PERCEPÇÃO DOS EMPRESÁRIOS SOBRE OS RESULTADOS DA COPA DO MUNDO. Abril 2014

Documentos relacionados
56% dos empresários esperam vender mais com a realização da Copa do Mundo, mostra SPC Brasil

Copa do Mundo Comportamento do Consumidor

CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO CAI 2,3% NO TRIMESTRE

Copa do Mundo 2014 PJ

SONDAGEM DATAS COMEMORATIVAS DIA DOS PAIS

Brasileiros gastam cerca de R$ 18 mil por ano com produtos de luxo, diz pesquisa do SPC Brasil

Sete em cada dez sonhos de consumo dos brasileiros ainda não foram realizados.

PERFIL DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS BRASILEIRAS

Micro e Pequenos Empresários retardam pagamento do 13º, mas a grande maioria conseguirá pagar o benefício até o final de 2003

no Estado do Rio de Janeiro

Resultado de Vendas de Dia dos Namorados 2016

Instituto Fecomércio/DF

ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS NAS CAPITAIS BRASILEIRAS

PESQUISA DE DIA DAS MÃES 2016

SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA: CAPIXABAS NÃO SE SENTEM SEGUROS EM GRANDES EVENTOS PÚBLICOS

Relatório de Intenção de compras de Natal

Cesta básica volta a subir na maior parte das capitais

2. COMPARAÇÃO DE PERFIL ENTRE ADIMPLENTES E INADIMPLENTES

Sete em cada dez brasileiros assumem gastos extras em função da Copa, revela SPC Brasil

Pesquisa Mensal de Emprego

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) JOINVILLE

Boletim Econômico Edição nº 52 dezembro de Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Desaceleração do varejo catarinense provoca queda na confiança do empresariado do comércio. Síntese dos resultados. Índice Out/11 Nov/11

ICEI Índice de Confiança do Empresário Industrial Julho/07 Interiorização da Sondagem

Elaboração e Análise de Projetos

A realidade do SAB para as crianças e adolescentes de 7 a 14 anos. O acesso à Educação

Educação e Escolaridade

Pesquisa de Avaliação dos Serviços Públicos de Florianópolis

Pesquisa de Percepção dos Serviços Públicos de Blumenau

Índice fipezap de preços de imóveis anunciados

Pesquisa Intenções de compras do Dia das Mães

Pesquisa com visitantes domésticos e internacionais dos Jogos Rio 2016 Resultados Preliminares

Endividamento recua em dezembro

1. Intenção de Viagem Resultados Consolidados

SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 PESQUISA EFAPI 2013

1. Sondagem de Expectativas do Consumidor IBRE-FGV

NO ÂMBITO DA OCUPAÇÃO

Intenções de Investimento

Pesquisa de. Dia dos Namorados

GARÇONS 50% DOS BARES NÃO REPASSAM GORJETA, DIZ SINDICATO

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O BNP PARIBAS DIVIDENDOS FUNDO DE INVESTIMENTO EM COTAS DE FUNDO DE INVESTIMENTO AÇÕES CNPJ/MF:

Planejamento Financeiro

Maio São Paulo. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

OCUPAÇÃO E EMPREENDEDORISMO NAS REGIÕES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: uma análise a partir do Censo 2010

Representatividade das MPEs:

PESQUISA SONDAGEM DE VENDAS DIA DOS NAMORADOS Palmas - TO, 23 de junho de 2014.

PESQUISA ANUAL DE INTENÇÃO DE COMPRAS PARA O DIA DAS MÃES PESQUISA REALIZADA JUNTO AOS CONSUMIDORES REGIÃO METROPOLITANA DE JOÃO PESSOA

Econômico - Financeira

Resultados de março 2015

ALGODÃO Período: 06 a 10/04/2015

Custo da cesta aumenta em metade das capitais pesquisadas

FECOMÉRCIO DIVULGA PESQUISA COM O PERFIL DO TURISTA QUE VISITA NATAL

Jornada do CFO 2015 A caminho da transparência

Educação Financeira. Janeiro Slide 1

Aumento do emprego contrasta com desindustrialização em SP e RJ

Pesquisa de Vitimização dos Supermercados Belo Horizonte - Agosto de 2015

PERFIL DAS MULHERES empreendedoras da Região Metropolitana do Rio de Janeiro

Consumo como alcance da felicidade Julho/2015

TAXA DE OCUPAÇÃO HOTELEIRA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

O perfil do trabalhador do comércio do Município de São Paulo

Com mais empresas endividadas, pedidos de recuperação judicial aumentam 30%

A pesquisa como ferramenta de observação de tendências. Rio de Janeiro, 03 de setembro 2009

CREDIÁRIO, CARNÊ E CARTÃO DE LOJA: Processo Decisório e Hábitos de Compra

Boletim eletrônico trimestral sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho a partir dos dados da - Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE -

Maranhão. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado do Maranhão (1991, 2000 e 2010)

INDX apresenta estabilidade em abril

Banco Central anuncia novo status da dívida externa brasileira

RETRATOS DA SOCIEDADE B RASILEIRA:

NOTA TÉCNICA Nº 1. Governo do Estado da Bahia Secretaria do Planejamento (Seplan) Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI)

Maio Belo Horizonte. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

Geografia População (Parte 1)

Copa das Confederações

HETEROGENEIDADE REGIONAL

alocação de custo têm que ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como o aluguel, a supervisão, as chefias, etc.

Pernambuco. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado de Pernambuco (1991, 2000 e 2010)

USO DO CRÉDITO NAS COMPRAS DE AUTOMÓVEIS E ELETRODOMÉSTICOS

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O HSBC FI ACOES PETROBRAS / Informações referentes a Abril de 2013

Cesta básica mais barata em 12 cidades

Custo da cesta básica recua em 11 capitais

Ao crescer 6,9% em 2015, economia chinesa manteve a tendência de gradual desaceleração, com forte ajuste da indústria e do setor de construção

ESTUDO INTERNACIONAL. Pequenas e Médias Empresas: riscos e oportunidades

Análise de Mercado. Plano de Negócios

DESAFIOS PARA GARANTIR O TRABALHO DECENTE PARA OS/AS JOVENS, COM ESPECIAL ATENÇÃO ÀS QUESTÕES DE GÊNERO E RAÇA

ITG 1000 PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

EDUCAÇÃO FINANCEIRA: HÁBITOS E MOTIVAÇÕES DO BRASILEIRO PARA POUPAR E INVESTIR

13/07/2016 Agência CAIXA de Notícias ESTADO DE S.PAULO: Compactos na Barra Funda buscam atrair público jovem

SALUS FUNDO DE INVESTIMENTO FII. CNPJ nº / (Administrado por INTRADER DTVM Asset servicing.)

Pesquisa de Opinião do Comércio Varejista. Expectativas para o Natal

Os Processos de Construção e Implementação de Políticas Públicas para Crianças e Adolescentes em Situação de Rua 1

Sondagem Industrial. Ano 3 - nº 3-3º trimestre de 2011

Preço da cesta básica só recua em Brasília

1. Público - Alvo O FUNDO destina-se a receber aplicações de recursos pelo público em geral, desde que sejam clientes do Banco Citibank S.A.

CUSTOS SOCIAIS E ECONÔMICOS DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO EM MARINGÁ

DENGUE. Jamila Rainha Jamila Rainha é cientista social e consultora de Pesquisa /

Projeto de Lei do Senado nº., de O CONGRESSO NACIONAL decreta:

ANÁLISE MENSAL - IPCA

CONSUMO NA INTERNET Compras Internacionais

Transcrição:

PERCEPÇÃO DOS EMPRESÁRIOS SOBRE OS RESULTADOS DA COPA DO MUNDO Abril 2014

APENAS 16% DOS EMPRESÁRIOS ESTÃO EXTREMAMENTE OTIMISTAS COM O CRESCIMENTO DAS VENDAS DURANTE A COPA DO MUNDO, REVELA PESQUISA DO SPC BRASIL Apesar de a Copa do Mundo ser um dos eventos de maior destaque na agenda esportiva mundial, apenas 16% dos empresários brasileiros estão extremamente otimistas em relação ao crescimento do volume das vendas durante a realização dos jogos. Outros 40% acreditam que as vendas devem se elevar apenas um pouco ao longo do evento. Assim, 56% dos entrevistados estão, de alguma forma, otimistas com relação às vendas no período: para esses, o volume de vendas deve crescer, em média, 21,2%. Os dados constam da mais recente pesquisa do SPC Brasil, cujo objetivo foi mensurar a expectativa dos negócios em relação à Copa do Mundo 2014, que acontece entre junho e julho no país. O estudo procurou avaliar os investimentos que estão sendo feitos para o evento, as adequações realizadas ou não nos pontos de venda, a percepção sobre o perfil e as necessidades do público da Copa. 2

PRINCIPAIS RESULTADOS EXPECTATIVAS DE VENDAS Apenas 16% dos entrevistados estão bastante otimistas com relação às vendas na Copa do Mundo: esses acreditam que o volume de suas vendas vai aumentar muito. Outros 40% avaliam que as vendas vão aumentar um pouco. Em contrapartida, cerca de um terço (33%) dos entrevistados estão indiferentes, isto é, acreditam que as vendas não devem se alterar em função do evento. Por fim, 7% esperam leve queda nas vendas 1. Em especial, os entrevistados de Belo Horizonte revelam uma percepção bastante pessimista com relação ao evento. Por outro lado, o Rio de Janeiro se destacou por apresentar um quadro de mais otimismo. A percepção mais favorável por parte dos empresários cariocas pode estar relacionada ao fato de que o Rio de Janeiro já é uma cidade turística, a qual tradicionalmente abriga eventos de grande repercussão internacional. Assim, os impactos econômicos decorrentes da Copa do Mundo devem continuar sendo sentidos pelos empresários da região após o término do evento. Vale destacar que, em geral, os entrevistados das cidades litorâneas tendem a ser mais otimistas, possivelmente por avaliarem que o público da Copa vai se sentir atraído também pelas belezas naturais da região, gastando mais tempo e dinheiro durante a estadia. Na capital carioca, o percentual de otimistas é de 90%, contra 44% em Belo Horizonte. As expectativas com relação às vendas também variam entre os setores. O quadro abaixo mostra que os segmentos com expectativas acima da média nacional são os de agência de viagens, comércio de shopping e hotelaria. Nesses setores, o percentual de otimistas é de 71%, 62% e 59%, respectivamente. AVALIAÇÃO DA COPA DO MUNDO: VOLUME DE VENDAS: Apenas 16% dos empresários estão muito otimistas com a Copa do Mundo. 1 O número é semelhante ao obtido pela FGV em seu Indicador de Confiança de Serviços. Em março de 2014, a proporção de empresários prevendo aumento da demanda nos próximos três meses estava em 40,3%, enquanto a parcela daquelas prevendo demanda menor estava em 8,5%. O Índice de Confiança do Comércio apresentou resultado na mesma linha: em março de 2014, 52,4% dos entrevistados esperava aumento das vendas nos três meses seguintes. 3

Levando-se em consideração apenas os entrevistados que declararam otimismo, há uma expectativa de que vendas vão aumentar, em média, 21,2% no período dos jogos. Novamente, o destaque fica com o Rio de Janeiro, onde esse percentual atinge 31,1%. Na análise setorial, merecem destaque os setores de locomoção e diversão, os quais esperam, em média, aumentos de 28,3% e 27,6%, respectivamente. EXPECTATIVA DA VARIAÇÃO DO VOLUME DE VENDAS ENTRE OS OTIMISTAS: Rio de Janeiro é a cidade com maior aumento no volume de vendas (expectativa). Em relação à lucratividade, os empresários do setor de hotelaria são os mais otimistas. 69,8% deles acham que seu segmento será um dos mais lucrativos na copa. Esse percentual cai para 56% entre os empresários do setor de lazer, diversão e alimentação (55,6%) e para 38,2% entre os empresários de transporte. Os empresários do comércio estão mais pessimistas que otimistas: 27,5% deles acham que seu setor vai ser um dos que menos vai lucrar na copa, contra apenas 23,8% que acham que seu setor vai ser um dos três mais lucrativos no período da copa. 4

PREPAROS PARA A COPA Com relação à organização para Copa, 63% dos entrevistados afirmam que não se prepararam ou que não estão se preparando para o evento. O Rio de Janeiro aparece com o mais alto percentual de despreparo (78% dos respondentes admitem falta de preparo), possivelmente por já ter uma estrutura para grandes eventos internacionais, como salientado anteriormente, incluindo a Copa das Confederações, realizada no ano passado. ESTÁ SE PREPARANDO OU JÁ SE PREPAROU PARA A COPA DO MUNDO: 63% dos empresários não se prepararam e nem irão se preparar para a Copa. Já as capitais do Nordeste, que não têm a mesma tradição e tendem a perceber o evento como uma oportunidade inédita, mostram maior preocupação com os preparativos. Em Fortaleza, 81% dos entrevistados afirmaram que já se prepararam ou que pretendem se preparar para o evento, apesar de ainda não terem começado. Esse percentual é 72% em Recife e 59% em Salvador. Quando consideramos o total Brasil, o percentual de entrevistados com essa postura atinge apenas 37%. Outro indício da falta de entusiasmo com o evento pode ser percebido no quadro abaixo. Apenas 22% dos entrevistados afirmam que já estão preparados para receber o público da Copa. E outros 28% afirmam que estarão prontos em um mês, enquanto um terço do total (33%) admite que levará dois meses para se preparar. Vale destacar que a pesquisa foi feita, em média, a três meses do início dos jogos. 5

Entre os segmentos, as agências mostram-se mais preparadas para receber o público: 83% dos entrevistados desse setor afirmam que já se prepararam para o evento. Tal fato possivelmente está associado à dinâmica própria do setor, que depende de planejamento, vendas antecipadas, reservas etc. Já o setor de comércio geral pode, por exemplo, preparar a loja e anunciar promoções em menos de 24 horas, como ocorre em lojas de rua, shoppings, bares e restaurantes. O quadro abaixo demonstra que parte expressiva do comércio de rua, por exemplo, vai estar preparado em um mês (30%) ou em dois meses (29%) antes do evento. EM QUANTO TEMPO ESTARÁ PREPARADO PARA RECEBER O PÚBLICO DA COPA DO MUNDO? Apenas 22% já está pronto para o evento. Entre as formas de preparo para o evento, a maior parte das respostas aponta para a ampliação de estoques (51%) e contratação de funcionários (40%). Na sequência, surgem os tópicos referentes à elevação da variedade de produtos (39%) e treinamento de equipe (37%). Observase, no entanto, que as preparações não envolvem alterações estruturais e investimentos de médio ou longo prazo. FORMA COMO ESTÁ SE PREPARANDO PARA A COPA DO MUNDO: Observa-se que não há alterações estruturais significativas. 6

Com relação às formas de financiamento utilizadas para os investimentos da Copa, o destaque absoluto foi o uso de capital pessoal reservas e/ou poupança. A opção de utilizar o capital pessoal ao invés de tomar empréstimos na hora de financiar os investimentos para a Copa está relacionada às características próprias do mercado de crédito do país. É fato que as taxas de juros no Brasil são bastante elevadas quando comparadas a de outros países. A recente alta da taxa Selic, associada a um cenário de atividade econômica mais fraca, também tem impactos negativos sobre a tomada de crédito. A opção mais barata de crédito para o empresário é, em geral, o BNDES. No entanto, a concessão dessas linhas de crédito está envolta em um enorme número de trâmites burocráticos, os quais acabam dificultando muito a tomada de crédito pelo pequeno empresário. Em 2013, por exemplo, apenas 16% dos empréstimos concedidos pelo BNDES foram direcionados a empresas com faturamento de até R$ 2,4 milhões 23. Finalmente, vale destacar que, de acordo com dados recentemente divulgados pelo Banco Central, o crescimento do estoque de crédito no país como um todo segue em desaceleração, a qual também é observada nas modalidades específicas abordadas pelo estudo. Tais fatores, em conjunto, explicam parcialmente as opções de financiamento captadas pela pesquisa. 2 Dados do BNDES. 3 Segundo Morais (2006), são inúmeras as dificuldades de acesso ao crédito das micro e pequenas empresas no país.tais dificuldades envolvem falhas legais, informacionais e macroeconômicas, as quais podem ser classificadas como problemas referentes à oferta (como altos spreads) e também à demanda (deficiências gerenciais, contábeis e informacionais nas empresas). Com relação a esses últimos problemas, merecem destaque as vulnerabilidades típicas nas firmas de micro e pequeno portes, relacionadas à informalidade na condução dos negócios, deficiências nos registros contábeis e nas documentações legais que aumentam as assimetrias de informações entre a empresa e o banco. Morais, José Mauro. Empresas de Pequeno Porte e as Condições de Acesso ao Crédito: falhas de mercado, inadequações legais e condicionantes macroeconômicos. IPEA, texto para discussão nº 1189. Brasília, junho de 2006. 7

RECURSOS FINANCEIROS QUE ESTÃO SENDO UTILIZADOS PARA INVESTIR Indagados sobre as principais dificuldades que enfrentam na preparação para a Copa, a falta de mão de mão de obra qualificada aparece em primeiro lugar, com 35% das respostas, seguida pelas dificuldades relacionadas à negociação com fornecedores (29%). Observa-se, no quadro abaixo, que as dificuldades tendem a variar entre as diferentes regiões, o que sugere que as cidades pesquisadas vivem realidades bem distintas. Enquanto a falta de profissionais qualificados é um problema maior em São Paulo (50% dos entrevistados apontam esse problema) e Fortaleza (48%), essa dificuldade parece ser, comparativamente a outras questões, bem menos relevante no Rio (15%), Recife (20%) e em BH (22%). Em geral, essa dificuldade é também comum a todos os segmentos pesquisados. PRINCIPAIS DIFICULDADES QUE VEM ENFRENTANDO NA PREPARAÇÃO: A falta de mão de obra qualificada é a grande dificuldade dos empresários. 8

É válido destacar que grande parte dos empresários entrevistados (42%) não acredita que os investimentos para o evento sejam necessários, especialmente por não projetarem aumento significativo de demanda. Tal percepção aparece como um dos principais fatores que justificam a falta de preparação por parte desses empresários. MOTIVO DE NÃO TER SE PREPARADO PARA A COPA DO MUNDO: Entre os que não se prepararam, a descrença no aumento da demanda que justifique investimentos é o principal motivo. 9

AS LIÇÕES DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES As lições da Copa das Confederações do ano abaixo do esperado. Por outro lado, 44% disseram passado ajudam a explicar o fato de o empresariado que o retorno foi dentro do esperado e apenas estar, em boa parte, reticente em relação à Copa do 16% avaliam que o resultado ficou acima das Mundo. Em geral, 55% afirmaram que se prepararam expectativas, de acordo com o quadro abaixo. Esses para o evento de 2013. Porém, para 40% dos que dados provavelmente contribuem com o cenário investiram, o retorno AVALIAÇÃO ficou abaixo DO ou RETORNO muito mais DO pessimista INVESTIMENTO registrado na atual pesquisa. PARA A COPA DAS CONFEDERAÇÕES: No entanto, o retorno esperado se dividiu entre aqueles que tiveram um resultado positivo (maior incidência) e negativo. AVALIAÇÃO DO RETORNO DO INVESTIMENTO PARA A COPA DAS CONFEDERAÇÕES NS/NR 1% O retorno foi muito abaixo do esperado 11% O retorno foi acima do esperado 16% O retorno foi abaixo do esperado 29% O retorno foi dentro do esperado 44% Slide 12 BASE Geral 147 A pesquisa detectou que alguns empresários estão tomando uma série de medidas como forma de preparação dos negócios para a Copa: A principal alteração dos Pontos de Venda (PDVs) será o aumento do estoque, em especial nas cidades litorâneas e no segmento diversão; O horário de atendimento deve ser mantido em 63% dos estabelecimentos, porém 17% devem fechar mais cedo. Em BH, Recife e Brasília, o percentual de estabelecimentos que devem fechar mais cedo é ainda maior. A análise setorial, por sua vez, revela que o comércio é o segmento em que maior percentual de empresários deve reduzir o horário de atendimento: 19% esperam essa redução nas lojas de rua e 20% nos shoppings; Rio de Janeiro e os segmentos locomoção e diversão são os estratos analisados nos quais maior percentual respondeu que irá aumentar o expediente; 10

O aumento do quadro de funcionários será feito principalmente em Salvador, Fortaleza e nos segmentos hotelaria, diversão e agências; 11% dos empresários admitiram que irão aumentar os preços dos produtos e/ou serviços durante a Copa, principalmente os de Fortaleza. A alta será, em média, de 20%; Locomoção e agências são os segmentos nos quais um percentual mais alto de empresários respondeu que está ampliando as formas de pagamento. PERCEPÇÃO SOBRE O PÚBLICO DA COPA A principal percepção é que a grande maioria dos turistas será formada por brasileiros. Além disso, a ideia de que a Copa do Mundo será um evento que abrange todas as classes e gêneros chama a atenção. Além disso, observa-se um predomínio da faixa etária de 30 a 60 anos em relação ao público mais interessado. A pesquisa também apontou que os entrevistados entendem que os turistas, em sua grande maioria, não irão viajar sozinhos e que gastarão pelo menos um pouco nas cidades sede dos jogos para conhecer pontos turísticos e fazer outros programas. Não se pode traçar um perfil das pessoas que estão comprando ingressos para a Copa do Mundo, pois as vendas são feitas pela internet. No entanto, já é possível saber que já foram vendidos 2 milhões e 577 mil de ingressos, sendo que os brasileiros compraram 1 milhão e 591 mil (61,7%). Os norteamericanos estão em segundo lugar na lista dos maiores compradores, com a aquisição de 154 mil ingressos, seguidos pelos australianos, ingleses e colombianos. Este é o balanço da segunda fase de vendas, encerrada em primeiro de abril. 11

GASTOS E GRAU DE EXIGÊNCIA DOS TURISTAS Entre os entrevistados, há uma expectativa de que os visitantes irão gastar muito na cidade (48%) ou, pelo menos, um pouco (36%). Apenas 16% avaliam que eles não vão gastar quase nada. Mais uma vez, o Rio de Janeiro aparece em destaque, com um percentual de 77% entrevistados na expectativa de gastos muito elevados. Brasília aparece em segundo lugar (69%) neste item, seguida por Salvador (53%). COMO IRÃO PROCEDER EM RELAÇÃO AOS GASTOS COM TURISMO A pesquisa também perguntou quais são as três características que o entrevistado considera mais importante para os clientes na copa do mundo. Qualidade do atendimento 80% * Rapidez 46% Qualidade dos produtos e serviços 36% Preço dos produtos ou serviços 33% Variedade no mix 28% * Respostas múltiplas 12

PÚBLICO ALVO E SEGMENTOS PESQUISADOS Foram entrevistados proprietários e gestores de empresas cujo segmento de atuação tem relação direta com a Copa do Mundo nas cidades selecionadas. O tamanho amostral da pesquisa foi de 600 casos, gerando uma margem de erro no geral de 4,0 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%. Os dados foram coletados entre os dias 24 de fevereiro e 10 de março de 2014. Foram escolhidos os seguintes segmentos de negócios: Locomoção cooperativas de táxi e locadoras de veículos; Hotelaria hotéis, pousadas e albergues; Alimentação padarias, restaurantes self service, lanchonetes (sem conotação de diversão/lazer/ confraternização); Diversão/confraternização casas noturnas, bares, restaurantes (exceto self service), supermercados, mercados populares; Comércio shopping centers; Comércio rua; Agências de turismo. Confira, no quadro abaixo, a distribuição da amostra de acordo com as praças e os segmentos pesquisados. PRAÇA SEGMENTO 13

CONCLUSÃO Quando o Brasil foi anunciado como sede da Copa do Mundo de 2014, há alguns anos, não só os amantes do futebol ficaram entusiasmados, mas governantes e empresários também comemoraram. O evento de grande destaque na agenda mundial prometia impulsionar negócios de grande escala para o país e impactar toda a economia. No entanto, a pesquisa elaborada pelo SPC Brasil, realizada a poucos meses do evento, captou um cenário bastante diferente. De modo geral, a percepção atual dos empresários do comércio e de outros segmentos a serem impactados pelo evento - não se manteve tão otimista. O baixo percentual de entrevistados que demonstra muito otimismo com os negócios, em função da Copa do Mundo, dá o tom da falta de expectativas positivas. É elevado, por exemplo, o número de empresários que ainda não se preparou para o evento. Apenas segmentos mais diretamente impactados pelo evento estão com expectativas mais positivas. É o caso de hotelaria, alimentação e transporte. Concentra-se no comércio o maior desalento em relação ao evento. Há uma clara percepção que o turista vai gastar dinheiro em vários segmentos, como hotéis, restaurantes, bares e transporte, mas não com compras no comércio seja de rua ou de shopping. Mesmo entre os otimistas, a percepção de aumento de vendas não ultrapassa 21%. A ideia é que esse turista que vem para a Copa não está interessado exatamente em comprar, mas em gastar com lazer, com alimentação de qualidade e com atrações turísticas. Os entrevistados entendem que a qualidade do atendimento e a rapidez serão os itens mais importantes para os clientes na Copa do Mundo. Por isso, estão preocupados com a qualificação da mão de obra a ser contratada. 14