Participação da FAB e FEB na II Guerra Mundial. Profa. Andrea



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Transcrição:

Participação da FAB e FEB na II Guerra Mundial Profa. Andrea

A participação do Brasil na II Guerra Mundial- Governo Vargas O Brasil serviu como ponte aérea para o envio de grandes aeronaves dos EUA para todas as frentes de batalha; forneceu alimentos e matérias-primas para o esforço industrial norte-americano; cooperou com o patrulhamento do Atlântico e ajudou a impedir o tráfego de navios e submarinos do Eixo naquela área; Enviou uma divisão de infantaria para lutar na Itália. Destaque da FEB na tomada de Montese, em 14 de abril de 1945, que atraiu para si a maior parte do fogo defensivo de artilharia do inimigo, aliviando consideravelmente a pressão sobre a 10.ª Divisão de Montanha, que liderava a ofensiva. Brasileiros capturam em combate da 148.ª Divisão de Infantaria alemã e dos remanescentes das Divisões Itália e Monte Rosa (que constituíam o chamado Exército da Ligúria, última formação importante ainda em condições de combater na Itália). A captura dessas formações ajudou a apressar o fim da guerra na Itália, que se deu poucos dias depois. Em Natal (RN), estava instalada a maior base militar americana fora dos EUA. Originalmente, os EUA pretendiam construir bases por todo o nosso continente para impedir a invasão da região por parte do Eixo. Posteriormente, decidiram concentrar seus esforços no Nordeste do Brasil porque por ali poderiam enviar aeronaves diretamente para as frentes de luta.

Perfil do soldado Pouquíssimos soldados profissionais, com longo tempo de serviço, foram aproveitados pela FEB. Metade dos oficiais subalternos eram reservistas, e também cerca de metade dos efetivos eram recém-recrutados (a maioria oriunda da zona rural e com baixos níveis de saúde e educação). A maior parte do oficialato da ativa conseguiu escapar do envio para a guerra. Justamente os mais pobres e menos instruídos, com poucos contatos sociais influentes que lhes permitissem se evadir, é que foram recrutados. Como admitiu o chefe do Estado- Maior da Força Expedicionária Brasileira (FEB) ao embarcar no navio que levaria nosso primeiro escalão de combatentes para a Europa: "A bordo, só estavam os que não conseguiram escapar". Dos 25 mil homens enviados para a luta, menos de 1.500 eram voluntários. A artilharia teve oportunidade de treinar aqui no Brasil usando o mesmo tipo de material que seria empregado na linha de frente, mas a infantaria não teve a mesma sorte. Dos três regimentos de infantaria enviados, apenas um recebeu treinamento condizente com a realidade da luta que seria travada (treino esse quase todo feito por instrutores norte-americanos). Os outros, como admitiu o próprio comandante da FEB, partiram do Brasil "praticamente sem instrução". Pior ainda, a FEB jamais realizou um treino em conjunto, que permitisse detectar falhas na sincronização das manobras.

FEB teve 443 mortos, uns 1.500 feridos e aproximadamente 8 mil doentes a maioria vítima do clima pavoroso (até 20 graus negativos) nas montanhas dos Apeninos durante o inverno. No mar, morreram certa de 900 pessoas em decorrência de torpedeamentos. São baixas pouco expressivas se comparadas às que os outros combatentes sofreram. De longe, quem sofreu as maiores perdas foram os russos, que tiveram aproximadamente 20 milhões de cidadãos e 5 milhões de combatentes mortos.

FORÇA AÉREA BRASILEIRA Foi enviado um único esquadrão de caça, que foi inteiramente equipado e treinado pelos norte-americanos e estava subordinado a um de seus grupos de caça. Composto de cerca de 60 pilotos, usava aviões de caça monomotores, os famosos P-47. A inexistência de aeronaves alemãs naquele front limitou os pilotos às missões de ataque ao solo, ação muito mais perigosa que o combate entre aeronaves. A contribuição desse esquadrão para o esforço de guerra na Itália foi notável. Com menos de 6% das aeronaves desse grupo, os brasileiros destruíram mais de 12% dos alvos. Esse desempenho colocou o grupo brasileiro entre os melhores de toda a Segunda Guerra Mundial.

Os Pracinhas A recepção dos combatentes brasileiros na guerra foi eufórica, fazendo dos veteranos da FEB pessoas muito prestigiadas. Contudo, essa euforia durou pouco, e aos excombatentes restou uma rotina penosa de readaptação à realidade da vida civil, nem sempre possível para muitos. Traumas psicológicos de todo tipo e a rotina da luta pela sobrevivência no mercado de trabalho dificultaram o retorno de milhares de brasileiros que estiveram nos campos de batalha à vida normal. As primeiras leis de amparo aos ex-combatentes só foram aprovadas em 1947. Além disso, na ânsia de se livrarem da FEB, tida como politicamente não-confiável pelo presidente Vargas, os pracinhas foram rapidamente desmobilizados sem que tivessem se submetido a exames médicos, que mais tarde seriam fundamentais para que obtivessem pensões e auxílios no caso de doenças ou ferimentos adquiridos no front. Para provar incapacidade decorrente do serviço na linha de frente e, assim, receber as pensões, os pracinhas tiveram de se submeter a todo tipo de vexames e sacrifícios, os quais seriam dispensáveis se sua desmobilização tivesse ocorrido de forma racional e planejada. Ao longo do tempo, várias leis de apoio aos ex-combatentes foram sendo promulgadas, até chegarmos à famigerada Lei da Praia, criada nos anos 60. De acordo com essa lei, qualquer pessoa que tivesse sido enviada à "zona de guerra" teria direito aos auxílios, pensões e promoções que estavam sendo reservados para aqueles que, de fato, foram à Itália. Fonte: entrevista com prof.dr. Dennison de Oliveira-UFPR-PR

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