Tipos e tamanhos de estacas na formação de mudas de Schinus terebinthifolius



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Transcrição:

17 Workshop de Plantas Medicinais do Mato Grosso do Sul/7º Empório da Agricultura Familiar PPM Tipos e tamanhos de estacas na formação de mudas de Schinus terebinthifolius Felipe Ferreira 1 (IC)*, Fagner Frota 1 (IC)*, Natanael B. Soares 1 (IC), Laís Luqui 1 (PG), Elissandra P. Torales 1, Maria do Carmo Vieira 1 (PQ), Néstor A. H. Zárate 1 (PQ). 1 Universidade Federal da Grande Dourados; C. Postal 533, 79804-970,Dourados-MS *frotafagner@gmail.com; lipe.ferrera@hotmail.com RESUMO O Schinus terebinthifolius Raddi (Anacardiaceae), conhecida como aroeira ou aroeira-vermelha, é uma espécie dióica que apresenta ampla distribuição geográfica e plasticidade ecológica (LORENZI, 1998). Nessa espécie de plantas atribui-se propriedades medicinais e alimentícias por possuir frutos ("pimenta-rosa") sendo utilizados como condimento alimentar na cozinha nacional e internacional. No presente trabalho objetivou-se avaliar os diferentes tipos e tamanhos de estacas de Schinus terebinthifolius Raddi, visando a propagação vegetativa da espécie. Foram testados diferentes tipos de estacas, sendo elas de ponta e meio do ramo, com tamanhos de 10,15, 20 e 25 centímetros de comprimento e com diâmetro médio de 4,85; 4,51; 5,00 e 5,44 mm para o meio e 3,76; 3,37; 4,40 e 3,39 mm para os ponteiros. O número de plantas de Schinus apresentou redução linear ao longo do tempo. Nos tratamentos T7 e T8 observou-se uma tendência de superioridade quanto a taxa de 'pegamento' das estacas. O T4 apresentou o menor 'pegamento' devido ao menor diâmetro da estaca. Nas condições deste trabalho, conclui-se que a produção de mudas de Schinus terebinthifolius Raddi com estacas de 20 e 25 cm de comprimento retiradas da porção mediana dos ramos são mais apropriadas. Palavras-chave: Pimenta rosa, propagação vegetativa. INTRODUÇÃO A família Anacardiaceae é representada por 70 gêneros e cerca de 600 espécies de árvores ou arbustos, conhecidas por serem frutíferas e apresentarem madeira de boa qualidade. O Schinus terebinthifolius Raddi (Anacardiaceae), conhecida como aroeira ou aroeira-vermelha, é espécie dióica que apresenta ampla distribuição geográfica e plasticidade ecológica (LORENZI, 1998). Nessa espécie de plantas atribuise propriedades medicinais e alimentícias por possuir frutos ("pimenta-rosa") sendo utilizados como condimento alimentar na cozinha nacional e internacional, muito explorados em áreas de restinga, inclusive no Norte Fluminense. (AMORIM & SANTOS, 2003) A espécie tem grande importância na recuperação de áreas degradadas (Souza et al. 2001) e em programas de reflorestamento (KAGEYAMA & GANDARA, 2000). É uma espécie muito procurada por aves, possivelmente dispersoras de seus

frutos (Souza et al,. 2001; GUIMARÃES, 2003), que são do tipo drupa, pequenos, numerosos, vermelhos e brilhantes quando maduros (LORENZI, 1998). O Schinus terebinthifolius Raddi - é uma árvore, medindo de 5-10 m de altura, suas flores são melíferas e sua madeira é moderadamente pesada, resistente e de grande durabilidade natural, sendo utilizada para moirões, esteios, lenha e carvão; o desenvolvimento das plantas no campo é bastante rápido (LORENZI, 1998). As pesquisas com aroeira-pimenteira são relativamente recentes e, portanto, poucos resultados práticos foram efetivamente alcançados. Na área de propagação vegetativa, inclusive estaquia são escassos os resultados de pesquisa (FERNANDES, et al., 2008). A propagação de Schinus terebinthifolius Raddi pode ser realizada de duas formas, a partir de semente que é a parte sexual, porém não preserva totalmente as características morfológicas da planta matriz e a reprodução assexual, proporcionado por diferentes formas de propágulos podendo ocorrer naturalmente ou por métodos controlados pelo homem, estabelecendo assim o clone, para a propagação ser bem desenvolvida depende da qualidade do material que será usado no plantio, fatores esses de qualidade que interferem em diversas variações associadas aos aspectos de qualidade da propagação, determinando assim diferenças na velocidade de enraizamento, crescimento e, consequentemente, produção e extensão do ciclo vegetativo. A estaquia é muito utilizada como método de reprodução assexual pelo fato de ser um processo simples, é designado pela multiplicação por estacas, utilizando uma pequena quantidade de plantas matrizes, no plantio de pequenos fragmentos de caule, raízes ou folhas, que são plantados em meio úmido e posteriormente se desenvolverão e formarão novas plantas, principalmente utilizado para a produção direta de portaenxertos ou mudas, portanto sua utilização é limitada a capacidade de formar raízes das espécies ou cultivares utilizadas, o tamanho e o tipo de estaca tem grande influência na capacidade de enraizamento (Braga et al., 1997; Hartman et al., 1997). É comum obter excelente porcentagem de sobrevivência de mudas por estaquia, porém também é comum obter resultados desalentadores. O sucesso ou insucesso estão relacionados estreitamente com diversos fatores que podem influenciar o pegamento da estaquia. O trabalho objetivou avaliar os diferentes tipos e tamanhos de estacas de Schinus terebinthifolius Raddi, visando a propagação vegetativa da espécie. 2

MATERIAL E MÉTODOS 3 O trabalho foi desenvolvido em área do Horto de Plantas Medicinais da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), da Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD, situada em latitude de 22 11 43.7 S, longitude de 54 56 08.5 e altitude de 458 m. O clima da região, segundo a classificação de Köppen é Mesotérmico Úmido, com temperaturas e precipitações médias anuais variando de 20 a 24 C e de 1250 a 1500 mm, respectivamente. A espécie em estudo foi a Schinus terebinthifolius Raddi, onde foi avaliada a propagação vegetativa via estaquia, utilizando-se de estacas retiradas de plantas adultas presentes no Horto de Plantas Medicinais (HPM). Os tratamentos foram constituídos por estacas de diferentes tamanhos e diferentes partes da planta, sendo quatro tamanhos, 10, 15, 20 e 25 centímetros de comprimento, e estacas do meio e dos ponteiros dos ramos. O T1 foi constituído por estacas de ponta com 10 cm; T2: estacas de ponta com 15 cm; T3: estacas de ponta com 20 cm; T4: estacas de ponta com 25 cm; T5: estacas de meio com 10 cm; T6: estacas de meio com 15 cm; T7: estacas de meio com 20 cm e T8: estacas de meio com 25 cm. Os diâmetros médios das estacas de meio foram de 4,85; 4,51; 5,00 e 5,44 mm, e para as estacas de ponteiro foram 3,76; 3,37; 4,40 e 3,39 mm, correspondendo aos tamanhos 10; 15; 20 e 25 respectivamente. Após a coleta, as estacas foram preparadas deixando apenas um par de folhas por estaca e sequencialmente foram plantadas em tubetes preenchidos com aproximadamente 290 cm 3 de substrato. O substrato utilizados foi composto por solo, substrato comercial Bio Plant e areia, nas proporção de 3:1:1. A irrigação ocorreu diariamente com o auxílio de irrigados manuais, no início da manhã ou no final da tarde, seguindo a necessidade hídrica das mudas. Não houve ocorrência de pragas e de doenças. As avaliações foram realizadas semanalmente, observando as condições morfológicas de cada estaca, dentro dos tratamentos. As estacas que apresentavam características indesejáveis, como secamento do caule e abscisão foliar, eram consideradas estacas inviáveis e retiradas do experimento. Foi avaliado a taxa de 'pegamento' das estacas em estudo. O experimento foi desenvolvido em delineamento de blocos ao acaso (DBC) com cinco repetições e oito tratamentos, onde cada parcela foi composta por seis tubetes. Os dados obtidos foram submetidos à análise de regressão (p<0,05), pelo modelo linear.

RESULTADOS E DISCUSSÃO 4 O número de plantas de Schinus apresentaram redução linear ao longo do tempo (Figura 1). O T7 e T8 foram os que tiveram a menor taxa de mortalidade de plantas, apresentando aumento de 3,52 plantas, aos 56 DAP, em relação ao T4, que foi o que teve o pior resultado. Figura 1. Índice de pegamento de estacas de Schinus em função de tamanhos e partes da planta. UFGD, Dourados MS, 2014. O T7 e T8 foram constituídos por estacas de meio com 20 e 25 cm respectivamente, provavelmente este material tenha se sobressaído em relação aos demais por causa da qualidade do material vegetativo utilizado, e de acordo com Fernandes et al. (2008) o material vegetativo que apresenta características morfológicas maduras é mais propício para propagação. Nos tratamentos T7 e T8 observou-se uma tendência de superioridade quanto a taxa de 'pegamento' das estacas, e este fato sugere que o comprimento da estaca pode estar relacionado a quantidades de reservas nutritivas, e estas reservas por sua vez são responsáveis pela manutenção da planta até a emissão de raízes e brotos (Fachinelo et al., 1995; Hartmam et al., 1997; Lima et al., 2006). Lima et al. (2006), avaliando estaquia de aceroleira constataram que mudas com 20 cm de comprimento retiradas da parte mediana dos ramos apresentam acima de 50% de pegamento. Biasi e Costa (2003), também obtiveram resultados satisfatórios em estaquia de Lippia alba com 20 cm e Biasi e De Bona (2000) com estaquia de Baccharis trimera. Delgado e Yuyama (2010), obtiveram resultados semelhantes em Myrciaria dubia.

5 As estacas da parte mediana dos ramos que apresentavam 20 e 25 cm de comprimento (T7 e T8), apresentavam também os maiores diâmetros de estacas (5,00 e 5,44 mm), Pissaia et al. (2010) relata uma possível relação entre comprimento e diâmetro de estacas com as reservas pré-existentes nestas, como os carboidratos. Os carboidratos são reservas que servem como fonte de energia e produção de esqueletos carbônicos essenciais para a produção de novos tecidos, o que implica que sem um nível mínimo de carboidratos, o crescimento e desenvolvimento serão reduzidos ou mesmo paralisadas. Segundo Veierskov (1988) e Mayer et al. (2006), sem a quantidade de carboidrato ideal, não ocorrerá o fornecimento de energia necessária para um bom pegamento. Resultados similares foram encontrados em Pfaffia glomerata, por Nicoloso et al. (2001). O tratamento T4 apresentava estacas com 25 cm de comprimento e diâmetro de 3,39 mm, sendo este o menor diâmetro entre os tratamentos. O T4 apresentou o menor 'pegamento' e devido a isto, possivelmente não só o comprimento interfira na quantidade de reserva armazenada, mas este juntamente com o diâmetro das estacas. Nas condições deste trabalho, conclui-se que a produção de mudas do Schinus terebinthifolius Raddi com 20 e 25 cm de comprimento retiradas da porção mediana dos ramos são mais apropriadas para a produção de mudas por estaquia. AGRADECIMENTOS Ao CNPq e a Capes pelo apoio financeiro. REFERÊNCIAS BIASI, L. A.; DE BONA, C. M. Propagação de carqueja (Baccharis trimera (Less.) A. P. de Candolle) por meio de estaquia. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v.2, n.2, p.37-43, 2000. DELGADO, J. P. M.; YUYAMA, K. Comprimento de estaca de camu-camu com ácido indolbutírico para a formação de mudas. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v.32, n.2, p. 522-526, Junho 2010. FACHINELLO, J. C.; HOFFMANN, A.; NACHTIGAL, J. C.; KERSTEN, E.; FORTES, G. R. Propagação de plantas frutíferas de clima temperado. 2. ed. Pelotas: Editora e Gráfica UFPEL, 1995. p.41-125. FERNANDES, K. H. P.; MORI, E. S.; SILVA, M. R.; PINTO, C. S. Propagação vegetativa de aroeira-pimenteira (Schinus terebinthifolius Raddi). Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v.30, n.3, p.853-856, 2008.

6 HARTMAN, H. T.; KESTER, D. E.; FRED JR, T. D.; GENEVE, R. L. Plant propagation: principles and practices. New jersey: Prentice Hall, 1997. 770p. LIMA, R. L. S.; SIQUEIRA, D. L.; WEBER, O. B.; CAZETTA, J. O. Comprimento de estacas e parte do ramo na formação de mudas de aceroleira. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v.28, n.1, p.83-86, 2006. MAYER, J. L. S.; BIASI, L. A.; BONA, C. Capacidade de enraizamento de estacas de quatro cultivares de Vitis L. (Vitaceae) relacionada com os aspectos anatômicos. Acta Botanica Brasilica, v.20, n.3, p.563-568, 2006. NICOLOSO, F. T.; CASSOL, L. F.; FORTUNATO, R. P. Comprimento da estaca de ramo no enraizamento de ginseng brasileiro (Pfaffia glomerata). Ciência Rural, v.31, n.1, p.57-60, 2001. VEIERSKOV, B. Relations between carbohydrates and adventitious root formation. In: DAVIS, T. D.; HAISSIG, B. E.; SANKHLA, N. Adventitious root formation in cuttings. Portland: Dioscorides, 1988. p. 248-73. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa Produção de Informação. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 1999. 412 p. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1998. 352 p. BRAGA, M. F.; CALDAS, L. S.; HABE, M. H. Estabelecimento de acerola (Malpighia glaba L.) in vitro: Efeito do clone e do explante. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v.19, n.3. p.335-346,1997. FERNANDES. K. H. P.; MORI. E. S.; SILVA. M. R.; PINTO. C. S.; PROPAGAÇÃO VEGETATIVA DE AROEIRA-PIMENTEIRA (Schinus terebinthifolius Raddi), Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v.30, n.3, p.853-856, 2008. HARTMAN, H. T.; KESTER, D. E.; FRED JR, T. D.; GENEVE, R. L. Plant propagation: principles and practices. New jersey: Prentice Hall, 1997. 770 p.