1. Resumo. 2. Introdução. Por Edson Haddad



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Transcrição:

CENTROS DE REFERÊNCIA E APOIO ÀS EMERGÊNCIAS QUÍMICAS NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE: CENTRO COLABORADOR OPAS/OMS EM PREVENÇÃO, PREPARATIVOS E RESPOSTA A SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA QUÍMICA PARA A AMÉRICA LATINA E CARIBE 1. Resumo Por Edson Haddad As emergências químicas são objetos de grandes preocupações, tanto para indústria quanto para os órgãos de governo e para as comunidades. Este trabalho tem por finalidade apresentar as atividades da CETESB para a prevenção e o atendimento às emergências químicas, bem como suas ações como Centro Colaborador OPAS/OMS, ressaltando-se a importância da integração das áreas de Meio Ambiente e Saúde para gerenciar os riscos associados a esses episódios. 2. Introdução As emergências químicas podem ser definidas como eventos inesperados e indesejáveis envolvendo produtos químicos, os quais podem afetar, direta ou indiretamente, a segurança e a saúde da comunidade envolvida, impactos no meio ambiente e danos à propriedade pública e privada, requerendo, portanto, intervenções imediatas. É possível prevenir a grande maioria das emergências químicas e por essa razão, deve-se trabalhar principalmente na prevenção destes episódios, sem esquecer-se da preparação necessária para intervir quando estes aconteçam. Na década de 80, a preocupação com a prevenção de acidentes foi muito maior, sobretudo depois dos casos de Chernobyl, Cidade do México e Bhopal, oportunidade em que aconteceram diferentes programas para cuidar dos aspectos preventivos e de intervenção nas emergências. Entre estes programas, pode-se ressaltar: The Emergency Planning and Community Right-to-Know Act (USEPA); CAER-Community Awareness and Emergency Response (Canadá) e APELL - Awareness and Preparedness for Emergency at Local Level (UNEP), entre outros. Desde o final da década de 70, a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, Brasil), atua na prevenção e no atendimento às emergências químicas de origem tecnológica, causados por substâncias químicas e, até o momento, já participou da resposta a mais de 8.000 casos. Como reconhecimento ao trabalho realizado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) designaram a CETESB como Centro Colaborador em Prevenção, Preparativos e Resposta a Situações de Emergência Química para a América Latina, com a finalidade de transferir a tecnologia adquirida ao longo dos anos a outros países. 1

Este trabalho visa apresentar as atividades desenvolvidas por este Centro Colaborador e também as formas de integração entre as áreas de ambiente e saúde, para a prevenção e resposta às emergências químicas. 3. Emergências químicas no estado de São Paulo, Brasil No Estado de São Paulo, a CETESB contribui, desde 1978, nos aspectos preventivos e corretivos para evitar que aconteçam acidentes maiores nas atividades que compreendem a manipulação de substâncias químicas e também para diminuir os impactos ambientais, quando estes eventos acontecem. No período compreendido entre 1978 e junho de 2010, a CETESB, junto com outras entidades envolvidas na resposta às emergências químicas, atendeu um total de 8.254 casos, de acordo com o demonstrado na figura 1. Figura 1- Distribuição anual de emergências químicas atendidas pela CETESB. A figura 2 apresenta as principais atividades geradoras de emergências químicas no Estado de São Paulo. 2

Figura 2 Principais atividades geradoras de emergências químicas no Estado de São Paulo Nas figuras acima pode-se ver que a participação da CETESB no atendimento às emergências químicas cresceu ao longo dos anos. Este fato não somente pode ser justificado em função das solicitações da comunidade como também porque, atualmente, existe uma maior conscientização em relação aos assuntos ambientais, e também, como resultado das atividades desenvolvidas por CETESB junto às outras áreas envolvidas no tema. Com relação a algumas das atividades que causam acidentes, se observa que o transporte rodoviário de produtos químicos é o responsável pela grande maioria dos acidentes e que a principal classe de risco é a dos líquidos inflamáveis. 4. Prevenção às emergências químicas A prevenção às emergências químicas está intimamente associada às ações inerentes às atribuições das entidades públicas que outorgam as licenças. Desta maneira é importante que, antes que seja autorizada a operação de uma empresa, cujas atividades representam um risco para a saúde da população e para o ambiente, se façam estudos de análise de riscos para garantir a segurança das instalações. Em geral, um estudo de análise de risco pode ser dividido em quatro grandes etapas, que são: 3

a. Caracterização da empresa Esta etapa tem por finalidade obter dados e informações relativas à empresa e à sua localização para auxiliar o desenvolvimento do estudo, além de permitir a familiarização dos técnicos com a empresa e com as características ambientais do local onde a mesma está ou será localizada. b. Identificação dos riscos Esta etapa contempla a aplicação de técnicas para a identificação das possíveis causas e conseqüências dos acidentes, de forma que possam ser identificados e devidamente analisados os cenários ambientais mais significativos. c. Análise de conseqüências e de vulnerabilidade Nesta terceira etapa do trabalho, devem ser estimadas as possíveis conseqüências geradas pelos cenários acidentais identificados na etapa anterior. Por tanto, devem ser utilizados modelos matemáticos para a representação dos possíveis fenômenos, tais como: explosões, incêndios e vazamentos de gases tóxicos. A avaliação da vulnerabilidade consiste em estudar os impactos causados ao ser humano e ao ambiente expostos a essas conseqüências, possibilitando, assim, estimar o risco da instalação ou da atividade em estudo. d. Avaliação e gerenciamento de riscos A última etapa do trabalho compreende a estimativa e a avaliação dos riscos associados à empresa, a partir de critérios de aceitabilidade previamente estabelecidos para a definição de medidas a serem utilizadas no gerenciamento destes riscos. 5. Atendimento a emergências químicas As ações de resposta às emergências químicas devem contemplar os procedimentos gerais de ação e avaliação, bem como as rotinas específicas de controle, de acordo com os tipos dos possíveis cenários de acidentes. Desta maneira, a resposta a uma emergência química deve contemplar, de forma geral, as seguintes etapas: - Acionamento; - Avaliação; - Ações de combate; - Medidas posteriores à emergencia. A atuação da CETESB nas emergências químicas tem por finalidade diminuir os impactos causados por esses episódios, tanto nas atividades do processo industrial quanto no transporte e na armazenagem. Esta atividade é realizada pelo Setor de Operações de Emergência, em conjunto com as Agências Ambientais instaladas nas diversas regiões do Estado de São Paulo. 4

Para atender a estes acionamentos, a CETESB mantém um sistema de plantão permanente, durante as 24 horas do dia, para permitir a movimentação rápida do seu corpo de técnicos especializados, na resposta às emergências químicas. As ações desenvolvidas pela CETESB, durante o atendimento às emergências químicas, contemplam: - Orientação a outros órgãos, tais como Defesa Civil, Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Corpo de Bombeiros e Órgãos de Trânsito, entre outros, com relação aos riscos existentes no local do acidente, a fim de que se tomem as ações pertinentes para isolar e evacuar as áreas que apresentam risco e, desta maneira, controlar a situação; - Monitorar o ar, a água e o solo das áreas afetadas ou onde exista risco potencial; - Coordenar, em conjunto com as outras entidades, as ações para a contenção, neutralização e remoção dos produtos envolvidos, bem como dos resíduos gerados no evento; - Certificar-se de que as ações de combate a serem adotadas são adequadas do ponto de vista da segurança e meio ambiente; - Aprovar e supervisionar os trabalhos de campo, a serem realizados pela empresa responsável pela poluição, para a recuperação das áreas impactadas; - Aplicar as punições cabíveis, de acordo com a legislação vigente (Lei N 0 997 do Estado de São Paulo, de 1997, regulamentada pelo Decreto Estadual N 0 8.468, de 1976). 6. Centro Colaborador da OPAS/OMS Em reconhecimento à notória especialização da CETESB na prevenção e resposta às emergências químicas, a OMS e a OPAS designaram a CETESB como Centro Colaborador em Prevenção, Preparativos e Resposta a Situações de Emergência Química, para que a experiência adquirida ao longo dos anos possa ser partilhada com os países da América Latina e, desta maneira, cumprindo uma das missões da OMS e OPAS no que se refere à transferência de tecnologia na área de controle ambiental. Desde a sua designação como Centro Colaborador, em 1992, a CETESB realiza uma série de atividades, em conjunto com o Programa de Preparativos para Casos de Desastres (PED) da OPAS/OMS, com a finalidade de transmitir a experiência a outras instituições dos países da América Latina. As principais atribuições do Centro Colaborador são: - Apoiar institucionalmente os programas e políticas adotadas pelos organismos diretivos da OMS, no âmbito mundial e regional; - Prover ajuda para a formulação de planos para os casos de desastres tecnológicos que possam afetar o homem e o meio ambiente; - Desenvolver metodologias e propiciar treinamentos para a administração dos casos de desastres tecnológicos que afetem o ambiente, incluindo-se exercícios simulados e material visual, entre outros; - Apoiar outras entidades na resposta às emergências químicas; - Elaborar guias para as respostas às emergências químicas. Dentre as diversas atividades realizadas pelo Centro Colaborador, dirigidas à prevenção, preparação e resposta às emergências químicas, destacam-se: 5

- De 1999 a 2003 foi realizado na CETESB em São Paulo o curso "Prevención, preparación y respuesta para desastres causados por productos químicos peligrosos", com carga horária de 40h, estruturado pelo Programa de Emergências e Desastres (PED) da OPAS sediado em Washington/USA, OPAS/Brasil, CEPIS Centro Panamericano de Ingeniería Sanitária e CETESB. Mais de 120 profissionais da maioria dos países da América Latina e Brasil foram treinados, principalmente das áreas de saúde, bombeiros, defesa civil e meio ambiente; - De modo a atender também o setor saúde dos estados brasileiros, a FUNASA Fundação Nacional da Saúde contratou e a CETESB que realizou em suas instalações o curso prevención na versão em português de 2001 a 2004, tendo capacitado mais de 200 profissionais de todos estados brasileiros; - Ainda em 1999, o CEPIS, com o suporte técnico da CETESB, desenvolveu um site contendo o "Curso de auto-instrução em prevenção, preparação e resposta para desastres com produtos químicos", nas versões espanhol e português (http://www.bvsde.paho.org/tutorial1/e/index.html); - Em 2003, a CETESB elaborou o Manual de Orientação de um Sistema Integrado de Gestão para Prevenção, Preparação e Resposta a Acidentes com Produtos Químicos, nas versões em português e espanhol, tendo sido distribuídos 1000 CDs desse Manual em toda América Latina. Esse manual está disponível na página da CETESB sobre emergências químicas: (http://www.cetesb.sp.gov.br/emergencia/artigos/artigos_manual.asp); - Em 2003 a CETESB prestou apoio ao Paraguai no atendimento a um incêndio em depóstio de praguicidas na cidade de Assunção; - Em 2008 a CETESB, prestou apoio técnico em Honduras para realizar uma avaliação de gases e vapores tóxicos, inflamáveis e corrosivos no interior das instalações da Faculdade de Química e Farmácia da Universidade Nacional Autônoma de Honduras. - Realização do Curso "Prevención, preparación y respuesta para desastres causados por productos químicos peligrosos" no Panamá, Equador, El Salvador, Cuba, Costa Rica, Paraguai, Nicaragua, Colômbia, Honduras, Peru e Guatemala, tendo sido capacitados mais de 400 profissionais; - No Panamá, Equador, Paraguai, Nicaragua, Colômbia, Honduras e Peru o Centro Colaborador CETESB realizou um levantamento e análise das informações relativas ao sistema de resposta a emergências químicas do país, de forma a realizar recomendações visando o seu aprimoramento. Esse trabalho foi realizado por meio de questionários e visitas técnicas às principais entidades que atuam na prevenção, preparação e resposta às emergências químicas do país selecionado; - Além dos cursos no exterior, o Centro Colaborador CETESB tem participado de diversos eventos técnicos do setor saúde (seminários, reuniões) tanto no Brasil quanto no exterior, apoiando assim as iniciativas da OPAS, conforme sua atribuição. Destacam-se as participações no Taller Centroamericano de Manejo de Consecuencias en Salud de Actos Terroristas, coordenado pela OPAS e realizado no período de 9 a 11 de junho de 2003, na cidade do Panamá, Panamá e a participação no Curso Internacional para 6

Gerentes sobre Saúde, Desastres e Desenvolvimento (Líderes 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007); - O Centro Colaborador CETESB já atendeu a mais de 100 solicitações de suporte técnico de diversos países da América Latina. As solicitações foram referentes a informações sobre produtos químicos, Planos de Ação de Emergência, Gerenciamento de Riscos, esclarecimento de dúvidas sobre os sites www.cepis.org.pe/tutorial1/e/index.html e www.cetesb.sp.gv.br/emergencia/emergencia.asp bem como sobre procedimentos para atendimento a emergências químicas. A CETESB é o único Centro Colaborador da OPAS/OMS na área de emergências químicas, sendo sua coordenação técnica exercida pelos Químicos Jorge Luiz Nobre Gouveia, jorgeg@cetesbnet.sp.gov.br e Edson Haddad, edsonh@cetesbnet.sp.gov.br. 7. Integração da área ambiental com a área de saúde Pelo fato de que a população pode vir a ser exposta, na ocorrência de emergências químicas, é imprescindível a integração das áreas de ambiente e saúde, especialmente com os centros de toxicologia. Isto é sumamente importante porque permitirá o diagnóstico das intoxicações e, além disso, porque será dado o apoio necessário aos grupos técnicos de resposta no campo. O planejamento para resposta às emergências é uma atividade mutidisciplinar. Desta maneira, atualmente se busca manter uma estreita cooperação entre as autoridades das diferentes instituições envolvidas no planejamento e na resposta, incluindo-se organizações médicas, centros de informação toxicológica e organismos da área ambiental. Os recursos humanos e econômicos, bem como os equipamentos e materiais devem estar disponíveis para dar resposta aos acidentes. Por esta razão, a associação entre as instituições é um aspecto fundamental no processo de integração intersetorial ambiente e saúde. Dentro deste contexto deve-se destacar a realização do Curso sobre Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres por Produtos Químicos Perigosos, pelo Centro Colaborador, cujo principal objetivo é proporcionar os conhecimentos teóricos e práticos para a implementação das ações nacionais e regionais, referentes aos preparativos para o atendimento aos casos de emergências e de desastres nos países das Américas. No curso acima mencionado, conta-se também com a cooperação de profissionais das áreas de ambiente e saúde e, capacitam-se agentes multiplicadores de diversos países para a implementação de planos integrados de prevenção e de resposta às emergências químicas. 8. Conclusões A responsabilidade sobre a ocorrência de emergências químicas é de quem causa esses acidentes; se bem que os responsáveis devam implementar programas para o gerenciamento dos riscos, na prevenção e na resposta, que satisfaçam às necessidades no caso de ocorrência desses acidentes para que os impactos possíveis sejam menores. Por outro lado, é de responsabilidade dos organismos de governo, como representantes da comunidade, o controle, a fiscalização e o desenvolvimento de mecanismos técnicos e legais, compatíveis com os riscos relacionados das atividades que possam ser uma ameaça para a segurança e o ambiente. 7

Quando acontece uma emergência química, esta pode ter uma repercussão significativa, tanto para a empresa quanto para o governo, e ambos serão culpados pela sociedade pelos impactos resultantes. Cada vez, é mais evidente a conscientização da comunidade com relação a assuntos ambientais e, em um mundo globalizado como o atual, dentro de curto prazo não haverá mais espaço para empresas e atividades que não procurarem soluções para os seus problemas ambientais e de segurança. Desta forma, a ferramenta Análise de Risco deve ser cada vez mais difundida como um instrumento fundamental para a prevenção de acidentes e para o planejamento da resposta às emergências químicas. As atividades de integração entre a área da saúde e do ambiente que o Centro Colaborador (CETESB/OPAS/OMS) realiza, evidentemente têm os seus resultados em ações concretas para a prevenção de acidentes em diferentes regiões da América Latina e Caribe, principalmente em função do treinamento específico dos profissionais pertencentes a aquelas áreas de atuação. 8