Análise das finanças do Estado do RS em 2008 Darcy Francisco Carvalho dos Santos



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Transcrição:

Análise das finanças do Estado do RS em 2008 Darcy Francisco Carvalho dos Santos O exercício de 2008 foi um ano atípico em termos de crescimento da arrecadação, em todos os níveis de governo. O Governo Federal (Tesouro Nacional, INSS e Banco Central) apresentou um crescimento nominal de 15,8% ou 9,6%, se descontada a inflação medida pelo IPCA, apesar da queda ocorrida nos meses de novembro e dezembro, em função da crise financeira internacional. O ICMS, principal item de receita dos estados, cresceu 19,5% nominais ou 13,1% reais no Brasil, no período janeiro/novembro de 2008, comparado com igual período de 2007, segundo dados do CONFAZ 1. Os municípios, independente das receitas próprias que também cresceram, obtiveram excelente crescimento das receitas de transferências, que constituem sua principal fonte de seus recursos. Nesse contexto, os governos que souberam administrar suas despesas e acompanhar e até superar o ritmo nacional de crescimento da receita, conseguiram eliminar seus déficits, como o foi o caso do RS. Para o RS, no entanto, não quer dizer que foram vencidas todas as dificuldades financeiras. Venceu a principal delas, que era a insuficiência de recursos no fluxo anual, mas ficaram os estoques de dívidas formados pelos déficits acumulados. Além disso, em função da crise financeira, no exercício de 2009 o crescimento real de receita deverá ser reduzido ou nulo. Mas, já estando a curva da receita acima da despesa, a administração financeira consistirá em não deixar que essas curvas mudem de posição. Esta análise, mesmo sintética, se divide em três partes: i) Execução Orçamentária dos Recursos do Tesouro, ii) Execução Orçamentária do Setor Governamental, que inclui os recursos próprios das Autarquias e Fundações, e iii) Análise a Gestão Fiscal. 1 Os dados disponíveis no CONFAZ são somente até novembro. Em função disso, o crescimento do ICMS do RS é diferente do restante da análise, que considera o ano completo.

1. Execução Orçamentária dos Recursos do Tesouro Esta situação inclui todas as aplicações diretas do Tesouro estadual mais o que ele transfere para as Autarquias e Fundações para complementar o atendimento das necessidades financeiras destas últimas. Conforme se observa na Tabela 1.1 (detalhado na Tabela Final 2), o crescimento real das receitas correntes foi de 13,1% em 2008 sobre 2007 e 15%, quando relacionado com 2006. O ICMS (parte recebida como tributo) cresceu 14,7% e 15%, respectivamente, mostrando que seu crescimento fora quase nulo em 2007. Todos os demais itens de receita própria cresceram. Já as receitas de transferências apresentam um crescimento mais tímido, de 2,3% e 3,9%, respectivamente, nos períodos citados. Tabela 1.1 - Execução orçamentária dos recursos do Tesouro Crescimento das receitas correntes em 2008 sobre 2007 e sobre 2006 Valores originais atualizados pelo IPCA médio PRINCIPAIS ITENS 2007-2008 2006-2008 Receitas correntes 13,1% 15,0% Tributárias 13,8% 15,4% ICMS 14,7% 15,0% Outros Tributos 8,0% 18,4% Transferências federais 2,5% 3,9% Fonte: Tabela Final 2 (origem CAGE) 1.1 Crescimento do ICMS Conforme se observa na Tabela 1.2, o crescimento médio anual do ICMS arrecadado a qualquer título (incluindo dívida ativa, juros e multas), que fora de 3,4% entre 1995 e 2007, foi de 14,3% em 2008, se descontada a variação do IPCA. A relação ao IGP-DI, cresceu no período citado 1,3%, e em 2008, 8,6%. Em relação ao exercício anterior, o crescimento nominal foi de R$ 2,547 bilhões ou 20,7%, o que corresponde a 5,5 vezes o crescimento nominal verificado em qualquer um dos dois exercícios imediatamente anteriores. 2

Tabela 1.2 Evolução do ICMS (*) em valores correntes e constantes e respetivos crescimentos ANOS VALORES VARIAÇÃO VALORES CONSTANTES CRESCIMENTO % (**) CORRENTES NOMINAL IGP-DI IPCA NOMINAL IGP-DI IPCA 1995 3.509.484.465 11.057.443.244 8.395.212.235 - - - 1996 4.015.924.251 506.439.786 11.381.593.363 8.291.460.489 14,4% 2,9% -1,2% 1997 4.006.765.710 (9.158.541) 10.542.104.093 7.750.311.004-0,2% -7,4% -6,5% 1998 4.232.062.917 225.297.207 10.715.214.272 7.931.454.340 5,6% 1,6% 2,3% 1999 4.659.522.820 427.459.903 10.589.677.128 8.318.518.298 10,1% -1,2% 4,9% 2000 5.646.813.277 987.290.457 11.277.939.588 9.420.424.385 21,2% 6,5% 13,2% 2001 6.706.353.428 1.059.540.151 12.137.768.399 10.473.970.140 18,8% 7,6% 11,2% 2002 7.441.505.283 735.151.854 11.836.983.370 10.688.791.531 11,0% -2,5% 2,1% 2003 8.988.841.628 1.547.336.346 11.675.950.392 11.282.893.750 20,8% -1,4% 5,6% 2004 9.637.938.267 649.096.638 11.427.657.140 11.339.017.266 7,2% -2,1% 0,5% 2005 11.369.302.489 1.731.364.222 12.747.424.257 12.518.661.605 18,0% 11,5% 10,4% 2006 11.813.299.091 443.996.602 13.016.267.714 12.502.686.694 3,9% 2,1% -0,1% 2007 12.277.685.274 464.386.183 12.865.211.019 12.531.868.205 3,9% -1,2% 0,2% 2008 14.825.153.674 2.547.468.400 15.083.564.102 15.070.346.005 20,7% 8,6% 14,3% Tx.anual 11,0% 1,3% 3,4% 1995/07 Fonte dos dados brutos: Site Secretaria da Fazenda. (*) ICMS a qualquer títulos (dívida ativa, multa, juros, etc.), base de retorno aos municípios. (**) Média dos valores reais calculados mês a mês. Daí a diferença para 14,7%, cujo cálculo é pelo índice médio anual. Apesar da excelente arrecadação do ICMS em 2008, não foi o ano de melhor desempenho do tributo, quando se analisa um período mais longo. Foi o melhor ano a contar de 1995. Se tomarmos de 1980 para cá, veremos que ocorreram quatro anos com arrecadação maior, conforme Tabela 1.3. A média nos 27 anos transcorridos entre 1980 e 2007 foi de 3,9%, tudo considerando como deflator o IPCA. Tabela 1.3 Anos excepcionais de crescimento do ICMS (tributo) Utilizado o IPCA médio anual ANO TAXA ANUAL 1985 16,8% 1986 18,8% 1989 21,1% 1994 36,1% 2000 13,4% 2001 11,1% 2005 9,0% 2008 14,7% 1980-2007 3,9% Fonte: Tabela final 3. O pior desempenho da arrecadação se verificou no período governamental 1995-1998, quando ela caiu 5,2%. Já o período 2003-2006 apresentou um crescimento real de 17,5%, embora tenha atingido 9% em 2006 (Tabela 1.4 e Tabela Final 3). Cada desempenho positivo ou negativo teve suas causas, que não cabe aqui analisá-las. A maioria dos desempenhos negativos teve origem 3

em fatores que fugiram à administração estadual, como secas, preços dos produtos agrícolas, câmbio, leis federais, etc.. Tabela 1.4 - Crescimento do ICMS (tributo) por período governamental, 1991-2008 (atualização pelo IPCA) Períodos governamental Taxas 1991-94 23,4% 1995-98 -5,2% 1999-02 35,2% 2003-06 17,5% 2007 0,3% 2008 14,7% Fonte: Tabela final 3. 1.1.1 Um fenômeno nacional O crescimento do ICMS teve uma parcela de contribuição do governo local, que conseguiu colocar nosso Estado entre os primeiros no ranking nacional, mas teve muito dessa onda de crescimento da arrecadação ocorrida em 2008 até outubro e novembro, quando eclodiu a crise financeira internacional. Observando a Tabela Final 4, verifica-se que o crescimento médio nacional no período janeiro a novembro/2008 2 foi de 19,5% nominais ou 13,1% reais. O RS alcançou 21,76% e 15,24%, respectivamente, ocupando a 4ª posição entre os estados, ou seja, 2,14 pontos percentuais acima da média. 1.2 Evolução da despesa Se em 2007 e 2008, juntos, a receita corrente líquida cresceu 13,3% em termos reais, a despesa total cresceu 5,5%. Esse diferencial de quase 8 pontos percentuais explica a eliminação do déficit. Cabe destacar o decréscimo real de 0,2% nas outras despesas correntes, no mesmo período. Deve ser destacado que nas despesas administradas pelo Tesouro houve redução. Uma parcela apreciável das despesas está com os Outros Poderes, que fogem ao controle do Executivo, ou é realizada com recursos de convênios, que acabam suprindo as lacunas deixadas pelos recursos do Tesouro. 2 Período disponível no CONFAZ. 4

O crescimento reduzido do serviço da dívida, de apenas 2,3%, tendo contribuído para isso a renegociação da parcela extralimite feita com o Banco Mundial, no valor de R$ 1.192.010 mil. A despesa com pessoal, que crescera 3,3% em 2008, no biênio cresceu 8,9%, muito acima do crescimento vegetativo que seria em torno de 5%. Isso se deveu ao pagamento das parcelas da denominada Lei Britto, feito escalonadamente, além do crescimento da despesa com inativos e do Poder Judiciário. O dado negativo foi o decréscimo dos investimentos, na ordem de 8,6%, mas foi uma opção em favor da eliminação do déficit (Tabela 1.5). Quanto ao não-cumprimento das vinculações, esse assunto é tratado na parte relativa à gestão fiscal, de que trata a LRF. Tabela 1.5 - Crescimento das despesas em 2008 sobre 2007 e sobre 2006 Valores originais atualizados pelo IPCA médio PRINCIPAIS ITENS 2007-2008 2006-2008 Pessoal e encargos sociais 3,3% 8,9% Outras despesas correntes 11,2% -0,2% Serviço da dívida (*) 2,9% 2,3% Investimentos 61,3% -8,6% Total sem Transf.aos municípios 6,1% 5,5% Fonte: Tabela Final 2 (origem CAGE) (*) Excluída a rolagem de R$ 1.192.010 mil. 1.3 Resultado orçamentário O resultado orçamentário deve ser analisado desconsiderando as receitas de capital, por serem eventuais. E assim considerando, houve uma evolução de um déficit em 2006 de R$ 928,2 milhões para um superávit de R$ 265,46 milhões (Tabela 1.6). Tabela 1.6 - Resultado orçamentário dos exercício 2006, 2007 e 2008 Em R$ 1.000,00 atualizados pelo IPCA médio RESULTADO ORÇAMENTÁRIO 2006 2007 2008 Contábil (601.548) 710.449 364.262 Com a exclusão das receitas de capital (928.277) (636.766) 265.460 Fonte: Tabela Final 2 (origem CAGE) 5

A Tabela 1.7 e o Gráfico 1.1 mostram a evolução da despesa total em função da RCL, partindo de 119,9% em 2000 para 107,8% em 2006, 105,3% em 2007 e 98,6% em 2008. Alguém poderá dizer, mas se a despesa superava a receita em tão pouco, não era difícil sair do déficit. Ocorre que era necessário conjugar crescimento da receita com contenção de despesa, o que vinha sendo feito antes, mas não dimensão necessária. E, mesmo assim, se tivesse havido cumprimento integral das vinculações constitucionais, o Estado ainda seria deficitário e, talvez, ficasse muitos anos nessa condição. Mas isso é assunto para mais adiante. Deve ser destacado que o crescimento relativo da despesa total em 2004 deve-se ao crescimento das outras despesas correntes (ODC) devido à gestão plena da saúde, que se iniciou nesse período. O crescimento de 2003 decorreu do baixo valor de 2002, que teve como causa o não-registro de despesas neste último ano, no valor de R$ 330 milhões (Parecer Prévio TCE 2002, p.101, Tabela 1,49), que foi registrada e paga, em parte, no exercício seguinte. Além disso, em 2002, a receita foi inflada pela utilização de R$ 208 milhões de recursos das estradas federais, mais antecipação do ICMS. Tabela 1.7- Despesas com recurso do Tesouro em relação à RCL(*) ITENS 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Pessoal 80,6 76,5 77,2 72,7 70,1 67,8 68,9 71,3 65,0 Investimentos 9,6 8,0 4,6 7,5 5,9 4,9 4,9 2,7 3,9 Outras Desp.Correntes 16,1 17,5 13,4 16,6 21,7 20,8 20,0 17,7 17,3 Serviço da Dívida 13,7 13,7 14,7 15,3 14,4 14,7 14,0 13,7 12,4 Soma despesa/rcl 119,9 115,6 110,0 112,1 112,2 108,1 107,8 105,3 98,6 (*) Receita corrente menos perdas Fundef/Fundeb, TCLM e receita de anulação restos a pagar. 130,0 120,0 110,0 100,0 90,0 80,0 70,0 119,9 115,6 110,0 112,1 112,2 108,1 107,8 105,3 98,6 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Gráfico 1.1 - Despesa total em % da Receita corrente líquida (RCL) 6

1.4 Resgates do SIAC Um fator positivo decorrente da eliminação do déficit foi a redução de R$ 100 milhões nos saques na conta SIAC, em 2008, eles que haviam aumentado cerca de R$ 1,5 bilhão em 2007 sobre 2006 (Gráfico 1.2). 5.000 4.500 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500-4.737 4.637-100 3.242 1.729 2002 2006 2007 2008 Gráfico 1.2 - Resgates do SIAC - Em milhões correntes Fonte: Balanços do Estado e site da Secretaria da Fazenda. 1.5 Despesa dos Outros Poderes A despesa dos Outros Poderes aumentou apenas 2,83% em termos reais entre 2006 e 2008, depois de ter caído 2,7% em 2007, o que é muito positivo (Tabela 1.8). Tabela 1.8 - Despesas por Poder, 2006-2008 Em R$ 1.000.00 de 2008 atualizados pelo IPCA médio. Ano Legislativo Judiciário M.Público Defensoria Total Relativo Taxa 2006 575.975 1.584.144 532.601 64.293 2.757.012 100,00 2007 537.231 1.552.940 524.166 67.459 2.681.796 97,27-2,7% 2008 538.653 1.706.360 508.086 81.806 2.834.906 102,83 5,7% Fonte: Site da Secretaria da Fazenda - Despesa por Poder. O Gráfico 1.3 mostra a reversão da tendência de crescimento da participação dos Outros Poderes, tanto quando medida pela participação na despesa total como em relação à receita corrente líquida (RCL) da Administração Direta. Entre 2006 e 2008, essa participação caiu 2 pontos percentuais em relação à despesa total e 2,2 pontos sobre a RCL. A contenção da despesa foi muito importante nesse processo, mas o principal fator foi o crescimento da arrecadação. 7

22,0 20,0 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 D.Total 8,2 9,5 8,9 8,4 7,4 11,9 10,6 11,5 13,1 14,6 14,5 14,9 15,7 14,9 13,7 RCL 13,2 15,9 16,3 16,8 17,2 18,2 16,2 16,9 18,3 18,7 18,7 19,1 19,9 19,0 17,7 Gráfico 1.3 - Despesas dos Outros Poderes em % da despesa total e da RCL, 1994-208 Fonte dos dados brutos: CAGE/SEFA 2. Setor governamental O Setor Governamental apresentou em 2008 um crescimento real da RCL de 13,3% sobre 2007 e de 11,4% sobre 2006. Deixei de fazer o comparativo por item de receita pelo fato de ter ocorrido mudança de critério em 2008, em relação aos exercícios anteriores. Os tributos no último ano constam descontados do Fundeb, o que não acontecida anteriormente (Tabela 2.1). Mas já as existe esta análise no item 1 Recursos do Tesouro, onde constam integralmente a receita tributária e a de transferências, as principais. Tabela 2.1 - Receitas do Setor Governamental, 2006 a 2008 Em R$ 1.000,00 correntes IPCA 1,09526 1,05679 Variação real ESPECIFICAÇÃO 2006 2007 2008 2007-08 2006-08 RECEITAS CORRENTES Próprias mais transferências 17.762.710 18.803.410 22.253.760 12,0% 14,4% Transferências Municípios (3.473.862) (3.737.933) (4.521.298) 14,5% 18,8% RCL 14.288.848 15.065.477 17.732.462 11,4% 13,3% RECEITAS DE CAPITAL 339.166 1.357.191 117.324-91,8% -68,4% Operações de Crédito 29.411-1.192.010 - - (-Rolagem da dívida) (1.192.010) - - Alienação de Bens 231.689 1.290.006 4.300-99,7% -98,3% Amortização de Emprétimos 52.739 35.420 25.027-33,1% -56,7% Transferências de Capítal 25.327 31.765 87.997 162,1% 217,2% TOTAL 1 (*) 14.628.014 16.422.668 17.849.786 2,8% 11,4% REC.COR.EXTRAODINÁRIAS - 678.711 879.632 22,6% - TOTAL 2 (*) 14.628.014 17.101.379 18.729.418 3,6% 16,9% Fonte: RRE0/CAGE. (*) Sem as transferências aos municípios e operação de rolagem. 8

Quanto à despesa, o crescimento real em 2008 foi de 4,5% sobre 2007, mas de apenas 2,5% sobre 2006. Esse diferencial de crescimento a maior da receita sobre a despesa (10,8 pp) é que permitiu eliminar o déficit (Tabelas 2.1 e 2.2) Tabela 2.2 - Despesas do Setor Governamental, 2006 a 2008 Em R$ 1.000,00 correntes IPCA 1,09526 1,05679 Variação real DESPESA EMPENHADA 2006 2007 2008 2007-08 2006-08 DESPESAS Pessoal e encargos sociais 9.557.429 10.157.235 11.001.317 2,5% 5,1% Outras despesas correntes 3.530.349 3.398.299 3.786.307 5,4% -2,1% Serviço da dívida (*) 1.775.460 1.830.380 1.990.574 2,9% 2,4% Investimentos (amplo) 664.375 400.542 660.801 56,1% -9,2% SUBTOTAL 15.527.613 15.786.456 17.438.999 4,5% 2,5% Despesas intraorçamentárias - 691.769 847.767 16,0% - TOTAL 15.527.613 16.478.225 18.286.766 5,0% 7,5% RESULTADO ORÇAMENTÁRIO (899.599) 623.154 442.652-32,8% -144,9% Res.orçam.sem rec.capital (1.238.765) (734.037) 325.328-141,9% -124,0% Fonte: RRE0/CAGE. (*) Sem as transferências aos municípios e operação de rolagem. A relação da despesa total/receita corrente líquida passou de 121,32% em 2000 para 108,67% em 2006. Em 2007, foi para 104,79%, culminando, finalmente, em 98,35% em 2008 Tabela 2.3 e Gráfico 2.1). Tabela 2.3 - Despesas do Setor Governamental em % da RCL, 2000-2008 ITENS 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Pessoal 75,74 74,20 75,81 72,15 68,08 65,12 66,89 67,42 62,04 Investimentos 11,93 7,84 5,14 7,43 5,72 4,69 4,65 2,66 3,73 Outras Desp.Correntes 21,28 21,19 18,67 20,97 25,95 25,82 24,71 22,56 21,35 Serviço da Dívida 12,37 12,27 13,24 13,70 12,68 13,07 12,43 12,15 11,23 Soma despesa/rcl 121,32 115,50 112,86 114,26 112,43 108,70 108,67 104,79 98,35 (*) Receita corrente menos perdas Fundef/Fundeb, TCLM e receita de anulação restos a pagar. 9

130,0 120,0 110,0 100,0 90,0 80,0 70,0 121,3 115,5 112,9 114,3 112,4 108,7 108,7 104,8 98,3 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Gráfico 2.1 - Despesa total em % da Receita corrente líquida (RCL) 2.1 Vinculações constitucionais O grande questionamento ao denominado déficit zero está no nãocumprimento das vinculações constitucionais, especialmente com a manutenção e desenvolvimento do ensino (MDE) e com os serviços de saúde pública (SSP). Para o primeiro caso, a Constituição Estadual estabelece 35% da receita líquida de impostos e transferências (RLIT), embora a Constituição Federal determine 25%, assim como determina 12% para o segundo. Ao longo do tempo esses dispositivos não vêm sendo cumpridos, acentuando-se nos últimos dois anos, não pela redução das aplicações, mas pela sua relação com a RLIT, que cresceu muito. As aplicações em MDE constam da Tabela 2.4, onde se constata um leve crescimento no valor aplicado no biênio 2007-2008, embora a relação com a RLIT tenha caído de 31,2% para 26,9%. Ao longo da série abaixo (1994-2008), apenas em dois anos foi atingido o percentual de 35%, embora tenha havido anos que houve maior aproximação dessa marca. Mesmo assim, entre 1994 e 2008, os gastos com MDE cresceram 62,7% em termos reais, considerando o IPCA como deflator, ao passarem de R$ 2,3 bilhões para RS 3,8 bilhões (Tabela 2.4 e Gráfico 2.2). Quanto aos gastos com saúde (SSP), houve cumprimento da obrigação até 2003 com a inclusão das transferências ao IPE, que não são aceitas por um Grupo Técnico criado para essa finalidade em âmbito federal, nem pela nova lei que fará essa regulamentação. 10

Tabela 2.4 - Valores aplicados em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino, 1994-2008 Em R$ milhões constantes de 2008 Ano Valor Relativo Taxa RLIT % 1994 2.333.888 100,0 30,1 1995 2.337.697 100,2 0,2% 29,0 1996 2.695.020 115,5 15,3% 33,8 1997 2.655.904 113,8-1,5% 34,7 1998 3.062.305 131,2 15,3% 35,6 1999 3.072.530 131,6 0,3% 35,0 2000 3.267.979 140,0 6,4% 33,3 2001 3.442.222 147,5 5,3% 32,0 2002 3.672.276 157,3 6,7% 33,4 2003 3.697.234 158,4 0,7% 32,7 2004 3.673.334 157,4-0,6% 32,6 2005 3.602.120 154,3-1,9% 29,5 2006 3.815.259 163,5 5,9% 31,2 2007 3.792.249 162,5-0,6% 30,2 2008 3.797.882 162,7 0,1% 26,9 Fonte: Balanços do Estado e RREO (2008) 4,00 3,50 3,06 3,07 3,27 3,44 3,67 3,70 3,67 3,60 3,82 3,79 3,80 3,00 2,70 2,66 2,50 2,33 2,34 2,00 1,50 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Gráfico 2.2 - Aplicações em Manutenção e Desenvolvimento do Enisno, 1994-2008 Em R$ bilhões constante de 2008 pelo IPCA. Sem essas transferências, não houve cumprimento em nenhum ano. Após 2004, mesmo com a inclusão do IPE não vem sendo cumprido esse dispositivo, porque, além da redução do percentual de aplicação, a obrigatoriedade legal passou para 12%. Mesmo assim, em 2008 houve um incremento de 25% nas despesas com saúde. Entre 2001 e 2008, houve um crescimento de 14,6% nos gastos com SSP (Tabela 2.5). 11

Tabela 2.5- Valores aplicados em Serviço de Saúde Pública Em R$ milhões constantes de 2008 Ano Valor Relativo Taxa RLIT % 2001 917.843 100,0 8,6% 2002 978.853 106,6 6,6% 9,0% 2003 912.667 99,4-6,8% 8,1% 2004 921.452 100,4 1,0% 8,2% 2005 902.276 98,3-2,1% 7,5% 2006 903.675 98,5 0,2% 7,5% 2007 841.557 91,7-6,9% 6,8% 2008 1.051.671 114,6 25,0% 7,4% Fonte: Balanços do Estado e RREO (2008) 2.1.1 - Ainda precisa aumentar a receita real em 25% As vinculações constitucionais, incluindo as transferências constitucionais e legais aos municípios, o serviço de manutenção do ensino (MDE), os serviços de saúde pública (SSP), o serviço da dívida intralimite, a educação superior comunitária, a ciência e tecnologia e a aplicação das receitas do SUS, estavam em torno de 66% da receita corrente em 2006 da receita corrente, devendo hoje permanecer o mesmo percentual. 3 As aplicações em vinculações constitucionais foram insuficientes, conforme se demonstra Tabela Final 5. Para essa demonstração, tomamos os seguintes elementos: Receita base para as vinculações: 20.705 milhões. Valor Aplicado = 11.670 milhões Valor que deveria ser aplicado: 13.460 milhões Insuficiência de aplicação: 1.790 milhões Para complementar essa insuficiência, não basta aumentar a receita em igual valor, porque sobre esse incremento incidem novamente todas as vinculações. Assim, o incremento necessário de receita para que fossem cumpridas todas as vinculações, tal qual determina a legislação, é dado pela seguinte fórmula: (Vap + x)/(rbv + x) = v (1) 3 Livro Finanças Estaduais: Verdades e Mitos, p.59. 12

Onde: Vap = Valor aplicado em virtude de vinculações constitucionais; RBV = Receita corrente base para as vinculações; x = Incremento necessário de receita v = Percentual médio das vinculações principais, desconsiderando as com o ensino superior comunitário e as com ciência e tecnologia, cumpridas parcialmente, na ordem de 65%. Substituindo os valores respectivos na equação (1), temos: (11.670 + x)/ (20.705 + x) = 0,65 (2) Resolvendo-se a equação (2), tem-se: x = 5.108,6 milhões, ou 24,6% de incremento necessário de receita para o cumprimento total das vinculações, que significa multiplicar por 2,85 a insuficiência inicial, no valor de R$ 1,790 milhões. Ora, o incremento de receita corrente em 2008, na ordem de 13,1% reais, já foi uma exceção, como esperar mais 25%? Com muita sorte, 25% seria um incremento real de arrecadação esperado para um período governamental inteiro. Comprovação: Ap + x = 11.670+ 5.108,6 = 16.778,6 RBV + x = 20.705 + 5108,6 = 25.813,6 v = 16.778,6/25.813,6 = 0,65 Conclusão sobre vinculações Com isso, fica provado a grande dificuldade para se cumprir as vinculações tal qual exige a legislação atual. Mesmo com o enorme crescimento da arrecadação em 2008, seria necessário aumentar ainda em quase 25% a receita para que isso fosse possível. E ainda assim, o nível de investimentos continuaria reduzido. 13

3. Gestão Fiscal O resultado orçamentário consolidado do exercício de 2008 foi de R$ 442,6 milhões. Para efeito de comparação, retiramos dos três exercícios as receitas de capital para manter uniformidade. Assim considerando, o resultado orçamentário de 2008 ficou em R$ 325 milhões. Com base nesse critério, o exercício de 2006 havia apresentado um déficit de R$ 1.239 milhões e o de 2007, outro déficit de R$ 734 milhões. Em três anos, o Estado aumentou seu resultado orçamentário em R$ 1.564 milhões, resultado da soma do déficit de 2006 com o superávit de 2008 (Gráfico 3.1). 600 400 200 0-200 -400-600 -800-1000 -1200-1400 325 (734) -1239 2006 2007 2008 Gráfico 3.1 - Resultados orçamentários sem as receitas de capital Em R$ milhões correntes. Fonte dos dados brutos: RREO/CAGE O resultado primário consolidado de 2008 foi de R$ 2.151 milhões, representando R$ 1.697 maior que o resultado de 2006 (Gráfico 3.2). O valor do resultado primário foi 1,08 vezes o serviço da dívida, na ordem de R$ 1.990.574, sendo mais do que suficiente para a finalidade para qual foi concebido. 2.500 2.000 2.151 1.500 1.000 500 454 954-2006 2007 2008 Gráfico 3.2 - Resultado primário, 2005-2007 Em R$ milhões correntes. Fonte dos dados brutos: RREO/CAGE. 14

O resultado nominal, calculado pelo critério abaixo da linha, isto é, pela variação da dívida, atingiu R$ 3,544 bilhões em 2008, um crescimento de quase 84% em relação ao exercício de 2006, depois de haver reduzido mais de 6% em 2007. É estranho que, havendo um superávit primário tão expressivo, ainda a dívida crescesse tanto. A causa deve estar na variação excessiva do IGP-DI, que é o indexador da dívida (Gráfico 3.3). O resultado nominal, ao contrário dos outros indicadores que levam esse nome, os dados positivos são negativos, porque indicam crescimento da dívida pública e vice-versa. 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500-3.544 1.908 1.770 2006 2007 2008 Gráfico 3.3 - Resultado Nominal, 2006-2008 Em R$ milhões correntes. Fonte dos dados brutos: RREO/CAGE. Embora tenha havido crescimento do estoque da dívida, sua a relação dívida consolidada líquida/receita corrente líquida decresceu para 234,48%, ficando abaixo do limite legal, que era, em dezembro/2008, de 238,79% (Gráfico 3.3.1). 260,00% 255,00% 250,00% 245,00% 240,00% 235,00% 230,00% 225,00% 220,00% 253,63% L.legal 253,83% Efetivo 248,49% 243,64% 238,79% 234,48% 2006 2007 2008 Gráfico 3.3.1 - Dívida Consolidada Líquida em % da RCL Fonte dos dados brutos: Relatório de Gestão Fiscal/CAGE. 15

O déficit previdenciário passou de R$ 3,740 bilhões em 2005 para R$ 4,906 bilhões em 2008, num crescimento nominal de 31,2% ou real de 14,9%, uma taxa média anual de 4,8%, mostrando ser o maior problema das finanças estaduais. Os aportes previdenciários de R$ 431 milhões em 2007 e de R$ 565,8 milhões em 2008, reduziram essa deficiência de recursos para R$ 4.078 milhões e para R$ 4.340 milhões, respectivamente (Gráfico 3.4). - (1.000) (2.000) (3.000) (4.000) (5.000) (6.000) (3.740) (3.995) (4.510) (4.906) 2005 2006 2007 2008 Gráfico 3.4 - Resultado previdenciário, 2005-2008 Em R$ milhões correntes. Fonte dos dados brutos: RREO/CAGE. O total de Restos a Pagar decresceu de R$ 3.268 milhões em 2006 para R$ 2.897 milhões em 2008, numa variação nominal de -11,1%, denotando melhora financeira, mas ainda tênue, diante do enorme endividamento do Estado (Gráfico 3.5). 16

3.500 3.000 3.258 3.077 2.897 2.500 2.000 1.500 1.000 2006 2007 2008 Gráfico 3.5 - Total de Restos a Pagar em 2006, 2007 e 2008 Em R$ milhões correntes. Fonte dos dados brutos:relatóro de Gestão Fiscal/CAGE. A insuficiência de caixa antes da inscrição dos Restos a Pagar reduziu-se 25,3% entre 2006 e 2008, denotando uma melhora financeira (Gráfico 3.6). 6.000 5.000 4.000 4.930 4.375 3.685 3.000 2.000 1.000 100 88,8 74,7-2006 2007 2008 Grárfico 3.6 - Insuficiência de caixa antes da inscrição de Restos a Pagar Em R$ milhões correntes. Fonte dos dados brutos: Relatório Gestão Fiscal/CAGE. 17

Conclusão No livro Finanças Públicas Verdades e Mitos, que analisa as finanças estaduais no período 1970 a 2006, editado em 2007, na página 216, está assim expresso: Depois de muitos anos de análise da situação das finanças públicas de nosso Estado, firmei uma convicção de que a crise só será vencida mediante a conjunção de três fatores: aumento da arrecadação permanente, desvinculação parcial de receita e contenção rigorosa de despesa. Isolados, nem um, nem dois desses fatores resolverão o problema. E foi exatamente isso que fez o Governo do Estado. O exercício de 2008 foi um ano atípico, em termos de crescimento da arrecadação, em todos os níveis de governo. O Governo Federal (Tesouro Nacional, INSS e Banco Central) obteve um crescimento nominal de 15,8% ou 9,6%, se descontada a inflação medida pelo IPCA, apesar do decréscimo ocorrido nos meses de novembro e dezembro, em função da crise financeira internacional. O ICMS, principal item de receita dos estados, cresceu 19,5% nominais ou 13,1% reais no Brasil, no período janeiro/novembro de 2008, comparado com igual período de 2007, segundo dados do CONFAZ. O crescimento no RS, pela mesma fonte e no mesmo período, foi de 15,24%. Nesse contexto, os governos que souberam administrar suas despesas e acompanhar e até superar o ritmo nacional de crescimento da receita, conseguiram eliminar seus déficits, como foi o caso do RS. Situando-se em 4º lugar no ranking nacional no crescimento da arrecadação do ICMS, o Estado do RS conseguiu aumentar sua receita de um modo geral, ao mesmo tempo em que conteve o crescimento da despesa. O crescimento real do ICMS arrecadado a qualquer título no RS foi de 14,3%, quando a média do período 1995-2007 foi de apenas 3,4%. Tomando-se o balanço consolidado do Estado, verifica-se que a receita corrente descontada da parcela do Fundeb e dos municípios cresceu em 2008 11,4% reais, enquanto a despesa expandiu-se em 4,5%. No biênio 2007-2008, para um crescimento da receita corrente líquida de 13,3%, a despesa total cresceu apenas 2,5%. No mesmo período, a despesa com pessoal cresceu 18

5,1% em termos reais e o serviço da dívida somente 2,4%. As outras despesas correntes, que inclui a manutenção da máquina, decresceram 2,1%. O lado negativo ficou com a queda dos investimentos em 9,2%, mas foi um tributo pago à eliminação do déficit. Deve ser destacado que o ajuste vem sendo feito há anos. Tomando-se como base o exercício de 2000, constata-se que a relação despesa total/ RCL, que fora de 121,32% naquele ano, desceu para 108,67% em 2006, culminando, finalmente, em 2008, com 98,35%. Os que contestam o déficit zero o fazem com a argumentação de que ele só foi possível devido ao não-cumprimento das vinculações constitucionais. Na realidade, nos termos da Constituição Estadual (educação) e Federal (saúde) deixaram de ser cumpridos cerca de R$ 1,8 bilhão entre educação e saúde. Ocorre que para aplicar mais R$ 1,8 nas vinculações referidas, o aumento da receita corrente da Administração Direta teria que ser de R$ 5,1 bilhões, ou seja, mais 25%, além dos 15% já aumentados (item 2.1.1 da análise). Deve ser dito, ainda, que antes também não eram cumpridas essas vinculações, a despeito da existência dos déficits. O aumento do percentual descumprido não decorreu de redução do valor aplicado (numerador), mas do aumento da receita (o denominador). Em se tratando de índices, houve uma redução de dois pontos percentuais na participação dos Outros Poderes na despesa pública, embora os gastos deles tenham crescido 2,8% no biênio. No tocante à gestão fiscal, houve muitas modificações positivas, assim resumidas: a) O resultado orçamentário foi positivo de R$ 442,6 milhões em 2008. Retirando-se as receitas de capital, passou de um déficit de R$ 1,239 bilhões em 2006 para um superávit de R$ 325 milhões em 2008; b) O resultado primário cresceu de R$ 454 milhões em 2006, para R$ 2.151 milhões em 2008, mais de 370% em dois anos, superando o valor do serviço da dívida; c) O fato negativo fica com o crescimento do resultado nominal, de R$ 1,908 bilhões em 2006 para R$ 3,544 bilhões em 2008. Como o critério utilizado é o da variação do estoque da dívida, a causa está 19

na sua indexação pelo IGP-DI, que foi um dos índices que mais cresceram. d) No entanto, a relação dívida consolidada líquida com a RCL reduziuse, passando a se situar abaixo do limite estabelecido, em quatro pontos percentuais; e) O déficit previdenciário passou de R$ 3,740 bilhões em 2005 para R$ 4,906 bilhões em 2008, num crescimento real de 4,8% ao ano, constituindo no maior problema do Estado; f) O estoque de Restos a Pagar decresceu 11,1% reais no biênio e as disponibilidades de caixa antes de sua inscrição reduziram-se em 25,3%, o que denota o ajuste fiscal feito. Por fim, cabe enfatizar o grande feito do Governo do Estado, que foi a eliminação do déficit histórico. Quatro considerações, no entanto, não se podem deixar de fazê-las: i) A primeira dela é que os governos anteriores fizeram também a sua parte, reduzindo o comprometimento da receita corrente líquida com o total da despesa, conforme demonstrado; ii) a segunda foi o crescimento espetacular da arrecadação em 2008, em grande parte, decorrente de um fenômeno nacional; iii) a terceira é que a eliminação do déficit, ou seja, tornar o fluxo anual de receita superior ao da despesa é a condição sine qua non para sair da crise, mas não é a única: resta eliminar o estoque de dívidas formado ao longo dos anos pelos déficits que se acumularam; e iiii) a queda mais que provável na arrecadação em 2009, cujo crescimento real esperado será nulo ou muito reduzido. Mas, como a curva da receita passou a situar-se acima da despesa, tudo está em fazer com elas se mantenham nessa posição. A conclusão final é que se formos cumprir integralmente as vinculações da receita tal qual estão concebidas na legislação, estaremos fazendo a apologia do gasto pelo gasto, e dificilmente chegaremos ao déficit zero assim concebido. Necessitamos de uma mudança de paradigma para medir as realizações dos governos não pelo que gastam, mas pelo que fazem. Porto Alegre, 5 de fevereiro de 2009. 20

Tabelas Finais 21

Tabela Final 1 Execução orçamentária dos recursos do Tesouro (1) Mês: dezembro/2008 R$ 1.000,00 ITENS Previsão/ Realizado ReaIizado Compos. dot.inicial período Orçado % 1. RECEITAS 1.1. RECEITAS CORRENTES 17.927.419 20.428.076 113,95 94,1 1.1.1 - Receitas Tributárias 14.443.289 16.604.189 114,96 76,5 1.1.1.1 - ICMS 12.563.340 14.535.737 115,70 66,9 1.1.1.2 - Outros Tributos 1.879.949 2.068.452 110,03 9,5 1.1.2 - Transferências Federais 2.673.440 2.869.335 107,33 13,2 1.1.2.1 - Participação em Tributos Federais 1.510.740 1.630.425 107,92 7,5 1.1.2.2 - Cota-parte Salário Educação 164.813 179.754 109,07 0,8 1.1.2.3 - Transf.LC 87/96 153.511 146.900 95,69 0,7 1.1.2.4 - Auxílios Convênios da União 844.376 912.256 108,04 4,2 1.1.3 - Receita Dívida Ativa 260.119 109.035 41,92 0,5 1.1.4 - Outras Receitas Correntes 658.339 913.868 138,81 4,2 1.1.5 - Transf.da Adm.Indireta 169.105 208.726 123,43 1,0 1.2. RECEITAS DE CAPITAL 577.014 1.290.812 223,71 5,9 1.2.1 - Receitas Operações de Crédito 278.375 1.192.010 428,20 5,5 1.2.2 -Auxilios e Convênios da União 254.458 71.619 28,15 0,3 1.2.3 - Demais Receitas de Capital 44.181 27.183 61,53 0,1 1.3. - FUNDEB (276.873) (277.077) 100,07 (1,3) 1.3.1 - Recebido do Fundeb 1.846.005 2.128.677 115,31 9,8 1.3.2 - Transferido ao Fundeb (2.122.878) (2.405.754) 113,33 (11,1) 1.4. TOTAL RECEITAS 18.504.433 21.718.888 117,37 100,0 1.6. REC.COR. LÍQUIDA (1.1+1.3-2.4) 13.783.036 16.029.845 116,30 73,8 Anulação de Restos a Pagar 37.120 2. DESPESAS % RCL 2.1 - PESSOAL E ENCARGOS 10.352.833 10.419.304 100,64 65,00 2.1.1 - Administração Direta 9.926.068 10.001.975 100,76 62,40 2.1.2 - Administração Indireta 426.765 417.329 97,79 2,60 2.2 - JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA 322.830 266.187 82,45 1,66 2.2.1 - Administração Direta 322.631 265.995 82,45 1,66 2.2.2 - Administração Indireta 199 192 96,48 0,00 2.3 - OUTRAS DESPESAS CORRENTES 6.648.105 7.137.825 107,37 17,32 2.3.1 Transf.Const.e Legais aos Munic. 3.867.510 4.361.111 112,76 2.3.2- Administração Direta 2.677.175 2.658.442 99,30 16,58 2.3.3 - Administração Indireta 103.420 118.272 114,36 0,74 2.4 - INVESTIMENTOS (Sentido amplo) 861.814 617.024 71,60 3,85 2.5.1 - Administração Direta 690.906 437.966 63,39 2,73 2.5.2 - Administração Indireta 170.908 179.058 104,77 1,12 2.5 - AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA 1.697.957 2.914.286 171,63 18,18 2.6.1 - Administração Direta 1.697.430 2.913.685 171,65 18,18 2.6.2 - Administração Indireta 527 601 114,04 0,00 2.6 - RESERVA DE CONTINGÊNCIA 141.691 - - - TOTAL DESPESA 20.025.230 21.354.626 106,64 106,01 RESULTADO ORÇAMENTÁRIO (1-2) (1.520.797) 364.262-2,27 Despesa em % da RCL 15.801.505 98,6 Despesa empenhada e não paga 945.400 5,9 Restos pagos no exercício 893.221 Resultado sem a receita de capital - FONTE: CAGE - Execução orçamentária da Adm.Direta mês referido. (1) Receitas e despesas orçamentárias da Adm.Direta mais os valores recebidos e transferidos das/às autarquias e fundações. Serviço da dívida 2.020.787 1.988.463 98,40 12,40 Outras despesas correntes (exceto TCLM) 2.780.595 2.776.714 99,86 17,32 Fonte: Execução orçamentária dos Recursos do Tesouro - mês referência. 22

Tabela Final 2 Execução orçamentária dos recursos do Tesouro (1) Comparativo entre a execução orçamentária de 2006 a 2008 Var. IPCA 1,09526 1,05679 ITENS 2006 2007 2008 Variação real 2007/08 2006/08 1. RECEITAS 1.1. RECEITAS CORRENTES 16.215.164 17.098.032 20.428.076 13,1% 15,0% 1.1.1 - Receitas Tributárias 13.136.225 13.808.238 16.604.189 13,8% 15,4% 1.1.1.1 - ICMS 11.541.224 11.995.924 14.535.737 14,7% 15,0% 1.1.1.2 - Outros Tributos 1.595.001 1.812.314 2.068.452 8,0% 18,4% 1.1.2 - Transferências Federais 2.520.848 2.649.045 2.869.335 2,5% 3,9% 1.1.2.1 - Participação em Tributos Federais 1.268.031 1.407.918 1.630.425 9,6% 17,4% 1.1.2.2 - Cota-parte Salário Educação 137.548 162.805 179.754 4,5% 19,3% 1.1.2.3 - Transf.LC 87/96 146.900 146.900 146.900-5,4% -8,7% 1.1.2.4 - Auxílios Convênios da União 968.369 931.422 912.256-7,3% -14,0% 1.1.3 - Receita Dívida Ativa 87.037 97.869 109.035 5,4% 14,4% 1.1.4 - Outras Receitas Correntes 637.180 669.603 913.868 29,1% 30,9% 1.1.5 - Transf.da Adm.Indireta 156.512 180.912 208.726 9,2% 21,8% 1.2. RECEITAS DE CAPITAL 326.729 1.347.215 1.290.812-9,3% 260,7% 1.2.1 - Receitas Operações de Crédito 29.411-1.192.010-3600,4% 1.2.2 -Auxilios e Convênios da União 14.285 22.780 71.619 197,5% 357,8% 1.2.3 - Demais Receitas de Capital 283.033 1.324.435 27.183-98,1% -91,2% 1.3. - FUNDEB (322.638) (307.635) (277.077) -14,8% -21,6% 1.3.1 - Recebido do Fundeb 1.187.989 1.477.791 2.128.677 36,3% 63,6% 1.3.2 - Transferido ao Fundeb (1.510.627) (1.785.426) (2.405.754) 27,5% 45,4% 1.4. TOTAL RECEITAS 16.541.893 18.445.247 21.718.888 11,4% 19,9% 1.6. REC.COR. LÍQUIDA (1.1+1.3-2.4) 12.679.491 13.386.302 16.029.845 13,3% 15,4% Anulação de Restos a Pagar 61.811 72.842 37.120 2. DESPESAS - 2.1 - PESSOAL E ENCARGOS 8.738.697 9.542.596 10.419.304 3,3% 8,9% 2.1.1 - Administração Direta 7.995.822 9.131.690 10.001.975 3,6% 14,2% 2.1.2 - Administração Indireta 742.875 410.906 417.329-3,9% -48,7% 2.2 - JUROS E ENCARGOS DA DÍVIDA 285.442 269.809 266.187-6,6% -14,9% 2.2.1 - Administração Direta 285.270 269.617 265.995-6,6% -14,9% 2.2.2 - Administração Indireta 172 192 192-5,4% 1,9% 2.3 - OUTRAS DESPESAS CORRENTES 6.014.513 6.001.807 7.137.825 12,5% 8,4% 2.3.1 Transf.Const.e Legais aos Munic. 3.473.862 3.638.888 4.361.111 13,4% 14,6% 2.3.2- Administração Direta 2.440.803 2.265.196 2.658.442 11,1% -0,6% 2.3.3 - Administração Indireta 99.848 97.723 118.272 14,5% 8,1% 2.4 - INVESTIMENTOS (Sentido amplo) 616.318 361.949 617.024 61,3% -8,6% 2.5.1 - Administração Direta 305.089 203.982 437.966 103,2% 31,1% 2.5.2 - Administração Indireta 311.229 157.967 179.058 7,3% -47,5% 2.5 - AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA 1.488.471 1.558.637 2.914.286 76,9% 78,8% 2.6.1 - Administração Direta 1.488.021 1.558.293 2.913.685 76,9% 78,8% 2.6.2 - Administração Indireta 450 344 601 65,3% 21,9% TOTAL DESPESA 17.143.441 17.734.798 21.354.626 13,9% 13,7% Despesa sem a rolagem da dívida 17.143.441 17.734.798 20.162.616 7,6% 7,4% Despesas sem rolagem e sem TCLM 13.669.579 14.095.910 15.801.505 6,1% 5,5% RESULTADO ORÇAMENTÁRIO (1-2) (601.548) 710.449 364.262-51,5% -155,3% Resultado orçam.sem receitas de capital (928.277) (636.766) 265.460-139,4% -126,1% FONTE: CAGE - Execução orçamentária da Adm.Direta mês referido. (1) Receitas e despesas orçamentárias da Adm.Direta mais os valores recebidos e transferidos das/às autarquias e fundações. RESUMO Serviço da dívida (descontada a rolagem em 200 1.773.913 1.828.446 1.988.463 2,9% 2,3% Outras despesas correntes (exceto TCLM) 2.540.651 2.362.919 2.776.714 11,2% -0,2% Fonte: Execução orçamentária dos Recursos do Tesouro - mês referência. 23

Tabela Final 3 -Crescimento real do ICMS tributo e da RCL desde 1981 Em R$ mil a preços constantes pelo IPCA ANO ICMS VARIAÇÃO RCL VARIAÇÃO TRIBUTO ANUAL ANUAL 1980 4.540.720 4.362.599 1981 4.868.393 7,2% 4.879.856 11,9% 1982 5.014.305 3,0% 5.268.791 8,0% 1983 4.785.711-4,6% 5.057.944-4,0% 1984 5.279.329 10,3% 5.353.930 5,9% 1985 6.165.878 16,8% 6.356.464 18,7% 1986 7.323.467 18,8% 7.591.353 19,4% 1987 5.714.616-22,0% 6.639.639-12,5% 1988 5.540.593-3,0% 7.439.941 12,1% 1989 6.711.708 21,1% 7.859.457 5,6% 1990 6.801.363 1,3% 6.587.994-16,2% 1991 5.730.559-15,7% 5.896.583-10,5% 1992 5.813.876 1,5% 7.537.612 27,8% 1993 6.164.814 6,0% 8.092.178 7,4% 1994 8.391.752 36,1% 8.799.165 8,7% 1995 8.411.680 0,2% 8.699.451-1,1% 1996 8.301.494-1,3% 8.643.003-0,6% 1997 7.719.216-7,0% 8.678.676 0,4% 1998 7.954.951 3,1% 9.521.498 9,7% 1999 8.362.621 5,1% 9.272.866-2,6% 2000 9.485.253 13,4% 10.059.667 8,5% 2001 10.536.463 11,1% 10.811.973 7,5% 2002 10.756.555 2,1% 11.467.362 6,1% 2003 11.173.643 3,9% 11.428.781-0,3% 2004 11.415.034 2,2% 11.658.623 2,0% 2005 12.438.563 9,0% 12.585.422 7,9% 2006 12.640.693 1,6% 13.141.163 4,4% 2007 12.677.123 0,3% 13.386.303 1,9% 2008 14.535.737 14,7% 13,3% 1980/07 3,9% Fonte: Balanços do Estado. 24

Tabela Final 4 Crescimento da arrecadação do ICMS nos estados, período janeiro a novembro/2007-2008 Em ordem decrescente de taxa de crescimento NÚMERO VARIAÇÃO OBSER- ORDEM ESTADOS 2007 2008 NONINAL IPCA VAÇÃO 1 Amazonas 3.372.543 4.211.606 24,88% 18,19% 2 Mato Grosso do Sul 3.190.083 3.963.665 24,25% 17,60% 3 Mato Grosso 3.527.684 4.335.767 22,91% 16,33% 4 Rio Grande do Sul 11.097.687 13.512.365 21,76% 15,24% Acima da 5 Minas Gerais 17.562.136 21.372.639 21,70% 15,18% média 6 Ceará 3.546.536 4.313.976 21,64% 15,13% 7 São Paulo 57.430.658 69.597.997 21,19% 14,70% 8 Piauí 1.066.159 1.278.177 19,89% 13,47% 9 Goiás 4.769.720 5.650.874 18,47% 12,13% 10 Paraná 9.167.443 10.821.946 18,05% 11,73% 11 Espírito Santo 5.330.088 6.275.259 17,73% 11,43% 12 Tocantins 717.248 841.543 17,33% 11,05% 13 Maranhão 1.832.387 2.145.269 17,08% 10,81% 14 Santa Catarina 6.226.099 7.276.619 16,87% 10,61% 15 Bahia 8.084.939 9.435.211 16,70% 10,45% 16 Paraíba 1.515.472 1.759.542 16,11% 9,89% Abaixo da 17 Distrito Federal 3.154.674 3.617.807 14,68% 8,54% média 18 Rondônia 1.320.737 1.511.924 14,48% 8,35% 19 Pará 3.347.902 3.815.343 13,96% 7,86% 20 Rio de Janeiro 14.347.839 16.320.899 13,75% 7,66% 21 Sergipe 1.089.478 1.228.879 12,80% 6,76% 22 Alagoas 1.272.003 1.431.321 12,52% 6,50% 23 Acre 356.649 400.293 12,24% 6,23% 24 Roraima 244.260 272.678 11,63% 5,66% BRASIL 163.570.424 195.391.599 19,5% 13,1% Fonte dos dados brutos: CONFAZ Nota: Desconsiderados AP, RN e PE por estarem com os dados incompletos em 2008. 25

Tabela Final 5 Estimativa do valor não cumprido das vinculações ESPECIFICAÇÃO VALOR OBSERV. Valor que deveria ser aplicado Receita corrente (bruta) 20.428.076 Perdas do Fundef/Fundeb 277.077 Receita base das vinculações (RBV) 20.705.153 100,0% Vinculações estimadas : 65% 13.458.349 65,0% RLIT 14.123.286 100,0% MDE Aplicado 3.797.882 26,9% Deveria ser aplicado pela CE: 35% 4.943.150 35,0% Não aplicado 1.145.268 8,1% SSP Aplicado 1.754.118 12,4% (-) Corsan (702.447) -5,0% Aplicado efetivamente 1.051.671 7,4% Deveria ser aplicado pela CF: 12% 1.694.794 12,0% Não aplicado 643.123 4,6% Total não aplicado (MDE+SSP) 1.788.391 12,7% Valor aplicado total Milhões Vinculações estimadas 13.458.349 13.460 Não aplicado 1.788.391 1.790 Valor aplicado 11.669.958 11.670 Nota Desconsidera a educação superior e a ciência e tecnologia, onde ocorreu aplicação parcial. Por isso, foi considerado o percentual de 65% em vez de 66%, dado apurado em 2006. 26