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Transcrição:

45 INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS

INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS Na condição de investidores institucionais, temos o dever de priorizar os melhores interesses de longo prazo de nossos beneficiários. Neste papel de fiduciários, acreditamos que temas como Meio Ambiente, Desenvolvimento Social e Governança Corporativa (ESG Environmental, Social and Corporate Governance) podem afetar o desempenho das carteiras de investimento (variando em níveis por empresas, setores, regiões, classe de ativos e através do tempo). Também reconhecemos que a aplicação desses Princípios pode melhor alinhar os investidores aos objetivos mais amplos da sociedade. Visão PRI Principles for Responsible Investment. Ativos intangíveis, como reputação, boas práticas de governança, qualidade de atendimento, histórico de respeito aos direitos humanos e trabalhistas, ao meio ambiente e às comunidades, têm sido cada vez mais visados pela sociedade, o que vem exigindo novas posturas e práticas das organizações. 1 Nos últimos anos, foram registrados diversos exemplos de grandes empreendimentos paralisados por causarem conflitos ou impactos socioambientais, e que só foram retomados depois de resolvidas essas questões. Numa outra vertente, muitas outras empresas inovaram não só revendo seus processos, mas também introduzindo novos produtos e serviços com alto padrão de qualidade e reduzindo impactos ambientais, o que contribui para o desenvolvimento de comunidades menos favorecidas. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, os investimentos socialmente responsáveis ponderam a integração das preocupações sociais e ambientais aos critérios tradicionais de decisão de investimentos, cumprindo o duplo objetivo de fornecer retornos financeiros adequados e, simultaneamente, suportar as boas práticas corporativas. Investimentos socialmente responsáveis podem potencializar o retorno financeiro na medida em que incrementam o valor do ativo, devido à percepção do mercado de que as melhores práticas de fatores socioambientais e de governança corporativa trarão benefícios no longo prazo pois mitigam os riscos, visto que a boa reputação protege contra a destruição de valor causada por passivos de natureza socioambiental ou governança corporativa inadequada. Os Fundos de Pensão inserem-se nesse contexto de riscos e oportunidades administrando as economias de milhões de indivíduos em todo mundo, operando para garantir resultados financeiros no longo prazo, vivendo um processo gradual de engajamento de suas partes interessadas e, nesse processo, atentando-se cada vez mais às empresas nas quais investem. Unindo o compromisso dos Fundos com o desenvolvimento sustentável à gestão dos riscos em suas operações, tem-se o investimento socialmente responsável, e sua pontuação em todo o mundo tem ocupado espaço crescente na agenda dos classificadores de riscos. 1 Fonte: Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC.

INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS 47 Investimentos sustentáveis no mundo 2 Conforme informações do Instituto Ethos, nos EUA, os SRFs (Socially Responsible Funds, como são chamados os Fundos que utilizam princípios de responsabilidade social para definir investimentos) existem desde a década de 1980 e hoje movimentam mais de três trilhões de dólares no mercado financeiro. Na década de 1990, eles tiveram um desempenho 15% superior aos Fundos tradicionais, de acordo com o Dow Jones Sustainability Index. Apresenta-se a seguir um breve histórico do investimento socialmente responsável no mundo e no Brasil. 1991 O UK Social Investment Forum foi lançado em 10 de Julho de 1991. Ele se fundamentou no trabalho de outros grupos que abordam esse tema, principalmente o Socially Responsible Investment Network e o Socially Useful Money SUM. 1999 Lançamento do Pacto Global (Global Compact), uma iniciativa do então secretáriogeral da ONU, Kofi Annan, que propõe a cidadania corporativa como forma de contribuir para o avanço de uma economia global mais sustentável e inclusiva. As empresas que assinam o Pacto Global comprometem-se, voluntariamente, a seguir e divulgar dez princípios extraídos de declarações consagradas da ONU. Atualmente, mais de 200 dessas companhias são brasileiras. 1999 Lançamento do Dow Jones Sustainability Indexes pela Dow Jones Indexes e a SAM (Sustainable Asset Management). Esse foi o primeiro índice global para mapear o desempenho financeiro das empresas líderes no campo do desenvolvimento sustentável. O DJSI provê aos administradores de carteiras de ações informações confiáveis e objetivas para que eles possam administrar portfólios sustentáveis. 2001 Lançamento do FT4Good pela Bolsa de Londres e o Financial Times. Trata-se de série composta por quatro índices, que foi desenvolvida pela empresa de pesquisa Eiris e avalia o desempenho de empresas globais por meio de critérios ambientais, de direitos humanos e de engajamento de stakeholders. Ele exclui as indústrias bélica, nuclear e tabagista. 2001 O governo inglês estabeleceu um código voluntário de investimento e trouxe para a legislação a exigência de que os Fundos de Pensão divulguem quanto investem utilizando critérios sociais, ambientais e éticos. 2003 Lançamento do índice de SRI da África do Sul. Este foi o primeiro país emergente a incorporar a sustentabilidade ao mercado de ações e lançou, via Bolsa de Valores de Johannesburg (JSE), o JSE s Socially Responsible Investment. 2004 A Unep-FI reúne os maiores Fundos de Pensão da Europa em Paris para discutir as práticas de investimentos sob a óptica de RSE e de governança corporativa. Nesse mesmo ano, um grupo de investidores institucionais foi convidado pelo então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para desenvolver referências à prática do investimento responsável. 2005 Vinte dos maiores investidores institucionais do mundo reúnem-se em Nova Iorque para dar início ao PRI. O grupo se encontra outras três vezes, até janeiro de 2006, com o suporte de mais de 70 especialistas em investimentos responsáveis. 2006 Lançamento oficial dos PRIs na Bolsa de Valores de Nova Iorque, sendo em seguida lançados em Paris. 2 Fontes: Abrapp; Bovespa; Instituto Ethos e Social Investment Fórum; Monzoni, Biderman e Brito (2006).

48 INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS Investimento sustentável no Brasil 2000 Lançamento pela Bolsa de Valores de São Paulo Bovespa do Novo Mercado e dos Níveis Diferenciados de Governança Corporativa Nível 1 e Nível 2, que são segmentos especiais de listagem desenvolvidos com o objetivo de proporcionar um ambiente de negociação que estimulasse, ao mesmo tempo, o interesse dos investidores e a valorização das companhias. 2001 Início dos primeiros lançamentos de Fundos Socialmente Responsáveis por bancos que operam no Brasil. Em outros mercados emergentes ocorre o mesmo, trazendo a possibilidade de se investir em ações de empresas que, além da valorização econômicofinanceira, se destacam por sua boa postura com relação aos stakeholders. 2003 A ABRAPP, em parceria com o Ethos, lança os Princípios Básicos de Responsabilidade Social, durante o Congresso Anual dos Fundos de Pensão. O lançamento desses princípios foi a primeira iniciativa desse gênero no mundo. A adoção desses critérios vem alterando o perfil de investimentos em renda variável no Brasil, influindo no comportamento de investidores e acionistas de empresas e trazendo um avanço significativo para o movimento da RSE no Brasil. A cartilha de ISR da ABRAPP e do Instituto Ethos sugere que os Fundos de Pensão que mantiverem o posicionamento de ISR devem declará-lo em sua política de investimentos, aprovada anualmente pelo Conselho Deliberativo e enviada à Secretaria de Previdência Complementar SPC (atualmente Previc) do Ministério da Previdência Social. 2005 Ocorre o lançamento do Índice de Sustentabilidade Empresarial ISE pela Bovespa, considerando o desempenho financeiro, social, ambiental e de governança corporativa de companhias listadas na bolsa. Atualmente, a carteira do ISE é composta por 40 ações de 32 companhias reconhecidamente comprometidas com a responsabilidade empresarial. No fechamento de janeiro deste ano, essas empresas totalizavam um valor de mercado da ordem de R$ 924 bilhões. Desde que foi criado, o ISE vem seguindo de perto os ganhos do Ibovespa. No entanto, por questões estruturais do mercado acionário brasileiro, nos últimos doze meses o ISE acumula rentabilidade de 26,40% ante os 33,26% registrados pelo índice Bovespa. Apesar disso, segundo recente pesquisa publicada pelo IFC International Finance Corporation, o ISE tem sido de fundamental importância para a difusão do tema Sustentabilidade no Brasil e para aprimoramento das práticas das empresas nesse tema 3. 2006 Lançado o PRI no Brasil, no Rio de Janeiro. Em abril de 2007 ocorreu a cerimônia de adesão dos signatários brasileiros, na Bovespa, em São Paulo. 2008 Realizado o I Workshop dos Signatários do PRI na América Latina. 2009 Chega a oito o números de bancos operando no Brasil que possuem Fundos de Investimentos baseados em papéis de empresas que se preocupam com a sustentabilidade. 2009 Lançada a publicação: Investimentos Sustentáveis no Brasil, pelo IFC, braço financeiro do Banco Mundial. 2010 ISE completa cinco anos. 2 O IFC é o braço financeiro do Banco Mundial e aportou recursos para a criação do ISE em 2005. Em 2010, ele conduziu uma avaliação independente por meio da Terra Mater Empreendimentos Sustentáveis (Brasil), Cumpetere (EUA) e da Steward Redqueen (Holanda) para avaliar o impacto do ISE em termos de fortalecimento da cultura de sustentabilidade entre empresas listadas na bolsa. Os resultados desse trabalho podem ser vistos em www.ifc.org/ifcext/publications.nsf/content/bysubject.

INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS 49 INICIATIVAS EM INVESTIMENTOS SOCIALMENTE RESPONSÁVEIS (ISR) APOIADAS PELOS FUNDOS DE PENSÃO Como vemos ao longo de todo este Relatório, os Fundos de Pensão são grandes promotores do investimento socialmente responsável, principalmente por que reconhecem que empresas que se preocupam com a sustentabilidade têm maior potencial de prosperar no futuro e, portanto, de fornecer retornos importantes para os investimentos das Entidades. Apresentamos a seguir, as principais iniciativas em ISR apoiadas pelos Fundos de Pensão. Sobre o PRI - Princípios para o Investimento Responsável Os Princípios Para o Investimento Responsável PRI (Principles for Responsible Investment) foram desenvolvidos por investidores institucionais líderes em um processo supervisionado pela Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pelo Pacto Global das Nações Unidas. Os princípios incluem critérios ambientais, sociais e de governança, e fornecem um marco para o alcance de melhores retornos de investimentos de longo prazo e mercados mais sustentáveis. Os Princípios para o Investimento Responsável representam o compromisso voluntário dos grandes investidores institucionais do mundo com a crença de que as questões socioambientais e de governança corporativa afetam o resultado financeiro de seus investimentos no longo prazo. O programa consiste em seis princípios básicos que se desdobram em diretrizes, cuja finalidade é viabilizar a incorporação das questões socioambientais e de governança às práticas de análise, decisão e gestão de investimentos. Incentivado desde 2003 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o programa foi oficialmente lançado na Bolsa de Valores de Nova Iorque em abril de 2006, com a participação de 20 dos maiores investidores institucionais mundiais dentre eles, a PREVI e a presença do então secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Um mês depois, o PRI foi lançado no Brasil, na sede da PREVI no Rio de Janeiro, e, em abril de 2007, uma cerimônia de adesão dos signatários na Bolsa de Valores de São Paulo oficializou a versão brasileira do programa. Hoje, o PRI tem 832 signatários em todo o mundo, com cerca de US$ 20 trilhões em ativos sob sua gestão. Signatários do PRI no Brasil e no Mundo A tabela abaixo indica o total de signatários do PRI no mundo e no Brasil até dezembro de 2009. Dezessete Fundos de Pensão brasileiros já formalizaram a adesão aos Princípios para Investimento Responsável (PRI, na sigla em inglês), programa da Organização das Nações Unidas (ONU). Atualmente, o Diretor de Investimentos da PREVI, Sr. Renê Sanda, integra o Conselho do PRI representando a América Latina. Como vemos ao longo de todo este Relatório, os Fundos de Pensão são grandes promotores do investimento socialmente responsável, principalmente por que reconhecem que empresas que se preocupam com a sustentabilidade têm maior potencial de prosperar no futuro e, portanto, de fornecer retornos importantes para os investimentos das Entidades Signatários dos Princípios para o Investimento Responsável Categoria de Signatários Número Total (Global) Signatárias Brasileiras % Detentores de Ativos 211 17 8,1% Gestores de Investimentos 454 19 4,2% Prestadores de Serviço 167 9 5,4% Total 832 45 5,4%

50 INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS Fundos Brasileiros signatários do PRI 4 AO FINAL DE 2009 Banesprev Celpos Centrus - Fundação Banco Central de Previdência Privada Ceres - Fundação de Seguridade Social Economus Faelba - Fundação COELBA de Previdência Complementar Fasern Tendo nesse histórico boas referências em responsabilidade social para orientar sua gestão, e princípios e critérios mais claros para orientar a escolha das empresas nas quais investem, os Fundos têm construído gradativamente uma gestão socialmente responsável, assumido cada vez mais o papel de incentivar essas empresas a fazerem o mesmo. As empresas que integram o Índice Brasil (IBr), composto pelas 100 ações mais negociadas na Bovespa, estão sendo incentivadas a adotar as diretrizes do GRI, conjunto de normas e indicadores que propõem um padrão mundial para a elaboração de relatórios anuais de sustentabilidade e governança corporativa. A recomendação parte de investidores signatários dos Princípios para o Investimento Responsável, que também têm o objetivo de motivar as companhias que já reportam seus resultados pela metodologia do GRI a manter suas divulgações nesse formato. Sobre a GRI Global Reporting Initiative A GRI é uma organização não governamental, com sede em Amsterdã, criada em 1997 por uma coalizão de gestores de Fundos de Investimento socialmente responsável para orientar a tomada de decisão de investidores e analistas do mercado de capitais. Alinhado com o Pacto Global (ONU) e o índice de sustentabilidade (ISE), o modelo já é adotado por cerca de duas mil corporações no mundo e 200 no Brasil. Trata-se de uma ferramenta de grande importância na gestão das empresas e para a tomada de decisões de investimento. Pela divulgação de informações em um padrão internacionalmente reconhecido, Forluz Funcef Fundação 14 Fundação BrTPrev Infraprev Petros Previ Real Grandeza Sistel Valia é possível avaliar as companhias ao longo do tempo e entre seus pares em relação ao seu desempenho social, ambiental e econômico. Muitas empresas nas quais as Entidades investem produzem relatórios de Sustentabilidade com base no GRI. Além disso, muitos Fundos de Pensão utilizam os relatórios de sustentabilidade de empresas para coletar informações úteis no momento de decidir sobre investir ou não nessas empresas. Sobre o ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial O ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial é um indicador que mede o retorno total de uma carteira teórica composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial. Iniciou-se, já há alguns anos, uma tendência mundial de os investidores procurarem empresas socialmente responsáveis, sustentáveis e rentáveis para aplicar seus recursos. Tais aplicações, denominadas investimentos socialmente responsáveis (SRI), consideram que empresas sustentáveis geram valor para o acionista no longo prazo, pois estão mais preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e ambientais. Essa demanda veio se fortalecendo ao longo do tempo e hoje é amplamente atendida por vários instrumentos financeiros no mercado internacional. No Brasil, essa tendência já teve início e há expectativa de que ela cresça e se consolide rapidamente. Atentas a isso, a Bovespa, em conjunto com várias instituições ABRAPP, Anbid, Apimec, IBGC, IFC, Instituto Ethos e Ministério do Meio Ambiente decidiram unir esforços para criar um índice de ações que seja um referencial (benchmark) para os investimentos socialmente responsáveis: o ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial. Nesse sentido, essas organizações formaram um Conselho Deliberativo presidido pela Bovespa, que é o órgão responsável pelo desenvolvimento do ISE. Posteriormente, o Conselho passou a contar também com o Pnuma em sua composição. A Bolsa de Valores é responsável pelo cálculo e pela gestão técnica do índice. O ISE tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, e também atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial brasileiro. Sobre o Carbon Disclure Project CDP O Carbon Disclosure Project CDP é a principal iniciativa do setor financeiro em relação à mitigação das mudanças climáticas. O objetivo é criar uma relação entre acionistas e empresas focada em oportunidades de negócio decorrentes do aquecimento global. Trata-se de um requerimento coletivo e um questionário, formulado por investidores institucionais e endereçado às empresas listadas nas principais bolsas de valores do mundo, visando a obter e divulgar informações sobre as políticas de mudanças climáticas adotadas pelo setor. Em 2007, a organização empresarial publicou os dados de emissões de 2.400 das maiores empresas globais, responsáveis por 26% da emissão global de gases de efeito estufa. A partir do projeto, cresceu o compromisso com os princípios da responsabilidade social e ambiental, em particular o desenvolvimento sustentável. Demonstrando que estão mobilizados integralmente quanto à questão da responsabilidade ambiental, os Fundos de Pensão estão focados também no estímulo à redução da emissão dos gases do efeito estufa, preocupação essa que as levaram a aderir ao Carbon Disclosure Project CDP desde o seu início, no ano de 2005, demonstrando crescimento desde então. Ela se tornou a categoria de investidores com o maior número de signatários ao programa. No quadro abaixo, apresentamos as Entidades signatárias ao projeto desde 2005. 4 Fonte: Signatários dos Princípios para o Investimento Socialmente Responsável. Disponível em: http://www.unpri.org/signatories/

INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS 51 signatários BRASILEIROS 5 2005 2006 2007 2008 2009 2010 BANESPREV Fundo Banespa de Seguridade Social BRASILETROS Fundação Ampla de Seguridade Social CBS Caixa Beneficente dos Empregados da Companhia Siderúrgica Nacional CAPEF Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil CAPESESP Caixa de Previdência e Assistência dos Servidores da Fundação Nacional de Saúde ECONOMUS Instituto de Seguridade Social ELETRA Fundação CELG de Seguros e Previdência FAELCE Fundação Coelce de Seguridade Social FAPERS Fundação Assistencial e Previdenciária da Extensão Rural no R. G. do Sul FAPES Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES FASERN Fundação Cosern de Previdência Complementar FIPECQ Fundação de Previdência Complementar dos Empregados e Servidores da Finep, do Ipea, do CNPq FORLUZ Fundação Forluminas de Seguridade Social FUNCEF Fundação dos Economiários Federais FUNDAÇÃO ATLÂNTICO de Seguridade Social 6 FUNDAÇÃO ATTILIO Francisco avier FONTANA FUNDAÇÃO BANRISUL de Seguridade Social FUNDAÇÃO CORSAN dos Funcionários da Companhia Riograndense de Saneamento FUNDIÁGUA Fund. de Previdência da Cia. de Saneamento e Ambiental do Distrito Federal FUSESC Fundação Codesc de Seguridade Social FUNDAÇÃO ITAÚSA INDUSTRIAL FUNDAÇÃO PROMON de Previdência Social FUNDAÇÃO SÃO FRANCISCO de Seguridade Social GEAP Fundação de Seguridade Social INFRAPREV Instituto Infraero de Seguridade Social Itaubanco Fundação Itaubanco METRUS Instituto de Seguridade Social PETROS Fundação Petrobras de Seguridade Social POSTALIS Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos PRECE Previdência Complementar PREVI Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil PREVIG Sociedade de Previdência Complementar REAL GRANDEZA Fundação de Previdência e Assistência Social REFER Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social SEBRAEPREV Instituto Sebrae de Seguridade Social SERPROS Fundo Multipatrocinado SIAS Sociedade IBGEANA de Assistência e Seguridade SISTEL Fundação Sistel de Seguridade Social VALIA Fundação Vale do Rio Doce de Seguridade Social VISÃO PREV Sociedade de Previdencia Complementar 5 Fonte: Carbon Disclosure Project Report 2010. Disponível em https://www.cdproject.net/cdpresults/cdp-2010-brazil-report-portuguese.pdf 6 Em 2010, a Fundação Atlântico assumiu as operações da Fundação 14 e da Fundação BrTPREV

52 INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS Sustentabilidade nas Empresas Participadas 7 Como pudemos observar nos capítulos anteriores, os Fundos de Pensão se apresentam como um stakeholder importante para a disseminação da sustentabilidade e, consequentemente, para o investimento social. Por terem grande poder econômico e possuir muitas vezes cadeiras no Conselho de Administração das companhias de capital aberto nas quais investem, eles também auxiliam a influenciar as empresas a adotar ou manter práticas sustentáveis. A seguir, demonstraremos como as Empresas Participadas e Investidas estão mobilizadas quanto ao tema Sustentabilidade: Governança Em consonância com as questões de boa governança nas Empresas Participadas, as empresas participantes da pesquisa informaram que: Questões de boa governança nas empresas participadas Publicam relatórios de sustentabilidade, balanço social ou 64,3% documento similar Possuem diálogo/relacionamento com seu público de interesse 23,2% (stakeholders) Abordam a relação com consumidores e clientes em 14,3% seus documentos de gestão Abordam a relação com fornecedores dentro da perspectiva da 17,9% sustentabilidade Participam como associadas de alguma organização que trabalhe com os 12,5% temas de Responsabilidade ou Desenvolvimento Sustentável (como Instituto Ethos, CEBDS, IBGC etc.) Seguem princípios da OIT 10,7% Seguem as diretrizes da Organização para Cooperação e 7,1% Desenvolvimento Econômico (OCDE) Aderiram ao Pacto Global das Nações Unidas 7,1% Desenvolvem projetos relacionados às Metas do Milênio 12,5% Participam do ISE 35,7% Comissões de trabalhadores que participam na gestão da empresa 28,6% Modelos de governança Com relação a modelos do relatório de sustentabilidade, sociais ou equivalentes, utilizados pelas empresas, os mais citados são GRI, Ethos e IBASE, segundo distribuição abaixo: 32,1% GRI 10,7% Modelo de Balanço Social Instituto Ethos 28,6% IBase 28,6% Outros formatos, sem modelos definidos 7 Empresas Participadas: Empresas em que os Fundos de Pensão possuam participação significativa. 8 Empresas Participadas são as empresas nas quais os Fundos investem.

INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS 53 Considerando como princípio básico de Investimentos Socialmente Responsáveis (ISR), os balanços sociais e relatórios de sustentabilidade são importantes ferramentas a serem consideradas pelos Fundos de Pensão, com o objetivo de analisar os investimentos em participações em empresas. Em 2010, 25% dos Fundos de Pensão pesquisados afirmaram utilizá-los na análise dos investimentos e 3,6% das Empresas Participadas que ainda não publicam balanço social ou relatório de sustentabilidade pretendem publicá-lo a partir de 2011. De acordo com o primeiro Princípio Básico de Responsabilidade Social Instituto Ethos- ABRAPP, para empresas de capital aberto listadas na Bolsa de Valores, deve-se dar prioridade àquelas que estão no Novo Mercado ou nos níveis I ou II. Verifica-se que 73,1% das Empresas Participadas dos Fundos que participaram da pesquisa são integrantes dos níveis I, II ou Novo Mercado da Bovespa. Empresas participadas segundo os níveis de governança corporativa da Bovespa Níveis de governança Número de participadas % Nível I. 6 23,1 Nível II. 2 7,7 Novo Mercado 11 42,3 Não participa 7 26,9 Ética Com relação às Participadas, a questão ética é abordada em mais de 92,9% das Participadas, sendo que: Dispositivos relacionados à ética e conduta das empresas participadas Possuem códigos de ética ou conduta disseminados na organização 53,60% Possuem um sistema estruturado de gestão da ética 85,70% Possuem estruturas na organização responsáveis pela gestão 67,90% Possuem canais formais para recebimento de denúncia em relação a violações éticas 60,70% Possuem políticas de treinamento em relação a essa questão 46,40%

54 INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS Contribuições sociais Participadas: contratação de terceiros 9 Atualmente, 21,4%, das empresas buscam empreender esforços para que os contratos de terceirização garantam aos funcionários terceirizados tratamento semelhante àqueles percebidos pelos empregados próprios da empresa. Responsabilidade social das Empresas Participadas na cadeia de fornecedores Mais da metade das empresas conduz algum tipo de atividade ligada à responsabilidade social com seus fornecedores. Das que o fazem: 53,6% contam com critérios discutidos, divulgados e acessíveis de responsabilidade social para escolha de seus fornecedores. 21,4% conduzem programas de promoção e enraizamento da responsabilidade social junto a seus fornecedores. 25% desenvolvem outras ações ligadas às demandas específicas dos setores/ áreas dos fornecedores. 50% das Participadas exigem declaração de não utilização de mão-de-obra infantil ou compulsória de seus fornecedores de produtos e serviços. Trabalho infantil e compulsório em suas operações DIRETAS Com relação à utilização de mão-de-obra infantil e trabalho compulsório em suas operações diretas, 67% das Empresas Participadas 10, que responderam o questionário, declararam explicitamente não utilizar este tipo de mão-de-obra em suas operações diretas. Desenvolvimento local promovido pelas Empresas Participadas Em relação à geração de trabalho e renda na localidade de suas operações, 25% mantêm programas de desenvolvimento de pequenos fornecedores na localidade, 7,1%, programas de promoção de compra de produtos ou serviços junto a micro e pequenas empresas na localidade, 46,4% têm programas para desenvolvimento de mão-de-obra e emprego de profissionais da localidade em suas operações e 21,4% desenvolvem outras iniciativas, tais como a contratação de mão de obra local sempre que possível. Saúde e segurança do trabalhador nas Empresas Participadas Nas empresas patrocinadoras, 67,9% possuem programas nas áreas de saúde, segurança e condições de trabalho. As seguintes certificações e iniciativas foram citadas: SA 8000, ISO 9001, BS 8800, OHSAS 18001, Selo Abrinq Empresa Amiga da Criança. Questão de diversidade Das Empresas Participadas que integram este relatório, 35,7% declararam possuir programas de valorização da diversidade. Os principais temas abrangidos são: Etnias: 32,1%; Gênero: 32,1%; Orientação sexual: 14,3%; Idade: 28,6%; Procedência regional: 17,9%; Religião: 7,1%. 9 Informações consolidadas das empresas participadas que responderam ao questionário que deu origem a este Relatório. 10 Informações consolidadas das empresas participadas que responderam ao questionário que deu origem a este Relatório. 33% das empresas participadas não responderam ao questionário.

INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS 55 Preocupação ambiental das Empresas Participadas Minimização dos impactos ambientais Seguindo a preocupação quanto à minimização dos impactos ambientais, em 2010 houve um aumento das Empresas Participadas que demonstram estarem mobilizadas com a redução, utilização e reciclagem de recursos, bem como redução da geração de resíduos sólidos. Além disso, 42,9% das Empresas Participadas possuem política explícita de não utilização de materiais e insumos provenientes de exploração ilegal de recursos naturais. Empresas que investem na minimização do impacto ambiental por iniciativa (%) Redução, utilização e reciclagem de recursos Uso de fonte de energia renovável 61,7% 20,7% 2008 2010 41,0 61,7 32,1% 19,1% 2008 2010 13,0 32,1 Aumento da eficiência energética Redução do consumo de água 50,0% 18,0% 2008 2010 32,0 50,0 64,3% 32,3% 2008 2010 32,0 64,3 Redução da geração de resíduos sólidos Redução da geração de efluentes líquidos 50,0% 9,0% 2008 41,0 50,0% 2010 50,0 14,0% 2008 2010 36,0 50,0

56 INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS Investimentos EM MEIO AMBIENTE Pode-se verificar, também, que as Empresas Participadas que responderam a este relatório, aumentaram os seus investimentos em operações internas para minimizar os impactos ambientais de suas atividades em relação aos anos anteriores. As Empresas Participadas que tomaram parte da pesquisa investiram, em 2009, R$ 58,9 bilhões em projetos de melhoria de seus impactos e questões relativas ao meio ambiente. Esses investimentos englobam uma gama ampla de ações, como a aquisição de equipamentos menos poluentes ou que geram menos riscos ambientais, a ampliação nos investimentos em manutenção periódica, iniciativas de educação ambiental tanto interna quanto externamente à empresa, apoio a projetos de proteção da flora e da fauna, melhorias de políticas, práticas e processos ambientais, mapeamento e mitigação de emissões de carbono (como mudança de matriz energética) etc. Questão ambiental: hierarquia e educação ambiental Neste ano de 2009, verifica-se que, dos principais gestores ambientais das Empresas Participadas que responderam ao questionário, 64,3% ocupam uma posição nível hierárquico elevado, participando das decisões estratégicas da organização. Estes executivos possuem também a responsabilidade de promover o tema de educação ambiental, sendo que 78,6% das empresas desenvolvem ações de conscientização interna sobre meio ambiente. Certificações ambientais 53,6% das Empresas Participadas respondentes deste Relatório possuem certificações ambientais. Dessas, aproximadamente 50% são certificadas pela International Organization for Standardization ISO 14.001 (Norma Internacional de Gestão Ambiental), concedida a tais empresas entre 2001 e 2009. Além disso, 10,71% possuem a certificação ambiental da Forest Stewardship Council FSC, certificação de manejo florestal, concedida entre 2006 e 2010. Ainda, 3,57% das Participadas certificadas possuem outras certificações, tais como OHSAS 18.000, tendo recebido tal certificação em 2008.

INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS 57 EMPRESAS PARTICIPADAS PARTICIPANTES DAS EDIÇÕES DO RELATÓRIO SOCIAL DAS ENTIDADES FECHADAS DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 2007 2008 2010 ALL America Latina Logística Aracruz Celulose S.A. banco Bradesco Banco do Brasil S.A. BR Malls Participações S.A. brasil Telecom Participações S.A. braskem S.A. BRF Brasil Foods S.A. Centrais Elétricas de Santa Catarina SA CELESC Companhia Energética do Ceará COELCE Companhia Energética de Minas Gerais CEMIG Companhia Siderúrgica Nacional CSN Companhia Vale do Rio Doce CVRD CPFL Energia S.A. CPFL Energia CT Participações S.A. DASA Diagnósticos da América S.A. EDP Energias do Brasil S.A Estacionamentos Cinelândia S.A. Embraer Empresa Brasileira de Aeronáutica S.A. Fibria Celulose S.A. Fras le S.A. Gerdau S.A. GP Investments GTD Participações S.A. hopi Hari S.A. Indústrias Romi S.A. Investimento e Participações em Infra-Estrutura S.A. INVEPAR Itaú Unibanco Holding S.A. Itaúsa Investimentos Itaú S.A. Kepler Weber S.A. Log In Logística Intermodal S.A. LUPATECH S.A. Neoenergia S.A. Opportrans Concessão Metroviária S.A. Pátria Investimentos S.A. Paranapanema S.A. Perdigão S.A. Produtores Energéticos de Manso S.A. PROMAN Randon S.A. Implementos e Participações Sadia S.A. SAUIPE S.A. Schroder Investment Management DTVM Tele Norte Leste Participações S.A. Telemar Participações S.A. terminais Portuários da Ponta do Felix S.A. Ultrapar Participações S.A. Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. USIMINAS

53,6% das Empresas Participadas respondentes deste Relatório possuem certificações ambientais. Dessas, aproximadamente 50% são certificadas com o ISO 14.001. 10,71% possuem a certificação ambiental da Forest Stewardship Council FSC. 3,57% das Participadas certificadas possuem outras certificações, tais como OHSAS 18.000.