Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação - Secretaria Municipal Adjunta de Recursos Humanos PRÊMIO INOVAR BH EDITAL SMARH N 01/2013 PROPOSTA DE PROJETO FERRAMENTAS PARA QUALIFICAÇÃO DO TRABALHO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE Gestão e Desenvolvimento de Pessoas Belo Horizonte 2013
PROPOSTA DE PROJETO FERRAMENTAS PARA QUALIFICAÇÃO DO TRABALHO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE Gestão e Desenvolvimento de Pessoas Proposta de projeto destinado à participação no concurso Prêmio Inovar BH, EDITAL SMARH Nº 01/2013. Belo Horizonte 2013
RESUMO Esse projeto visa propor ferramentas práticas e dinâmicas que tendem a qualificar o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e aumentar a participação dos usuários nos serviços de saúde em Belo Horizonte. Em experiências durante o estágio extracurricular em dois Centros de Saúde (CS) de Belo Horizonte, foram levantadas várias discussões com os agentes. Essas discussões levaram a percepção de problemas relacionados à adesão dos usuários ao cadastramento realizado pelos agentes. Tais problemas foram diagnosticados como fatores que comprometem o controle epidemiológico, a organização e o planejamento de políticas sócias e os indicadores de saúde. É importante destacar que o cadastramento é uma função dos ACS em evidência neste projeto visto que as informações que alimentam os sistemas de dados da cidade são coletadas pelos agentes. Nesse sentido buscou-se atrelar ferramentas que fossem incisas em divulgar, promover e estimular a participação dos usuários no processo do cadastro resultando assim em melhor qualidade dos serviços.
1. INTRODUÇÃO Das diversas atribuições do Agente Comunitário de Saúde (ACS), conforme (BRASIL, 1997.) vele destacar a contribuição dos agentes no processo de mapeamento da área de atuação das equipes dos Centro de Saúde (CS), e ainda a identificação dos usuários e suas situações de saúde através da atualização continua de informações. Possibilitando assim a organização e o planejamento dos serviços dos CS. Por ser evidente a importância do trabalho dos ACS na construção dos processos de saúdedoença da comunidade atendida pelos Centros de Saúde, são pensadas maneiras de promover as melhores condições para a realização do trabalho. Contudo, pelo fato das atribuições dos agentes serem diretamente relacionadas ao seu envolvimento com a comunidade, é difícil pensar em sucesso sem que a comunidade os receba de maneira interessada. Durante estágio extracurricular realizado em dois CS de Belo Horizonte percebeu-se através de relatos dos agentes que nem sempre os usuários os recebem em suas casas. Somados a essas circunstâncias, ocorrem situações de os usuários não serem achados em seus lares para prestar informações necessárias ao serviço dos ACS e em outros casos não se apresentaram interessados em passar seus dados. Esses fatos apontam para um problema maior: tais usuários desconhecem a importância de se atentarem para o trabalho realizado pelos Agentes Comunitários de Saúde. Isso implica em baixa adesão e participação no processo de saúde da comunidade. A busca ativa das informações da população por meio dos agentes fornece dados importantes na construção de ações para a melhoria de saúde da população. O cadastro tem como objetivos fomentar informações para as políticas públicas sociais do município, identificar os indivíduos através de um número único e alimentar os sistemas de informação existentes. O cadastro também possibilita o diagnóstico da realidade dos cidadãos, a programação e avaliação das ações setoriais e intersetorias. (PORTAL PREFEITURA DE BELO HORIZONTE, 2013). O baixo conhecimento dos usuários sobre esse assunto foi por vezes exposto pelos agentes comunitários de saúde durante o estágio e daí a
problematização a respeito das ferramentas que trazem eficiência na abordagem dos usuários. Nesse sentido, esse projeto visa destacar questões que comprometem principalmente a adesão dos usuários ao cadastramento, as consequências desse fato e soluções práticas e sustentáveis para atingir a população de maneira mais eficiente e eficaz. 2. CONTEXTO A partir de experiências do estágio extracurricular de nível superior em dois Centros de Saúde de Belo Horizonte, o contato direto com os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) - por serem esses os sujeitos do trabalho no estágio levou a percepção de dificuldades vivenciadas pelos agentes. Os treinamentos desenvolvidos junto aos ACS no decorrer das atividades do estágio propiciou um leque de discussão de problemas relacionados ao cadastramento de famílias. Tais discussões eram pertinentes ao trabalho, pois o cadastro das famílias captadas pelos agentes no Censo BH Social é de competência dos agentes. Denominado como Censo BH Social (CBHS), o programa é uma ampla base cadastral, que contém hoje aproximadamente 1,91 milhão de pessoas reunidas em 500 mil famílias. O que representa cerca de 80% da população da cidade e a totalidade dos usuários dos SUS-BH. O cadastro é composto por informações coletadas sobre as condições das famílias, como endereço, documentos, situações e agravos de saúde, dados de educação, cultura e esporte. ( PORTAL PREFEITURA DE BELO HORIZONTE 2013). Logo, dúvidas e questões advindas do processo de cadastramento chegavam até os encontros do estagiário com os agentes. Nesses encontros, das diversas dificuldades enfrentadas pelos ACS, que eram inclusive passadas aos gerentes, emergiu uma questão particular. Muitos agentes apontaram como problema no processo de cadastramento de algumas famílias a dificuldade de comunicação entre agente e usuário. Esse problema que por vezes foi usado como justificativa para o não cumprimento de metas propostas para o preenchimento adequado do cadastro, foi discutido durante os treinamentos e a partir dessas discussões foram pensadas as propostas desse
projeto. No tocante do problema apontado pelos agentes, esses se referiam a dificuldades de comunicação com os usuários decorrentes de: baixo ou insatisfatório conhecimento dos usuários a respeito do trabalho realizado pelos agentes sobre a importância e os benefícios da adesão ao cadastro. Dessa forma, percebeu-se a necessidade de reforçar a visibilidade do trabalho desenvolvido pelos agentes a fim de favorecer o entrosamento dos usuários e agentes, e consequentemente a adesão ao cadastramento. 3. PROPOSIÇÃO O cadastramento das famílias em Belo Horizonte no SISREDE (Módulo BH Vida) é realizado pelos ACS e ao longo desse processo é imprescindível a colaboração e adesão das famílias para receber os agentes. Esses realizam visitas nas casas dos usuários. No primeiro contato são coletados os dados de toda a família para o cadastramento e os demais contatos visam o acompanhamento de pacientes sob tratamentos ou não, para atualização de dados, entrega de consultas agendadas, entrega de convites para ações desenvolvidas pelos Centros de Saúde (CS), entre outros. As visitas são a parte mais importante do trabalho desenvolvido pelos agentes uma vez que as informações coletadas alimenta a base de dados do Censo BH Social que orientará as relações dos indicadores de saúde e qualidade de vida de toda a cidade. Em Belo Horizonte, o cadastro social foi denominado Censo BH Social. O Censo foi realizado em todo o município nos anos de 2001 e 2002. Planejado para ser uma ampla base de dados, o Censo BH Social foi realizado e vem sendo atualizado mediante visitas domiciliares, pelos agentes comunitários de saúde (ACS), que são devidamente treinados para essa finalidade. (FERREIRA, 2005). Logo, se nota a importância do trabalho dos ACS. Por assim dizer, fazse necessário que o trabalho desenvolvido por eles seja realizado de forma dinâmica e estratégica. Visto que as dificuldades relacionadas à comunicação dos agentes com os usuários é fator determinante na adesão ao cadastro e o não cadastramento de usuários pode afetar as informações da base de dados do Censo BH Social. Concluiu-se que importa conquistar a clientela. Levando
às famílias maiores esclarecimentos sobre o trabalho dos agentes e, sobretudo os benefícios de aderir e participar das ações propostas pelos CS que são divulgadas através dos agentes. Dessa forma propõe-se a criação de ferramentas de apresentação do trabalho desenvolvido pelos ACS com a finalidade de expor aos usuários as principais atividades dos agentes, a importância do seu trabalho, os benefícios para toda a comunidade atendida pelo CS e inclusive os benefícios para a cidade. E ainda, não menos importante esses instrumentos poderão estimular a participação dos usuários nas praticas dos ACS com consequentes resultados no atendimento. Ferramentas propostas: Cartazes de divulgação do ACS Panfletos e cartazes criativos contendo as informações mais atrativas e absorventes do trabalho dos ACS, convidando e estimulando a adesão dos usuários. Essas informações podem ser vinculadas a cartazes espalhados pelos diversos serviços de saúde pública de modo a ampliar a divulgação. Carta de boas vindas Carta enviada aos moradores contendo apresentação do CS da área de abrangência, nome do agente, equipe de saúde e outras informações importantes sobre o fluxo de atendimento do CS. Na estrutura da carta deverá ser reservado um espaço para um quadro com a interrogativa: você sabia? Nesse quadro conterá informações objetivas sobre o cadastramento e sua importância. A carta de boas vindas poderá ter dois modelos sendo o primeiro direcionado a novos moradores e o segundo a moradores já cadastrados. No modelo para moradores já cadastrados deverá salientar os benefícios de manter o cadastro atualizado. Informativo semestral Visa divulgar dados relacionados ao CS da área de abrangência relacionando a eficiência e eficácia do trabalho realizado pelos ACS. Esse
informativo poderá conter de forma resumida as atividades realizadas pelo CS, estatísticas sucintas relacionadas ao cadastramento, relatos de moradores quanto os benefícios da atuação dos ACS, bem como as informações assistenciais para conhecimento da população, entre outras informações precisas. Informativo semestral Visa divulgar dados relacionados ao CS da área de abrangência relacionando a eficiência e eficácia do trabalho realizado pelos ACS. Esse informativo poderá conter de forma resumida as atividades realizadas pelo CS, estatísticas sucintas relacionadas ao cadastramento, relatos de moradores quanto os benefícios da atuação dos ACS, bem como as informações assistenciais para conhecimento da população, entre outras informações precisas. Comunicação via web Visa criar um espaço online interativo de divulgação de informações e atividades por área de abrangência, permitindo ao usuário tirar dúvidas, enviar mensagens aos ACS sobre atualizações, ou mudança de horários disponíveis para receber visitas entre outras diversas ferramentas que poderão ser criadas conforme as demandas. Essa ferramenta poderá ser utilizada pelos ACS antes, durante e após o planejamento de suas atividades, visto que poderá fornecer informações que acarretarão no melhor aproveitamento do tempo. 4. BENEFICIOS ESPERADOS Com a afirmação dessa proposta acredita-se que progressivamente os usuários se apresentarão mais interessados nas ações do trabalho desenvolvido pelos ACS, favorecendo assim as visitas dos agentes as casas de modo a propiciar práticas adequadas de acompanhamento, cadastramento entre outras. Espera-se que ao longo do tempo, os usuários se sintam corresponsáveis pelos resultados dos indicadores que implicam em melhorias
na saúde da população. Os mecanismos de divulgação permitirão maior visibilidade do trabalho desenvolvido pelos ACS, os quais foram destacados neste projeto como peças indispensáveis. O fortalecimento da comunicação entre os agentes e os usuários através da comunicação via web poderá elevar o atendimento no CS, por se tratar de uma forma sustentável, prática e econômica de troca de informações e planejamento. Essa ferramenta também constitui um espaço de dialogo entre a comunidade e o serviço de saúde por meio do ACS, portanto, espera-se que a partir dessa interação aumente o vínculo e logo a adesão e participação dos usuários. 5. VIABILIDADE DE APRESENTAÇÃO Todas as ferramentas apresentadas são de utilidade pública uma vez que promovem a disseminação de informações válidas ao processo de participação da população nos serviços de saúde. É importante dizer que cada uma está posta de forma complementar a outra, por exemplo, aumentando o conhecimento sobre a importância do cadastro poderá estimulará maior participação dos usuários através da comunicação via web. Dessa forma pode se dizer que a proposta desse projeto é pertinente e incisiva ao problema. As ferramentas propostas são altamente flexíveis e dinâmicas, de maneira que poderão ser adaptadas às demandas do processo de mobilização dos usuários quanto ao trabalho dos agentes e a outros interesses dos serviços de saúde. 6. CONCLUSÃO As ações implementáveis, contidas nessa proposta são pertinentes ao. As ferramentas propostas tendem a gerar grande impacto no desempenho do Programa BH Vida por permitir maior visibilidade do trabalho que se realiza na Atenção Primária à Saúde (APS) onde o trabalho realizado pelos ACS é peça chave. Informar, envolver e atrair são verbos importantes no processo da APS. Logo, ferramentas que propiciem esse movimento são evidentemente bem vindas. Salienta-se, portanto, que a utilização das ferramentas propostas nesse projeto, que inclusive são passives de adequações e ajustes, se constitui estratégia proveitosa na divulgação do trabalho dos ACS. Por consequência, a ampliação dos recursos de divulgação do trabalho dos agentes que tem
profundas implicações nos processa do APS, poderá acarretar maior adesão dos usuários no programa BH Vida. Dessa forma, o cadastramento apropriado das informações prestadas pelos usuários, maior participação e comprometimento dos usuários entre outros resultados, possibilita o cumprimento de metas em tempo hábil qualificando a assistência e o planejamento do trabalho da equipe da família.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Portaria nº 1.886, de 18 de dezembro de 1997. Aprova as Normas e Diretrizes do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e do Programa de Saúde da Família. Disponível em: <http://dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/legisl acao/arquivo/21_portaria_1886_de_18_12_1997.pdf> Acessado em: 19 de setembro de 2013. PORTAL PREFEITURA DE BELO HORIZONTE. Saúde Censo BH Social. Disponível em: <http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.do?evento =portlet&pidplc=ecptaxonomiamenuportal&app=saude&tax=15386&lang=pt_b R&pg=5571&taxp=0&> Acessado em: 19 de setembro de 2013. Brasil, Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação de Saúde da Comunidade. Saúde da Família: uma estratégia para a reorientação do modelo assistencial. Brasília. Ministério da Saúde, 1997. FERREIRA, Janete. Censo BH-Social: a importância para as políticas sociais. Disponível em : < portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/files.do?evento...pso cial_censo-bh >Acessado em: 19 de setembro de 2013.