CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS



Documentos relacionados
CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS ARIANE CABRERA CORRÊA

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS ANA PAULA RODRIGUES BELO

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS CINTIA SWIDZIKIEWICZ

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS VOLNEI NOGUEIRA

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS STEFANO DITADI

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS VERA LUCIA MASTRASCUSA

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS EVA SOPHER.

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS MARCELO CARABAGIALLE

Levantamento Documental e Análise Histórica e Artística do Acervo Permanente do Museu de Arte Contemporânea de Jataí.

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS SIMONE PHILIPPI

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS LEILA MARIA SETTINERI

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS LÍGIA COSTA.

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS

Universidade de São Paulo. Escola de Comunicação e Artes, ECA-USP

GRELHA DE ANÁLISE DA ENTREVISTA EFETUADA À FUNCIONÁRIA B. A entrevistada tem 52 anos e é casada. 9º ano.

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS RUTH MOSINAN HOFFMANN

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ALINE PELLEGRINO II

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS RENATO.

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS.

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS.

O dia em que o SUS visitou o cidadão

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS.

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS RODRIGO DOS SANTOS

É importante saber por que certas coisas são o que são. Quer dizer, saber por que acontecem de um jeito e não de outro. O arco-íris, por exemplo.

COMUNICADO n o 003/2012 ÁREA DE HISTÓRIA ORIENTAÇÕES PARA NOVOS APCNS 2012

As 10 Maneiras mais GARANTIDAS De Se Conseguir uma Entrevista de EMPREGO

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FERNANDO MARINHO MEZZADRI.

FERNANDA CRISTINA DOS SANTOS

Plano de Aula Integrado com Hipermídia

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS HEINO WILLY KUDE

Ahmmm... Deus? O mesmo flash de ainda há pouco e, de novo, estava à Sua frente:

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS

A inserção das crianças no Ensino Fundamental: duas experiências possíveis

escola paulista na década de 1930 Photography and research in History of Education: School of São Paulo in the 1930s.

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS

Roteiro semanal. 5º ano Matutino De 22 a 24 de abril. Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres.

Orientações Para o Preenchimento do Formulário de Inscrição Preliminar dos Projetos

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS ALBERTO MARTINS DA COSTA

Anexo F Análise de Conteúdo às Questões Abertas

EAA Editora ARARA AZUL Ltda Revista Virtual de Cultura Surda ENTREVISTA. Renata Ohlson Heinzelmann Bosse

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS LÍCIA SOBROSA MACHADO

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E DANÇA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS

Relatório Detalhado de Ação do Projeto de Extensão Redefinição do Website do Arquivo Central da UNIRIO

PLANEJAMENTO (LIVRO INFANTIL) NOME DO LIVRO: O MENINO QUE APRENDEU A VER

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS TALINE SOUZA MENDES

Imagine com Munhoz e Mariano. Feito por uma fã muito apaixonada, que estava afim de compartilhar com as outras fãs!

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS PROJETO SEGUNDO TEMPO

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS LEOPOLDO BENATTI

CURSO: MUSEOLOGIA HABILITAÇÃO: BACHARELADO EM MUSEOLOGIA

Maria Luiza Braga (UFRJ)

IDENTIDADE. -Identificar seu nome e a história do mesmo. -Reconhecer seu nome dentre os demais.

MEMORIAL DA EDUCAÇÃO

Cadernos de Extensão: Cultura e Patrimônio Uma Apreciação ao Jaboatão dos Guararapes

ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de"como Educar Meu Filho?" (Publifolha)

Organização do Centro de Triagem da CPAD - TRT13 Análise e preservação dos processos findos

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS STEFANNY RAIANE MATTOS

Memória. História. Intangível (+ subjetividade) Pesquisas Entrevistas Documentos. + Tangível (+ objetividade) Análise e reflexão Projetos e produtos

1 - Quais informações devem estar disponíveis na home? (tanto para alunos quanto para prospects)

FIP20902 Tópicos em Física Interdisciplinar: Metodologia da Pesquisa Científica. O Pesquisador e a Comunicação Científica

Registo de Opinião Sobre o 1.º Ano de Projecto. Crianças

Polígonos e mosaicos

ARQUIVO CÂNDIDO DE MELLO NETO: ESCOLHAS E AÇÕES PARA SUA ORGANIZAÇÃO

ANEXO V. Guião da Gala H2Ooooh!

II TORNEIO DE INTEGRAÇÃO CIENTÍFICA TIC

História das Frações

Como conduzir uma entrevista de início vencendo as objeções...

ÉTICA E MORAL. profa. Karine Pereira Goss

O profissional da informação e o papel de educador em uma Escola Técnica de Porto Alegre-RS

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS MARLENE KRÜGER HELLING

Anexo 2.8- Entrevista G2.3

PASSO A PASSO CÂMBIO PARA INVESTIMENTO EM FOREX ENVIANDO RECURSOS AO EXTERIOR PARA INVESTIMENTO NO MERCADO FOREX

M a n u a l d o P r o U n i P á g i n a 1

Entrevista a Diogo Carvalho

O projeto acadêmico de Português, na primeira etapa, privilegiou o gênero carta pessoal. Cada aluno da 8ª escreveu uma carta, relatando sobre a sua

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS ALESSANDRA ARES

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS

Munição Referente ao Injusto Penal e Ilicitude

Engineering the Future

CADASTRO. Quem pode se inscrever para fazer esses cursos? Qualquer professor em exercício da rede pública estadual ou municipal.

Não existem fronteiras para as mudanças climáticas. Hoje, mais de 50% das

Destaca iniciativa do Ministério da Educação de ampliar o crédito estudantil para o financiamento dos cursos superiores a distância.

Prof. M.Sc. Pierre Soares Brandão. CITAÇÕES: revisão para Instrumentalização Científica

3º Trabalho de GI Análise DFD

QUESTIONÁRIO. 2 - O Programa que você cursa foi sua primeira opção na escolha de um Mestrado? a) Sim b) Não

SUMÁRIO. Sobre o curso Pág. 3. Etapas do Processo Seletivo. Cronograma de Aulas. Coordenação Programa e metodologia; Investimento.

Pesquisa de Percepção dos Serviços Públicos de Blumenau

DIRETRIZES E PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DE PROPOSTAS DE CURSOS NOVOS DE MESTRADO ACADÊMICO E DE DOUTORADO

DIRETRIZES E PARÂMETROS DE AVALIAÇÃO DE PROPOSTAS DE CURSOS NOVOS DE MESTRADO ACADÊMICO E DE DOUTORADO

HOSPITALIDADE SENAC RIO

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS PROJETO SEGUNDO TEMPO

Flexibilização do currículo do Ensino Médio

AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELAS CRIANÇAS QUE TRABALHAM E ESTUDAM

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS PAULO SILVA.

II Encontro de Centros de Memória Campinas 1 e 2 de outubro de 2007

Transcrição:

CENTRO DE MEMÓRIA DO ESPORTE ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROJETO GARIMPANDO MEMÓRIAS VICTOR ANDRADE DE MELO (2) (depoimento) 2014 CEME ESEF UFRGS

FICHA TÉCNICA Projeto: Garimpando Memórias Número da entrevista: E 448 Entrevistado: Nascimento: 27/10/1971 Local da entrevista: Hotel Crystal (Londrina, PR) Entrevistadora: Christiane Garcia Macedo Data da entrevista: 21/08/2014 Transcrição: Leila Carneiro Mattos Copidesque: Christiane Garcia Macedo Pesquisa: Christiane Garcia Macedo Revisão Final: Silvana Vilodre Goellner Total de gravação: 15 minutos e 08 segundos Páginas Digitadas: 8 páginas Observações: Entrevista realizada para a produção da pesquisa de Christiane Garcia Macedo intitulado Centros de Memória da Educação Física e dos Esportes nas Universidades Federais. O Centro de Memória do Esporte está autorizado a utilizar, divulgar e publicar, para fins culturais, este depoimento de cunho documental e histórico. É permitida a citação no todo ou em parte desde que a fonte seja mencionada.

Sumário Envolvimento com o Centro de Memória Inezil Penna Marinho; pessoas envolvidas; atividades realizadas; estrutura disponível; tipos de documentos; pesquisas realizadas; situação do Centro de Memória; surgimento de novos centros de memória e trabalho demandado.

1 Londrina, 21 de agosto de 2014. Entrevista com a cargo da pesquisadora Christiane Garcia Macedo para o Projeto Garimpando Memórias do Centro de Memória do Esporte. C.M. Professor, muito obrigada, eu gostaria que você contasse um pouco como surgiu à ideia do Centro de Memória e como você se envolveu nisso? V.M. Quando eu cheguei na Escola de Educação Física 1, em 1999, já existiam duas colegas que estavam fazendo um projeto chamado Memórias da EEFD. Havia um acervo da Escola que estava jogado. Trata-se de uma escola muito antiga, uma escola de 1939. Havia uma sala grande e bonita, chamada de sala de troféus, onde se guardavam alguns objetos. As duas colegas fizeram um projeto para tentar preservar aquele material. Como elas não são da área de história e nem da área de memória, quando cheguei à escola elas me convidaram para tentar gerenciar esse projeto. Foi ai que eu dei a ideia de virar um Centro de Memória na escola. Preparamos a proposta, aprovamos na congregação, no ano de 2001, e logo tivemos a ideia de botar o nome do Inezil 2, que foi professor e aluno da escola. Além disso, tinha muita coisa do Inezil nesse acervo. Em 2001, começou oficialmente o Centro de Memória que chama Centro de Memória Inezil Penna Marinho. C.M. E quem eram essas duas colegas? V.M. Lívia Prestes 3 e Márcia Fajardo são duas colegas na área de natação, elas tiveram só a sensibilidade de tentar organizar um material muito interessante, cadernos de alunos da primeira turma, muitas fotos da construção da escola, fascículos dos Arquivos da ENEFD 45, uma revista importante, eu acho que foi a primeira revista cientifica da nossa área. Depois a gente acabou fazendo um trabalho de digitalização desse material com recursos do CNPq. 1 Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2 Inezil Penna Marinho. 3 Lívia Prestes Lemos da Silva 4 Escola Nacional de Educação Física e Desportos. 5 Periódico oficial da ENEFD que circulou entre 1945 e 1972. Disponível em: http://www.ceme.eefd.ufrj.br/docs/mdenefd.html.

2 C.M. E quais as atividades que vocês conseguiram desenvolver lá no Centro de Memória? V.M. No tempo em que eu estive a frente do Centro de Memória a gente organizou a documentação que havia e conseguiu a digitalização dos Arquivos. A gente recebeu a documentação da Federação de Remo do Rio de Janeiro, organizamos e depois devolvemos para eles e a gente desencadeou um projeto de preservação de memória de alguns clubes na cidade, especificamente do Clube Ginástico Português 6, um clube antigo, um clube de 1868, a gente ajudou a organizar o Centro de Memória deles. O nosso Centro de Memória procurava atuar tanto com a memória interna da Escola quanto da memória do esporte da cidade. C.M. E em relação à equipe o que você teve de apoio de pessoal? V.M. Na época, a FAPERJ 7 me chamou para coordenar um projeto chamado Instituto Virtual do Esporte, que era a ideia um pouco desses institutos de ciência e tecnologia. Então na época foi legal, pois eu ganhei umas vintes bolsas. Essas vinte bolsas não foram só para o Centro de Memória, mas a gente conseguiu umas seis bolsas para o Centro de Memória. Então deu para contratar uma historiadora com uma bolsa de apoio técnico, que ajudou na sistematização do material, e os bolsistas de iniciação científica, que ajudaram notadamente no trabalho no Clube de Ginástica Português e também na documentação do remo. C.M. E o acervo que vocês têm qual o tipo de material? Escrito, fotos, troféus? V.M. Tinha muito troféu, uma parte grande de troféus, tinha alguma coisa de material escrito, por exemplo, o primeiro livro de atas da congregação da escola de educação física. Então tem uns documentos bem antigos, bem legais, como cadernos de estudantes da primeira turma. Eram três tipos: uma parte de memorabília, como flâmulas, canecas com o símbolo da escola, bandeiras, troféus, uma parte documental, e essa parte documental tinha uma parte de produção mais espontânea e produção documental. 6 Real Sociedade Clube Ginástico Português. 7 Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro.

3 C.M. Fotografias? V.M. Fotografia tinha também! Tinha um caderno de fotografias! C.M. E o acervo que vocês têm ele basicamente é sobre a instituição ou vocês tem acervo sobre esporte e sobre outros temas? V.M. Na época, o acervo era basicamente o acervo da instituição. A gente tinha essa ideia de tentar contribuir com as instituições, mas não para pegar o acervo. Na verdade assim, no final eu acabei me desligando do Centro de Memória por isso, eu não tinha muita vontade de trabalhar as ações da memória, na verdade, eu sentia, a despeito da importância, que estava perdendo muito tempo com isso e pouco tempo fazendo pesquisa histórica. Porque você fica um tempão organizando aquela coisa toda e você não tem tempo de escrever sobre aquela coisa toda. Então eu ficava sempre muito dividido, e uma forma de minimizar isso era essa coisa de entrar nos clubes e tentar organizar o acervo dos clubes, mas a gente nunca teve a pretensão, no meu tempo, de pegar para nosso acervo esse material. Nossa pretensão era trazer o material, organizar e devolver. Ou então como foi no Clube Ginástico, organizar já lá. Já havia um sócio lá organizando as coisas, de uma forma muito espontânea, o que a gente fez foi tentar ajudar nessa organização e o cara ficou super feliz que a gente botou três bolsistas lá, a historiadora ficou lá. Então nós organizamos o acervo e deixamos tudo organizado para ele. C.M. E nessa organização de acervos vocês tiveram contato além da historiadora, com outros profissionais da ciência da informação, museologia, arquivologia? V.M. Não! Inclusive porque na UFRJ não tinha. Era difícil organizar algum profissional nisso. Na verdade, eu fiquei três ou quatro anos à frente do Centro de Memória e a gente acabou não tendo nenhum contato com profissional específico. C.M. Em relação a espaço, a Universidade disponibilizou o espaço, vocês tiveram alguma disputa dos espaços?

4 V.M. Não. Isso não. Porque já tinha a sala de troféus, que era uma sala super bonita, que foi a antiga sala da congregação. Então, isso não teve problema. O que teve foi que a Escola de Educação Física nunca compreendeu muito a importância do Centro de Memória, era uma coisa do tipo Ah! legal um Centro de Memória mas não tinha reconhecimento. A gente fez muitos eventos. A gente fez uns três ou quatro eventos, inclusive um levando os professores antigos vivos, como a Maria Lenk 8, que estava viva na época, o Mauricio Rocha. Ainda tinham professores fundadores vivos da escola, então nós fizemos um grande evento e levamos todos eles. A gente tinha vontade também de fazer um banco de história oral com esses professores, mas acabou não saindo. Acho que uma parte inclusive por culpa minha, porque no fundo, no fundo eu não tinha muito interesse no tema. Eu acabei entrando no tema um pouco de forma contingencial, quer dizer tinha aquele negocio ali, vamos fazer isso aqui e tal, eu achava uma pena deixar aquilo lá largado e acabei trabalhando um tempo com isso. Mas no fundo, no fundo eu não gostava muito de gerenciar isso, por isso que eu te falei que eu achava que eu perdia um tempo enorme organizando, acho importantíssimo [ênfase], mas eu perdia um tempo enorme e não tinha tempo de fazer o que eu queria fazer. O que eu gosto de fazer é o trabalho de historiador, não é o trabalho de museólogo assim. C.M. E sobre as pesquisas nesse período, vocês tiveram muitas pessoas pesquisando, teve orientandos, por exemplo, pesquisando este acervo? V.M. Não! Pouquíssima gente pesquisando. Algumas pessoas pesquisando a historia da escola, o que continua acontecendo, volta e meia as pessoas vão lá. Eu fiz alguns trabalhos sobre o Inezil nessa época, com o material do Inezil que tinha lá. Fiz alguns trabalhos com o material do remo que era aquele acervo que depois a gente devolveu para a Federação de Remo. C.M. E de metodologia o que vocês utilizaram nessas pesquisas, vocês chegaram a utilizar alguma coisa da história oral? V.M. Não! A gente tinha um plano de utilizar a história oral, mas a gente não utilizou. Quer dizer na verdade foram as pesquisas nos moldes tradicionais, as metodologias da 8 Maria Emma Hulga Lenk Zigler.

5 história mesmo. Quer dizer, pesquisa documental, mas não chegamos a usar nada inovador, foi mais de experiência assim. C.M. Quando é que você saiu? V.M. Chris, eu acho que eu saí em 2004 eu não me lembro, eu já estava meio de saco cheio, foi em 2004. Eu já estava meio de saco cheio e teve uma crise interna na escola, política muito braba e correspondeu ao tempo em que eu fui chamado para o Programa de Pós Graduação em História 9 e juntou tudo. Juntou o fato de eu não estar mais com saco de gerenciar aquilo, o fato que eu estava chateado com a escola [INTERRUPÇÃO DA ENTREVISTA]. Foi um pouco isso, juntou que eu estava sem paciência, eu fiquei chateado com a escola com umas coisas que aconteceram, chateado de a escola não apoiar aquilo e me chamaram lá para o Programa de História, entendeu? De repente eu falei assim encontrei a saída da minha vida, vou para o Programa de História, vou poder trabalhar como historiador, foi uma opção legal para mim nesse sentido estou há dez anos lá no Programa de História, foi muito legal. Agora, eu acho que para o Centro de Memória não foi bom, porque o Centro de Memória depois, eu acho, nunca avançou muito, nunca engrenou de novo. Ele continua, outro dia a Priscilla 10 me mandou e mail dizendo: Victor está horrível o acervo. C.M. Ela foi para o Rio 11 depois foi lá para o CEME 12. V.M. Ela falou e mandou um e mail Vitor o material está precário e respondi imagino. Mas, não vou entrar nessa de fazer de novo, porque primeiro eu não estou mais nem na Escola de Educação Física, eu saí e fui para Faculdade de Educação, e segundo que não é a minha praia, de fato não é o que eu gosto de fazer. C.M. Depois que você saiu teve alguém que já ficou responsável pelo Centro de Memória ou ficou um período sem ninguém? 9 UFRJ. 10 Priscilla Kelly Figueiredo. 11 Rio de Janeiro. 12 Centro de Memória do Esporte da ESEF-UFRGS.

6 V.M. Ele ficou um período sem ninguém depois tentaram com alguns professores. A escola chegou a contratar uma historiadora, fez concurso para uma historiadora para gerenciar o acervo. A Carolina 13 está procurando desenvolver algum projeto e volta e meia sei alguma notícia de que algo está ocorrendo por lá. Eu acho que no fundo não há um apoio institucional da escola. A pessoa chega quer fazer alguma coisa e não encontra um apoio da escola, então as pessoas vão desanimando e a coisa vai ficando por lá. C.M. Então, Victor tem mais alguma coisa que você quer registrar sobre essa experiência? V. M. Assim foi a minha experiência pessoal. Houve um determinado momento em que houve um fluxo de Centros de Memória; eu olhava aquilo com muita suspeita. Porque eu falava assim Cara! Eles não têm noção do que é um Centro de Memória. A Silvana 14 minha amiga e irmã de muitos anos, eu vi a batalha dela de tantos anos, para conseguir fazer com que o Centro de Memória 15 lá no Rio grande do Sul seja o que ele é, da mesma forma a batalha que o pessoal do Centro de Memória 16 da UFMG 17 tem. O pessoal foi muito na onda de vamos abrir Centros de Memória sem ter noção que é muito difícil isso, tem que ter profissionais capacitados, você tem que ter expertise em organização dos acervos e tem que ter recurso, porque se não você não consegue fazer o básico da higienização do acervo, captação de novos acervos. Então eu acho que no decorrer do tempo na verdade a gente vai ficar com dois ou três Centros de Memória, que são aqueles que de fato se estruturaram para isso. C. M. Então, Victor muito obrigada! V. M. Foi um prazer! [FINAL DA ENTREVISTA] 13 Nome sujeito a confirmação. 14 Silvana Vilodre Goellner. 15 Centro de Memória do Esporte da ESEF-UFRGS. 16 Centro de Memória da Educação Física, do Esporte e do Lazer. 17 Universidade Federal de Minas Gerais.