Comunicação e Gestão nas Instituições Maristas
Comunicação Social Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas Ciências da Comunicação trabalham com diferentes perspectivas voltadas à Comunicação nas organizações.
Qual a questão central? Qual a expectativa? Comunicação Social em diálogo com os princípios da educação Marista. Modelos deixam de servir para as organizações. Desafio: Famecos / Ascom PUCRS
Conceitos Tudo é comunicação, Paulo Nassar Comunicação empresarial: a atividade deve ter como referência o negócio da empresa. A publicidade, sozinha, é hoje insuficiente para revelar o conjunto de valores que faz com que uma empresa seja única, diante dos vários grupos com poder de causar impactos nos negócios e operações de qualquer organização. Ninguém mais se encanta e compra produtos e serviços porque eles se dizem reformadores ou revolucionários. Pág. 119 Hoje, sem uma comunicação para os recursos humanos com qualidade total, não se consegue mudar o modelo organizacional. (Pág. 82) Não é função para gestores cabeças-duras promover a adesão de seus públicos. (Pág. 82)
Quem são os públicos dos gestores Maristas? Uma aproximação com a Comunicação por intermédio da história. UM PROJETO PARA O NOSSO TEMPO MISSÃO EDUCATIVA MARISTA (1995-1998)
Champagnat, nasceu em 1789 e viveu a infância durante a Revolução Francesa. Após esse período, a situação escolar degradou-se por completo. Champagnat sofreu as conseqüências nefastas dessa época. No seminário, sentiu a necessidade de formar educadores, capazes de atuar junto à juventude que mergulhada na ignorância, na degradação moral e social. Fundou, em 1817, o Instituto dos Irmãos Maristas.
Como eram as comunicações nos séculos XVIII e XIX?
A retórica, estudo da arte de se comunicar por escrito e oralmente, era muito incentivada nos séculos XVIII e XIX. O conceito de opinião pública aparece neste período e a preocupação com as massas torna-se visível a partir do século XIX.
A impressão gráfica, junto com a escrita, foi identificada, em 1795, como um dos marcos, que muitos definiram como progresso da mente humana. 300 anos depois da invenção da imprensa, escribas (perdiam postos de trabalho) e autoridades deploravam a chegada da tecnologia. Uma história Social da Mídia. De Gutenberg à Internet. Asa Briggs e Peter Burke.
Começa, na época, o crescimento da demanda por informação midiatizada. É neste contexto que viviam os nossos jovens.
E qual a competição que hoje enfrenta a Comunicação dos educadores Maristas? Onde chegamos com a mídia?
Castells afirma que «a era da informação é nossa era.» Trata-se de um período histórico caracterizado por uma revolução tecnológica centrada nas tecnologias digitais de informação e comunicação, concomitante, mas não causadora, com a emergência de uma estrutura social em rede. Isto ocorre em todos os âmbitos da atividade humana. «É um processo de transformação multidimensional que é, ao mesmo tempo, includente e excludente em função dos valores e interesses dominantes em cada processo, em cada país e em cada organização social.»
Paradoxalmente, como afirma Castells, o momento de eclosão das tecnologias de liberdade, em particular da internet, mas também do conjunto de tecnologias informáticas em rede, de telecomunicação de banda larga, comunicação móvel e de computação distribuída, é também, sob pretexto de terrorismo e pornografia, o momento da obsessão pela segurança. Se estabelece uma ameaça à liberdade de expressão, dentro e fora da internet, do controle dos Estados sobre a comunicação. Mas o autor também afirma que a «arquitetura da internet foi desenhada deliberadamente para dificultar seu controle, mas não a vigilância da mensagem.» Por isso, mesmo sofrendo cada vez mais interferências à livre comunicação, é o meio local-global mais livre que existe, permitindo descentralizar os meios de comunicação de massa.
Muitos recebem e muitos produzem informações. Se muitos já pensavam fazer Comunicação Social, hoje isto chega a uma dimensão radical. Jovens em exposição global, produzindo e recebendo informações.
Nesse contexto, uma missão, um ideal, que começou há mais de 200 anos, assume títulos como organização, negócio.
Perguntas centrais neste horizonte: Como mudar, reinventar e manter simultaneamente? Como inovar e não inovar tanto, considerando culturas organizacionais? Todos fazemos a mesma coisa: anunciamos, enviamos releases aos jornais, tentamos o relacionamento com nossos públicos, mandamos emails, tentamos gerar notícias a qualquer custo. Ingressamos na lógica da super, hiper exposição, informação, midiatização. Apelamos para as fórmulas industrializadas que ainda existem, apoiadas em um modelo emissão-recepção, em um cenário no qual o cidadão também produz conteúdo.
Qual o nosso diferencial competitivo? O que e como precisamos comunicar? Qual o nosso norte? COM ESTILO MARISTA PRÓPRIO O nosso estilo educativo baseia-se em uma visão integral, que se propõe conscientemente a comunicar valores.
De Marcelino Champagnat: para bem educar as crianças é preciso, antes de tudo, amá-las, e amá-las todas igualmente. Educamos, sobretudo, sendo presença junto às crianças e aos jovens, demonstrando-lhes que nos preocupamos com eles e estamos atentos às suas necessidades.
Tentamos, respeitosamente, ser firmes e exigentes com eles, permanecendo, contudo, otimistas e sempre dando prioridade ao seu próprio desenvolvimento. A nossa maneira de educar, como a de Marcelino Champagnat, é pessoal, prática e enraizada na vida real. Orientamos os jovens a adotarem a simplicidade como um valor para as suas próprias vidas, encorajando-os a serem autênticos em todas as situações, abertos e verdadeiros, e firmes nas suas convicções.
Qual a responsabilidade do gestor Marista nessa comunicação? Os gestores certamente comunicam pela conduta e pelo exemplo. Os gestores tornam comum uma ação ou informação. Escolhem os comunicadores de sua emissora e têm a responsabilidade de construir as lideranças de audiência. É a voz do gestor que, com firmeza, evita rumores ou crises nas organizações. O gestor é certamente o guardião dos princípios da educação Marista e deve se comunicar com clareza e autenticidade.
Nosso público primeiro, o aluno, ficará marcado para sempre e será, sem dúvida, a melhor propaganda. Uma formação sem qualidade pode se tornar pública em qualquer comunidade virtual com mais rapidez do que certamente nós conseguimos desmentir.
Uma certeza Se nós não nos comunicarmos com estes jovens, eles certamente se comunicarão com outras fontes e, numa perspectiva mais intensa do que em qualquer outra época. Em rede.