, em que a lei é que estabelece o direito à complementação e a responsabilidade da União e do INSS. Ra. Processo origem n~ RT n 0000855-40.20 I 0.5.04. 0018 5

Portanto, trata-se, in casu, de relação de caráter jurídicoadministrativo entre o servidor e o Poder Público, razão pela qual a competência para o julgamento do feito é da justiça comum, mais especificamente, da justiça federal 2. A propósito, a jurisprudência desse Supremo Tribunal Federal entende que o julgamento de ações de complementação de aposentadoria, ajuizadas na Justiça do Trabalho por ex-funcionários da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S/A - Trensurb, idênticas ao caso em questão, é da competência da justiça comum. Nesse sentido: Reclamações 12.540, 13.711, 14.096 - MC, 14.799-MC e 15.864, Relator Ministro Celso de Mello, DJE 11/06/2013, 03/10/2012, 02/08/2012, 29/10/2012 e 19/06/2013; 12.571 e 13.789, Relator Ministro Dias Toffolli, DJe 02/02/2012 e 02/08/2012; 13.780, Relator Ministro Luiz Fux, DJe 04/09/2012; 14.414, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, DJe 22/4/2013; 15.865 e 15.867 Relator Ministro Teori Zavascki, DJe 20/06/2013. Portanto, o acórdão reclamado, na medida em que fixa o entendimento de que é da competência da justiça trabalhista julgar a causa em que antigo ferroviário de subsidiária da RFFSA pede a complementação de sua aposentadoria destoa dos parâmetros estabelecidos por esse Supremo Tribunal Federal na ADI n 3395-6/DF, além de ir de encontro à jurisprudência já finnada por essa Corte Suprema, razão pela qual se requer a sua imediata suspensão. Dessa fonna, considerando o evidente desrespeito à autoridade de decisão desse Supremo Tribunal Federal, e, sobretudo, a possibilidade 2 A incompetência da justiça do trabalho para o julgamento da matéria, inclusive, foi acatada pelo Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região no julgamento dos recursos ordinário interpostos nos processos n. 00722-20 I0-038-03-00-0 e 00721-20 I0-038-03-00-6, havendo, também, divergência de entendimentos no primeiro grau da justiça trabalhista. Processo origem no RT n 0000855-40.20/0.5.0400/8 6

real de dano irreparável aos cofres públicos, requer a União seja deferida liminar para a suspensão do decisum reclamado. IV - DO PEDIDO Em razão do exposto, requer a União: a) a concessão de medida liminar inaudita altera parte, com fulcro no art. 14, li, da Lei n 8.038/90, para suspender imediatamente os efeitos do acórdão do Tribunal Regional Federal da 4 8 Região, proferido nos autos Reclamação Trabalhista n 0000855-40.2010.5.04.0018. b) a notificação do prolator da decisão reclamada, para prestar as informações que entender devidas; c) a intimação do Ministério Público Federal, nos termos do art. 16 da Lei n 8.038/90; d) por fim, a procedência do pedido formulado para cassar a decisão reclamada. Dá-se à causa o valor de R$ 10.000,00 (mil reais). Nesses termos, pede deferimento. L ESMENDONÇA Secretária-Geral de Contencioso 3 ~RACHO MOREIRA vogada da União ) Portaria de delegação no 476, publicada no DOU de J7 de maio de 2007. Processo origem n~ RT n 0000855-40.2010.5.04.0018 7

ROL DE DOCUMENTOS Doc. 01 - Petição Inicial; Doc. 02 - Contestação da União; Doc. 03 - Sentença; Doc. 04 - Acórdão Rü - TRT2; Doc. 05 - Decisão RR - TRT2; Doc. 06 - Decisão AIRR - TST; Doc. 07 - Andamento processual TST. Processo origem n. RT n 0000855-40.20/0504.00/8 8