A IMPORTÂNCIA DA NUTRIÇÃO NA INTOLERÂNCIA A LACTOSE E NA ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA



Documentos relacionados
Intolerância à Lactose

FABA ALERGIA ALIMENTAR

ALERGIA ALIMENTAR: UMA VISÃO PANORÂMICA

PROJETO DE LEI Nº, DE 2014

PALAVRAS-CHAVE Amamentação. Educação em Saúde. Enfermagem. Traumas Mamários

PERFIL DOS CELÍACOS NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU-PR. Curso de Enfermagem 1,2

Calcium Sandoz F. Calcium Sandoz FF NOVARTIS BIOCIÊNCIAS S.A. Comprimido Efervescente. 500mg de cálcio mg de cálcio

Estado do Espírito Santo CÂMARA MUNICIPAL DE VILA VELHA "Deus seja Louvado"

Aleitamento Materno Por que estimular?

DESVENDANDO 8 MITOS SOBRE A INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Conduta dietética na intolerância à lactose

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA INFÂNCIA

Forma farmacêutica e apresentação Xarope Embalagem contendo 100 ml com copo medida graduado.

NUTRIÇÃO DE GATOS. DUTRA, Lara S. 1 ; CENTENARO, Vanessa B. 2 ; ARALDI, Daniele Furian 3. Palavras-chave: Nutrição. Gatos. Alimentação.

O CONTROLO DE PESO COMEÇA COM UM BOM APOIO DIGESTIVO

RESPOSTAS RENAIS A UMA DIETA HIPERPROTEICA

ô.,i^n,,, clc 06) suptemento arimentar padrão para desnutrição protéico carórica

MEMBRANA PLASMÁTICA. Modelo do mosaico fluido caráter dinâmico à estrutura da membrana (as proteínas estão em constante deslocamento lateral)

ESTADO DE SANTA CATARINA M U N I C Í P I O D E G A S P A R CNPJ / ADITIVO AO EDITAL PREGÃO PRESENCIAL Nº 115/2014

Trimeb. (maleato de trimebutina)

DIGEDRAT. (maleato de trimebutina)

Sobre a atividade. Quais objetivos tenho que alcançar? Posso usar a atividade em outro momento?

Tipos de Diabetes e 10 Super Alimentos Para Controlar a Diabetes

Nome do medicamento: OSTEOPREVIX D Forma farmacêutica: Comprimido revestido Concentração: cálcio 500 mg/com rev + colecalciferol 200 UI/com rev.

Qual é o objeto de estudo da Fisiologia Humana? Por que a Fisiologia Humana é ensinada em um curso de licenciatura em Educação Física?

RESUMO. Palavras-chave: Alergia alimentar. Proteína do Leite de Vaca. Fórmulas infantis.

Campus de Botucatu PLANO DE ENSINO. CURSO: Nutrição ( X ) OBRIGATÓRIA ( ) OPTATIVA. DOCENTE RESPONSÁVEL : Maria Antonieta de Barros Leite Carvalhaes

RESPOSTA RÁPIDA 147/2014 Peptamen Junior, fibra em pó, equipos

Aglucose acarbose EMS S/A. Comprimidos. 50 e 100 mg

VITERGYL C SOLUÇÃO ORAL 200 MG/ML

O que Realmente Funciona

5 Considerações finais

Novas curvas de avaliação de crescimento infantil adotadas pelo MS

BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO EXLUSIVO ATÉ O SEXTO MÊS DE VIDA, E AS PRINCIPAIS CAUSAS DO DESMAME PRECOCE

CONTROLE DE QUALIDADE NA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS

Nutrientes. E suas funções no organismo humano

Cólera. Introdução: 1) Objetivo Geral

Onze superalimentos que você deveria consumir mais

Vida saudável. Dicas e possibilidades nos dias de hoje.

Teste seus conhecimentos: Caça-Palavras

PROMOVENDO A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR EM ESCOLAS NOS MUNICÍPIOS DE UBÁ E TOCANTINS-MG RESUMO

VITAMINA K2. Saúde Óssea e Cardiovascular

Alimentação Saudável

Uso de drogas durante a amamentação: Princípios Básicos

Stresstabs 600 com zinco polivitamínico e polimineral

PEDIALYTE 45 Zinco cloreto de sódio gliconato de zinco glicose monoidratada citrato de sódio diidratado citrato de potássio monoidratado

Orientação ao paciente. Doença de Crohn

BASES MACROMOLECULARES DA CONSTITUIÇÃO CELULAR

Portuguese Summary. Resumo

ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA VERSUS INTOLERÂNCIA À LACTOSE: AS DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS

NUTRICIONISTA PORTUGUÊS

Benestare policabofila cálcica. Medley Indústria Farmacêutica Ltda. Comprimido revestido 625 mg

CIÊNCIAS PROVA 2º BIMESTRE 8º ANO PROJETO CIENTISTAS DO AMANHÃ

E-book Como Diminuir Diabetes em 30 dias

Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva

INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE SAÚDE

RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA RDC Nº 45, DE 19 DE SETEMBRO DE (Alterada pela Resolução RDC n 48, de 25 de setembro de 2014.

Zinco quelato. Identificação. Peso molecular: Não aplicável. CAS: Não aplicável

PESQUISA DE SATISFAÇÃO DE USUÁRIO RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO UNILAB

ESTADO DE GOIÁS PREFEITURA MUNICIPAL DE CAVALCANTE SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE PROJETO ALEITAMENTO MATERNO

JORNALZINHO DA SAÚDE

Pesquisa revela que um em cada 11 adultos no mundo tem diabetes

Situação do papel do fisioterapeuta nas unidades públicas de saúde enquanto integrante da equipe multiprofissional no município de Jataí-GO.

Sumário. Data: 23/05/2013 NOTA TÉCNICA 75/2013. Medicamento/ x dieta Material Procedimento Cobertura. Solicitante. Processo Número

O nome deste medicamento é Casenlax, 10 g/20 ml solução oral em saquetas.

ALEITAMENTO MATERNO VERSUS ALEITAMENTO ARTIFICIAL*

1. O QUE É PARACETAMOL BLUEPHARMA E PARA QUE É UTILIZADO. Grupo Farmacoterapêutico: Sistema Nervoso Central - Analgésicos e antipiréticos

APRESENTAÇÕES Comprimidos revestidos com 500 mg de policarabofila base. Embalagens com 30 comprimidos revestidos.

Cliente: Prontobaby Hospital da Criança Data: 02/08/2012 Dia: Qui Assunto: Aleitamento Materno

Uso de suplementos nutricionais por idosos praticantes de atividades físicas em Bambuí e Uberaba.

PROJETO DE LEI N.º 4.316, DE 2012 (Do Sr. Eros Biondini)

FINASTIL (finasterida)

INTOLERÂNCIA À LACTOSE

Importância da Nutrição na Qualidade de Vida. Aline T. Carrera CRN Nutricionista Clinica Funcional

Dieta engorda e é gatilho para transtorno alimentar, diz nutricionista

Anexo III. Alterações a incluir nas secções relevantes do Resumo das Características do Medicamento e do Folheto Informativo

Criança nutrida & criança Vitaminada

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO E SAÚDE

FLAXIN finasterida Merck S/A comprimidos revestidos 5 mg

BIOLOGIA - 3 o ANO MÓDULO 18 SISTEMA ENDÓCRINO PARTE 1

O Iogurte A ORIGEM DO IOGURTE CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS DO IOGURTE TIPOS DE IOGURTE VANTAGENS DO IOGURTE COMO CONSUMIR?

APOSTILA AULA 2 ENTENDENDO OS SINTOMAS DO DIABETES

PAPEL DO NUTRICIONISTA NO SISTEMA DE SAÚDE¹

Estratégia Nacional para a Alimentação Complementar Saudável

Resolução DC/ANVISA nº 45, de DOU de

Visão Geral. Tecido conjuntivo líquido. Circula pelo sistema cardiovascular. Produzido na medula óssea, volume total de 5,5 a 6 litros (homem adulto)

QUE LEITE DAR AO MEU BEBÉ?

ROTULAGEM DE ALIMENTOS

MEDICINA PREVENTIVA HÁBITOS ALIMENTARES

PALAVRAS-CHAVE Diabetes mellitus. Aconselhamento. Glicemia.

Principais propriedades físicas da água.

ROTEIROS E ORIENTAÇÕES PARA OS RELATÓRIO DE ESTÁGIO NA ÁREA DE:

VITACIN 500MG E 1G PÓ EFERVESCENTE


Silimalon (slimarina + metionina)

IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NA INFÂNCIA

MEDICINA PREVENTIVA SAÚDE DO HOMEM

TÍTULO: AUTORAS INSTITUIÇÃO: ÁREA TEMÁTICA:

AS QUESTÕES OBRIGATORIAMENTE DEVEM SER ENTREGUES EM UMA FOLHA À PARTE COM ESTA EM ANEXO.

Transcrição:

A IMPORTÂNCIA DA NUTRIÇÃO NA INTOLERÂNCIA A LACTOSE E NA ALERGIA A PROTEÍNA DO LEITE DE VACA Jamile Batista Rocha Graduanda em Nutrição Faculdades Integradas de Três Lagoas FITL/AEMS Rafaela Ribeiro de Souza Graduanda em Nutrição Faculdades Integradas de Três Lagoas FITL/AEMS Regiane Assis Veroneze de Oliveira Docente-Especialista; Faculdades Integradas de Três Lagoas FITL/AEMS RESUMO A intolerância a lactose e alergia a proteína do leite de vaca são problemas nutricionais que apresentaram um crescimento considerável nos últimos anos, podendo ser devido a um número maior de exposição à alergenos alimentares. Atualmente essa patologia vem se expandindo e se tornando um dos maiores problemas de saúde entre a população. Existem vários alimentos citados como causadores de alergia, e a maioria sendo de origem proteica, sendo eles: Leite, ovos, amendoim, castanhas, peixe e soja, sendo a mais frequente a do leite de vaca. Este trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica de artigos que foram selecionados usando os bancos de dados Pubmed e Scielo, sobre a intolerância a lactose e a alergia a proteína do leite de vaca, destacando as causas e sintomas e o papel do nutricionista no tratamento da mesma. O presente trabalho foi realizado por meio de uma revisão bibliográfica. PALAVRAS-CHAVE: Intolerância; Lactose; Leite; Alergia. INTRODUÇÃO Reações adversas aos alimentos é a resposta de reações anormais à ingestão de alimentos ou aditivos alimentares que acontecem no organismo. Podendo ser classificadas em tóxicas e não tóxicas (BRASIL, 2008). O diagnóstico de alergia à proteína do leite e da intolerância à lactose deve ser feito com cautela, sendo que o leite é uma importante fonte de nutriente e o tratamento se baseia na exclusão do mesmo (CORTEZ et al., 2007). Por isso, a sua eliminação da dieta sem uma substituição adequada prejudica a qualidade nutricional da dieta, diminuindo assim a ingestão de energia, levando à desnutrição energético-proteica, prejudica a mineralização óssea, causa raquitismo e o impacto vem negativamente nos índices peso/idade, estatura/idade e

peso/estatura (CHRISTIE et al., 2002) (MEDEIROS et al., 2004) e (VILLARES et al., 2006). Durante o período de exclusão do leite e derivados, o profissional de saúde deve orientar os familiares ou responsáveis a lerem os rótulos dos produtos industrializados. As fórmulas específicas para substituir o leite de vaca e o uso de suplementos de vitaminas e minerais devem ser prescritas, na tentativa de reduzir os impactos da dieta restritiva. Desta forma, tão importante quanto a orientação aos pais, é a avaliação da ingestão alimentar periódica e do estado nutricional das crianças durante a dieta de exclusão (MEDEIROS et al., 2004). Para garantir uma melhor qualidade de vida a esses pacientes é necessário o incentivo à pesquisa, ao desenvolvimento e à inovação de produtos voltados para os intolerantes e alérgicos, além de ser um mercado demasiadamente lucrativo (CORTEZ et al., 2007) e (SOLÉ et al., 20012). 1 ALERGIA A PROTEINA DO LEITE DE VACA A amamentação materna recomendada pela Organização mundial de Saúde (OMS) tem que ser exclusiva até os 6 meses de vida e complementada até os dois anos de idade (WHO, 1995). Pode-se verificar que hoje em dia o número de crianças que são amamentadas do leite materno é pequeno, em relação à ingestão de outros tipos de leite, que é grande (GIUGLIANI, 2000). O leite de vaca é o mais utilizado para substituir o leite materno; logo, ele é o principal alimento que esta envolvido na gênese da alergia alimentar na infância, pois as suas proteínas são os primeiros antígenos alimentares com os quais o lactente tem contato (ISOLAURI, 1995). Alguns dos sintomas da alergia a proteína do leite de vaca podem ser ocasionados a partir do primeiro mês de idade, e quase sempre uma semana após ingerir fórmulas à base de leite de vaca (HOST, 2002). Dependendo do tipo de reação envolvida os sintomas podem aparecer em minutos, horas ou dias (HOST, 2002) (FOUCARD, 1985). Dor abdominal, sensação de inchaço no abdome, flatulência, diarreia, borborigmos e, vômitos, são alguns dos sintomas causados (MATTAR, 2010). O resultado do diagnóstico de alergia a proteína do leite de vaca é de uma importância muito grande devido à discrepância que existe entre a descrição dos

sintomas feita pelos pais e a confirmação científica desse diagnóstico (BRILL, 2008). O diagnóstico da alergia a proteína do leite de vaca é feito através de uma história clínica detalhada, exame físico, medição da IgE específica para as proteínas do leite de vaca do soro, Skin Prick Test (SPT), Patch Test atópico, na dieta de eliminação e, por último, na prova de provocação oral (CAFFARELLI et al., 2010). Com relação a essa patologia, o leite materno é sempre o melhor tratamento dietoterápico, porém, devem-se usar as fórmulas infantis, caso não seja possível (DELGADO et al., 2010). Existem fórmulas infantis que consistem de hidrolisados de caseína ou do soro de leite que são prescritas para pacientes com essa patologia. Fórmulas à base de proteína de leite de vaca totalmente ou extensamente hidrolisada em 97% são eficazes em lactentes com alergia à proteína do leite de vaca de início imediato ou tardio (FERREIRA; SEIDMAN, 2007). Porém, quase nenhuma dessas fórmulas hidrolisadas pode estar livre de alérgenos e reações graves. Existem casos mais graves que são resistentes ao tratamento com fórmula totalmente hidrolisada ou em pacientes com alergias alimentares múltiplas, e para esses pacientes são necessárias as fórmulas à base de aminoácidos livres (BRASIL, 2008). A suplementação ou complementação da oferta de cálcio na dieta das crianças com alergia a proteína do leite de vaca deve ser realizada conforme evidenciado na história dietética. Existem diversos tipos de sais de cálcio disponíveis no mercado, e a suplementação pode ser feita através desses. Ferro, zinco, fósforo, vitaminas A, C e D e complexo B, entre outros nutrientes, são também de extrema importância e devem ser ingeridos de forma correta na dieta. Através desse estudo pode-se compreender que a terapia nutricional da alergia a proteína do leite de vaca é bem complexa e vai além da eliminação do alergeno. É importante ressaltar também que crianças com alergia a proteína do leite de vaca que não apresentam evolução clínica e nutricional satisfatória com a terapia nutricional aplicada a mesma, devem ser investigadas (MORAIS et al., 2010).

2 INTOLERANCIA À LACTOSE Intolerância é o nome dado a uma resposta fisiológica anormal de um determinado alimento. Ela está ligada a uma diminuição ou falta da atividade de alguma enzima digestiva (PINOTTI, 2013). A intolerância à lactose é dividida em quatro classificações, entre elas a mais constante é a deficiência primária da lactase que pode ser mais conhecida como hipolactasia adulta, e ela é distinguida por uma alteração no gene que codifica a lactase e é manifestada através de fatores hereditários. Essa deficiência aparece na infância, sendo na maioria das vezes por falta relativa da enzima lactase (GASPARIN, 2010). Nos últimos anos outra deficiência que esta muito comum, é conhecida como deficiência secundária da lactase, que é ocasionada por uma alteração na borda do intestino. A intolerância secundária ocorre após cirurgias no aparelho digestivo como: gastrostomias, ileostomias, colostomias, ressecções intestinais e anastomoses de delgado (GASPARIN, 2010). A terceira classificação da intolerância a lactose é muito rara e é chamada de intolerância congênita à lactose. É manifestada no recém-nascido logo após a primeira ou segunda ingestão de leite, na qual ocorre uma ausência total ou parcial da atividade da lactase (GASPARIN, 2010). A quarta classificação é a intolerância ontogenética à lactose, geralmente essa alteração aparece em torno dos dois aos cinco anos de idade, e também em alguns casos pode aparecer na vida adulta. Nessa classificação cabe aos profissionais ficarem atentos aos sintomas ocorrentes interligados ao uso do leite e a casos de IL ontogenética na família, por que nessa idade pode haver o disfarce da intolerância, pois muitas crianças relatam não gostar do leite, tornandose paciente assintomático (GASPARIN, 2010). O diagnóstico da intolerância é feito através de exame físico e na anamnese completa do paciente, buscando o histórico gestacional, fatores desencadeantes, histórico alimentar, história familiar (LIBERAL et al., 2012). Em relação aos exames complementares ao diagnóstico, Antunes e Pacheco (2009), citam cinco formas de diagnosticar a intolerância à lactose: por biópsia;

por teste de tolerância oral com ingestão de 50g de lactose, que corresponderia à quantidade deste dissacarídeo em 1 litro de leite; por exame de urina, quando etanol e lactose, são ingeridos conjuntamente, para desta forma impedir a conversão hepática de galactose à glicose e a galactose é excretada na urina; por teste de excreção de hidrogênio através da respiração após ingestão de lactose. Este teste é fundamentado no princípio da formação de H2 exclusivamente pela fermentação bacteriana sobre a lactose não digerida presente no cólon, sendo este gás absorvido e então eliminado pelos pulmões; novo método com emprego de biologia molecular que passou a ser realizado no HC (Hospital das Clínicas) da USP/São Paulo, com emprego da biologia molecular. O método é baseado na coleta de sangue para extração do DNA dos leucócitos e detecção do polimorfismo genético (mutação que permite ao homem tolerar o leite por persistência da enzima lactase) (ANTUNES; PACHECO, 2009). No caso da intolerância à lactose, os produtos lácteos não precisam ser excluídos. Cada paciente pode reagir de fome diferente ao consumo de produtos lácteos, ou seja, cabe ao profissional nutricionista estudar e compreender em qual situação a lactose pode estar fazendo mal ao paciente, e através disso fazendo a montagem de uma dieta adequada para o paciente, garantindo corretamente a quantidade ideal de macro e micronutrientes necessário para o mesmo (MATTAR; MAZO, 2010). Para esses pacientes que tem a patologia o aleitamento materno ou as fórmulas infantis da categoria: Sem lactose são a sempre a melhor opção (LIBERAL, 2012). Devido as suas características, a lactose é adicionada em alguns alimentos para dar cor, modificar a textura e a capacidade de retenção de água, nos medicamentos ela é adicionada com a intenção de atuar como veículo ou excipiente. Por tanto a variedade de produtos que contenha lactose, é grande. Sendo assim necessário explicar as famílias e ao paciente a lerem sempre os rótulos dos alimentos e medicamentos (ANTUNES; PACHECO, 2009).

3 METODOLOGIA A metodologia empregada é de referencial teórico, e reveste-se de extrema importância para esclarecer como os profissionais de nutrição compreendem o diagnóstico, tratamento, suplementação na dieta de exclusão, dieta complementar e os impactos na alimentação dos indivíduos com essa patologia. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do referencial teórico revisado, se pode afirmar que a intolerância à lactose e a alergia a proteína do leite de vaca são patologias que afetam um número elevado de pessoas, sendo que os índices podem variar de acordo com as diferentes idades. O tratamento é principalmente nutricional, com restrição no consumo de produtos que contenham lactose no caso de intolerância a mesma, e exclusão de alimentos que contenham leite de vaca no caso da alergia a proteína do leite de vaca. Para diagnóstico de casos reais de alergia a proteína do leite de vaca, além do exame físico e da história clínica, é muito importante analisar em primeiro lugar se os sintomas estão relacionados a uma patologia; e em todos os casos de suspeita da mesma, deve haver uma análise individualizada e criteriosa para cada criança e para cada família. REFERÊNCIAS ANTUNES, A. E. C.; PACHECO, M. T. B. Leite para adultos: mitos e fatos frente à ciência. São Paulo: Varela, 2009. BRASIL. Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia. Consenso brasileiro sobre alergia alimentar: 2007. Revista Brasileira de Alergia e Imunologia, Brasília, v. 31, n. 2, p. 64-89, 2008. BRILL H. Approach to milk protein allergy in infants. Can Fam Physician. 2008; 54(9):1258-64. CAFFARELLI, C. et al. Cow's milk protein allergy in children: a practical guide. Italian Journal of Pediatrics, v. 36, n. 5, p. 1-7, 2010. Disponível em: <http://www.ijponline.net/content/36/1/5>. Acesso em: 7 mar. 2015.

CHRISTIE, L.; HINE, J. R.; PARKER, J. G.; BURKS, W. Food allergies in children affect nutrient intake and growth. Journal of the American Dietetic Association, v. 102, n. 11, p. 1648-1651, 2002. Disponível em: <http://www.journals.elsevierhealth.com/periodicals/yjada/article/s0002-8223(02)90351-2/fulltext>. Acesso em: 28 mar. 2015. CORTEZ, A. P. B.; MEDEIROS, L. C. S.; SPERIDIÃO, P. G. L.; MATTAR, R. H. G.; NETO, U. F.; MORAIS, M. B. Conhecimento de pediatras e nutricionistas sobre o tratamento da alergia ao leite de vaca no lactente. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 106-113, 2007. DELGADO, A. F.; CARDOSO, A. L.; ZAMBERLAN, P. Nutrologia básica e avançada. São Paulo: Manole, 2010. FERREIRA, C. T.; SEIDMAN, E. Alergia alimentar: atualização prática do ponto de vista gastroenterológico. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, v. 83, n. 1, p. 7-20, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0021-5572007000100004&script=sci_arttext>. Acesso em: 25 mar. 2015. FOUCARD T. Development of food allergies with special reference to cow's milk allergy. Pediatrics. 1985. GASPARIN, F.S.R; TELES, J.M.; ARAUJO, C.S.; Alergia à proteína do leite de vaca versus intolerância à lactose: as diferenças e semelhanças. Revista Saúde e Pesquisa, v. 3, n. 1, jan./abr. 2010, p. 107-114. GELLERSTEDT, M.; BENGSTSSON, U.; NIGGEMANN, B. Methodological issues in the diagnostic work-up of food allergy: a real challenge. J Investig Clin Immunol. 17, n.6 p.350-356, 2007. GIUGLIANI E.R.J. O aleitamento materno na prática clínica. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: <http://www.jped.com.br/conteudo/00-76- S238/port_print.htm>. Acesso em: 21 abr. 2015. HOST, A. Frequency of cow's milk allergy in childhood. Annals of Allergy, Asthma and Imunology, v. 89, n. 6, p. 33-37, 2002. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12487202>. Acesso em: 3 mar. 2015. ISOLAURI E. The treatment of cows milk allergy. Eur J Clin Nutr 1995;49:S49-55. LIBERAL, E. F. et al. Gastroenterologia Pediátrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. MATTAR, R.; MAZO, D. F. de C. Intolerância à lactose: mudanças de paradigmas com o biologia molecular. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 56, n. 2, p. 230-236, 2010. MEDEIROS, L. C. et al. Nutrient intake and nutritional status of children following a diet free from cow s milk and cow s milk by-products. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 80, n. 5, p. 363-370, 2004.

MORAIS, M. B. et al. Alergia à proteína do leite de vaca. Revista Pediatria Moderna, v. 46, n. 5, p. 165-182, 2010. PINOTTI, R.; Guia do Bebê e da Criança com Alergia ao Leite de Vaca. AC Farmacêutica, 2013. Vital Book file. Minha Biblioteca. SOLÉ, D. et al. Guia prático de diagnóstico e tratamento da alergia às proteínas do leite de vaca mediada pela imunoglobulina E. Revista Brasileira de Alergia e Imunopatologia, v.35, n.6, p.203 233, 2012. VILLARES, M. J. M.; LEAL, O. L.; PERAL, T. R.; PAREDES, L. C.; MARTINEZ- GIMENO, A.; GARCIA-HERNANDEZ, G. Cómo crecen los lactantes diagnosticados de alergia a proteinas de leche de vaca? Journal Anales de Pediatría, v. 64, n. 3, p. 244-247, 2006. WORLD HEALTH ORGANIZATION. The World Health Organization s infant-feeding recommendation. Bull World Health Organ, 1995; 73:165-74.