EM CORTES SUÍNOS RESFRIADOS DE UMA INDÚSTRIA DO ESTADO DE GOIÁS.



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Transcrição:

A INCIDÊNCIA DE Listeria monocytogenes EM CORTES SUÍNOS RESFRIADOS DE UMA INDÚSTRIA DO ESTADO DE GOIÁS. Luiz Antonio Silva, Sabrina Fonseca Ingênito Moreira Dantas Universidade Federal de Goiás/Faculdade Alfredo Nasser luizantonio.s@hotmail.com RESUMO: A Listeria monocytogenes, é amplamente encontrada na natureza inclusive no trato intestinal dos suínos, por isto é provável que a contaminação da carne possa ocorrer durante o processamento. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a incidência microbiológica do patógeno L. monocytogenes no processamento de cortes de matéria prima suína. Como metodologias de análises laboratorial para L.monocytogenes, adotou-se a International Standard Organization, ISO 11290-1 e ISO 11290-2, no objetivo de detectar a presença deste microrganismo. Entre os cortes suínos submetidos às análises microbiológicas para Listeria, foram detectadas 3 (3,3%) amostras positivas para L. monocytogenes, 12 (13,3%) positividades para Listeria sp. e 75 (83,4%) amostras tiveram resultados negativas. Torna-se importante o cumprimento das Boas Práticas de Fabricação para evitar e eliminar possíveis contaminações no produto. Ainda ressalta-se a necessidade de uma maior fiscalização das autoridades vigentes nos estabelecimentos fornecedores de alimentos PALAVRAS-CHAVE: Listeria monocytogenes. Contaminação microbiana de alimentos. Carcaças suínas. Intoxicação alimentar. 1 INTRODUÇÃO A praticidade no preparo de alimentos é um dos motivos que leva o aumento do consumo de carnes e seus derivados pelo ser humano; em decorrência disto, a indústria alimentícia vem se dedicando a avaliar as qualidades nutritivas e microbiológicas destes produtos, afim de que os mesmos não representem riscos à saúde do consumidor. Em um frigorifico as carcaças podem ser contaminadas desde o processamento de abate dos animais, onde as fezes podem ser uma fonte de contaminação ou a partir de contaminações que podem estar presentes no ambiente produtivo, podendo ser encontrada em superfícies de utensílios e equipamentos. Ainda Brasil (2010) reforça que a contaminação pode ocorrer em toda a cadeia produtiva, desde a produção primária (plantio, manuseio, transporte, cozimento e acondicionamento) até o consumo.

Dentre as mais diversificadas bactérias patogênicas destaca-se a L. monocytogeneses que causa a doença denominada listeriose em humanos, gera patologias em gestantes, recém nascidos, prematuros, idosos e pacientes imunodeprimidos (HOFER e REIS, 2005; SWAMINATHAN e GERNER-SMIDT, 2007). Este microrganismo ubiquitário é encontrado em diversos habitats, incluindo a microbiota de animais silvestres, ruminantes e seres humanos hígidos, bem como, em fontes ambientais como o esgoto, o solo, os fertilizantes, a silagem e os vegetais em decomposição (SOUZA, 1999). De acordo com a List of Prokaryotic names with Standing in Nomenclature (2015) oficialmente o gênero Listeria apresentam 15 espécies e 6 subespécies, entretanto as mais conhecidas são: L. monocytogenes, L. ivanovii, L. innocua, L. seeligeri, L. welshimeri, L. gravi. Esses microrganismos possuem características que contribuem para a proliferação no alimento, em que, conseguem se multiplicar em temperatura de refrigeração, em produtos ácidos, além de possuírem alta capacidade de formar biofilmes em superfície e equipamentos (FERRONATO et al., 2012). A falta da correta higienização do setor produtivo e o não cumprimento das boas práticas de fabricação podem ocasionar a presença da L. monocytogenes no fluxo operacional, podendo acarretar a contaminação do produto in natura e processado, problematizando consequências indesejáveis para a saúde do consumidor (EFSA, 2007). Em função do aumento dos surtos toxinfecciosos e da falta de notificação aos orgãos vigentes, a pesquisa da prevalência da contaminação em alimentos e seus ambientes de beneficiamento, passa a se tornar necessário uma avaliação notificadora de ausência ou presença da L. monocytogenes em matéria prima suína direcionadas a população. De modo geral, levando em consideração os aspectos abordados, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a incidência microbiológica do patógeno L. monocytogenes no processamento de cortes de matéria prima suína, em que, a identidade e informações referentes à empresa fornecedora das amostras e do laboratório foram mantidas em sigilo. 2 METODOLOGIA 2.1 - Amostragens Foram coletadas amostras de cortes suínos, onde foram coletadas 30 amostras de paleta, 30 de pernil e 30 de costelas, no período de trinta dias de processo produtivo, sendo uma amostra de cada por dia, totalizando 90 amostras. 2.2-Processamento das Amostras:

(2004). A metodologia aplicada segue de acordo com a International Standard Organization 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Das 90 amostras submetidas às análises no decorrer do mês de novembro à dezembro de 2014, em um frigorífico de suínos do estado de Goiás, os resultados demonstraram que dentre elas 83,4% foram negativas e 16,6% foram positivas ao gênero Listeria. TABELA 1. Resultados das amostras positivas e negativas para Listeria nos cortes suínos análisados em laboratório de alimentos de um frigorífico no estado de Goiás, no período de novembro à dezembro de 2014. CORTES Listeria sp. L. monocytogenes Ausência Total Paleta Suína 7 2 21 30 Costela Suína 4 1 25 30 Pernil Suíno 1 0 29 30 Total 12 3 75 90 Resultados semelhantes podem ser observados em estudos de Silverio et al. (2014) em que apresentou 4 presença de L. monocytogenes e 9 presença de Listeria sp em 111 amostras in natura de suíno. Ho et al. (2007) menciona que animais podem excretar L. monocytogenes pelas fezes, o que pode ocasionar contaminação do couro de outros animais nos estabelecimentos ou durante o transporte, ocasionando uma contaminação cruzada de equipamentos e carcaças durante o abate. Este relato fortalece que o próprio animal também é responsável por contaminar sua carcaça e por consequência o processo em si. De acordo com os dados estatísticos da Associação Brasileira de Proteína Animal (2014) no período de janeiro-dezembro de 2014, os principais destinos de matéria prima suína exportada pelo Brasil foram para Rússia com 186.594 toneladas, Hong Kong com 110.922 toneladas, Angola com 52.284, Cingapura com 32.288 e outros países 112.140 toneladas. Além disso, no período de janeiro de 2013 à julho de 2014 o consumo interno brasileiro da matéria prima suína se deu por 45.082.422 toneladas. Levando em consideração os números apresentados, observa-se um grande consumo de matéria prima suína exportada e consumida pelos brasileiros, tornando importante a verificação e acompanhamento de análises à L. monocytogenes, levando em considerações suas patogenias. Em relação à Legislação Brasileira, a Resolução nº 12, de 02 de janeiro de 2001, do Ministério da Saúde, não determina limites ou padrões regulatórios para L. monocytogenes em produtos cárneos (ANVISA, 2001). Porém, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estabeleceu a Instrução Normativa nº 09, em 08 de abril de 2009, em que,

estabelece procedimentos de controle para a L. monocytogenes em produtos de origem animal prontos para o consumo (BRASIL, 2009). Fai et al. (2011) considera a necessidade de um maior rastreamento a nível nacional da presença da L. monocytogenes em alimentos que são direcionados ao consumidor, que se subdividem em órgãos de saúde pública responsáveis a definirem critérios e padrões microbiológicos, ainda mais, quando se trata de microrganismo patogênicos. Além disso, é necessário adotar padrões regulatórios para esse patógeno em nossas legislações, para garantir a segurança de nossos produtos cárneos, visto que, nosso consumo de matéria prima suína é expressivamente alto, possibilitando intoxicações alimentares internas em nosso país, o que favorece diversas patogenias a nossa sociedade. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando as amostras analisadas neste estudo, confirma-se a presença da L. monocytogeses em carcaça suína, sendo importante o cumprimento das ferramentas de Boas Práticas de Fabricação (BPF) e também do Procedimento Padrão de Higiene Operacional (PPHO), em que, estas ferramentas contribuem para evitar e eliminar possíveis contaminações no produto favorecendo um produto de melhor qualidade. Ressalta-se a necessidade de uma maior fiscalização das autoridades vigentes nos estabelecimentos fornecedores de alimentos, assim como, legislações que estabeleçam padrões microbiológicos para a presença do patógeno L. monocytogenes, que garantam um alimento seguro aos consumidores. REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001. Legislação, regulamento técnico sobre padrões microbiológicos para alimentos, 2001. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/a47bab8047458b909541d53fbc4c6735/rdc_1 2_2001.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 11 jun. 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PROTEÍNA ANIMAL.2014. Principais destinos da carne suína brasileira-jan/dez 2014. Disponível em: < http://www.abipecs.org.br/uploads/relatorios/mercado-externo/destinos/dadosanuais/dezembro_14_principais_destinos.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2015. Abate SIF de suínos no Brasil-2010-2014. Disponível em: <http://www.abipecs.org.br/uploads/relatorios/mercado-interno/abate/abate_2010_2014.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2015.

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