ESTUDOS ALELOPÁTICOS DE PLANTAS MEDICINAIS NA GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL DE ESPÉCIES CULTIVADAS
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- Pedro Ramires Caiado
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1 ESTUDOS ALELOPÁTICOS DE PLANTAS MEDICINAIS NA GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO INICIAL DE ESPÉCIES CULTIVADAS Maria de Fátima Cirino Idalgo (PIBIC/CNPq), Danilo Miralha Franco, Rodrigo de Souza Poletto (Orientador), rodrigopoletto@unep.edu.br. Universidade Estadual do Norte do Paraná/Campus de Cornélio Procópio. Botânica/Fisiologia Vegetal Palavras-chave: Alelopatia, Mikania glomerata, Plectranthus barbatus. Resumo Objetivo foi avaliar efeitos alelopáticos dos extratos aquosos de Mikania glomerata () e Plectranthus barbatus () sobre a germinação e crescimento inicial de Cucumis sativus (pepino) e Sorghum bicolor (sorgo). Para tanto, foram produzidos extratos aquosos e realizados os tratamentos nas concentrações % (extrato puro); 8; 6; 4; e de extrato e um grupo controle (água destilada) Para cada tratamento foram adicionados 5ml de extrato em quatro placas de Petri contendo 5 sementes de pepino e outras com sorgo, ambas acondicionadas em Câmara de Germinação à 5 C, com luz constante. Durante seis dias registrou-se a germinação e crescimento das plântulas. Os dados foram submetidos às análises de variância, com teste de Tukey (P<,5), o programa estatístico foi o Sigma Plot.. Os resultados demonstraram que o extrato seco de diminuiu a porcentagem de germinação e o crescimento do caule das plântulas de pepino, além disso, o extrato fresco afetou as raízes nas concentrações de % e %, comportamento semelhante nos extratos fresco e seco do para o crescimento da raiz e do caule do pepino. Na avaliação do experimento com sorgo observou-se que o extrato seco de proporcionou uma queda no desenvolvimento das raízes em comparação aos extratos do, onde em algumas concentrações houve um incremento no desenvolvimento. Concluímos que os extratos de Plectranthus barbatus e Mikania glomerata inibiram a germinação e crescimento das plântulas de Cucumis sativus (pepino) e Sorghum bicolor (sorgo), especialmente para os extratos secos e principalmente nas baixas concentrações. Introdução A alelopatia é a ciência que estuda a ação de compostos secundários sobre outros organismos. Essa influência pode ser interespecífica, quando uma determinada espécie vegetal tem efeito alelopático sobre outras espécies e a ação intraespecífica é o efeito da espécie sobre ela mesma (RAVEN, ).
2 Comprimento do caule Atualmente há um crescente aumento no uso de plantas medicinais nos estudos alelopáticos. Dentre estas plantas há a Mikania glomerata Spreng () muita utilizada no combate à gripe e como calmanteoutra é a Plectranthus barbatus Andrews () utilizada em problemas estomacais (LORENZI, ). Estes estudos são geralmente realizados em sementes de plantas cultivadas, consideradas sensíveis a aleloquímicos, como o pepino e o sorgo, das quais são observados os parâmetros germinação e crescimento para analisar o provável efeito da presença de substâncias alelopáticas. Portanto, o objetivo foi avaliar os efeitos alelopáticos de Mikania glomerata () e Plectranthus barbatus () sobre a germinação e crescimento inicial de Cucumis sativus L. (pepino) e Sorghum bicolor (L.) Moench (sorgo). Material e métodos A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa e Ensino em Botânica e Educação Ambiental da UENP/Campus Cornélio Procópio-PR. Com a finalidade de se verificar o efeito de diferentes extratos de plantas na germinação e desenvolvimento inicial de sementes de pepino Cucumis sativus e de sorgo Sorghum bicolor, foram realizados experimentos com tratamentos nas seguintes concentrações % (extrato puro); 8; 6; 4; e % de extratos aquosos, havendo um grupo controle, no qual se utilizou apenas água destilada. Para os respectivos tratamentos foram adicionados 5ml de extrato dos diferentes concentrações em placas de Petri contendo 5 sementes de pepino e outro experimento com sorgo, ambos acondicionados em Câmara de germinação a 5 C, com luz constante, durante seis dias. As leituras de germinação foram diárias, durante todo o período do experimento, consideradas germinadas as sementes com mm de raiz (REHMAN et. al., 996). A partir dos resultados dos experimentos os dados foram submetidos às análises de variância, com teste de Tukey (P<,5) e o programa estatístico utilizado foi Sigma Plot.. Resultados e Discussão Os resultados demonstraram que as sementes de pepino submetidas aos extratos frescos de Plectranthus barbatus () e de Mikania glomerata () não tiveram diferenças significativas na porcentagem de germinação. Quanto ao crescimento da raiz do pepino, apenas o extrato do influenciou seu desenvolvimento, principalmente nas concentrações de e %, diminuindo o tamanho das raízes. Quando observado o efeito destes extratos no crescimento do caule (Figura ) percebeu-se que nas menores concentrações (%, %, 4% e 6%) houve um descréscimo do caule das plântulas submetidas ao extrato de. Já no extrato de houve um descréscimo apenas nas concentrações de e %, havendo um incremento nos demais tratamentos. Este comportamento de inibição foi semelhante ao trabalho de FRANCO; ROLIM de ALMEIDA e POLETTO (4) que analisaram extratos de Equisetum giganteum e Nephrolepis exaltata na germinação e crescimento de pepino Controle % % 4% 6% 8% Puro
3 Comprimento do caule Porcentagem de germinados Figura- Comprimento do caule de Cucumis sativus (pepino) submetido a diferentes concentrações de extrato fresco de Plectranthus barbatus () e Mikania glomerata (), Cornélio Procópio, 5. Analisando o extrato seco da P. barbatus observa-se que a germinação do pepino diminuiu em baixas concentrações de extrato, em relação ao controle, ocorrendo uma leve recuperação nas concentrações de 8 e %. Já o extrato seco M. glomerata, provocou diminuição da germinação do pepino na faixa dos tratamentos de,, 4 e 6%, e no extrato de 8% também houve uma recuperação deste processo (Figura ). Havendo um padrão de comportamento, onde as baixas concentrações provocam um efeito acentuado na germinação. Já no trabalho de TEIXEIRA e POLETTO (4) o extrato da planta Dieffenbachia picta provocou uma diminuição na germinação nas maiores concentrações, principalmente 8 e %. Quanto ao hipocótilo, o comportamento se repetiu, pois em extrato seco de, nas concentrações baixas não ocorreu desenvolvimento, nas concentração de 8% e % ocorreu um maior desenvolvimento. Para o extrato seco de observou-se decréscimo no desenvolvimento do hipocótilo, na faixa de a 6% de extrato (Figura ). As raízes, também seguiram este padrão, onde o extrato seco de provocou uma queda no desenvolvimento, principalmente nos extratos de,,4e 6%, enquanto no extrato seco de este efeito foi mais determinante não ocorrendo desenvolvimento das raízes Controle % % 4% 6% 8% Puro Figura - Porcentagem de germinação de Cucumis sativus (pepino) submetido a diferentes concentrações de extrato seco de Plectranthus barbatus () e Mikania glomerata (), Cornélio Procópio, 5.,5,5,5,5 Controle % % 4% 6% 8% Puro Figura - Comprimento do caule de Cucumis sativus (pepino) submetido a diferentes concentrações de extrato seco de Plectranthus barbatus () e Mikania glomerata (), Cornélio Procópio, 5. Nas análises do extrato fresco de P. barbatus percebeu-se também uma queda, entretanto mais suave, na porcentagem de germinação das sementes de sorgo entre os extratos e o controle (Figura 4). Quanto ao crescimento das raízes de sorgo, os extratos de % e o puro apresentaram um declínio acentuado no seu desenvolvimento (Figura 5). Nas análises do desenvolvimento de raízes laterais o extrato de 8% apresentou uma elevação em relação aos demais extratos e ao controle, com mais de raízes laterais, em média.
4 Porcentagem de germinação Comprimentos das Raízes Porcntagem de germinação As análises das sementes de sorgo em extrato fresco de M. glomerata mostraram um aumento crescente e linear na porcentagem de germinação do extrato de % para o puro, mas sempre abaixo do grupo controle (Figura 4). Quanto ao comprimento das raízes houve um declínio de seu desenvolvimento, para a maioria dos extratos em comparação ao controle (Figura 5). Confirmando esta ação nas raízes laterais que não se formaram na maioria dos extratos. Estes dados são semelhantes aos encontrados por FRANCO et al. (5) que trabalhou com extratos metanólicos e aquosos de Myrcia guianensis na germinação e crescimento de sorgo, dos quais inibiram a germinação e o desenvolvimento das raízes de Sorghum bicolor, além de alterar a expressão gênica Controle % % 4% 6% 8% Puro Figura 4- Porcentagem de germinação de Sorghum bicolor (sorgo) submetido a diferentes concentrações de extrato fresco de Plectranthus barbatus () e Mikania glomerata (), Cornélio Procópio, 5.,5,5,5 Controle % % 4% 6% 8% Puro Figura 5- Comprimento da raiz de Sorghum bicolor (sorgo) submetido a diferentes concentrações de extrato fresco de Plectranthus barbatus () e Mikania glomerata (), Cornélio Procópio, 5. Ambos os extratos secos de P. barbatus e M. glomerata seguiram um padrão de comportamento, demonstrando que nas concentrações baixas houve baixa porcentagem de germinação (Figura 6). Já quanto ao crescimento das raízes, ocorreu um grande declínio em todos os extratos de P. barbatus comparados ao controle, além disso, houve pouco desenvolvimento de raízes laterais. No extrato de M. glomerata houve maior desenvolvimento das raízes apenas nos extratos de 8 e %. Já às raízes laterais surgiram somente o grupo controle Controle % % 4% 6% 8% Puro
5 Figura 6- Porcentagem de germinação de Sorghum bicolor (sorgo) submetido a diferentes concentrações de extrato seco de Plectranthus barbatus () e Mikania glomerata (), Cornélio Procópio, 5. Conclusões Com toda a pesquisa feita podemos concluir que os extratos utilizados das espécies medicinais Plectranthus barbatus () e Mikania glomerata () possuem fator inibitório na germinação e crescimento das plântulas de Cucumis sativus (pepino) e Sorghum bicolor (sorgo), especialmente para os extratos secos e principalmente nas baixas concentrações. Ressaltando que estes extratos possuem provável efeito herbicida, havendo a necessidade de mais estudos neste sentido. Agradecimentos Agradecimento a Fundação Araucária, e ao Laboratório LIPEBEA. Referências: FRANCO, D.M.; ROLIM de ALMEIDA, L.F.R.; POLETTO, R.S. Allelopathic Potential of Equisetum giganteum L. and Nephrolepis exaltata L. on Germination and Growth of Cucumber and Lettuce. Journal of Plant Sciences. v., n. 5, 4, pp FRANCO, D.M.; SALDANHA, L.L.; SILVA, E.M.; NOGUEIRA, F.T.S.; DOKKEDAL, A.L.; SANTOS, C.; ROLIM de ALMEIDA, L.F. Effects of leaf extracts of Myrcia guianensis (Aubl.) DC.: on growth and gene expression during root development of Sorghum bicolor (L.) Moench. Allelopathy Journal, v. 5, n., p. 7-48, 5. LORENZI, H; ABREU MATOS, F.J. Plantas Medicinais do Brasil: nativas e exóticas. Nova Odessa: Instituto Plantarum,. RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia Vegetal. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan,, 96p. REHMAN, S.; HARRIS, P. J. C.; BOURNE, W. F.; WILKIN, J. The effects of sodium chloride on germination and the potassium and calcium contents of Acaciaseeds. Seed Science and Technology, v. 5, p , 996. TEIXEIRA, R.A.; POLETTO, R.S. Efeito alelopático de plantas tóxicas sobre a germinação e crescimento inicial do pepino. Revista Científica Eletrônica de Agronomia, v.5, n., p.8-47, 4.
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