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Transcrição:

SE EMENTA AGRAVO DE PETIÇÃO, provenientes da ARAUCÁRIA - PR, sendo Agravante LTDA. e Agravados CARVALHO DE OLIVEIRA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA - BENEFÍCIO DE ORDEM EM RELAÇÃO AOS SÓCIOS DO DEVEDOR PRINCIPAL - INEXISTÊNCIA. O devedor subsidiário responde pelo crédito trabalhista na hipótese de inadimplência do devedor principal (Súmula 331, IV, do TST), e não possui benefício de ordem em relação aos sócios do devedor principal quando estes não foram incluídos no pólo passivo. Para escapar do redirecionamento da execução, o devedor subsidiário deve cumprir os requisitos do artigo 596, 1º, do CPC, ou seja, deve fazer prova da existência de bens, pertencentes ao devedor principal, localizados no município em que processada a execução, livres e desembaraçados. V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de MM. 02ª VARA DO TRABALHO DE TEREFTÁLICOS INDÚSTRIAS QUÍMICAS WILSON RODRIGUES DOS SANTOS e PAULO I. RELATÓRIO Inconformado com a r. sentença de fls. 322-323, proferida pelo Juiz Carlos Martins Kaminski, que rejeitou os embargos à execução, agrava a fls.1

executada Tereftálicos Indústrias Químicas Ltda., através do agravo de petição de fls. 325-335, postulando a reforma da r. sentença quanto aos seguintes itens: a) execução da contribuição de terceiros; e b) responsabilidade da Agravante. Oliveira e Wilson Rodrigues dos Santos às fls. 348-350. Contraminuta apresentada pelos autores Paulo Carvalho de manifestou-se pelo não provimento do agravo (fl. 357-v). A União (Lei 11457/2007 - contribuição previdenciária) Não houve apresentação de Parecer pela Procuradoria Regional do Trabalho, em virtude do art. 20, da Consolidação dos Provimentos da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho, cumulado com o disposto no art. 45 do Regimento Interno deste E. Tribunal Regional do Trabalho (com redação dada pelo art. 4º, da RA n.º 008/2008). II. FUNDAMENTAÇÃO 1. ADMISSIBILIDADE Tempestivo o agravo (publicação da decisão agravada em 18/01/2010 e protocolo da minuta em 26/01/2010) e a contraminuta (intimação do recurso em 22/02/2010 e protocolo da contraminuta em 01/03/2010). Regular a representação processual da Agravante (fl. 335-v) e dos Agravados (fls. 07-09). Garantido o Juízo (fl. 306). Partes legítimas, recurso adequado, interesse recursal presente. Verificados os pressupostos legais de admissibilidade, CONHEÇO do agravo de petição interposto, bem como da contraminuta. fls.2

2. MÉRITO EXECUÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO DE TERCEIROS Aduz a Agravante (Tereftálicos Indústrias Químicas Ltda.) que as contribuições de terceiros não são devidas em ações trabalhistas, falecendo competência a essa Justiça Especializada para determinar a sua retenção. Sem razão. Não há como isentar o empregador do recolhimento da parcela destinada a terceiros no cálculo dos descontos previdenciários. A rubrica diz respeito às contribuições sociais (art. 195, I e II, da CF), equiparadas às contribuições previdenciárias, espécie de tributo, cuja arrecadação e repasse ficam a cargo do Órgão Previdenciário. Entendimento diverso implica em inobservância à competência material da Justiça do Trabalho para a execução das contribuições sociais, advinda do inserto no art. 114, VIII, da Constituição Federal, que assim dispõe: "compete à Justiça do Trabalho processar e julgar a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir". Oportuno ressaltar que a expressão "contribuições sociais" é ampla e, nos termos do art. 195, I, da Carta Magna, abrange a totalidade das contribuições pagas pelo empregador que incidam sobre a folha de salários, na mesma esteira do disposto pelos artigos 10, 11 e parágrafo único, da Lei 8.212/90, razão pela qual as contribuições arrecadadas pelo INSS e repassadas a "terceiros" possuem previsão legal, são compulsórias e têm como fato gerador de incidência os valores pagos, remuneratórios do trabalho, ainda que por força de decisão judicial. fls.3

O simples fato das contribuições sociais em questão serem arrecadadas pela Autarquia Previdenciária e, posteriormente, repassadas a terceiros, não altera a natureza jurídica específica do tributo, que é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la tanto a denominação e demais características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da sua arrecadação (art. 4º, I e II, CTN). Portanto, as contribuições sociais destinadas à seguridade social abrangem também as contribuições devidas a terceiros, porque também se destinam, ainda que indiretamente, ao financiamento da seguridade social, conforme artigo 94 da Lei 8.212/91. De resto, a questão já restou pacificada neste E. Tribunal: OJ EX SE - 166: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. VERBAS "TERCEIROS". COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. A rubrica "terceiros" diz respeito a contribuições sociais, equiparadas às contribuições previdenciárias, espécies de tributo, previstas em leis, cuja arrecadação e repasse ficam a cargo do Órgão Previdenciário. Tratando-se de compromisso legal, derivado de sentença condenatória trabalhista, esta Justiça Especial é competente para decidir a respeito da respectiva execução, como faz relativamente a outros débitos fiscais, a exemplo do Imposto de Renda. Diante da existência de previsão legal atinente à execução da contribuição de terceiros e da competência desta Justiça no particular, não há que se falar em exclusão dos valores apurados a título de contribuições a terceiros. Mantenho. RESPONSABILIDADE DA AGRAVANTE fls.4

Insurge-se a Agravante contra a sentença que considerou que o responsável subsidiário possui benefício de ordem apenas em face do devedor principal e não em relação aos sócios deste. Defende que, para que se possa exigir a quitação dos haveres trabalhistas da empresa subsidiariamente responsável é imprescindível que se tenha exaurido, sem obtenção de êxito, todas as prerrogativas existentes de cobrança da devedora principal (no caso, a empresa Pitthan Engenharia e Manutenção Ltda. e seus sócios). Argumenta que os sócios da devedora principal são responsáveis solidárias pela dívida desta. Requer seja determinada a desconsideração da personalidade jurídica da devedora principal para que seja imputado aos sócios as responsabilidades decorrentes do contrato de trabalho do Agravado. Sem razão. A devedora principal (Pitthan Engenharia e Manutenção Ltda.) foi citada prioritariamente (fl. 255) à devedora subsidiária (Tereftálicos Indústrias Químicas Ltda.) e não indicou bens à penhora (fl. 259). Na sequência, foi determinada a penhora de numerário nas contas da devedora principal, até o limite da execução, por meio do convênio BACEN-JUD, e, frustrada tal medida (fl. 262), diligenciou-se junto ao DETRAN a respeito da existência de veículos registrados em nome da executada, não sendo encontrado nenhum bem livre de restrição (fl. 263). Apenas após tais diligências e após o Juízo reconhecer que a primeira Ré encerrou suas atividades, encontrando-se em local incerto e não sabido, fls.5

inexistindo bens de sua propriedade, passíveis de penhora e suficientes à garantia da execução, é que a execução foi redirecionada contra o patrimônio da devedora subsidiária (fl. 274), ora Agravante. A providência pleiteada no sentido de promover a busca de bens dos sócios da primeira Ré é impertinente, pois tais pessoas sequer foram incluídas no pólo passivo, ao contrário da Agravante, que ostenta a condição de devedora - embora subsidiária - e, por tal razão, teve a execução redirecionada para si. Com efeito, o título executivo judicial, já transitado em julgado, determina que a Agravante suporte, na falta de pagamento pela primeira Reclamada, o crédito trabalhista apurado nestes autos. Nada fala acerca da pretensa necessidade de se incluir outros devedores - também subsidiários - no pólo passivo do feito, antes de se prosseguir na execução contra a devedora Tereftálicos. Enfim, o benefício de ordem ao qual a Agravante tem direito diz respeito, única e exclusivamente, à primeira Reclamada e não aos sócios desta. Saliente-se que a desconsideração da personalidade jurídica de empresa é medida extrema, que deve ser utilizada com parcimônia pelo julgador, especialmente quando já há um devedor subsidiário no pólo passivo. Ademais, não há, no procedimento elegido pelo Juízo de origem, qualquer vício de inconstitucionalidade nem há ofensa à coisa julgada, pois o Juízo a quo redirecionou a execução contra o devedor subsidiário apenas após a tentativa de que o patrimônio da primeira Reclamada quitasse a dívida. fls.6

O redirecionamento da execução decorre do inadimplemento das obrigações trabalhistas pelo empregador (Súmula 331, IV, do C. TST) e não do exaurimento das possibilidades executivas, especialmente quando estas são, notoriamente, vãs. Irretocável a decisão no particular que, com precisão, sopesou as normas jurídicas pertinentes e, em especial, os princípios da eficiência, da economia e da celeridade processuais. Por fim, relevante destacar que é entendimento pacífico nesta Seção Especializada que, embora a Agravante não tenha o dever processual de demonstrar a existência atual e desonerada de bens de Pitthan Engenharia e Manutenção Ltda., tem sim o ônus processual, nos termos do artigo 596, 1º, do CPC, por analogia, ou seja, deve fazer prova da existência de bens, pertencentes à devedora principal, localizados no município em que processada a execução, livres e desembaraçados. Não o cumprindo, deve arcar com a consequência processual correlata, qual seja o redirecionamento da execução. Para fins de direito, declaro prequestionado o artigo 50 do Código Civil, invocado na minuta do Agravo, tido por inaplicável, por ora, ao presente caso. Mantenho. III. CONCLUSÃO Pelo que, fls.7

ACORDAM os Desembargadores da Seção Especializada do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, por unanimidade de votos, EM CONHECER DO AGRAVO DE PETIÇÃO DA EXECUTADA, assim como da respectiva contraminuta. No mérito, por igual votação, EM NEGAR-LHE PROVIMENTO, nos termos da fundamentação. Sem prejuízo das já contadas, custas acrescidas, pela Executada, nos termos do art. 789-A, IV, da CLT, ao final. Intimem-se. Curitiba, 16 de agosto de 2010. jpc DES. LUIZ CELSO NAPP RELATOR fls.8