Política de segurança da empresa AES Sul São Borja 1



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Transcrição:

Política de segurança da empresa AES Sul São Borja 1 FRIEDRICH, Taíse Lemos 2 ; KIRINUS, Josiane Boeira 3 1 Trabalho de Pesquisa _URCAMP 2 Curso de Administração da Universidade da Região da Campanha (URCAMP - São Borja), São Borja, RS, Brasil 3 Professora do Centro de Ciências da Economia e Informática da Universidade da Região da Campanha (URCAMP São Borja), São Borja, RS, Brasil E-mail: taise_lemos@hotmail.com; jkirinus@hotmail.com RESUMO Mesmo as empresas garantindo padrões de segurança, assegurando um ambiente de trabalho que proteja seus colaboradores por meio de programas e treinamentos, estes não são suficientes para evitá-los, exigindo das mesmas uma maior atenção com o comprometimento de seus funcionários nas questões de segurança. O objetivo do presente projeto consiste em descrever a política de segurança adotada pela AES Sul São Borja. Para chegar ao objetivo do trabalho utilizouse de uma pesquisa quanto aos fins exploratória e descritiva. A população-alvo contempla gestores e profissionais da segurança da AES Sul da base operacional de São Borja. A empresa AES Sul investe em segurança e desenvolve inúmeros procedimentos para garanti-la com seus colaboradores e terceiros bem como garantir também a comunidade durante os trabalhos realizados em vias públicas. Palavras-chave: Segurança no trabalho; Políticas de Segurança; Acidentes de trabalho. 1. INTRODUÇÃO O comprometimento com a Segurança no Trabalho é um assunto que tem sido muito discutido nas organizações, principalmente naquelas em que o trabalho executado oferece grande risco, e onde não pode haver acidentes, pois um erro pode custar uma vida. O grande desafio é fazer com que os colaboradores tenham conhecimento dos riscos que correm e, sobretudo das práticas existentes para que esses riscos sejam minimizados, criando um comprometimento da força de trabalho com sua segurança e com os objetivos organizacionais. A empresa AES Sul é uma das empresas em que os riscos nas atividades executadas são grandes e constantes. Seus colaboradores, principalmente da área operacional, trabalham em um ambiente perigoso e repleto de riscos, e por isso políticas de segurança apenas não bastam para que as pessoas trabalhem de forma segura, deve haver um comprometimento com as políticas existentes, e mais que isso, com sua própria vida. A AES Sul tem grande preocupação com a segurança dos colaboradores, e por isso tem políticas para nortear uma atividade segura, e mesmo assim ainda existem acidentes ou 1

situações de risco que são identificadas na rotina das operações. Na base operacional de São Borja, onde foi realizado o estudo, são identificadas muitas situações de risco e até descumprimento das regras de segurança na realização das atividades, mostrando que ainda existem lacunas entre as políticas e os trabalhadores. Exemplos claros dessas situações são inúmeras ocasiões onde os profissionais são flagrados executando tarefas sem o uso dos EPI s (Equipamentos de Proteção Individual), ou ainda sem treinamento específico para a tarefa. Melhorando o comprometimento dos funcionários com sua segurança e a segurança de seus colegas, a empresa pode melhorar sua imagem, e lucratividade, alcançando resultados cada vez melhores, podendo assim crescer e oportunizar o crescimento das pessoas, tornando-as seguras e motivadas. 2. SEGURANÇA NO TRABALHO Chiavenato (2004), afirma que a segurança no trabalho envolve três áreas principais de atividade: prevenção de acidentes, prevenção de incêndios, e prevenção de roubos. Além disso, a segurança está também relacionada com a administração de riscos ocupacionais. Segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas (CHIAVENATO, 2004, p.438). De acordo com Lacombe (2005), no início do século XIX as empresas industriais eram extremamente inseguras, mas com o passar do tempo várias medidas foram tomadas para diminuir a insegurança. O ramo que especifica as condições de proteção à vida e à saúde do trabalhador em seu ambiente de trabalho é a segurança e medicina do trabalho. A Segurança do Trabalho tem como preocupação fundamental a prevenção de acidentes no trabalho e a eliminação de causas de acidentes no trabalho. A prevenção de acidentes é um programa de longo prazo que tem por finalidade conscientizar o trabalhador a proteger sua própria vida e a dos companheiros através de ações mais seguras e de uma reflexão constante sobre a descoberta de condições inseguras que possam provocar eventuais acidentes de trabalho (MARRAS, 2000). Conforme Carvalho e Nascimento (1997) a segurança do trabalho, como instrumento de prevenção de acidentes na empresa, deve ser considerada, ao mesmo tempo, como um dos fatores decisivos no aumento da produção, pois sendo levado em consideração o peso negativo dos acidentes, evidencia-se mais a importância da segurança. 2

A finalidade da segurança no trabalho é profilática, ainda conforme Chiavenato (2004), no sentido de antecipar-se para que os riscos de acidentes sejam minimizados. Quanto a programa de segurança no trabalho, ele requer as seguintes etapas: a) estabelecimento de um sistema de indicadores e estatísticas de acidentes; b) desenvolvimento de sistemas de relatórios de providências; c) desenvolvimento de regras e procedimentos de segurança; d) recompensas aos gerentes e supervisores pela administração eficaz da função de segurança. Sobre a segurança no trabalho, vemos que as opiniões dos autores são similares e complementares, no sentido que esta se refere principalmente à prevenção de acidentes, garantindo assim a integridade dos funcionários. 2.1 Programas/comissão/prevenção de acidentes Chiavenato (2004), afirma que os programas de higiene e segurança do trabalho estão recebendo muita atenção atualmente, assim como a busca de maneiras de prevenir os acidentes. Para o programa de higiene e segurança obter êxito, são imprescindíveis abordagens e critérios, como a melhoria da produtividade, ausência de acidentes e doenças profissionais, número de dias sem acidentes, treinamento intensivo dos gerentes e de todos os funcionários, reuniões de segurança, instalações médicas e intensa participação da alta direção (CHIAVENATO, 2004) A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) tem especial importância nos programas de segurança, pois foi a primeira grande manifestação de atividades preventivas de acidentes de trabalho no Brasil. É um grupo de colaboradores em destaque que pertence a Comissão que as empresas com determinado número de empregados são obrigados a manter por força de lei. Certo número representando os colaboradores e outro representando a empresa devem ser instruídos, segundo prevê a Norma Regulamentadora NR-5 1, antes de assumirem o cargo de membros da Comissão (ZOCCHIO, 2002). 3. METODOLOGIA O presente trabalho fez uso da pesquisa bibliográfica, desenvolvida a partir de material já elaborado. A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda a bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde 1 Norma regulamentadora do Ministério do Trabalho que aborda os assuntos relacionados à Comissão Interna de Prevenção de acidentes. 3

publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico, etc., até meios de comunicação orais: rádios, gravações em fitas magnéticas e audiovisuais: filme e televisão (LAKATOS; MARCONI, 2010, p.183). Portanto, os dados foram coletados a partir de estudos em materiais já publicados, tais como livros, artigos científicos e artigos publicados em sites da Internet. Além de livros e artigos, outros instrumentos de coleta de dados foram fundamentais, como os documentos da empresa, tais como manuais e procedimentos operacionais de trabalho bem como a rede corporativa da empresa, a Intranet. Também fez uso da Pesquisa Exploratória que conforme Gil (1999) é desenvolvida no sentido de proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato, para conhecer com maior profundidade o assunto. Para tanto se fez necessário conversar com gestor da AESSul São Borja e profissionais da área de segurança no trabalho para o entendimento das políticas e ações adotadas pela mesma. Os encontros realizados com o gestor e os profissionais de seguranças aconteceram no mês de julho de 2011. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES No estudo realizado na AES Sul, especificamente na base operacional de São Borja, foi possível identificar através de documentos e intranet da empresa que a segurança é a principal preocupação do dia-a-dia, evidenciando assim o fato de que a Segurança é o valor número 1 da empresa. A AES Sul segue a política de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do trabalho do grupo AES no Brasil. Essa política visa assegurar a integridade e a saúde de seus colaboradores e preservar e conservar o meio ambiente, para produzir e distribuir energia limpa, confiável e segura, tendo como base os compromissos de prevenção, responsabilidade social, conscientização, melhoria contínua, respeito aos recursos naturais, gerenciamento das emissões, fornecedores e parceiros, comunicação e compromisso com a legislação. Além da política citada, a empresa segue as 33 Normas Regulamentadoras (NRs) relativas à segurança do trabalho atualmente vigentes no Brasil, e também atendem a 50 padrões mundiais desenvolvidos pela AES Corporation, os quais estabelecem critérios de segurança para todas as atividades dos negócios. Abaixo tem-se alguns dos principais procedimentos adotados: a) Manuais de Procedimentos de Trabalho: Manuais que reforçam as instruções sobre segurança entre os colaboradores de campo. Além de padronizar os procedimentos de trabalho, identificam situações de perigo e riscos e estabelecem o número necessário de colaboradores para a realização de cada 4

atividade. Os manuais estão disponíveis nos locais de trabalho e também na intranet, além de serem distribuídos à todas as equipes para que possam sanar possíveis dúvidas na realização das tarefas, e a posse dos mesmos e cobrada das equipes nas inspeções de segurança; b) Trabalho em Espaço Confinado: Atividades em espaços confinados só podem ser realizadas após a emissão e aprovação da Permissão de Entrada para Trabalhadores (PET). O documento contém medidas de segurança e procedimentos de resgate em situações de emergência; c) Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC): É obrigatório o uso de EPI s e EPC s no trabalho em campo. Todos os equipamentos (capacetes, luvas isolantes, óculos de proteção, calçado de segurança, uniforme retardante à chama e cinto de segurança) são testados periodicamente pela área de Segurança. A entrega dos equipamentos aos colaboradores deve ser registrada no formulário de Controle de Fornecimento de EPI/EPC. Cada colaborador deve inspecionar seus EPI s antes de usá-los. Cabe aos líderes fiscalizar a utilização dos equipamentos, e ao detectar que algum deixou de ser utilizado, deve em conjunto com a área de segurança decidir a ação a ser tomada, que vai desde uma conversa informal e reciclagem de treinamento, até uma demissão do colaborador que estava fora do procedimento, ou de toda a equipe; d) Monitoramento industrial: A ação de agentes ambientais, como ruído, calor e gases é monitorada constantemente e os resultados são registrados e servem como base para a adoção de procedimentos pela área de Medicina do Trabalho. Na rotina da empresa analisada cada colaborador, além de ser responsável pela própria segurança, também deve estar comprometido com seu colega de trabalho, independente do cargo ou empresa. Deve, ainda, zelar pela segurança de clientes e população, conscientizando-os sobre os riscos relacionados aos negócios do Grupo AES Brasil. Todos os líderes, coordenadores, gerentes e diretores são responsáveis pela segurança de suas equipes e devem sempre ser proativos na identificação e solução dos problemas de segurança. A empresa acredita que a melhor aliada da segurança é a prevenção, e por isso investe na prática de muitas ações preventivas para seus funcionários e terceiros, as principais ações são: a) Preleções de Segurança, Diálogos Diários de Segurança (DDS) e Bom Dia Segurança (BDS): encontros com a participação de colaboradores de campo e administrativos, nos quais são abordados temas como: resultados de investigações de acidentes, alertas da AES Corporation, resultados de 5

inspeções de campo, procedimentos operacionais, apresentações da CIPA etc.; b) Inspeção de Segurança: as inspeções são realizadas de acordo com o planejamento de cada área das empresas do Grupo AES Brasil. Em três tipos de inspeção (Segurança em Campo, Prediais e Bases de Operações) são verificados procedimentos, condições de trabalho e instalações prediais; c) Caminhadas de Segurança (Safety Walk): os líderes e algumas equipes periodicamente saem a campo para fazer inspeções de segurança. Além de a iniciativa reforçar a importância da segurança, é uma oportunidade de conhecer de perto as dificuldades e necessidades das equipes; d) Acompanhamento de segurança em campo: o técnico de Segurança do Trabalho vai a campo observar os riscos e as dificuldades das atividades e dão orientações aos colaboradores de campo sobre medidas para prevenir acidentes; e) Mega-inspeções: em inspeções semestrais realizadas pelas áreas operacionais, são verificadas as condições de segurança de instalações prediais, métodos de trabalho, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC), materiais, veículos, recursos humanos e documentações. Após análise do resultado da inspeção é elaborado um plano de ação para a correção de não-conformidades; f) Auditorias AES Corporation: a cada dois anos, equipes de auditoria da AES América Latina realizam auditorias internas e externas, com base nos protocolos da AES Corporation. As não-conformidades são lançadas no sistema AES online e um plano de ação é elaborado; g) Análise de Riscos e Medidas de Segurança (ARMS): a ARMS deve ser elaborada e aprovada previamente pelo gerente da área e pela área de Segurança do Trabalho, caso não haja um procedimento operacional específico para atividades de médio ou alto risco; h) Análise Preliminar de Risco (APR): antes de iniciar qualquer atividade operacional, deve ser elaborado um detalhado planejamento de segurança: avaliação de riscos, medidas de controles e Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Coletiva (EPC) necessários (NR-10). O formulário APR deve ser preenchido e assinado por todos os membros da equipe; e i) Identificação de Perigos, Avaliação de Riscos e Determinação de Controles IPAR: as empresas do Grupo AES Brasil seguem diretrizes para a Identificação de Perigos, Avaliação de Riscos e Determinação de Controles das atividades de acordo com o Requisito 4.3.1 da Norma de Serviços de 6

Avaliação de Saúde e Segurança Ocupacional, a OHSAS 18001-2007 2 (Occupational Health and Safety Assessment Services). A AES Sul ainda tem alguns programas especiais com a finalidade de garantir a segurança de seus colaboradores, como: a) Tolerância Zero: visa ao cumprimento das regras fundamentais de segurança. Ou seja, casos de violação de procedimentos operacionais identificados em campo não são tolerados. As conseqüências de um tolerância Zero dependem do histórico do (s) funcionário (s) infrator (es), que é analisado pelo gestor e pela área de segurança, podendo ser aplicado um treinamento sobre o ocorrido, ou até mesmo demissão, dependendo da gravidade da situação; b) BBS Behavior Based Safety (Segurança Baseada no Comportamento): com o objetivo de criar uma cultura de segurança no Grupo AES Brasil, esta prática visa a observação comportamental em campo. O observador é um colaborador da equipe que avalia o comportamento de um companheiro de trabalho durante a atividade operacional e condução de veículo. A partir da análise crítica das observações, é desenvolvido um plano de ação para mitigar os problemas; c) Programa SOL (Segurança, Organização e Limpeza): inspeções de locais de trabalho feitas pelos colaboradores. A partir do registro de condições inseguras, é elaborado um plano de ação corretivo; d) CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes: todos os locais de trabalho possuem CIPAS divididas em subcomissões: de análise de acidentes, trânsito, inspeções, SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho) etc.; e e) SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho): realizada anualmente, orienta e conscientiza os colaboradores sobre a importância da prevenção de acidentes e problemas de saúde. Mesmo desenvolvendo todas essa práticas a fim de manter as pessoas em segurança, a empresa tem que ter um procedimento considerando o fato da ocorrência de um acidente, por isso em caso de acidentes o líder da equipe e os colaboradores devem interromper o trabalho e tornar local seguro para garantir a proteção de todos. O atendimento médico ao acidentado deve ser realizado, preferencialmente, no ambulatório médico da empresa, que na AES Sul é presente apenas em São Leopoldo, pois seu dimensionamento é por base do SESMET. Em caso de acidente com equipe em campo, o 2 Norma que consiste em um Sistema de Gestão e Segurança e Saúde no Trabalho Requisitos, que especifica requisitos para um sistema de gestão da saúde e segurança no trabalho. 7

acidentado deve ser encaminhado a um hospital de referência e/ou clínica especializada, mais próxima, de acordo com a gravidade da lesão. Em caso de acidente com lesões graves, o transporte do acidentado deve ser realizado pelo resgate de emergência. Todas as situações de perigo ou risco e as ocorrências de acidentes, independente do nível de gravidade, devem ser comunicadas pelos colaboradores. A informação é fundamental para a implantação de ações preventivas e corretivas. Os acidentes devem ser comunicados imediatamente, via telefone, ao diretor de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente da AES Brasil, ao Gerente de Segurança e ao Técnico de Segurança da Empresa. Além disso, o gerente da área responsável pelo acidentado deve comunicar o acidente por meio do formulário Alerta de Acidente. As ocorrências que poderiam resultar em acidentes devem ser informadas por meio do preenchimento do formulário Relato de Perigo, disponível nas unidades. O relato de perigo é um formulário onde os funcionários descrevem uma situação de perigo encontrada, e sugerem uma medida de controle. O relato é exposto num mural e apresentado em reunião semanal, assim as pessoas são alertadas sobre algum risco ou potencial acidente, e a empresa tem a incumbência de resolver todos os relatos, publicando a ação tomada. Antes de iniciar suas atividades na empresa, todos os colaboradores e contratados do Grupo AES Brasil participam de treinamentos de integração de segurança. Eles são orientados sobre procedimentos e padrões de segurança no trabalho, saúde, emergências, responsabilidades civil e criminal, identificação e avaliação de perigos e riscos, entre outros. Todos passam por reciclagem de treinamentos obrigatórios e cabe às lideranças verificarem se suas equipes têm capacitação e habilidades necessárias para executar suas atividades. Além da preocupação com seus colaboradores, a AES Sul ainda deve conscientizar a população sobre os riscos da energia elétrica, e por isso é realizado um amplo programa por meio de ações conjuntas das áreas de Segurança do Trabalho, Comunicação e Responsabilidade Social. As principais iniciativas neste sentido são: mensagens em comerciais de televisão, rádio e jornais e realização de eventos nas comunidades, como visita nas escolas (Projeto Escola) 3, nas obras, etc. Além disso, no dia a dia, durante os trabalhos realizados em vias públicas, são tomados cuidados específicos para reduzir o risco de acidentes envolvendo pessoas que circulam no local. 3 Projeto realizado nas escolas, onde funcionários da empresa levam aos alunos informações sobre cuidados com a eletricidade e meio ambiente. 8

5. CONCLUSÃO A empresa AES Sul investe em segurança e desenvolve inúmeros procedimentos para garanti-la com seus colaboradores e terceiros bem como garantir também a comunidade durante os trabalhos realizados em vias públicas, são tomados cuidados específicos para reduzir o risco de acidentes envolvendo pessoas que circulam no local. Porém, é relevante ressaltar a importância da conscientização das pessoas quanto à segurança no trabalho, pois não basta que existam políticas, procedimentos e programas de segurança, se o colaborador não estiver compenetrado em agir de forma segura e comprometido em proteger-se e proteger seus próximos. É esperado com esse estudo, que empresas se dediquem cada vez mais em proteger seus colaboradores, e que estes saibam valorizar as ações de segurança e estejam sempre conscientes que sua integridade e sua vida dependem não só da empresa, mas de suas próprias ações. REFERÊNCIAS CARVALHO, Antonio Vieira; NASCIMENTO, Luiz Paulo. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Pioneira, 1997. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos na organização. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1999. LACOMBE, Francisco José Masset. Recursos Humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2005. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico. 3.ed. São Paulo: Futura, 2000. ZOCCHIO, Álvaro. Prática da Prevenção de Acidentes: ABC da Segurança do Trabalho. 7.ed. São Paulo: Atlas, 2002. 9