REQUERIMENTO (Do Sr. Dr. UBIALI) Requer o envio de Indicação ao Poder Executivo, relativa à inserção do Cooperativismo como Tema Transversal nos currículos escolares do ensino Senhor Presidente: Nos termos do art. 113, inciso I e 1º, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, requeiro a V. Exª. seja encaminhada ao Poder Executivo a Indicação em anexo, sugerindo a inserção do Cooperativismo como Tema Transversal nos currículos escolares do ensino Sala das Sessões, em de de 2010. Deputado DR. UBIALI
INDICAÇÃO Nº, DE 2010 (Do Sr. DR. UBIALI) Sugere a inserção do Cooperativismo como Tema Transversal nos currículos escolares do ensino Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado da Educação: A consolidação da democracia, o desenvolvimento da pessoa humana e a modificação das condições sociais na perspectiva da erradicação da pobreza e do combate à desigualdade, deve iniciar-se por uma sólida formação na infância e juventude, fases da vida humana nas quais a família e a escola desempenham papéis insubstituíveis. Nessa perspectiva, aquilo que estiver ao alcance das escolas no sentido de corroborar com a formação cidadã de nossas crianças e adolescentes durante o Ensino Fundamental e Médio deve ser amplamente incentivado e apoiado pela sociedade e Poder Público em todo o País. Entretanto, somos sabedores de que não se trata de promover, por meio de iniciativa legislativa, inclusão de matérias ou disciplinas na chamada grade curricular do ensino Por força no disposto na da Lei nº 9.131/95, art. 9º, 1º, c, e 2º, c, e na Lei nº 9.394/96, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional (LDB), art. 26, cabe à Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CEB/CNE), deliberar sobre as diretrizes curriculares propostas pelo Ministério da Educação (MEC), por meio de Resoluções.
2 Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), distribuídos pelo MEC às escolas, foram elaborados como sugestões para colaborar com os sistemas e suas redes escolares, no ensino fundamental e médio, na implementação das diretrizes curriculares nacionais e construção de suas propostas pedagógicas e currículos escolares. Portanto, a partir do disposto na LDB e normas educacionais exaradas da CEB/CNE, cabe às instituições de ensino, no exercício de sua autonomia pedagógica, a elaboração dos currículos escolares, com fundamento nas diretrizes nacionais. A Resolução CEB/CNE nº 2, de 7 de abril de 1998, que Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, em consonância com o disposto na LDB, dispõe que: Art. 3º. São as seguintes as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental: I As escolas devem estabelecer como norteadores de suas ações pedagógicas: a) os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum; b) os princípios dos Direitos e Deveres da Cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática; c) os princípios estéticos da sensibilidade, da criatividade e da diversidade de manifestações artísticas e culturais.... IV (...) A base comum nacional e sua parte diversificada deverão integrar-se em torno do paradigma curricular, que vise a estabelecer a relação entre a educação fundamental e: a) a vida cidadã através da articulação entre vários dos seus aspectos como: 1. a saúde 2. a sexualidade 3. a vida familiar e social 4. o meio ambiente 5. o trabalho 6. a ciência e a tecnologia 7. a cultura
3 8. as linguagens. b) as áreas de conhecimento: 1. Língua Portuguesa 2. Língua Materna, para populações indígenas e migrantes 3. Matemática 4. Ciências 5. Geografia 6. História 7. Língua Estrangeira 8. Artes 9. Educação Física 10. Educação Religiosa, na forma do art. 33 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (...) Ao elaborar os PCN s, o Ministério da Educação propôs que os aspectos da vida cidadã, formulados como Diretrizes Curriculares Nacionais pela CEB/CNE, sejam abordados como Temas Transversais no currículo escolar do Ensino Fundamental brasileiro. E afirmou, à época, que o compromisso com a construção da cidadania exigia uma prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental. Daí a necessidade de incorporação ao currículo como Temas Transversais das questões da Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde e Orientação Sexual. A proposta da transversalidade implica a não criação de novas áreas de conhecimento ou disciplinas, mas a incorporação dos objetivos e conteúdos dos Temas Transversais nas áreas já existentes, previstas na Resolução nº 2/98 da CEB/CNE, e no trabalho educativo da escola. Essa forma de organização do trabalho didático impõe desafios às escolas e às autoridades educacionais, mormente no que se refere à produção de material didático-pedagógico e à preparação dos docentes. Pois bem, Senhor Ministro: dirijo-me me a Vossa Excelência para sugerir a inserção do Cooperativismo como Tema Transversal no currículo escolar dos Ensinos Fundamental e Médio dos estabelecimentos de ensino públicos em todo o País.
4 Essa sugestão consta como desafio na Agenda Legislativa do Cooperativismo 2010, lançada no último dia 3 de março, pela OCB/FRENCOOP Organização das Cooperativas Brasileiras/Frente Parlamentar do Cooperativismo. Para cumprir essa finalidade, qual seja, a de implementação do Cooperativismo como Tema Transversal nos currículos escolares dos Ensinos Fundamental e Médio das escolas públicas, sugerimos que o Ministério da Educação encaminhe iniciativas de produção e distribuição de materiais didático-pedagógicos aos docentes e de inclusão dessa temática nos programas de formação continuada, inclusive por educação a distância e treinamento em serviço, dos professores em exercício nas diferentes modalidades dos Ensinos Fundamental e Médio, oferecidos sob responsabilidade desse Ministério. Neste quesito, é de fundamental importância a iniciativa do Ministério da Educação, com sua experiência e função de coordenação da política nacional de educação, a ele atribuída pela legislação educacional vigente. Por meio de suas Secretarias, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e da Universidade Aberta do Brasil, sugerimos que o MEC implemente ações de incentivo e apoio aos sistemas de ensino dos Estados, Distrito Federal e Municípios para a inserção do Cooperativismo como Tema Transversal no currículo escolar dos Ensinos Fundamental e Médio nos estabelecimentos de ensino público em todo o País e, em regime de colaboração, implemente programas de formação continuada dos professores. Sala das Sessões, em de de 2010. Deputado DR. UBIALI