Comissão Permanente de Cuidados Paliativos

Documentos relacionados
CASO CLÍNICO HC Anderson Napp Rocha R4 REUMATOLOGIA

CÁLCULO DE INDICADORES DENSIDADE DE INCIDÊNCIA. Dra Rosana Rangel 2011

Tétano Diagnóstico e tratamento Edilson Sacramento

Condutas em Insuficiência Respiratória Aguda. Fernando Klein PET Medicina UFC Abril/2012

Síndrome Metabólica: doença multicausal, multigenética e multiinfluenciada requisita novas atitudes dos profissionais de saúde

EXPEDIDOS POR INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO SUPERIOR ESTRANGEIRAS. Prova Discursiva LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO.

SOCIEDADE informações sobre recomendações de incorporação de medicamentos e outras tecnologias no SUS RELATÓRIO PARA A

Diverticulite Resumo de diretriz NHG M99 (setembro 2011)

Teste de Caminhada de 6 minutos

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO HOSPITAL DE CLÍNICAS COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR

Nesse caso, responda aos itens a seguir:

Resultados do Exame do Cremesp

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de recomendações para o controle da

A chegada do paciente na unidade de Cuidados Paliativos. Psicóloga Silvana Aquino Hospital de Câncer IV

Deformidades dos Pés Joanetes

Avaliação do Internato 02/05/2016 Nome:

[LEPTOSPIROSE]

LAUDO PARA SOLICITAÇÃO, AVALIAÇÃO E AUTORIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS DO COMPONENTE ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO

ACOLHIMENTO DA DEMANDA ESPONTÂNEA NA ATENÇÃO BÁSICA

Serviço Público Federal CONCURSO PÚBLICO 2014 INSTRUÇÕES GERAIS. Nº do doc. de identificação (RG, CNH etc.): Assinatura do(a) candidato(a):

PROVA OBJETIVA. b) Liste os outros exames que devem ser solicitado para o esclarecimento do quadro e descreva qual seria a abordagem terapêutica.

Acesso às Consultas Externas do Serviço de Estomatologia do Hospital de Santa Maria do Centro Hospitalar Lisboa Norte

O Holter 24 horas, ou Eletrocardiografia Dinâmica, é um exame que tem. por objetivo verificar o funcionamento do coração do paciente por 24 horas,

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Pressão Arterial. Profª. Claudia Witzel

MANEJO CLÍNICO DE PACIENTE COM SUSPEITA DE DENGUE

Diretrizes Assistenciais. Protocolo de Diagnóstico e Tratamento de ITU no CTIA

Dr. Fernando Figueiredo Coordenador Médico Home Care Unimed Porto Alegre

Probabilidade pré-teste de doença arterial coronariana pela idade, sexo e sintomas

Assunto: Posicionamento do Ministério da Saúde acerca da integralidade da saúde dos homens no contexto do Novembro Azul.

DISTROFIAS DISTROFIA MUSCULA R DO TIPO DUCHENNE (DMD)

RESIDENCIA MÉDICA UFRJ

ABORDAGEM CLÍNICA DAS ARBOVIROSES EPIDÊMICAS E HIPERENDÊMICAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DENGUES TIPO 1 A 4, CHIKUNGUNYA E ZIKA

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA NÍVEIS DE PREVENÇÃO I - HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

QUESTIONÁRIO PARA EXAME DE CORAÇÃO

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO HOSPITAL FÊMINA LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA INTENSIVA MÓDULO DE INSUFICIÊNCIA CIRCULATÓRIA AGUDA CHOQUE Prof.: ALESSANDRO MÁRCIO TEIXEIRA CAVALCANTE

INFLUENZA A (H1N1) Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da

CIRURGIA DA FACE (FACE LIFT OU RITIDOPLASTIA)

CONVULSÕES NEONATAIS

Maria, 79 anos, viúva Trazida hoje ao Pronto-socorro pelo filho, sr. Antonio QD: falta de ar há 1 dia após engasgar

Escola Secundária Morgado Mateus Vila Real

INFECÇÕES PRIMÁRIAS DA CORRENTE SANGUÍNEA CRITÉRIOS NACIONAIS. Dra Rosana Rangel SMSDC/RJ 2011

I Características Técnicas e Funcionais do Curso

Definir febre. Identificar os aspectos peculiares da avaliação e condução de pacientes com febre no ambiente de atenção primária à saúde / atenção

Aspectos Psicológicos da Dor: Reflexões sobre a prática clínica com idosos

PRESENÇA DE DOENÇAS RELACIONADAS À OBESIDADE Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não. Níveis Usuais: Resultado: Sim Não Especificar: Sim Não Sim Não Sim Não

DOENÇA MENINGOCÓCICA (MENIGOCÓCCEMIA SEM MENINGITE; MENINGITE COM OU SEM MENIGOCÓCCEMIA; MENINGOENCEFALITE)

PNEUMOLOGIA LINHA DE CUIDADO GERAL EM ASMA E DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)

PROVA DE CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS MÉDICO CLÍNICO GERAL

APROVADO EM INFARMED. Folheto informativo: Informação para o utilizador. Tation 5 mg comprimidos de libertação prolongada Torasemida

PROGRAMA DE ESTÁGIO HOSPITALAR PRONTO SOCORRO PSM

Síndrome de Guillain-Barré

MANUAL DE PROCESSOS EME01 - INTERNAR PACIENTE DO PRONTO SOCORRO

Glaucoma. Juarez Sabino da Silva Junior Técnico de Segurança do Trabalho

Leia estas instruções:

CASO 7 PNEUMONIA COMUNITÁRIA

OS-SantaCatarina. Um novo modo de pensar e fazer saúde. COMBATE AO MOSQUITO AEDES AEGYPTI

HEPATITE A. Doença viral aguda. Manifestações clínicas variadas. Fulminante (menos 10% casos) Piora clínica de acordo com idade

Medidas Antropométricas em crianças

PACIENTE GRAVE IDENTIFICAÇÃO E TRATAMENTO TREINAMENTO

Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em seguida, assine no espaço reservado para isso.

QUIZ PNEUMONIAS. Are you ready?

ALERGIA INTOLERÂNCIA ALIMENTAR. Laíse Souza. Mestranda Programa de Pós Graduação em Alimentos e Nutrição PPGAN / UNIRIO

Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

Diagnóstico Registro Mensal de Atendimento RMA CRAS e CREAS

PRAZOS DE GUARDA (em anos) DESTINAÇÃO OBSERVAÇÕES. Unidade com atribuições de Arquivo. Unidade Produtora. Guarda Permanente.

número 17 - março/2016 RELATÓRIO PARA A SOCIEDADE informações sobre recomendações de incorporação de medicamentos e outras tecnologias no SUS

Veja 20 perguntas e respostas sobre a gripe H1N1 O VÍRUS 1. O que é a gripe H1N1? 2. Como ela é contraída? 3. Quais são os sintomas?

BOLETIM DE CUIDADOS NO DOMICÍLIO

Síndromes Coronárias Agudas sem supradesnivelamento do segmento ST. André Schmidt

MODELO FORMATIVO. DATA DE INíCIO / FIM / HORARIO Manhã - 9:00 às 13:00 Tarde - 14:00 às 19:00 INVESTIMENTO ALOJAMENTO FORMADOR

Processo da Entrevista e Coleta de Dados (Semiologia e Semiotécnica)

Monitorização ambulatória da pressão arterial na idade pediátrica

SAÍDAS HOSPITALARES Serviços Contratados Meta Realizado % Alcance das Metas Clínica Médica ,38 % Saídas Clínica Cirúrgica 160

Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS) O contributo dos Diagnósticos In Vitro

No mês mundial de Saúde Mental, Prefeitura divulga ações realizadas na área

HALT- 2 FORMAÇÃO: EXERCÍCIOS

O Desafio da Implantação de Indicadores na UTI Geral

PROTOCOLO DE INSULINA EM PERFUSÃO PARA CONTROLO INTENSIVO DE GLICÉMIA EM UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS DE ADULTOS

Linhas de Cuidado - Saúde Bucal

Dr. Ruy Emílio Dornelles Dias

SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PRIMARIA À SAÚDE NO BRASIL. Dr Alexandre de Araújo Pereira

O Ministério da Saúde confirmou a terceira morte relacionada ao vírus da zika,

Avaliação e Preparo Pré-Operatórios Prof. Gustavo Santos

Cardiovascular and Cancer Mortality in Brazil

PARECER CRM/MS N 37/2012 PROCESSO CONSULTA N 26/2012 INTERESSADO: DR. PROMOTOR DE JUSTIÇA CONSELHEIRO PARECERISTA: JUBERTY ANTONIO DE SOUZA

UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ REITORIA DE GRADUAÇÃO DE AÇÃO COMUNITÁRIA ESCOLA DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM DISCIPLINA: EDUCAÇÃO EM SAÚDE

NOTA TÉCNICA. Assunto: Esclarecimentos sobre Leito 87- Leito de Saúde Mental

Nódulo de Tireoide. Diagnóstico:

Protocolo de Insuficiência Cardíaca

Modelo de Atenção às Condições Crônicas. Seminário II. Laboratório de Atenção às Condições Crônicas. Estratificação da Depressão. Gustavo Pradi Adam

Avaliação do Internato 14/3/2016 Nome:

AULA- 2 ANOTAÇÕES DE ENFERMAGEM UNISALESIANO

Capítulo. Traumatismos 28 Vertebro-Medulares. Capítulo 28. Traumatismos Vertebro-Medulares 1. OBJETIVOS

Artrose do Ombro ou Artrose Gleno Umeral

Transcrição:

Caso Clínico preparado e apresentado pelo Dr. Mauricio de Miranda Ventura na Discussão de Caso Interdisciplinar I Controle de sintomas: dispnéia, delirium e ansiedade/depressão na Comissão Permanente de Cuidados Paliativos, Sala Jardim Botânico, durante o XVIII Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia

Caso Clínico História atual D0 da internação na Geriatria JAPS, masculino, 87 anos Sonolência, dor torácica, tosse produtiva com expectoração clara e febre há 20 dias. Exame físico: eupnêico, T: 36,4 C Rítmo cardíaco regular, FC: 105, MV + bilateralmente com roncos em AHT Abdomen: sem alterações MMII: sem edemas, boa perfusão

Caso Clínico antecedentes D0 da internação na Geriatria Acidente vascular encefálico em 2005 sequela: disfasia. Desde 2008 tem o diagnóstico de Alzheimer. Dependente para AIVD, independente para ABVD até há 1 mês da internação.

Caso Clínico antecedentes D0 da internação na Geriatria A partir de então, tornou-se também dependente para AVD. Passou a ficar acamado, Recusar alimentação, Apresentar um emagrecimento não quantificado.

Caso Clínico evolução D0 da internação na Geriatria Foi iniciado ceftriaxone e clindamicina. Devido a agitação psicomotora, foi iniciado quetiapina 25mg/d. Mantinha baixa aceitação alimentar.

Caso Clínico evolução D3 de internação na Geriatria 16 horas após um episódio de vomito, passou a apresentar-se dispnêico e com dessaturação à oximetria de pulso (87%), hipertensão (180x70mmHg), taquicardia (122bpm) e febre (38 C). Indicado troca de antibiótico para piperacilina-tazobactam por suspeita de broncoaspiracao.

Caso Clínico evolução D3 de internação na Geriatria Avaliação nutricional: indicado passagem de sonda naso-enteral, o que não foi possível devido a dificuldade técnica. Foi solicitado a passagem da SNE por via endoscopica, uma vez que a familia vinha pressionando demais a equipe, pois a paciente já não se alimentava bem havia quase 30 dias.

Caso Clínico evolução D6 de internação na Geriatria Nova piora clinica caractizada por febre, tremores pelo corpo, taquicardia e hipotensão.

Exames Laboratoriais Na/K D -1 D 0 D 2 D 4 D 6 D 9 Na 138 138 138 150 144 154 K 5,3 4,5 4,5 4 4,1 4,7

Exames Laboratoriais U/C D -1 D 0 D 2 D 4 D 6 D 9 U 69 80 40 46 55 123 C 1,2 1,1 0,9 0,9 1,1 3,9

Exames Laboratoriais - PCR D -1 D 2 D 4 D 9 PCR 17,06 17,05 19,27 19,2

Exames Laboratoriais - leucograma D -1 D 0 D 2 D 4 D 6 D 9 Leucócito s 17,58 15,09 16,49 20,81 19,79 20,5 neu 13,7 13 14,3 18,9 17 18 eos 0,4 0,3 0,2 0 0 0,1 bas 0,1 0 0 0 0,1 0,1 lin 2,8 1,2 1,2 1 2,1 1,8 mo 0,7 0,6 0,8 0,8 0,6 0,4

Exames laboratoriais Urina tipo I

Raio X de Tórax na entrada

Raio X de Tórax de controle

Questões a serem discutidas: 1 Durante a evolução, o paciente apresentou quadro de agitação psicomotora, sendo medicado com quetiapina. O que voce acha desse tratamento? 2 - E quanto a passagem da sonda nasoenteral: e justo a família participar de uma forma tão incisiva? Até onde ela pode participar das tomadas de decisões? 3 - A partir do momento, em que caracterizamos uma piora clínica na vigência do segundo esquema antibiótico, o paciente merece uma terapêutica mais voltada as medidas de conforto em detrimento das curativas? 4 - Os antibióticos devem ser suspensos ou trocados por outros mais potentes? 5 Por meio de quais medidas voce pode aliviar o sintoma da falta de ar que o paciente vem apresentando sistematicamente?