REDUÇÃO DO NÚMERO MAIS PROVÁVEL DE COLIFORMES FECAIS E TOTAIS EM ÁGUA RESIDUÁRIA DE SUINOCULTURA TRATADA EM BIODIGESTOR ANAERÓBIO



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Transcrição:

REDUÇÃO DO NÚMERO MAIS PROVÁVEL DE COLIFORMES FECAIS E TOTAIS EM ÁGUA RESIDUÁRIA DE SUINOCULTURA TRATADA EM BIODIGESTOR ANAERÓBIO Joice Cristina Carvalho de Souza 1 Nanci Cappi 2 1 Estudante do curso de Zootecnia da UEMS, Unidade Universitária de Aquidauana ; E-mail: joicecristina_uems@yahoo.com ; 2 Professora do Curso de Zootecnia da UEMS, Unidade Universitária de Aquidauana; E-mail: nccappi@uems.br. Ciências Agrárias/ Zootecnia Resumo: O processo de biodigestão anaeróbia tem demonstrado resultados na redução do impacto ambiental de dejetos humanos e animais, não somente pela diminuição dos sólidos presentes, mas também pela redução de microorganismos indesejáveis nos efluentes. Objetivou-se avaliar a eficiência do biodigestor modelo tubular na redução de bactérias do grupo coliformes em água residuária de suinocultura. Coletas mensais foram realizadas do afluente e efluente do biodigestor anaeróbio modelo tubular instalado no Setor de Suinocultura da UEMS/Aquidauana. As análises microbiológicas foram realizadas pela técnica de tubos múltiplos e os resultados expressos em Número Mais Provável (NMP) de coliformes totais (CT) e coliformes fecais (CF). O biodigestor tubular não apresentou redução satisfatória de coliformes. Logo, o efluente não poderia ser disposto no solo, pois estaria fora das especificações para fertirrigação. Sugere-se a continuidade do monitoramento a fim de verificar a eficiência do sistema visando à utilização do efluente (biofertilizante) sem prejuízos para o ambiente. Palavras-chave: Biofertilizante. Coliformes fecais. Suinocultura. Introdução A expansão da atividade suinícola no País e o incremento tecnológico nos sistemas de produção, têm resultado em aumento na geração de dejetos os quais são, muitas vezes, lançados em rios e mananciais. Devido à adoção de sistemas confinados de produção de suínos, grandes quantidades de dejetos são produzidas (Angonese et al., 2006). Os altos índices de contaminação dos recursos

naturais e a redução da qualidade de vida nos grandes centros produtores são indicativos de que boa parte dos efluentes da produção de suínos está aportando direta ou indiretamente no solo e nos recursos d água, sem receber um tratamento adequado (Strapazzon, 2008). Quando bem escolhido e conduzido, o manejo adotado permite o aproveitamento integral dos dejetos, dentro das condições estabelecidas em cada propriedade (Angonese e Campos, 2006). O potencial poluidor das águas residuárias da suinocultura está relacionado à presença de sólidos em suspensão e dissolvido, matéria orgânica, nutrientes (nitrogênio e fósforo, dentre outros), patógenos, metais pesados e sais diversos (Brandão et al., 2003). O processo de biodigestão anaeróbica é uma das alternativas utilizadas para o tratamento de resíduos, pois reduz o seu potencial poluidor, produz o biogás e permite o uso do efluente como biofertilizante (Coldebella, 2006). O presente trabalho objetivou avaliar a eficiência do biodigestor anaeróbio modelo tubular na redução do número de microorganismos indicadores de contaminação fecal (coliformes totais e fecais) em água residuária de suinocultura, visando à utilização do efluente como biofertilizante (fertirrigação). Materiais e Métodos O experimento foi desenvolvido de agosto/2009 a julho/2010 no Setor de Suinocultura da Fazenda UEMS/Unidade Universitária de Aquidauana, em local cujas coordenadas geográficas são: Latitude 20º28 S; Longitude 55º48 W e Altitude de 149 metros. Utilizou-se um biodigestor contínuo modelo tubular com capacidade para 67,5 m 3 de substrato em fermentação. O biodigestor é baseado no biodigestor americano tubular ( plugflow ), comprido, horizontal e com seção transversal trapezoidal, construído a partir da escavação do solo e revestimento do fundo com geomembrana de PVC flexível com 1 mm de espessura, sendo o gasômetro confeccionado com a mesma geomembrana utilizada no interior dos biodigestores. Possui caixas para abastecimento, carga e descarga, onde foram retiradas as amostras para as análises laboratoriais. O biodigestor foi operado com cargas diárias de água residuária de suínos (afluente = água de lavagem da granja, resto de ração e fezes dos suínos), com um teor médio de sólidos totais igual a 1,64%. Para determinação do Número Mais Provável (NMP) de coliformes totais (CT) e fecais (CF) foram retiradas amostras mensais do afluente e efluente para realização das análises microbiológicas, as quais foram realizadas pela técnica de tubos múltiplos segundo Soares e Maia (1999).

Resultados e Discussão Os resultados das analises de NMP/100mL de bactérias do grupo coliformes estão apresentados na Tabela 1. Os NMP/100mL médios de CT foram de 5,5 x 10 8 para o afluente e 2,1 x 10 8 para o biofertilizante e para CF foram 1,7 x 10 8 para o afluente e 1,7 x 10 8 para o biofertilizante. Esses valores médios foram superiores aos encontrados por Ortiz et al (2009), que obtiveram NMP/100mL de 1,99 x 10 8 (CT) e 8,65 x 10 7 (CF) para o afluente e para o biofertilizante 4,66 x 10 6 (CT) e 1,40 x 10 6 NMP/100mL (CF). Tabela 1 Número mais provável (NMP) de coliformes totais (CT) e fecais (CF) no afluente e biofertilizante do biodigestor. Período Afluente (NMP/100 ml) Biofertilizante (NMP/100 ml) CT CF CT CF Agosto /09 1,1 x 10 8 1,1 x 10 7 1,1 x 10 7 1,1 x 10 7 Setembro/09 1,6 x 10 9 7,0 x 10 6 2,2 x 10 8 4,0 x 10 7 Outubro/09 9,2 x 10 8 3,5 x 10 6 2,6 x 10 8 2,5 x 10 6 Novembro/09 4.0 x 10 7 1,6 x 10 6 3,4 x 10 7 1,3 x 10 6 Dezembro/09 1,6 x 10 8 1,6 x 10 7 1,6 x 10 8 7,0 x 10 6 Fevereiro/10 5,0 x 10 7 3,7 x 10 6 4,0 x 10 7 3,7 x 10 6 Março/10 5,7 x 10 8 7,3 x 10 6 3,7 x 10 8 4,0 x 10 6 Abril/10 3,5 x 10 7 1,6 x 10 7 3,5 x 10 7 1,6 x 10 7 Maio/10 1,6 x 10 9 1,6 x 10 8 9,4 x 10 8 7,0 x 10 7 Junho/10 1,6 x 10 8 1,6 x 10 7 1,3 x 10 8 1,3 x 10 7 Julho/10 8,8 x 10 8 1,5 x 10 7 8,8 x 10 8 1,4 x 10 7 Média 5,5 x 10 8 1,7 x 10 8 2,1 x 10 8 1,3 x 10 8 A redução (Figura 1) foi superior a 80% para CT e CF em todos os meses analisados. No mês de set/09 ocorreu uma redução maior em relação aos demais meses e o mês de abr/10 apresentou menor redução. Índices de redução semelhantes aos encontrados por Ortiz et al (2009) com média 96,1 (CT) e 98,2% (CF). Resultados semelhantes também aos encontrados por Steil et al. (2003) trabalhando biodigestores abastecidos com dejetos de suínos, que observaram 99,99% de redução de CT e CF. Porém o autor recomenda uma melhor investigação dos potenciais de contaminação com patógenos dos efluentes anaeróbios sobre o solo e a água, em virtude dos níveis de coliformes fecais remanescentes nos resíduos, principalmente os de suínos.

100 90 80 70 60 % 50 40 30 20 10 0 ago/09 set/09 out/09 nov/09 dez/09 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 Meses CT CF Figura 1 Variação mensal da redução de Coliformes (CT) Totais e Fecais (CF). Segundo a Resolução do CONAMA (Brasil, 2005) que classifica as águas destinadas para irrigação como classe 2, tendo como limite máximo 1000 coliformes termotolerantes (fecais) em 100 ml de amostra, o efluente produzido pelo biodigestor tubular no período experimental estaria fora do padrão e não poderia ser utilizado em fertirrigação. Considera-se ainda que algumas variáveis podem interferir diretamente nos resultados obtidos, já que o estudo foi realizado em biodigestor em escala real, tais como: deterioração da lona do biodigestor necessitando de reparos, manejo da granja e irregularidade no abastecimento durante o experimento, fatores que podem ter interferido no processo de biodigestão e, consequentemente, na redução de bactérias do biofertilizante. Conclusão Com os resultados obtidos conclui-se que o processo de biodigestão anaeróbia não se apresentou satisfatório nesse período, logo o biofertilizante não poderia ser disposto no solo, já que, de acordo com as leis vigentes, estaria fora das especificações para fertirrigação. Bibliografia ANGONESE, A. R. & CAMPOS A. T. 2006. Uso de energia em unidade suinícola em sistema de terminação com tratamento de resíduos. Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=msc0000000022006000200048&script=s ci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 15 abril 2010.

Angonese, A. R.; Campos, A. T.; Zacarkim, C. E.; Matsuo1, M. S. & Cunha F. 2006. Eficiência energética de sistema de produção de suínos com tratamento dos resíduos em biodigestor. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.10, n.3, p.745 750. Brandão, V. S.; Matos, A. T.; Fontes, M. P. F. & Martinez, M. A. 2003. Retenção de poluentes em filtros orgânicos operandocom águas residuárias da suinocultura. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.7, n.2, p.329-334. Brasil - Conselho Nacional do meio Ambiente. Resolução n 357, de março de 2005. Estabelece classificação para as águas doces, salobras e salinas do Território Nacional. DOU. N 53. Seção 1. p.58. Brasília-DF, de 18 de março de 2005. Coldebella, A 2006.. Viabilidade do uso do Biogás da Bovinocultura e Suinocultura para geração de energia elétrica e irrigação em propriedades rurais. Dissertação (Metsrado Engenharia Agrícola) Universidade do Oeste do paraná, 74p. Ortiz, F. do C. G.; Cappi, N; Santos,T. M. B. dos. Echeverria, J. R. & Andrade, F. M. de O. 2009. Redução de bactérias coliformes em biofertilizante oriundo do processo de biodigestão anaeróbica de água residuária de suinocultura. In: III Congresso de Medicina Veterinária no Mato Grosso do Sul e suas fronteiras, Campo Grande. Resumos..., Campo Grande:SOMVET. CD-ROM. Soares, J.B. & Maia, A.C.F. 1999. Água:Microbiologia e tratamento. UFC-Fortaleza, 215p. Steil, L.; Lucas JR., J. & Oliveira, R.A. 2003. Eficiência de reatores anaeróbios modelo batelada alimentados com resíduos de aves de postura, frangos de corte e suínos na redução de coliformes totais e fecais. In: Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 22, Joinvile. Resumos..., Joinvile. Strapazzon, A. J. 2008. Avaliação da eficiência de tratamento de dejetos de suínos, utilizando um procedimento de compostagem misto, em propriedade rural no vale do taquari, RS, Brasil. Dissertação (Mestrado em Tecnologia Ambiental) Universidade de Santa Cruz, 64p.