NICOLE AMBONI DE SOUZA



Documentos relacionados
ESTRATÉGIA DE CRM APLICADA A DSI: UMA PROPOSTA PARA AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS

CRM. Customer Relationship Management

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Corporativo. Transformar dados em informações claras e objetivas que. Star Soft.

FATEC Cruzeiro José da Silva. Ferramenta CRM como estratégia de negócios

Gestão de Relacionamento com o Cliente CRM

ADMINISTRAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO (AULA 04)

Sistemas de Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente (Customer Relationship Management CRM)

Estruturando o modelo de RH: da criação da estratégia de RH ao diagnóstico de sua efetividade

endereço eletrônico) OPCIONAL: s.pdf

A Importância do CRM nas Grandes Organizações Brasileiras

Processos Técnicos - Aulas 4 e 5

Sistemas Integrados de Gestão Empresarial

GESTÃO DE PROJETOS PARA A INOVAÇÃO

No mundo atual, globalizado e competitivo, as organizações têm buscado cada vez mais, meios de se destacar no mercado. Uma estratégia para o

Pós-Graduação em Gerenciamento de Projetos práticas do PMI

6 Modelo proposto: projeto de serviços dos sites de compras coletivas

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Curso Marketing Político Digital Por Leandro Rehem Módulo III MULTICANAL. O que é Marketing Multicanal?

15/09/2015. Gestão e Governança de TI. Modelo de Governança em TI. A entrega de valor. A entrega de valor. A entrega de valor. A entrega de valor

Mídias sociais como apoio aos negócios B2B

O futuro da educação já começou

Análise do Ambiente estudo aprofundado

Mídias sociais como apoio aos negócios B2C

Planejamento Estratégico de Tecnologia da Informação PETI

MÓDULO 14 Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9000)

Profa. Reane Franco Goulart

Público Alvo: Investimento: Disciplinas:

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

Transformação do call center. Crie interações com o cliente mais lucrativas e agregue valor adicionando insights e eficiência em todas as chamadas.

Planejamento Estratégico de TI. Prof.: Fernando Ascani

Profissionais de Alta Performance

Universidade de Brasília. Departamento de Ciência da Informação e Documentação. Prof a.:lillian Alvares

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PARA TUTORES - PCAT

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

OBSERVATÓRIO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO. Palavras-chave: Gestão da Informação. Gestão do conhecimento. OGI. Google alertas. Biblioteconomia.

Módulo 4: Gerenciamento de Dados

GESTÃO DAS INFORMAÇÕES DAS ORGANIZAÇÕES MÓDULO 11

Banco de Dados - Senado

Estratégia de TI. Posicionamento Estratégico da TI: como atingir o alinhamento com o negócio. Conhecimento em Tecnologia da Informação

Indicadores de Rendimento do Voluntariado Corporativo

CAPÍTULO 1 - CONTABILIDADE E GESTÃO EMPRESARIAL A CONTROLADORIA

O papel do CRM no sucesso comercial


GUIA DE ORIENTAÇÕES ROTEIRO DE CONFIGURAÇÃO DO SOFTWARE CRM PROFESSIONAL ANEXO III ROTEIRO DE CONFIGURAÇÃO - CRM PROFESSIONAL

MANUAL DO ALUNO EM DISCIPLINAS NA MODALIDADE A DISTÂNCIA

Oficina de Gestão de Portifólio

Sistemas de Produtividade

SISTEMAS DE GESTÃO São Paulo, Janeiro de 2005

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS - FAN CEUNSP SALTO /SP CURSO DE TECNOLOGIA EM MARKETING TRABALHO INTERDISCIPLINAR

Tecnologia e Sistemas de Informações ERP e CRM

O IMPACTO DA UTILIZAÇÃO DE UM SOFTWARE DE GERENCIAMENTO ELETRÔNICO DE PROJETOS NAS EMPRESAS

softwares que cumprem a função de mediar o ensino a distância veiculado através da internet ou espaço virtual. PEREIRA (2007)

Empresa como Sistema e seus Subsistemas. Professora Cintia Caetano

Política de Comunicação do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) - PCS

DESENVOLVIMENTO DE INTERFACE WEB MULTIUSUÁRIO PARA SISTEMA DE GERAÇÃO AUTOMÁTICA DE QUADROS DE HORÁRIOS ESCOLARES. Trabalho de Graduação

TACTIUM ecrm Guia de Funcionalidades

Gerenciamento de Incidentes

A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL PARA AS EMPRESAS

INTRODUÇÃO A PORTAIS CORPORATIVOS

COMO FAZER A TRANSIÇÃO

CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

Diretivas do programa

Pessoas e Negócios em Evolução

PROJETO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA INTERNACIONAL. Projeto 914 BRA PRODOC-MTC/UNESCO DOCUMENTO TÉCNICO Nº 03

ENGENHARIA DE SOFTWARE I

Sistema de Gestão da Qualidade


SAM GERENCIAMENTO DE ATIVOS DE SOFTWARE

MECANISMOS PARA GOVERNANÇA DE T.I. IMPLEMENTAÇÃO DA. Prof. Angelo Augusto Frozza, M.Sc.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

Faturamento personalizado (Customer Engaged Billing)

FACULDADE KENNEDY BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

O Uso da Inteligência Competitiva e Seus Sete Subprocessos nas Empresas Familiares

Melhorias na Gestão do Fale Conosco do Website do CDTN

Governança de TI. ITIL v.2&3. parte 1

Sárgom Ceranto Marketing e Soluções Corporativas comercial@trecsson.com.br

CONSULTORIA DE DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

ARCO - Associação Recreativa dos Correios. Sistema para Gerenciamento de Associações Recreativas Plano de Desenvolvimento de Software Versão <1.

11 de maio de Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

PESQUISA-AÇÃO DICIONÁRIO

Governança de T.I. Professor: Ernesto Junior Aula IV Unidade II


ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE CASE 31º TOP DE MARKETING ADVB/RS

INSTRUÇÃO DE TRABALHO PARA INFORMAÇÕES GERENCIAIS

Carga Horária :144h (07/04 a 05/09/2014) 1. JUSTIFICATIVA: 2. OBJETIVO(S):

O que sua escola precisa, agora bem aqui na sua mão! Responsabilidade em gestão de instituições de ensino

ACOMPANHAMENTO GERENCIAL SANKHYA

Universidade de Brasília Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciência da Informação e Documentação Departamento de Ciência da

Sistemas de Informação I

ALESSANDRO RODRIGO FRANCO FERNANDO MARTINS RAFAEL ALMEIDA DE OLIVEIRA

RELATÓRIO TREINAMENTO ADP 2013 ETAPA 01: PLANEJAMENTO

Blogs corporativos: uma inovação na Comunicação Organizacional 1

Curso de Especialização em Saúde da Família

Transcrição:

NICOLE AMBONI DE SOUZA ESTRATÉGIA DE CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT APLICADA A DISSEMINAÇÃO SELETIVA DA INFORMAÇÃO: UMA PROPOSTA PARA AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS FLORIANÓPOLIS - SC 2005

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA UDESC CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO FAED DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECONOMIA NICOLE AMBONI DE SOUZA ESTRATÉGIA DE CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT APLICADA A DISSEMINAÇÃO SELETIVA DA INFORMAÇÃO: UMA PROPOSTA PARA AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Biblioteconomia e Documentação do Centro de Ciências da Educação CCE/FAED, da Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Biblioteconomia - Gestão da Informação. Orientadora: Msc. Elaine de Oliveira Lucas FLORIANÓPOLIS - SC 2005

Souza, Nicole Amboni, 1984- Estratégia de Customer Relationship Management CRM aplicada a DSI: uma proposta para as Bibliotecas Universitárias / Nicole Amboni de Souza, 2005. 56 f. Orientadora: Elaine R. de Oliveira Lucas Trabalho de Conclusão de Curso em Biblioteconomia Gestão da Informação, Universidade do Estado de Santa Catarina. Centro de Ciências da Educação, Florianópolis, 2005. 1. Disseminação Seletiva da Informação. 2. Bibliotecas Universitárias. 3. Customer Relationship Management. 4. Marketing de Relacionamento. I. Lucas, Elaine R. de Oliveira. II. Universidade do Estado de Santa Catarina. Curso de Biblioteconomia. III. Título. CDD: 025.525

Aos meus pais Neli e Renato e ao meu irmão Natan, mesmo estando distantes transmitiam toda força e amor que precisava.

AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Ele, Deus que foi quem me guiou, me iluminou e me deu forças para lutar e ser uma grande vencedora. Aos meus pais Neli e Renato e meu irmão Natan, mesmo não podendo estar perto, conseguiram me dar todo apoio e amor para continuar nesta caminhada. A toda minha família em especial ao meu Tio Nério, Tia Tânia, Tia Narcisa e Tia Joana pelo apoio e por acreditarem no meu sucesso. A minha grande orientadora Lani, por estar sempre me incentivando e acreditando no meu potencial. Aos meus amigos e amigas Wendel, Mari e Francine pela amizade e motivação.

"Nao basta atender as necessidades dos clientes, é preciso antecipar, descobrir o que os clientes vão querer antes mesmo que eles sintam necessidade." Oscar Montoura

RESUMO A presente pesquisa procura demonstrar como os fundamentos teóricos e práticos discutidos pelos estudiosos da área concernentes ao CRM - Customer Relationship Management conhecido nacionalmente pelo termo Marketing de Relacionamento com Cliente, podem possibilitar o desenvolvimento de uma proposta para a DSI - Disseminação Seletiva da Informação em BUs - Bibliotecas Universitárias. O CRM ou gerenciamento com o cliente/usuário é apresentado na literatura como o conjunto de conceitos, construções e ferramentas composta por estratégia, processo, software e hardware. A proposta em pauta foi desenvolvida por meio da utilização, principalmente, das seguintes técnicas de coleta de dados: pesquisa bibliográfica, análise documental e observação. A pesquisa a ser desenvolvida envolve, as quatro fases do CRM denominadas de análise estratégica, planejamento, implementação e controle para favorecer a DSI. A pesquisa é predominantemente qualitativa pelo fato da proposta de DSI envolver textos descritivos com figuras ilustrativas de forma seqüencial e coerente decorrentes da revisão bibliográfica. Ainda é exploratória, descritiva e avaliativa. Com a proposta em pauta, espera-se que as bibliotecas universitárias implementem ações para incrementar o nível de conhecimento e de satisfação da DSI junto aos usuários internos e externos, visando a consolidação do estabelecimento de relacionamentos, assim como o gerenciamento dos usuários por meio da tecnologia da informação e dos instrumentos do CRM. As bibliotecas universitárias precisam manter equipe multidisciplinar, recursos humanos e tecnológicos para ter um banco de dados atualizados de forma contínua. Os benefícios para as bibliotecas são muitos, como: a melhora da imagem das bibliotecas, a divulgação dos serviços prestados e a troca de informações junto à comunidade acadêmica e dirigentes das bibliotecas universitárias, visando o incremento da produção e dos níveis de qualidade da pesquisa, do ensino e da extensão desenvolvida nos diferentes âmbitos da universidade. PALAVRAS-CHAVE: Disseminação Seletiva da Informação. Bibliotecas Universitárias. Customer Relationship Management. Marketing de Relacionamento. CRM. DSI.

LISTA DE FIGURAS Figura 1 Peça de comunicação tela do Skipe, conversação entre cliente/usuário e Biblioteca Universitária...44 Figura 2 Peça de comunicação tela do MSN, conversação entre cliente/usuário e Biblioteca Universitária...45

LISTA DE QUADROS Quadro 1 Proposta de DSI com uso do CRM...50

LISTA DE SIGLAS BUs - Bibliotecas Universitárias CCE/FAED - Centro de Ciências e Educação - UDESC COMUT - Comutação Bibliográfica CRM - Customer Relationship Management DDF - Documento de Design Funcional DDT - Documento de Design Técnico DSI - Disseminação Seletiva da Informação FAQ - Frenquently Asked Questions FOUSP - Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo ICQ I seek you IP Internet Protocol IDIP Identificar, diferenciar, interagir e personalizar MSN MicroSoft Messenger PC Personal Computer P2P Perr to Perr (Ponto a Ponto) SAC - Serviço de Atendimento ao Cliente UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina USB Universal Serial Bus

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 13 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO... 13 2 JUSTIFICATIVA... 17 3 OBJETIVOS... 19 3.1 OBJETIVO GERAL... 19 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS... 19 4 REVISÃO DE LITERATURA... 20 4.1 BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS BUS... 20 4.2 DISSEMINAÇÃO SELETIVA DA INFORMAÇÃO DSI... 23 4.3 CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT CRM... 26 5 METODOLOGIA... 30 6 DESENVOLVIMENTO DAS ETAPAS... 31 6.1 ANÁLISE ESTRATÉGICA... 31 6.1.1 Conhecimento dos segmentos dos clientes/usuários e do perfil comportamental e transacional dos clientes/usuários em relação aos serviços prestados pelas BUs... 31 6.1.2 Percepção do valor dos serviços prestados pelas BUs... 32 6.1.3 Retorno que se espera pela implementação da Proposta de DSI com uso das ferramentas do CRM para as BUs... 33 6.1.4 Infra-estrutura necessária para execução da Proposta... 34 6.2 PLANEJAMENTO... 36 6.2.1 Desenvolvimento detalhado das ações da DSI para cada segmento de cliente/usuário... 36 6.2.1.1 Professores... 36 6.2.1.2 Acadêmicos... 37 6.2.1.3 Funcionários... 38 6.2.2 Canais de comunicação/resposta com o público-alvo on-line e off-line... 38

6.2.3 Análise Financeira... 39 6.2.4 DDF - Documento de Design Funcional e DDT - Documento de Design Técnico... 40 6.3 IMPLEMENTAÇÃO... 41 6.3.1 Entrada em ação das equipes responsáveis pelo desenvolvimento das peças de comunicação e da infra-estrutura... 41 6.3.2 Grupo Multidisciplinar... 41 6.3.3 Peças de Comunicação... 42 6.3.4 Infra-estrutura... 46 6.4 CONTROLE... 47 6.4.1 Acompanhamento do resultado das ações para comparar com as métricas estimadas na fase da análise... 47 6.4.2 Mensuração das respostas dos clientes/usuários... 48 7 PROPOSTA DE DSI COM USO DO CRM... 49 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 51 REFERÊNCIAS... 53

13 1 INTRODUÇÃO A seguir será enfatizado a contextualização da Prosposta de Disseminação Seletiva da Informação com uso do Customer Relationship Management. 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO Na atual era em que a única constante é a mudança, as bibliotecas universitárias (BUs) devem implementar projetos via tecnologia da informação para agilizar e disponibilizar em tempo real dados, informações e conhecimentos para os usuários destas bibliotecas (DAVENPORT, 1998). A disseminação seletiva da informação (DSI) torna-se relevante no momento em que as BUs poderão disponibilizar dados, informações e conhecimentos para atender e/ou superar as expectativas dos usuários. Também se tem observado que os usuários estão cada vez mais exigentes, ou seja, eles esperam que os serviços prestados pelas BUs sejam refinados e com grande valor agregado à informação. Neste sentido, o CRM - Customer Relationship Management, conhecido nacionalmente pelo termo Marketing de Relacionamento Com o Cliente, torna-se fundamental para o bibliotecário como agente de informação em bibliotecas e/ou unidades de informação, podendo estruturar uma proposta de relacionamento e gerenciamento dos clientes/usuários visando à consolidação da DSI.

14 O CRM ou gerenciamento com o cliente/usuário é apresentado na literatura como o conjunto de conceitos, construções e ferramentas composta por estratégia, processo, software e hardware (BRETZKE, 2000). O CRM pode contribuir na DSI por meio do desenvolvimento de metodologias específicas e implantação dos 4 pilares de CRM, considerando as características das bibliotecas universitárias. Segundo Azevedo e Pomeranz (2004), o CRM pode ser implementado junto as BUs para favorecer a DSI por meio de 4 fases: análise estratégica, planejamento, implementação e controle. A análise estratégica possibilita aos dirigentes das BUs o desenvolvimento de uma visão mais estratégica e abrangente por meio da resolução de 4 questões: Quais são os segmentos, seu perfil comportamental e transacional em relação aos serviços prestados pelas BUs? Que serviços prestados pelas BUs poderão ter alto valor percebido? Qual é o retorno que se espera da implementação da proposta de DSI a partir das ferramentas do CRM para as BUs? Qual a infra-estrutura necessária para a execução da proposta? A fase do planejamento envolve o desenvolvimento detalhado da DSI para cada segmento de clientes/usuários. O fluxo de ações deve ser minuciosamente desenhado, representando todas as possíveis alternativas de resposta por parte do público alvo, considerando os diferentes canais on-line e off-line. O proposto de DSI com base na estratégia do CRM foi planejado utilizando como referência o período de tempo necessário para que o resultado final esteja alinhado à análise financeira e às expectativas das BUs. O resultado final dessas duas fases (análise e planejamento) é a materialização de dois documentos, segundo Azevedo e Pomeranz (2004) denominados de: Documento de Design

15 Funcional (DDF) e Documento de Design Técnico (DDT). O DDF demonstra as ações a serem desenvolvidas para os respectivos segmentos de clientes/usuários. Já o DDT representa uma descrição pormenorizada da infra-estrutura necessária, incluindo os componentes do CRM e de processos. Na fase da implementação a partir das especificações dos documentos citados, entram em ação as equipes envolvidas no desenvolvimento das peças de comunicação e da infraestrutura, como suporte à proposta de implementação do CRM para tornar legítima a DSI junto aos públicos internos e externos. Por exemplo, torna-se necessário desenvolver ferramentas e suportes para as conversações telefônicas, email, canal on-line e da mala-direta. Vale ressaltar que o banco de dados do projeto de DSI, com o uso do CRM, deve ser modelado com os registros necessários para identificar precisamente o comportamento do público interno e externo. Para auxiliar as BUs a tornar seus bancos de dados mais dinâmicos e precisos, tem-se a ferramenta Data Warehouse que é definida segundo um especialista da área como uma coleção de dados orientado por assuntos, integrado, variante no tempo e não volátil, cujo o objetivo é dar suporte aos processos de tomada de decisão (IMMON, 1992 apud ROSINI; PALMISANO, 2003, p.34). No entanto, pode-se dizer que o Data Warehouse é um suporte que agrega diferentes ferramentas tecnológicas, que tem como poder a extração de todos os dados pertinentes em sistemas informacionais distintos e transformá-los em conhecimentos de grande valia, ou seja, um fornecimento de uma visão única para o processo de tomadas de decisão. Para agregar valor a esse serviço, desenvolveu-se uma tecnologia de ponta associada ao Data Warehouse, chamada Data Mining. Sua tecnologia equivale a do Data Warehouse, mas sua função é de extração/mineração do valor que esses dados representam para a organização, no caso as BUs. Por exemplo: por meio da aplicação de técnicas de Data Mining

16 em BUs, torna-se possível conhecer as características e preferências de seus clientes/usuários, determinando assim seu perfil que é de elevada importância para o DSI, e para as tomadas de decisões gerencias. A manutenção e a atualização das informações registradas necessitam ser implementadas por uma equipe com conhecimento em serviços de dados. A fase da implementação é gerida por um grupo multidisciplinar, formado por profissionais de várias áreas, com a missão de materializar o programa de relacionamento com os usuários reais e potenciais da DSI. O controle representa a fase final de um programa de relacionamento. Engloba o acompanhamento do resultado das ações para a comparação com as métricas estimadas na fase da análise. Para analisar os resultados das ações, torna-se necessária a mensuração das respostas dos clientes/usuários das informações disponibilizadas pela DSI com o auxílio do CRM em todos os pontos de contato com os serviços prestados pela DSI aos usuários.

17 2 JUSTIFICATIVA O DSI surgiu na década de 60, com uma ótima aceitação entre os pesquisadores, pelo fato de ser um serviço personalizado, oferecido diretamente ao usuário de acordo com seu perfil e linha de pesquisa. Para elaborar os perfis de cada cliente/usuário, é indispensável um prévio estudo de usuário, que possibilita o entendimento do comportamento que manifesta os indivíduos em seu consumo de informação. Ele é um sistema dinâmico e complexo, e parte do pressuposto de que a observação, análise, identificação e descrição da demanda de uso da informação, são de vital importância para o planejamento, administração e avaliação de bibliotecas e serviços de informações científicas e principalmente tecnológicas (SANZ CASADO, 1994). Notadamente, é de extrema necessidade conhecer como os usuários buscam e recuperam as informações necessárias ao desenvolvimento de suas pesquisas, podendo assim alcançar a satisfação dos mesmos. O CRM tem como principal objetivo a satisfação do cliente/usuário, assim pode-se afirmar que: [...] é uma nova forma de ver as relações com os clientes/usuários. Ele analisa e gestiona administrativamente as informações sobre os clientes/usuários de maneira que seja possível conhecê-los, atendê-los, satisfazê-los e torná-los parte da organização ou seja serem fiéis (PEPERS e ROGERS, 2001). É de fato afirmar que, o foco individual ao cliente é primordial, podendo assim identificá-lo e diferenciá-lo, interagindo e personalizando seus produtos, serviços e a comunicação com ele, de acordo sempre com suas preferências e necessidades informacionais.

18 Em virtude dos fatos mencionados é valido ressaltar que, a capacidade de armazenar dados relevantes sobre o cliente/usuário e criar mecanismos para utilizá-los de forma inteligente a cada nova interação, tornaram-se diferenciais competitivos de maior relevância. Além dos fundamentos já discutidos, constata-se a relevância do presente estudo, ao se admitir que as estratégias devem ser integradas para resultados e focadas no perfil do usuário. Dessa forma, a DSI terá sentido, utilidade e aplicabilidade. Deve-se entender e conhecer as necessidades e interesses para o CRM possibilitar o diálogo individualizado com o público alvo (SOUZA, 2005). O marketing de relacionamento possibilita, ainda, o incremento da imagem dos serviços prestados pelas BUs na DSI, contribuindo para a percepção final do cliente/usuário. Quanto maiores forem os recursos alocados na ampliação e no enriquecimento do banco de dados, mais completas serão as informações conhecidas da base e, portanto, maiores serão as possibilidades do envio de mensagens de sucesso (GATES, 2003; JACOB, 1999; CASTELLS, 2003). Pelos argumentos apresentados, busca-se resposta para o seguinte problema de pesquisa: Como os fundamentos teóricos e práticos relativos ao CRM podem possibilitar o desenvolvimento de uma proposta para a DSI em Bibliotecas Universitárias?

19 3 OBJETIVOS Segue abaixo os respectivos objetivos da presente pesquisa. 3.1 OBJETIVO GERAL Demonstrar como os fundamentos teóricos e práticos discutidos pelo CRM podem possibilitar o desenvolvimento de uma proposta para DSI em Bibliotecas Universitárias. 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS As etapas de trabalho empírico necessárias para a consecução do objetivo geral são as seguintes: Levantar os fundamentos teóricos e práticos concernentes ao CRM discutidos pelos estudiosos da área; Descrever e caracterizar a DSI em Bibliotecas Universitárias; Caracterizar a Biblioteca Universitária em termos de histórico, objetivos, estrutura organizacional e serviços prestados; Estabelecer um comparativo dos fundamentos da DSI em relação aos do CRM; Apresentar uma proposta de DSI a partir dos fundamentos teóricos e práticos do CRM.

20 4 REVISÃO DE LITERATURA Logo abaixo teremos a abordagem dos três maiores temas da pesquisa: Bibliotecas Universitárias (BUs); Disseminação Seletiva da Informação e Customer Relationship Management. 4.1 BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS - BUS Martins (2001) diz que o grande acontecimento medieval foi à fundação das universidades. A partir dessa fundamentação pode-se dizer que, as universidades possuem um papel de formação de competências, difundindo a experiência cultural e científica da sociedade. Por este motivo pode-se considerá-la o [...] lócus fundamental para a construção da identidade sócio-cultural de um país (MORAES, 1998 apud LÜCK, 2005) Verificou-se então a necessidade de criar uma biblioteca que atendesse aos planejamentos educacionais das universidades. Assim surgiu a biblioteca universitária que: [...] deve funcionar como um verdadeiro serviço de documentação, não só conservando, mas também difundindo os documentos. Estará assim em melhores condições de servir estudiosos e pesquisadores. R. S. Taylor imagina a biblioteca universitária como uma instituição social que proporciona uso eficaz de dados, informações, conhecimentos etc. como base para a educação, lazer, pesquisa e tomada de decisões. (PRADO, 1979, p.15) Ela deixou de ser apenas um acervo de informações da Universidade, para se transformar em uma peça valiosa no planejamento das mudanças da mesma. Ou seja, a Universidade dos dias atuais, que tem a informação como seu principal insumo, deve ter

21 consciência de que a biblioteca precisa destacar-se como a prioridade em suas estratégias de investimentos. Notadamente, pode-se ainda articular que, bibliotecas universitárias são conceituadas tradicionalmente como bibliotecas de Instituições de Ensino Superior (IES), com o papel de suprir as necessidades informacionais da comunidade acadêmica, no desempenho de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão (CARVALHO, 1981, p.1). Neste sentido ressalta-se que: As Bibliotecas Universitárias são organizações e, como tal, construídas por um conjunto de funções responsáveis, que vão desde a localização, organização até a recuperação da informação para os usuários que dela necessitam. A sua estrutura organizacional está formada por departamentos denominados de divisões e seções. A cada departamento cabe a responsabilidade pelo desenvolvimento de algum produto e/ou serviço, formando uma cadeia até a sua execução final (PINTO, 1993, p.135). Ela pode ser centralizada ou descentralizada, como também pode ter outra característica que é de Biblioteca Seccional, também denominada Setorial. Apresentam de modo geral, em suas estrutura organizacionais: Direção Geral; Secretaria Administrativa; Divisão de Desenvolvimento de Coleções e Tratamento de Informação; Divisão de Assistência ao Usuário e mais recentemente a Divisão de Automação e Informática. Alguns dos principais serviços prestados pelas bibliotecas universitárias, segundo Amboni (2002) são: Sumários e Alerta; Empréstimo domiciliar; Empréstimo entre Bibliotecas; Disseminação da informação; Orientação do usuário na recuperação de informações (Serviço de referência); Comutação Bibliográfica; Consulta a Base de Dados;

22 Treinamento de usuários; Normalização da produção acadêmica Visita orientada; Novas aquisições; Catalogação na fonte; Para Carvalho (1995), os serviços prestados pelas bibliotecas devem: a) estar de acordo com os propósitos da universidade; b) ser concebidos para promover e facilitar o uso da informação registrada em todos os formatos, por todos os usuários; c) incluir serviços de referência e informação, disponíveis em horário pré-estabelecido, adequadamente identificados e localizados em área física especialmente designada para abrigá-los, e serviço de assistência especializada a usuários sobre o uso dos recursos da biblioteca; d) manter e tornar disponível para o uso o registro de suas coleções, organizado de forma consistente e em conformidade com padrões internacionais de catalogação e classificação; e) estar disponíveis para a consulta e empréstimo aos usuários, de acordo com os propósitos, metas e objetivos da biblioteca. A biblioteca universitária não pode fugir ao compromisso de adquirir uma nova postura administrativa; precisa despertar-se para o desafio, ter responsabilidades e assumir a liderança para mudar. Ela precisa redesenhar suas atividades e seus processos, simplificá-los, agilizá-los e torná-los eficazes, para identificar e satisfazer às necessidades informacionais dos seus usuários.

23 Entende-se, então, que universidades e bibliotecas possuem a missão de servir a comunidade acadêmica e a sociedade, como criadoras e propulsoras do conhecimento, estimuladoras e facilitadoras do acesso a este. Ambas, universidades e bibliotecas, se caracterizam segundo Duarte, et al (2005) como organizações centradas no conhecimento. Para que as bibliotecas universitárias denominem-se de organizações do conhecimento necessitam para (RAMOS, 1999 apud DUARTE, et al 2005), serem responsáveis por parte importante da infra-estrutura de formação crítica na instituição, ao passo que pretende proporcionar qualidade, produtividade e competitividade através do uso de suas informações. 4.2 DISSEMINAÇÃO SELETIVA DA INFORMAÇÃO - DSI As mudanças ambientais acontecendo no mundo atual, tem como principais percussores, a explosão da gama informacional que reflete diretamente na evolução das tecnologias. Portanto, desenvolve-se uma quantidade excessiva de conhecimentos, informações e dados. Pode-se perceber que essa proliferação das grandes bases de dados referenciais e de indivíduos em busca da informação vem propiciando às bibliotecas, a desenvolverem metodologias específicas que permitam à escolha, busca e recuperação do conhecimento personalizado. Mas, é fato afirmar, que há barreiras que impedem muitas vezes os clientes/usuários de estarem atualizados com informações confiáveis e qualitativas, sendo a principal delas, a falta de tempo.

24 Entretanto, de maneira geral, as bibliotecas têm como missão servir e oferecer à sua comunidade científica, informações relevantes à realização de suas pesquisas bibliográficas, sempre procurando tornar o acesso, a recuperação e a localização das informações mais compatíveis perante as necessidades de seus usuários. Com isso as bibliotecas passaram por uma fase de transformação em relação ao planejamento e redimensionamento dos seus produtos e serviços oferecidos diretamente aos seus usuários. Para Robredo e Cunha (1986) apud Souto e Portela (2003/2004) a medida que as técnicas de tratamento da informação têm progredido, surgiram novos serviços mais adequados às necessidades dos usuários. A grande estratégia competitiva que surgiu na década de 60, concebido por Hans Peter Luhn da IBM Corporation, conforme Bax et. al (2004) que tem como intuito tornar os usuários informados e atualizados com informações compatíveis e personalizadas de acordo com seu perfil e linha de pesquisa, aperfeiçoando assim os serviços de alerta oferecidos pelas bibliotecas, foi o chamado DSI Disseminação Seletiva da Informação. Sua definição segundo, Luhn, 1961 apud Bax et.al.(2004): [...] serviço que consiste em direcionar novos ítens de informação, de qualquer que seja a fonte, para aqueles pontos onde a probabilidade de seu uso, em conexão com o interesse corrente [do usuário] seja alta. Dando precedência aos conceitos relacionados ao DSI, pode-se ainda ressaltar que a idéia de DSI para Mondschein (1990), se consiste em um serviço personalizado e atualizado direcionado ao usuário ou a um grupo de usuários fornecendo, em intervalos regulares, listas de citações das publicações mais recentes. A diferença do DSI para outros serviços de alerta é o desenvolvimento do perfil do usuário que pode ser prontamente modificado com a mudança da necessidade de informação. Por imediato, a atenção especial ao usuário é de importância estratégica para a implantação de um estilo de gerenciamento eficaz, ao viabilizar a prestação do

25 serviço/produto na forma adequada ao seu usuário, pelo reconhecimento social em relação à atuação da biblioteca e, por conseguinte, para a sua legitimidade enquanto responsável pela disseminação de informações (ALBRECHT,1992). O aspecto a ser enfatizado, são as formas de comunicação da biblioteca com seus usuários em relação aos seus produtos/serviços. Para isso, como foi citado acima, ela precisa observar seu perfil e o segmento dos diferentes tipos ou grupos de usuários a serem atingidos com a informação, o que determina formatos e meios diferenciados de disseminação, conforme a característica de cada segmento. Para conhecer e interagir com o usuário é indispensável um prévio estudo de usuário, que possibilita o entendimento do comportamento que manifesta os indivíduos em seu consumo de informação. Este sistema dinâmico e complexo que consente à biblioteca elaborar e estabelecer o perfil de cada cliente/usuário, sendo assim, ele permite extrair conclusões relacionadas aos grupos de usuários e a qualidade de suas necessidades, de forma que estas possam ser resolvidas através de medidas apropriadas. (informação verbal) 1 Notadamente, é de extrema necessidade conhecer como os usuários buscam e recuperam as informações necessárias ao desenvolvimento de suas pesquisas, podendo assim alcançar a satisfação dos mesmos. O serviço eletrônico de disseminação seletiva da informação torna os pesquisadores das bibliotecas mais próximos delas pelo fato de utilizarem efetivamente seus serviços de maneira personalizada. Com isso pode-se perceber maior agregação de valor aos serviços, mantendo a qualidade, confiabilidade e competitividade, que hoje são fatores indispensáveis no processo de tomada de decisão de uma biblioteca. 1 Informação verbal fornecida pela professora Maria de Jesus do Nascimento, na disciplina Usuários da Informação do curso de Biblioteconomia da UDESC, Florianópolis, 2004/1.

26 Há estudos que comprovam este fato da proximidade do usuário com a informação personalizada, foi o relato de um trabalho apresentado por Funaro (2005), que tinha como objetivo geral apresentar aos docentes da FOUSP (Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo) a DSI eletrônica, que continha como agregação de valor não apenas a localização de conteúdos de títulos de periódicos, mas também o oferecimento de suporte personalizado para o desenvolvimento da pesquisa por uma equipe de bibliotecários dos diversos setores da biblioteca para a realização da busca bibliográfica, localização, recuperação e envio da informação ao pesquisador. E como objetivo específico esse trabalho pretendia demonstrar a metodologia que seria implantada da DSI eletrônica para um grupo piloto de pesquisadores da FOUSP, que apresentava a intenção de ampliar o serviço a grupos beneficiários de um serviço personalizado e os aproximará ainda mais da biblioteca, pela utilização efetiva de seus serviços. Souto (2003, p.129) descreve que: aplicação de DSI voltado para a prestação de serviços aos alunos de faculdades e universidades auxilia no suporte de atividades de ensino, pesquisa e extensão. Se o aluno de graduação utilizar este serviço e acostumar-se com os benefícios e vantagens do sistema, posteriormente ele o verá como o aliado em sua vida profissional, podendo utilizá-lo como um instrumento de atualização profissional e educacional. Assim sendo, acredita-se que para tornar este um serviço eficiente e eficaz é necessário não só uma estrutura de base de dados ou perfis de interesse claros e objetivos, mas também uma constante retroalimentação dos serviços, visando mediar-se e adequar-se conforme às necessidades provindas dos usuários. 4.3 CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT CRM O CRM - Customer Relationship Management, conhecido também como: Marketing Um a Um; Marketing Individualizado; Marketing One to One e ainda Marketing de

27 Relacionamento, é uma infra-estrutura para implementar-se a filosofia one to one que se define em ter uma visão única do cliente e agir de acordo com as necessidades manifestadas por ele. Tem como definição segundo o Gartner Group: CRM é uma estratégia de negócio voltada ao entendimento e à antecipação das necessidades dos clientes atuais e potenciais de uma empresa. Do ponto de vista tecnológico, o CRM envolve capturar os dados do cliente ao longo de toda a empresa, consolidar todos os dados capturados interna e externamente em um banco de dados central, analisar os dados consolidados, distribuir os resultados dessa análise aos vários pontos de contato com o cliente através de qualquer ponto de contato com a empresa (PEPPERS; ROGERS, 2001, p.59). O CRM representa o reconhecimento do valor que tem um cliente para as organizações modernas, quais sejam os negócios a que se dedicam. Segundo Drucker, o mercado com êxito tem por finalidade conhecer e compreender o consumidor tão bem, que o produto ou serviço satisfaça suas necessidades precisas e se venda sem promoção alguma (PORRAS, 2001 apud MOLINA, 2005). Portanto, as organizações devem desenvolver relações duradouras com seus clientes e cultivá-las ao longo do tempo, como alternativa para desenvolver sua confiança e a lealdade e de conhecer suas preferências e particularidades. Para consistir a idéia de trabalhar com o cliente individualmente, é primordial aplicar o modelo dos 4 pilares do CRM, que segundo Peppers; Rogers (2001) são: identificar, diferenciar, interagir e personalizar. Na fase de identificação passa-se a conhecê-lo e desenvolve-se um sistema que identifique cada cliente em todos os seus contatos; na diferenciação classifica-se os clientes conforme seu valor para a empresa, em seguida ocorre à diferenciação conforme à necessidade de cada um; logo após há a interação, que é a forma de aprender cada vez mais sobre suas necessidades e por fim entra a personalização que se resume em usar o conhecimento adquirido sobre cada cliente para personalizar os produtos e a forma de como tratá-lo.