SATAPOCAL - FICHA DE APOIO TÉCNICO Nº 2/2008/RC (Revisão de FAT 7/2003/RC)



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Transcrição:

1. QUESTÃO E SUA RESOLUÇÃO 1.1. QUESTÃO COLOCADA Que registos contabilísticos deve efectuar um município, relativamente à contracção de empréstimos de e ao seu pagamento junto das instituições de crédito? 1.2. SOLUÇÃO PRECONIZADA I - ENQUADRAMENTO Nos termos dos n. os 1, 2 e 3 do artigo 38.º da Lei n.º 2/2007, de 15/01 (Lei das Finanças Locais LFL), os municípios podem contrair empréstimos e utilizar aberturas de crédito de, junto de quaisquer instituições autorizadas por lei a conceder crédito. Os empréstimos de, com maturidade até 1 ano, são contraídos apenas para ocorrer a dificuldades de tesouraria, devendo ser amortizados no prazo máximo de um ano após a sua contratação. Caso estes empréstimos não sejam amortizados até 31 de Dezembro do ano da sua contratação, acresce o n.º 4 do artigo 39.º que, o montante em dívida releva para efeitos do cálculo do limite dos empréstimos de médio e longo prazos. O montante dos contratos de empréstimos a não pode exceder, em qualquer momento do ano, 10% da soma do montante das receitas provenientes dos impostos municipais, das participações do município no FEF, da participação no IRS, da derrama e da participação nos resultados das entidades do Sector Empresarial Local, relativas ao ano anterior (n.º 1 do artigo 39.º da LFL). Tendo em conta o disposto nas alíneas b) e d) do n.º 2 do artigo 53.º da Lei n.º 169/99, de 18/09, alterada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11/01, em articulação com o estabelecido no n.º 7 do artigo 38.º da LFL, é da competência da assembleia municipal a aprovação dos documentos previsionais da autarquia local, bem como a aprovação ou autorização da contracção de empréstimos, sendo que o órgão deliberativo pode, na sua sessão anual de aprovação do orçamento, deliberar sobre a aprovação de todos os empréstimos de curto prazo a contrair durante o período de vigência do orçamento. Por sua vez, e atendendo ao disposto na alínea d) do ponto 3.3.1 do POCAL, as importâncias relativas aos empréstimos só podem ser consideradas no orçamento depois da sua contratação, independentemente da eficácia do respectivo contrato, pelo que, em sede 1/5

de elaboração do orçamento inicial, não devem constar as respectivas importâncias a contratar. Aprovado o montante do empréstimo a contratar para o ano pelo órgão competente, proceder-se-á, de acordo com a legislação, à sua efectiva contratação, à correspondente inscrição orçamental da receita e à inscrição das despesas que decorrerão com o seu pagamento. Caso o montante a contratar no ano seja igual ao montante a amortizar no ano, e mesmo que, o orçamento inicial do município não tenha as rubricas económicas da receita e da despesa dotadas, pela aplicação da regra previsional supra referida, pode-se, por força do disposto nos pontos 8.3.1.3 e 8.3.1.5 do POCAL, proceder à devida alteração orçamental. Caso o montante a contratar no ano seja superior ao montante a amortizar no ano, a dívida resultante da celebração deste contrato de empréstimo, pelo facto de não ser amortizado até ao termo do ano da sua contratação, deixa de ser dívida flutuante e passa a ser dívida fundada 1, logo o respectivo contrato fica sujeito a visto prévio do Tribunal de Contas, segundo o disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 46.º da Lei n.º 98/97, de 26/08 (Lei de Organização e Processo do Tribunal de Contas). Finalmente, com suporte no contrato de empréstimo, devidamente assinado pelas partes envolvidas, a autarquia local deve, mediante estorno se for caso disso, adequar os montantes de despesa cabimentados na fase anterior aos montantes efectivamente a pagar no ano por conta deste empréstimo, os quais serão igualmente relevados ao nível dos compromissos. Caso do mesmo contrato, que deverá ser amortizado no prazo de um ano a contar da data da sua contracção, resultem amortizações e juros a satisfazer no exercício económico seguinte, devem os correspondentes montantes ser registados nas devidas subcontas das contas 04 Orçamento Exercícios futuros e 05 Compromissos Exercícios futuros. II TRATAMENTO CONTABILÍSTICO Lançamentos contabilísticos a efectuar por conta do orçamento do ano em que é celebrado contrato de empréstimo: 1 Segundo o Instituto de Gestão de Tesouraria e do Crédito Público, IP: dívida pública flutuante consiste em dívida pública contraída para ser totalmente amortizada até ao final do exercício orçamental em que foi gerada; dívida pública fundada consiste em dívida pública contraída para ser totalmente amortizada num exercício orçamental subsequente ao exercício em que foi gerada. 2/5

1 Pela liquidação e arrecadação da receita referente ao empréstimo 251 12.05.02 Devedores pela execução do orçamento Passivos financeiros Empréstimos a Sociedades financeiras a 23111 Empréstimos obtidos Em moeda nacional - De - Empréstimos bancários 12x Depósitos em instituições financeiras Banco x a 251 12.05.02 Devedores pela execução do orçamento Passivos financeiros - Empréstimos a - Sociedades financeiras 2 Pela amortização do empréstimo Cabimento 023 10.05.03 Despesas Dotações disponíveis Passivos financeiros - Empréstimos a - Sociedades financeiras Bancos e outras instituições financeiras a 026 10.05.03 Despesas Cabimentos Passivos financeiros - Empréstimos a - Sociedades financeiras Bancos e outras instituições financeiras Compromisso 026 10.05.03 Despesas Cabimentos Passivos financeiros - Empréstimos a - Sociedades financeiras Bancos e outras instituições financeiras a 027 10.05.03 Despesas Compromissos Passivos financeiros - Empréstimos a curto prazo - Sociedades financeiras Bancos e outras instituições financeiras Liquidação 23111 Empréstimos obtidos - Em moeda nacional - De - Empréstimos bancários a 252 10.05.03 Credores pela execução do orçamento Passivos financeiros - Empréstimos a - Sociedades financeiras Bancos e outras instituições financeiras Pagamento 252 10.05.03 Credores pela execução do orçamento Passivos financeiros - Empréstimos a - Sociedades financeiras Bancos e outras instituições financeiras a 12x Depósitos em instituições financeiras Banco x 3/5

3 Pelo registo de juros a pagar Cabimento 023 03.01.03.01 Despesas Dotações disponíveis Juros e outros encargos Juros da dívida pública - Sociedades financeiras Bancos e outras instituições financeiras Empréstimos de a 026 03.01.03.01 Despesas Cabimentos Juros e outros encargos Juros da dívida Compromisso 026 03.01.03.01 Despesas Cabimentos Juros e outros encargos Juros da dívida a 027 03.01.03.01 Despesas Compromissos - Juros e outros encargos Juros da dívida Liquidação 68111 Custos e perdas financeiras - Juros suportados Em moeda nacional - De curto prazo a 268X Devedores e credores diversos - Juros de empréstimos bancários 268X Devedores e credores diversos - Juros de empréstimos bancários a 252 03.01.03.01 Credores pela execução do orçamento Juros e outros encargos Juros da dívida pública - Sociedades financeiras Bancos e outras instituições financeiras Empréstimos de Pagamento 252 03.01.03.01 Credores pela execução do orçamento Juros e outros encargos Juros da dívida pública - Sociedades financeiras Bancos e outras instituições financeiras Empréstimos de a 12x Depósitos em instituições financeiras Banco x 4/5

1.3. FUNDAMENTAÇÃO N. os 1, 2, 3 e 7 do artigo 38.º da Lei das Finanças Locais (LFL - Lei n.º 2/2007, de 15/01, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 22-A/2007, de 29/06 e pela Lei n.º 67-A/2007, de 31/12); Alíneas b) e d) do n.º 2 do artigo 53.º da Lei n.º 169/99, de 18/09, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 5-A/2002, de 11/01; Alínea d) no ponto 3.3 Regras previsionais e pontos 8.3.1.3 e 8.3.1.5 do POCAL; Alínea a) do n.º 1 do artigo 46.º da Lei 98/97, de 26/08, na republicação anexa à Lei n.º 48/2006, de 29/08. Website do Instituto de Gestão de Tesouraria e do Crédito Público, IP (http://www.igcp.pt/gca/?id=398). 5/5