PORTE ILEGAL DE ARMA ( ABOLITIO CRIMINIS ) TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS APELAÇÃO CRIMINAL Nº 3296-6/213 (200701591964) LUZIÂNIA Apelante: OLEOCLIDES ANTÔNIO BONI APELADO : MINISTÉRIO PÚBLICO EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. I A DESCRIMINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA DE QUE CUIDA O ESTATUTO DO DESARMAMENTO, É EXCLUSIVA DA CONDUTA DELITUOSA RELATIVA À POSSE, NÃO ALBERGANDO O PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO, ESPÉCIE TRATADA NOS AUTOS. II - NÃO HÁ SE COGITAR DE PROVAS INCONSISTENTES PARA UM DECRETO CONDENATÓRIO, SE A AUTORIA DO CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO ENCONTRA-SE INDUVIDOSA, RECAINDO SOBRE A PESSOA DO APELANTE, RÉU CONFESSO, CONFORME DEPOIMENTOS UNÍSSONOS E CONVERGENTES DAS TESTEMUNHAS. III - NÃO SE PODE ALEGAR QUE A PENA PECUNIÁRIA FIXADA, EM SUBSTITUIÇÃO À PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, É EXACERBADA, MEDIANTE A COMPROVAÇÃO DE EXCELENTE CONDIÇÃO FINANCEIRA DO ACUSADO, E MUITO MENOS, QUE NÃO HOUVE FUNDAMENTAÇÃO DO DECISUM, HAJA VISTA QUE FOI ATENDIDOS PELO MAGISTRADO OS CRITÉRIOS ESTABELECIDOS PELA LEI. IV - APELO IMPROVIDO. APELAÇÃO CRIMINAL Nº 29521-5/213 (200601720436) COMARCA : CRIXÁS APELANTE : WILIAM DOS SANTOS FRANCISCO DE LIMA APELADO : MINISTÉRIO PÚBLICO RELATOR : DES. PAULO TELES EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. DESCRIMINALIZAÇÃO (ARTIGO 32, DA LEI Nº 10.826/2003). INOCORRÊNCIA. REFERENDO POPULAR. COMERCIALIZAÇÃO DE ARMA DE FOGO. APLICAÇÃO APENAS DA PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. 1 A DESCRIMINALIZAÇÃO CONFERIDA PELO ARTIGO 32, DA LEI Nº 10.826/2003, NÃO SE APLICA AO CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. 2 O REFERENDO POPULAR, PREVISTO NO 1º, DO ARTIGO 35, DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO, REALIZADO EM OUTUBRO DE 2005, AUTORIZOU APENAS A COMERCIALIZAÇÃO DE ARMA DE FOGO, CONTUDO, SEU COMÉRCIO É RIGIDAMENTE CONTROLADO. 3 NÃO DEVE SER APLICADA AO ACUSADO SOMENTE A PENA DE PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA, POIS TAL REQUERIMENTO NÃO POSSUI AMPARO LEGAL. 4 - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA HABEAS CORPUS Nº 75.835 - MS (2007/0017705-1) RELATOR : MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO IMPETRANTE : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL ADVOGADO : ELIAS CESAR KESROUANI - DEFENSOR PÚBLICO IMPETRADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL PACIENTE : JOSÉ GONÇALVES EMENTA HABEAS CORPUS. PACIENTE CONDENADO POR PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ABOLITIO CRIMINIS INEXISTENTE. VACATIO LEGIS DOS ARTS. 30 E 32 DA LEI 10.826/03 INAPLICÁVEL, NA HIPÓTESE. PRECEDENTES DO STJ. ORDEM DENEGADA. A LEI 10.826/03 NÃO ABOLIU O CRIME DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO E MUNIÇÕES, ANTERIORMENTE REGULADO PELO ART. 10 DA LEI 9.437/97, PREVENDO-O, EXPRESSAMENTE, AGORA NOS ARTS. 12, 14 E 16, INCLUSIVE COM ALTERAÇÃO DA PENA MÁXIMA PARA MAIOR, INEXISTENTE, ASSIM, A ABOLITIO CRIMINIS DO REFERIDO DELITO. ESTA CORTE FIRMOU O ENTENDIMENTO DE SER ATÍPICA A CONDUTA APENAS NO CONCERNENTE AO CRIME DE POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO, TANTO DE USO PERMITIDO (ART. 12) QUANTO DE USO RESTRITO (ART. 16), NO PERÍODO ESTABELECIDO NOS ARTS. 30 E 32 DA LEI 10.826/03, QUE PERMITIU A ENTREGA DAS ARMAS À POLÍCIA FEDERAL MEDIANTE INDENIZAÇÃO OU A SUA REGULARIZAÇÃO. A CONDUTA DE PORTAR ARMA DE FOGO SEM AUTORIZAÇÃO OU EM DESACORDO COM DETERMINAÇÃO LEGAL OU REGULAMENTAR, QUE ENSEJOU A CONDENAÇÃO DO PACIENTE, CONTINUOU TÍPICA E NÃO FOI ABRANGIDA PELA DESCRIMINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA. 3. PARECER DO MPF PELA DENEGAÇÃO DA ORDEM 4. ORDEM DENEGADA. AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 923.259 - GO (2007/0175788-3) RELATOR : MINISTRO PAULO GALLOTTI AGRAVANTE : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁS AGRAVADO : JÚLIO MARTINS DOS SANTOS ADVOGADO : MÁRIO ANÍSIO BARBOSA EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. POSSE DE ARMA DE FOGO. ABOLITIO CRIMINIS. OCORRÊNCIA SE A ARMA ESTIVER NA RESIDÊNCIA OU NO TRABALHO DO ACUSADO. TRANSPORTE DE ARMA EM LOCAL PÚBLICO (HOTEL). PORTE ILEGAL. CONDUTA TÍPICA. ESTA CORTE FIRMOU ENTENDIMENTO NO SENTIDO DE SER ATÍPICA A CONDUTA DE POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO, TANTO DE USO PERMITIDO (ART. 12) QUANTO DE USO RESTRITO (ART. 16), NO PERÍODO REFERIDO NOS ARTIGOS 30 E 32 DA LEI Nº 10.826/2003, EM RAZÃO DA DESCRIMINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA. CARACTERIZA-SE O DELITO DE POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO QUANDO ELA ESTIVER GUARDADA NO INTERIOR DA RESIDÊNCIA (OU
DEPENDÊNCIA DESTA) OU NO TRABALHO DO ACUSADO, EVIDENCIADO O PORTE ILEGAL SE A APREENSÃO OCORRER EM LOCAL DIVERSO. 3. NARRANDO A DENÚNCIA QUE O AGRAVADO TRANSPORTAVA A ARMA DE FOGO NO INTERIOR DO HOTEL EM QUE SE ENCONTRAVA HOSPEDADO, ACONDICIONADA EM UMA BOLSA, NÃO É DE FALAR EM POSSE IRREGULAR DE ARMA, MAS DE PORTE ILEGAL, NÃO ABRANGIDO PELA DESCRIMINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA. 4. AGRAVO CONHECIDO PARA DAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. CUIDA-SE DE AGRAVO DE INSTRUMENTO INTERPOSTO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO DE GOIÁS DESAFIANDO DECISÃO DO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA QUE NEGOU SEGUIMENTO A RECURSO ESPECIAL. 3. HC Nº 48.710/RJ, RELATORA A MINISTRA LAURITA VAZ, DJU DE 19/6/2006 EMENTA: "HABEAS CORPUS. PENAL. ESTATUTO DO DESARMAMENTO. POSSE ILEGAL DE ARMA. (ARTIGO 16 DA LEI 10.826/03). ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. CONSOANTE O ENTENDIMENTO DESTA CORTE, DIANTE DA LITERALIDADE DOS ARTIGOS RELATIVOS AO PRAZO LEGAL PARA REGULARIZAÇÃO DO REGISTRO DA ARMA (ARTIGOS 30, 31 E 32 DA LEI 10.826/03), A DESCRIMINALIZAÇÃO TEMPORÁRIA OCORRE EXCLUSIVAMENTE EM RELAÇÃO ÀS CONDUTAS DELITUOSAS RELATIVAS À POSSE DE ARMA DE FOGO. NÃO SE PODE CONFUNDIR A POSSE DE ARMA DE FOGO COM O PORTE DE ARMA DE FOGO. SEGUNDO O ESTATUTO DO DESARMAMENTO, A POSSE CONSISTE EM MANTER NO INTERIOR DE RESIDÊNCIA (OU DEPENDÊNCIA DESTA) OU NO LOCAL DE TRABALHO A ARMA DE FOGO, ENQUANTO QUE O PORTE, POR SUA VEZ, PRESSUPÕE QUE A ARMA DE FOGO ESTEJA FORA DA RESIDÊNCIA OU DO LOCAL DE TRABALHO. 3. NA ESPÉCIE, O ORA PACIENTE RESTOU DENUNCIADO PELA POSSE ILEGAL DE ARMA (ART. 16, DA LEI N.º 10.826/03). NESSE CONTEXTO, A HIPÓTESE DE ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA ALCANÇA A SUA CONDUTA PRATICADA, TORNANDO-SE, POIS, VIÁVEL O ACOLHIMENTO DA PRETENSÃO ORA DEDUZIDA. 4. ORDEM CONCEDIDA PARA TRANCAR A AÇÃO PENAL MOVIDA EM DESFAVOR DO PACIENTE." SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL HC 88594 / SP - SÃO PAULO HABEAS CORPUS Relator(a): Min. EROS GRAU Julgamento: 09/05/2006 Órgão Julgador: Segunda Turma Publicação DJ 02-06-2006 PP-00044 EMENT VOL-02235-03 PP-00555 Parte(s)
PACTE.(S) : RAFAEL ROBERTO ALVES IMPTE.(S) : PGE-SP - PATRÍCIA HELENA MASSA ARZABE (ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA) COATOR(A/S)(ES) : CÂMARA DO COLÉGIO RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO Ementa EMENTA: HABEAS CORPUS. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ABOLITIO CRIMINIS. NÃO-OCORRÊNCIA. O PRAZO DE CENTO E OITENTA DIAS PREVISTO NOS ARTIGOS 30 E 32 DA LEI N. 10.826/2003 É PARA QUE OS POSSUIDORES E PROPRIETÁRIOS ARMAS DE FOGO AS REGULARIZEM OU AS ENTREGUEM ÀS AUTORIDADES. SOMENTE AS CONDUTAS TÍPICAS 'POSSUIR OU SER PROPRIETÁRIO' FORAM ABOLIDAS TEMPORARIAMENTE. A VINGAR A TESE DE ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA QUANTO AO PORTE ILEGAL, CHEGAR-SE-Á AO ABSURDO DE ADMITIR QUE QUALQUER PESSOA PODE TRANSITAR LIVREMENTE EM PÚBLICO PORTANDO ARMA DE FOGO. ORDEM DENEGADA. HC 94158 / MG - MINAS GERAIS HABEAS CORPUS Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA Julgamento: 22/04/2008 Órgão Julgador: Primeira Turma Publicação DJe-092 DIVULG 21-05-2008 PUBLIC 23-05-2008 EMENT VOL-02320-03 PP-00440 Parte(s) PACTE.(S): CILIO ANGELO MARTINS JÚNIOR IMPTE.(S): HEBERT AUGUSTO DIAS DA SILVA COATOR(A/S)(ES): SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Ementa EMENTA: HABEAS CORPUS. HABEAS CORPUS. PORTE DE ARMA DE FOGO. ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA. NÃO-APLICAÇÃO AO CRIME DE SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE MARCA, NUMERAÇÃO OU QUALQUER SINAL DE IDENTIFICAÇÃO DE ARMA DE FOGO. PRECEDENTES. HABEAS CORPUS INDEFERIDO. FIRME A JURISPRUDÊNCIA DESTE SUPREMO TRIBUNAL NO SENTIDO DE QUE O "... PRAZO DE CENTO E OITENTA DIAS PREVISTO NOS ARTIGOS 30 E 32 DA LEI N. 10.826/2003 É PARA QUE OS POSSUIDORES E PROPRIETÁRIOS DE ARMAS DE FOGO AS REGULARIZEM OU AS ENTREGUEM ÀS AUTORIDADES. SOMENTE AS CONDUTAS TÍPICAS 'POSSUIR OU SER PROPRIETÁRIO' FORAM ABOLIDAS TEMPORARIAMENTE" (HC 9573, REL. MIN. EROS GRAU, DJ 6.2006). NÃO CONFIGURADO, NA ESPÉCIE, O PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO, CONFORME SUSTENTA O IMPETRANTE, MAS SIM O CRIME DE SUPRIMIR OU ALTERAR MARCA, NUMERAÇÃO OU QUALQUER SINAL DE IDENTIFICAÇÃO DE ARMA DE FOGO (ART. 16, PARÁGRAFO ÚNICO, INC. I, DA LEI N. 10.826/03). 3. ESTE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL REPUTA VÁLIDA A REGULARIZAÇÃO PREVISTA NA MEDIDA PROVISÓRIA N. 174/04 AOS POSSUIDORES E PROPRIETÁRIOS LEGÍTIMOS DE ARMA DE FOGO, NÃO
ENTENDENDO HAVER APLICAÇÃO AOS PORTADORES DE ARMAS DE FOGO COM NUMERAÇÃO RASPADA. PRECEDENTES. 4. HABEAS CORPUS INDEFERIDO.