Registro Hospitalar de Câncer Conceitos Básicos Planejamento Coleta de Dados Fluxo da Informação
Registro Hospitalar de Câncer Este tipo de registro se caracteriza em um centro de coleta, armazenamento, processamento e análise - de forma sistemática e contínua - de informações de pacientes atendidos em uma unidade hospitalar, com diagnóstico confirmado de câncer. A informação produzida em um Registro Hospitalar reflete o desempenho do corpo clínico na assistência prestada ao paciente.
Registro de Câncer de Base Populacional Este tipo de registro se caracteriza em um centro de coleta, armazenamento, processamento e análise - de forma sistemática e contínua - de informações de pessoas com diagnóstico de câncer em uma área geográfica delimitada. A informação produzida em um Registro Populacional busca conhecer a incidência do câncer em uma população específica em área geográfica e tempo definidos.
Registro Hospitalar de Câncer Finalidades q Contribuir para a melhoria da assistência prestada ao paciente q Planejamento intra-institucional q Auxiliar e contribuir na organização de um Sistema de Informações em Câncer q Educação profissional e continuada para os profissionais da área de saúde pública
Registro de Câncer de Base Populacional Finalidades q Promover a vigilância epidemiológica do câncer na população coberta pelo RCBP q Contribuir para o planejamento dos serviços de saúde na área de cobertura do registro q Contribuir para a organização de um Sistema de Informações em Câncer a nível nacional
Registro Hospitalar de Câncer - Planejamento - Estudo de viabilidade e dimensionamento operacional: - qual o número de casos novos por ano? - existe conhecimento da estrutura do SAME? Mecanismo de identificação de casos: - onde/como resgatar os casos? - qual o ano para o início do cadastro dos casos? Elenco de informações a serem cadastradas: - existe condição de gerar as informações necessárias? - quais os meios a serem usados para armazenar e divulgar as informações?
Registro Hospitalar de Câncer - Planejamento - Apoio institucional - a Direção do hospital sabe o que é RHC? - além disso, conhece o setor do RHC? - onde está localizado o RHC? Possui sala própria? - o RHC possui Coordenador, ou somente Registradores? - foi instituída a Comissão Assessora do RHC? Treinamento de pessoal - as pessoas do RHC estão capacitadas para desenvolver esta atividade? - quem coleta informações dos pacientes tem conhecimento sobre os critérios conceituais do RHC? Possui e utiliza o Manual de Rotinas e Procedimentos?
Metodologia para coleta de dados 1- os dados devem ser coletados e armazenados, de forma contínua e sistemática, a partir do prontuário hospitalar único. 2- para hospitais especializados a identificação dos casos a serem cadastrados poderá ser feita a partir da verificação de todos os prontuários abertos no hospital. Nesses hospitais, justifica-se a busca através das listagens de matricula, para que a cobertura seja excelente, ou seja, nenhum caso novo seja perdido. 3- para hospitais gerais, a busca direcionada diminui o trabalho de avaliar expressivo número de prontuários sem patologia tumoral maligna. Deve-se mapear o hospital pelos seus serviços de atendimento e diagnóstico. Aqueles serviços que atenderem pacientes com câncer + o serviço de anatomia patológica, poderão ser usados como fontes hospitalares para notificação de tumores.
COLETA DE DADOS E FLUXO DA INFORMAÇÃO - Hospital Especializado - Fluxo Externo ao RHC Clínicas de Atendimento (Oncologia Clínica, Ginecologia, RXT) Serviços para Diagnóstico e Apoio (Anatomia Patológica, Laboratório, Clínica da Dor) Serviço de Matrícula Arquivo Médico - Prontuário Médico - (ÚNICO) Serviço Social Registro Hospitalar de Câncer
Fluxo Interno do RHC Seleção de prontuários para análise Caso Notificável (maligno, analítico e não analítico, incerto) Arquivo Médico - Prontuário Médico - (ÚNICO) Caso não Notificável (benigno, matrícula cancelada, vazio) Situação Pendente (não localizado, sem diagnóstico, incompleto) Divulgação das Informações - Relatórios - (Usuários) Análise do banco dos dados (Equipe do RHC e Comissão Assessora) Dados Inconsistentes (Correção do banco de dados) Análise do Caso (Preenchiment o das Fichas) Processamento dos Dados (Digitação) Relatórios de Consistência (Crítica dos dados)
COLETA DE DADOS E FLUXO DA INFORMAÇÃO - Hospital Geral - Fluxo Externo ao RHC Clínicas de Atendimento (Oncologia Clínica, Pneumologia, Ginecologia, Pediatria) Serviço de Matrícula ou Triagem Registro Hospitalar de Câncer Serviços para Diagnóstico e Apoio (Anatomia Patológica, Laboratório, Radiologia) Serviço Social Arquivo Médico - Prontuário Médico - (ÚNICO)
Fluxo Interno do RHC Seleção de prontuários para análise Caso Notificável (maligno, analítico e não analítico, incerto) Arquivo Médico - Prontuário Médico - (ÚNICO) Caso não Notificável (benigno, matrícula cancelada, vazio) Situação Pendente (não localizado, sem diagnóstico, incompleto) Divulgação das Informações - Relatórios - (Usuários) Análise do banco dos dados (Equipe do RHC e Comissão Assessora) Dados Inconsistentes (Correção do banco de dados) Análise do Caso (Preenchiment o das Fichas) Processamento dos Dados (Digitação) Relatórios de Consistência (Crítica dos dados)
O RHC, como qualquer outro sistema de informações que se proponha a coletar, tabular, analisar e divulgar dados de modo contínuo e sistemático, deve cercar-se de todos os cuidados necessário à minimizar a possibilidade de erro em qualquer etapa do processo. UTILIZAÇÃO DO MANUAL DE PROCEDIMENTOS
Observação importante TODA MUDANÇA OPERACIONAL /CRITÉRIO OU PADRÃO - NA COLETA, ARMAZENAMENTO, ANÁLISE OU DIVULGAÇÃO DO DADO, DEVERÁ SER ANOTADA NO LIVRO DE OCORRÊNCIAS E POSTERIORMENTE, SE PERTINENTE INCLUIDA NO MANUAL DO REGISTRO
QUALIDADE DAS INFORMAÇÕES A preocupação com a qualidade dos dados deve estar presente em todas as etapas de trabalho dos Registros: q q q Na elaboração das fichas, manuais e rotinas de trabalho; Na coleta e armazenamento da informação; Na divulgação das informações. PROCEDIMENTO DE CONTROLE DE QUALIDADE q Validação dos dados (consistência dos dados; concordância diagnóstica; verificação histórica) q Cobertura dos dados (comparação com outras fontes de dados; comparação com dados de mortalidade; estudo de amostragem
Os dados coletados em cada registro podem apresentar pequenas variações, de acordo com as necessidades do hospital e com sua capacidade de obtenção das informações. No entanto, a nomenclatura e definições referentes a cada variável devem ser as mesmas em todos os registros, com base em classificações e padrões nacionais e internacionais. Os padrões utilizados em RHC são: q q q q Classificação Internacional de Doenças para Oncologia - a CID-O 2ª e 3ª edições, que permite padronizar os tumores para viabilizar as tabulações e os estudos comparativos. Classificação TNM - da União Internacional de Combate ao Câncer, 5ª e 6ª edições, para o agrupamento dos tumores segundo a extensão da doença. Classificação Brasileira de Ocupações - do Ministério do Trabalho. Classificação dos Municípios - disponibilizada pelo IBGE/DATASUS.
Critérios para inclusão de casos na base de dado do RHC Diagnóstico morfológico (segundo a CID-O/2 e CID-O/3) NEOPLASIA MALIGNAS PRIMÁRIAS - Assim entendidos os diagnósticos morfológicos com código de comportamento /3. NEOPLASIA in situ (Intraepitelial, não infiltrativo e não invasivo) - São aquelas com código de comportamento /2. COMPORTAMENTO INCERTO (Malignidade limítrofe - borderline - e de baixo potencial maligno) - As neoplasia de comportamento incerto ou desconhecido, são classificadas na CID-O com código de comportamento /1. CLINICAMENTE TUMOR MALIGNO (M9990/3) - Na ausência de evidência definitiva (exame microscópico), considera-se tumor maligno desde que o médico, com base no exame clínico, laboratorial ou por imagem, tenha considerado os dados existentes sobre o caso como suficientes para firmar o diagnóstico clínico de tumor maligno e iniciar o tratamento.
Os casos de câncer atendidos em um hospital são, em geral, classificados nas seguintes classes: 1) Caso diagnosticado e tratado no hospital; 2) Caso diagnosticado no hospital, porém com o início do tratamento realizado em outra instituição (segundo planejamento do hospital) e que retornam ao hospital para complementação terapêutica e acompanhamento; 3) Caso diagnosticado em outra instituição, mas com a primeira etapa terapêutica realizada (total ou parcialmente), no Hospital e que ficam em acompanhamento no Hospital; 4) Caso diagnosticado e com toda a primeira etapa terapêutica feita em outra instituição (esta classe inclui pacientes admitidos apenas para complementação de uma modalidade específica de tratamento e aqueles que recebem apenas tratamento de apoio); 5) Caso de câncer diagnosticado e tratado no hospital antes da data de inclusão (inicial) no registro hospitalar; 6) Caso diagnosticado apenas na necropsia.
q Os casos classificados nas categorias 1, 2 e 3 são considerados como de interesse para avaliação da qualidade da assistência prestada. q Os casos classificados nas categorias 4, 5 e 6, são considerados não aplicáveis para esta finalidade. ATENÇÃO: Deve-se observar que as categorias descritas, não cobrem integralmente o conjunto de pacientes atendidos no hospital, o que significa que os pacientes com patologia benigna e alguns pacientes com câncer não são incluídos no registro. Entre esses, estão os pacientes que recebem tratamento transitório para evitar interrupção no curso de terapias iniciadas em outra instituição, por exemplo, por problemas no equipamento do hospital de origem, e pacientes com uma história pregressa de câncer mas que, no momento, não apresentem sinais de neoplasia em atividade.
Casos Analíticos e Não Analíticos No Registro Hospitalar de Câncer os casos cadastrados são classificados em duas categorias distintas: q casos analíticos são os casos de neoplasia maligna cujo planejamento e realização do tratamento foi realizado no Hospital, assim como o acompanhamento da evolução da doença e qualidade de vida do paciente; são apropriados para análise da qualidade da assistência prestada aos pacientes. q casos não analíticos são os casos que são importantes para o planejamento intra institucional, porém, não avaliam a qualidade da assistência prestada naquela instituição.
Alguns exemplos para identificar casos não analíticos 1- Pacientes portadores de neoplasia benigna sem interesse científico para o hospital; 2- Pacientes que chegam ao Hospital apenas para confirmação de diagnóstico ou do planejamento terapêutico (que de fato não tratam), e que retornam ao hospital de origem; 3- Pacientes já tratados e que chegaram ao Hospital com a doença em remissão ou sem evidência da doença; 4- Pacientes que chegam ao hospital com doença avançada, e que não realizam tratamento antineoplásico específico, devido ao estado avançado da doença (FPT); 5- Pacientes que chegam ao hospital já com diagnóstico e que após a primeira consulta não comparecem mais ao hospital;