Aula 00 Aula Demonstrativa Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen Professora: Mariana Sato

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Transcrição:

Aula 00 Aula Demonstrativa Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen Professora: Mariana Sato

APRESENTAÇÃO Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen Olá amigos! É com um imenso prazer que faço parte desta equipe inovadora e competente do Exponencial Concursos! Há muito pouco tempo atrás estava na mesma posição que vocês, lutando pela minha tão sonhada vaga no concurso para Analista do Banco Central do Brasil (Bacen). Sou formada em Administração de Empresas e em Ciências Contábeis e comecei a minha carreira trabalhando em bancos e em consultorias para instituições financeiras. Minha trajetória no mundo dos concursos começou após 5 anos de experiência na iniciativa privada, quando percebi que trabalhar na iniciativa pública me proporcionaria a qualidade de vida que eu não tinha. Comecei estudando para a área fiscal, porque essa área costuma ter mais vagas, mas como não tinha uma boa orientação, estudei com materiais ruins e meu primeiro ano de estudo foi praticamente um ano perdido. Depois de não conseguir atingir a nota de corte na prova objetiva para Analista da Receita Federal, fiquei desanimada e até cogitei desistir e voltar para a iniciativa privada. No entanto, em janeiro de 2013, resolvi mudar totalmente a minha estratégia e focar no concurso do Bacen, pois havia boatos de que ele aconteceria em breve. Sempre tive uma quedinha por esse concurso primeiro pela minha experiência profissional e segundo por minha mãe ser servidora aposentada desse órgão, mas a princípio evitei de investir nisso por ser um concurso que não ocorre com tanta frequência como os da área fiscal. Resolvi acreditar na minha capacidade e, depois de 10 meses de muito estudo, fui aprovada em 10 lugar no concurso para Analista do Banco Central do Brasil Área 4 em Brasília, aos 26 anos. Contei essa história porque acredito que, assim como eu, em algum momento vocês já devem ter pensado em desistir ou prestar outro concurso porque dizem ser mais fácil. Pois não desistam: toda dedicação e todo esforço nesse período difícil será recompensado, acreditem! Uma dica que eu deixo da minha experiência é que mais do que passar horas estudando, ter um bom planejamento, bons professores, bons materiais, foco e disciplina rendem muito mais. Para isso, contem comigo nessa jornada e vamos trabalhar para que ela seja a mais breve possível! Neste curso, proponho apresentar a vocês a melhor base teórica para a resolução tanto de questões objetivas como de eventuais temas ou questões discursivas na prova para Analista do Bacen. Tudo isso com bastante Prof.ª Mariana Sato 2 de 58

objetividade e com muitos esquemas, para facilitar a fixação e ajudar na hora da revisão. Ao final de cada tema, resolveremos as questões juntos. No final da aula, vocês poderão encontrar a lista de todas as questões sem os comentários, para que vocês possam treinar. Um dos segredos para passar em concursos é resolver, muitas, muitas e muitas questões. Por isso, nesta aula demonstrativa, já começaremos resolvendo 35 questões. Ao longo das aulas, resolveremos todas as questões de Finanças Privadas das três últimas provas do Bacen (2006, 2009 e 2013), além de outras recentes que sejam pertinentes aos temas do último edital. Fazer essas questões vai nos ajudar a consolidar o conhecimento e a perceber como cada banca costuma cobrar cada assunto. Como o Bacen tem o histórico de alternar as bancas examinadoras, iremos trabalhar com as principais delas: Cespe, ESAF, FCC e Cesgranrio. Caso a banca seja definida no decorrer do curso, mudaremos o foco para ela. Alguns tópicos específicos e algumas dicas serão abordados diretamente nas questões, então fiquem de olho e estudem com atenção todo o material. Sintam-se à vontade para me procurar no fórum, estarei à disposição para ajudar a sanar suas dúvidas. Caso prefiram, também estarei disponível por e-mail (mariana.sato@exponencialconcursos.com.br). Dito isto, vamos ao que interessa! Histórico e análise das provas Finanças Privadas Desde o concurso realizado em 2000, o conhecimento sobre Finanças Privadas foi cobrado em todas as provas do Bacen para as vagas referentes às atividades de Política Econômica e Monetária (Área 3 no edital de 2013) e Contabilidade e Finanças (Área 4 no edital de 2013). Para vocês terem uma ideia de sua importância, no concurso de 2013 as questões de Finanças Privadas representaram cerca de 20% da prova específica da Área 3 e aproximadamente 21% da prova específica da Área 4. Além disso, as duas áreas tiveram questões discursivas sobre Valor em Risco (Value at Risk VaR), que é um dos temas que estudaremos em nossas aulas. Como vocês podem ver, vale muito a pena investir nessa matéria. Nas tabelas a seguir fizemos um RAIO-X das últimas três provas para Analista do Bacen nas áreas de Política Econômica e Monetária e Contabilidade e Finanças, com o objetivo de ajudar na orientação de seu estudo. Na última coluna está indicado em que aula cada assunto será tratado. Prof.ª Mariana Sato 3 de 58

Área 3 Política Econômica e Monetária Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen PROVAS BACEN ASSUNTO (Quantidade de questões por assunto) AULA 2013 2009 2006 Total Títulos emitidos pelo Tesouro Nacional 1 1 0 Títulos privados de renda fixa 1 2 3 0 Outros serviços e produtos financeiros Risco e retorno de carteira de ações Fronteira eficiente (teoria de Markowitz) 4 4 0 1 2 1 4 1 1 1 2 2 Diversificação do risco 1 1 2 Aversão, propensão e neutralidade ao risco Escolha envolvendo risco (incerteza) 1 1 2 3 3 2 Modelo CAPM 1 1 1 3 3 Duração (duration) e convexidade 2 1 1 4 5 Opções 2 2 4 6 Modelo Black-Scholes-Merton 1 1 6 Hedge, especulação e arbitragem 1 1 6 Valor em Risco (Value at Risk VaR) Gestão de riscos no mercado financeiro 2 1 3 7 1 1 7 Prof.ª Mariana Sato 4 de 58

Área 4 Contabilidade e Finanças Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen PROVAS BACEN ASSUNTO (Quantidade de questões por assunto) AULA 2013 2009 2006 Total Títulos emitidos pelo Tesouro Nacional 2 1 3 0 Títulos privados de renda fixa 1 1 0 Ações 1 1 0 Risco e retorno de carteira de ações Aversão, propensão e neutralidade ao risco 2 1 3 1 4 4 2 Modelo CAPM 3 3 3 Taxas à vista, futura e curva de rendimentos (yield) 1 2 3 4 Movimentos nas curvas de juros 1 1 4 Duração (duration) e Convexidade 2 1 3 5 Opções 1 3 4 6 Modelo Black-Scholes-Merton 1 1 6 Mercado futuro e a termo 1 1 2 6 Swap 1 1 7 Valor em Risco (Value at Risk VaR) Gestão de riscos no mercado financeiro 1 1 1 3 7 2 2 7 Prof.ª Mariana Sato 5 de 58

O quadro abaixo apresenta o programa do nosso curso. Os temas são apresentados conforme o edital do último concurso, com pequenos ajustes para fins didáticos. Para facilitar a vida de vocês, mantive a mesma numeração do edital passado. Aula Conteúdo 00 1. Características de operações e instrumentos do mercado financeiro. 1.1 Títulos emitidos pelo Tesouro Nacional. 1.2 Títulos de dívida privada. 1.3 Securitização. 1.4 Operações compromissadas. 1.5 Depósito a prazo e depósito interfinanceiro. 1.6 Ações. 1.7 Fundos de investimento. 01 2. Eficiência de Mercado. 2.1 Tipos de eficiência. 2.2 Propriedades dos mercados e dos agentes financeiros. 2.3 Estratégias de investimento. 3. Teoria de Carteiras. 3.1 Retorno e risco. 02 3. Teoria de Carteiras (continuação). 3.2 Seleção de investimentos por média-variância. 3.3 Diversificação do risco. 3.4 Fronteira eficiente. 3.5 Funções de utilidade e aversão a risco. 3.6 Ativo livre de risco. 3.7 Custos de transações. 03 4. Apreçamento de ativos. 4.1 Modelo CAPM e suas extensões. 4.2 Seleção de investimentos baseados em modelos (Área 4). 4.2 Teoria de Apreçamento por Arbitragem (Área 3). 04 5. Estrutura a termo das taxas de juros. 5.1 Principais teorias. 5.2 Taxas à vista e a termo. 5.3 Riscos de liquidez, crédito e cambial. 5.4 Movimentos nas curvas de juros. 05 6. Renda fixa. 6.1 Apreçamento de instrumentos de renda fixa público e privado. 6.2 Gestão de carteiras de renda fixa. 6.3 Duration e convexidade. 6.4 Imunização do risco e duration hedge. 06 7. Opções. 7.1 Estratégias de opções. 7.2 Modelo de Black-Scholes- Merton. 7.4 Sensibilidade (derivadas parciais) do preço das opções a fatores de risco (gregas). 7.5 Delta e delta-gama hedge. 1.8 Contratos futuros, a termo, swaps e opções. 1.9 Derivativos de crédito. 07 7. Opções (continuação). 7.3 Gestão de riscos no Mercado financeiro: risco de crédito, de mercado, de liquidez e operacional. 8. Risco. 8.1 Medidas de volatilidade. 8.2 Medidas de risco: VaR e expected shortfall. 8.3 Premissas do modelo VaR. 8.4 VaR de uma carteira. 8.5 Testes de estresse e de cenários. Prof.ª Mariana Sato 6 de 58

O cronograma com as datas de liberação das aulas está disponível no site do Exponencial, na página do curso. Sei que os temas de finanças são bem interessantes e que, ao estudarmos, corremos o risco de nos empolgar e querer nos aprofundar no assunto. No entanto, vamos manter o foco, ok? Estudaremos aqui somente o que cai no concurso, na profundidade que é cobrada. O tempo e a memória dos concurseiros são muito preciosos, então vamos valorizá-los. Finalmente, hora de começarmos! Tenham uma boa aula! Prof.ª Mariana Sato 7 de 58

Aula 00 Características de operações e instrumentos do mercado financeiro. Assunto Página 1- Introdução... 8 2- Títulos emitidos pelo Tesouro Nacional... 8 3- Títulos de Dívida Privada... 15 4- Operações de captação e operações ativas... 21 5- Operações compromissadas... 25 6- Depósitos... 26 7- Ações... 30 8- Fundos de investimento... 34 9- Questões Comentadas... 38 10- Lista de exercícios... 48 11- Gabarito... 58 12- Referencial Bibliográfico... 58 1- Introdução Nesta aula demonstrativa, apresentaremos as características de operações e instrumentos do mercado financeiro, com exceção dos instrumentos derivativos, que serão tratados na Aula 6. Vamos tratar do tema tanto para quem nunca viu o assunto como para quem quer se aprofundar, então não se preocupem! 2- Títulos emitidos pelo Tesouro Nacional Títulos públicos federais são instrumentos de renda fixa, emitidos pelo Governo Federal para obtenção de recursos junto à sociedade, com as seguintes finalidades 1 : 1 Fonte: Glossário do Banco Central do Brasil. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/?glossario. Prof.ª Mariana Sato 8 de 58

Financiar o déficit orçamentário Títulos Públicos Federais Finalidades Realizar operações para fins específicos, definidos em lei Refinanciar a dívida pública Antes da Lei Complementar nº101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF), o Bacen possuía a prerrogativa para emitir títulos públicos na execução de sua política monetária, porém desde então essa atividade ficou proibida. Além dos títulos emitidos pelo Bacen, foi proibida também a emissão de títulos públicos estaduais e municipais. Esses títulos são considerados de baixo risco e sua taxa de juros é conhecida como taxa livre de risco. Eles podem ser com ou sem cupom, isto é, pagar ou não pagar juros periodicamente. Os títulos públicos federais podem ser colocados no mercado das seguintes formas: Títulos Públicos Federais Colocação (1) Emissões diretas (2) Ofertas públicas (3) Vendas a pessoas físicas a. Leilão tradicional b. Leilão de troca c. Leilão de resgate antecipado 1) Emissões diretas (colocação não competitiva): a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) realiza emissões diretas aos beneficiários, com o objetivo de atender finalidades específicas definidas em lei, tais como a securitização de dívidas da União, o aumento de capital das empresas públicas, entre outras. 2) Ofertas públicas (leilões): a STN realiza leilões para a venda ou a (re)compra de títulos, com a finalidade de administrar a dívida pública interna. As instituições financeiras participam desses leilões por meio de sistema eletrônico. a. Leilão tradicional: sua principal função é refinanciar a dívida pública interna por meio da emissão de títulos públicos de Prof.ª Mariana Sato 9 de 58

rentabilidade prefixada e atrelados à taxa de juros Selic e ao IPCA. b. Leilão de troca: consiste na troca de títulos de prazos mais curtos por outros de prazos mais longos, com o propósito de melhorar o perfil da dívida pública. c. Leilão de resgate antecipado: permite assegurar liquidez ao detentor do título. 3) Vendas a pessoas físicas (colocação competitiva): a STN efetua a venda direta de títulos públicos pela internet, com o intuito de facilitar o acesso das pessoas físicas a esses títulos. Atualmente estão disponíveis para compra no Tesouro Direto os seguintes títulos: Tesouro Prefixado (LTN), Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F), Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal), Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B) e Tesouro Selic (LFT). A seguir, estudaremos as características de cada um desses títulos. 2.1- Títulos públicos prefixados Os títulos prefixados permitem que você saiba a rentabilidade que irá receber se mantiver o título até o vencimento. Os títulos são comprados com um deságio que corresponde à diferença entre o valor nominal e o preço de compra. Esses títulos são indicados para os cenários em que a taxa prefixada será maior que a taxa de juros básica da economia (Selic). Seu rendimento é nominal e, portanto, é necessário que a inflação seja descontada para obter o rendimento real da aplicação. Características dos títulos públicos prefixados 2 Prazo (1) Tesouro Prefixado (LTN) Definido pelo Ministério da Fazenda quando da emissão do título (2) Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F) Definido pelo Ministério da Fazenda quando da emissão do título Modalidade Escritural, nominativa e negociável Escritural, nominativa e negociável 2 Fonte: Principais características dos Títulos da Dívida Pública Federal registrados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Disponível em: http://www.bcb.gov.br/htms/demab/caracteristicatitulos.pdf. Prof.ª Mariana Sato 10 de 58

Forma de colocação Oferta pública ou colocação direta em favor do interessado Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen Oferta pública ou colocação direta em favor do interessado Valor nominal Múltiplo de R$1.000 Múltiplo de R$1.000 Rendimento Resgate Deságio sobre o valor nominal Valor nominal acrescido do respectivo rendimento, desde a data-base do título Deságio sobre o valor nominal Valor nominal, na data do vencimento Paga juros semestrais 1. Tesouro Prefixado (Letras do Tesouro Nacional LTN) 3 Possui fluxo de pagamentos simples (sem cupom), isto é, no final da aplicação você receberá o valor investido somado à rentabilidade. Portanto, a diferença entre o valor recebido no vencimento e o valor pago na compra representa a rentabilidade do título. Caso o título seja vendido antes do vencimento, será pago o valor de mercado no momento da venda, que poderá ser maior ou menor do que o preço de compra. 2. Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (Notas do Tesouro Nacional Série F NTN-F) 4 Diferentemente do título anterior, este título faz pagamento de juros a cada seis meses, de modo que o rendimento é recebido pelo investidor ao longo do período da aplicação. Estes pagamentos representam uma antecipação da rentabilidade contratada. 2.2- Títulos pós-fixados Neste caso, o valor dos títulos é corrigido por um indexador. Dessa forma, seu rendimento é composto por uma taxa predefinida no momento da compra do título, somada à variação de um indexador. 3 Referência legal: Artigo 1º do Decreto nº 3.859/2001. 4 Referência legal: Artigo 10 do Decreto nº 3.859/2001 e Artigo 3º da Portaria MF/GM nº 183/2003. Prof.ª Mariana Sato 11 de 58

Características dos títulos públicos pós-fixados 5 Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen (1) Tesouro Selic (LFT) (2) Bônus do Tesouro Nacional (BTN) (3) Notas do Tesouro Nacional (NTN), exceto NTN-F Prazo Definido pelo Ministério da Fazenda quando da emissão do título Até 25 anos De acordo com a série Modalidade Escritural, nominativa e negociável Nominativa e negociável Escritural, nominativa e negociável Forma de colocação Oferta pública ou colocação direta em favor do interessado Título extinto, existindo apenas alguns em circulação Oferta pública ou colocação em favor do interessado Valor nominal Múltiplo de R$1.000 NCz$1 (um cruzado novo), em fevereiro de 1989 Múltiplo de R$1.000 Rendimento Taxa Selic 6% a.a. aplicado sobre o valor nominal atualizado monetariamente Cada série apresenta um índice Resgate Valor nominal acrescido do respectivo rendimento, desde a data-base do título Cronograma original de vencimento dos respectivos Bônus da Dívida Externa De acordo com a série 1. Tesouro Selic (Letras Financeiras do Tesouro LFT) 6 Apresenta fluxo de pagamentos simples e tem como vantagem uma baixa volatilidade (baixo risco), uma vez que sua rentabilidade está atrelada à taxa Selic. Este título é indicado para quem acredita que a taxa básica de juros irá subir. 5 Fonte: Principais características dos Títulos da Dívida Pública Federal registrados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Disponível em: http://www.bcb.gov.br/htms/demab/caracteristicatitulos.pdf. 6 Referência legal: Artigo 2º do Decreto nº 3.859/2001. Prof.ª Mariana Sato 12 de 58

2. Bônus do Tesouro Nacional (BTN) 7 Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen Este título não é mais comercializado no mercado, porém ainda existem alguns em circulação. No momento do resgate, o detentor deste título pode optar pela correção monetária aplicada aos demais títulos da espécie ou pela variação da cotação de venda do dólar dos Estados Unidos no mercado de câmbio de taxas livres, sendo consideradas as taxas medidas das datas de emissão e de vencimento do título. 3. Notas do Tesouro Nacional (NTN) Com exceção do Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (NTN-F), a NTN é uma série de títulos pós-fixados, cada um com uma característica própria. As principais séries são as seguintes: Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B): título com cupom (paga juros semestrais), com taxa definida pelo Ministério da Fazenda. Seu valor nominal é atualizado por essa taxa de juros, que é atualizada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal): título sem cupom. Seu valor nominal é atualizado da mesma forma que o título acima. NTN-C: título com cupom, com taxa definida pelo Ministério da Fazenda. Seu valor nominal é atualizado de acordo com o Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM). NTN-D: título com cupom, com taxa definida pelo Ministério da Fazenda. Seu valor nominal é atualizado de acordo com a variação do dólar dos Estados Unidos (variação cambial). NTN-H: Seu valor nominal é atualizado de acordo com a variação da Taxa Referencial (TR). Este é um título que está em desuso. Vocês perceberam que o nome de alguns títulos não bate com a sigla deles? É porque em março de 2015 o Tesouro Nacional alterou a nomenclatura de seus títulos, para facilitar o acesso das pessoas físicas ao Tesouro Direto. Com os novos nomes, fica mais fácil identificar as características de cada título, não é? 1. (FCC Analista CVM Normas Contábeis e de Auditoria 2003) O Governo emite títulos federais por meio do a) Ministério da Fazenda b) Banco Central 7 Referência legal: Artigos 5º e 7º da Lei nº 7.777/1989, Artigos 3º, inciso II, e 5º da Lei nº 8.177/1991, Portaria MF/GM nº 169/1989 e Comunicado STN/CODIP nº 61/1989. Prof.ª Mariana Sato 13 de 58

c) Banco do Brasil Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen d) Caixa Econômica Federal e) Tesouro Nacional Esta é aquela questão que todo mundo vai acertar, então vocês não podem errar de jeito nenhum! Como os títulos públicos têm no nome a palavra Tesouro, fica fácil lembrar que eles são emitidos pelo Tesouro Nacional. Gabarito: Alternativa e 2. (CESPE Analista TELEBRAS Cargo 6 2013) As notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), cujo valor nominal é atualizado pelo índice geral de preços do mercado (IGP-M), são títulos públicos federais com pagamento de cupom semestral de 6% ao ano. Nesta questão temos que tomar cuidado com os detalhes: o valor nominal da NTN-B é atualizado pelo IPCA, não pelo IGP-M, e seu cupom é calculado de acordo com uma taxa definida pelo Ministério da Fazenda quando da sua emissão. Pois é, vocês terão que lembrar desses detalhes no dia da prova, então usem as tabelas na hora da revisão. Atenção ao estudar as questões antigas, pois o nome do título mudou em 2015 para Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais. Gabarito: Errado 3. (IADES Analista Técnico FUNPRESP Investimentos 2014) As Letras do Tesouro Nacional (LTN) são títulos públicos prefixados, que possuem fluxo de pagamento simples. Sobre a caracterização das LTN, assinale a alternativa correta. a) A rentabilidade está atrelada a um indexador, como o IPCA ou a Taxa Selic. b) O investidor recebe o rendimento por meio de cupons semestrais. c) A taxa de juros contratada no momento da compra é garantida em todo o tempo, mesmo no caso de venda antecipada do título. d) O título é comprado com um deságio que corresponde à diferença entre o valor nominal e o preço de compra. e) Para encontrar a rentabilidade anual do título, basta dividir o valor nominal pelo valor de compra. Prof.ª Mariana Sato 14 de 58

Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen Primeiro, cabe lembrar que desde 2015 a LTN passou a ser conhecida por Tesouro Prefixado. Não sabemos qual nome a banca irá utilizar, então é bom saber os dois. Agora, vamos às alternativas: a) Ser atrelado a um indexador é característica de títulos pós-fixados e não prefixados. b) A LTN tem como característica um fluxo de pagamentos simples, ou seja, não paga cupom. c) Se o investidor decidir vender o título antecipadamente, o Tesouro Nacional pagará o seu valor de mercado, de modo que a rentabilidade poderá ser maior ou menor do que a contratada na data da aplicação. d) Na data de vencimento, o investidor receberá o valor de face (valor investido somado à rentabilidade). No caso da LTN, para cada unidade de título, esse valor será R$1.000,00 esta é a alternativa correta. e) A divisão do valor nominal pelo valor de compra resulta na rentabilidade do prazo total do título, que é de vários anos. Gabarito: Alternativa d 3- Títulos de Dívida Privada Da mesma forma que o Governo emite títulos públicos para financiar suas despesas, as instituições privadas também podem emitir títulos para obter recursos para o seu desenvolvimento. Sobre esse tema, iremos nos focar nas debêntures e nas letras de câmbio outros títulos privados serão apresentados brevemente, devido a sua baixa incidência em concursos. 3.1- Debêntures Debêntures são títulos de crédito originário de um empréstimo contraído por uma sociedade anônima, cujos direitos do detentor do papel estão especificados no documento de emissão 8. O objetivo da debênture é financiar projetos de investimento e/ou alongar o perfil da dívida de uma empresa. Atenção: Apenas Sociedades Anônimas de capital, com exceção das instituições financeiras bancárias, podem emitir debêntures. 8 Fonte: Glossário do Banco Central do Brasil. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/?glossario. Prof.ª Mariana Sato 15 de 58

Estes títulos podem apresentar pagamentos de juros no momento do resgate ou periodicamente. Os rendimentos podem assumir diversas formas (por exemplo, taxas prefixadas, Selic, TR, índices de preços, etc.), porém não pode apresentar mais de uma base de remuneração ou uma cláusula de variação cambial a não ser que haja repactuação entre as partes para definição de um novo índice. São possíveis as seguintes formas garantias: Debêntures Garantias Real Flutuante Quirografária Subordinada ativos da emissora são dados em garantia e não podem ser negociados detentores têm prioridade na liquidação credores estão em pé de igualdade os detentores têm prioridade somente em relação aos acionistas As debêntures são títulos de médio e longo prazo, que podem ter prazo definido no lançamento ou indeterminado. Existe também a possibilidade de cláusulas de repactuação, em que os rendimentos podem ser redefinidos nas datas preestabelecidas em contrato. Existem dois tipos de debênture simples e conversíveis em ações (podem ser resgatadas em ações da empresa). O prazo mínimo é de 1 ano para debêntures não conversíveis e três anos para debêntures conversíveis. Não existe um prazo máximo determinado por lei. Prazo mínimo Tipos de Debêntures Simples Conversível em ação 1 ano Prazo mínimo 3 anos Prazo mínimo Prazo mínimo Prazo mínimo Prof.ª Mariana Sato 16 de 58 Prazo mínimo

A emissão de uma debênture segue o seguinte fluxo: Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen 1. Decisão em assembleia de acionistas 2. Registro na Comissão de Valores Mobliários (CVM) e na Central de Custódia de Títulos Privados (Cetip) 3. Coordenação da emissão (compradores definidos ou aberto ao público) 4. Definição de agente fiduciário (responsável por zelar pelos interesses dos debenturistas) 5. Emissão da debênture 3.2- Letras de câmbio Letras de Câmbio são títulos originados em um contrato de financiamento, nas quais as Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (também conhecidas como Financeiras) captam recursos com o objetivo de financiar o crédito direto ao consumidor por meio da antecipação de recebimentos. Assim, há uma troca de fluxos de recebimentos entre a instituição financeira e o investidor daí vem o termo câmbio. Os três principais agentes dessa transação são os seguintes: Sacador Emite a ordem de pagamento: transforma o crédito concedido pela instituição financeira em um título negociável. Sacador Sacado ou Paga a Letra de Câmbio: também conhecido como Aceitante, é a instituição financeira que concedeu o crédito ao consumidor e que deverá honrar o pagamento ao Sacador. Sacador Tomador ou Sacado Sacador ou Compra a Letra de Câmbio: é o investidor. Os rendimentos podem ser prefixados ou pós-fixados conforme a atualização do saldo devedor ao longo da operação. Apesar de o resgate ser Tomador Sacador Sacado ou Prof.ª Mariana Sato 17 de 58 ou Sacador Tomador

somente no vencimento, é possível vender este título no mercado secundário, com deságio. 3.3- Outros títulos da dívida privada Existem diversos títulos da dívida privada. Abaixo, apresentaremos as características daqueles com maior chance de cair no concurso: Título da dívida privada Cédula de Crédito Bancário (CCB) 9 Característica - Promessa de pagamento em dinheiro, decorrente de operação de crédito de qualquer modalidade - Título executivo extrajudicial (isto é, não necessita de aval do juiz para cobrança) Obs.: não necessita de garantias Certificado de CCB Cédula de Debêntures Cédula Pignoratícia de Debêntures Cédula de Crédito Imobiliário (CCI) Letra de Crédito Imobiliário (LCI) - Emissão por instituições financeiras como representação do CCB (vide acima) - Valor mobiliário, com lastro em debêntures - Representação de debêntures penhoradas - Direito de crédito contra o emitente, pelo valor nominal e juros nela estipulados - Representação de créditos imobiliários, emitidos pelo credor deste - Forma nominativa - Transferível por endosso - Lastro em créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou por alienação fiduciária de imóvel - Prazo de 36 meses (quando atualizado mensalmente por índices de preços), 12 meses (quando atualizado anualmente pelo mesmo índice) ou 90 dias 10 (quando não utilizar índices de preços). 9 Referência legal: Artigos 26 a 45 da Lei nº 10.931/2004. 10 O prazo anterior (60 dias) foi alterado pelo artigo 4º da Resolução CMN nº 4.410, de 28 de maio de 2015. Prof.ª Mariana Sato 18 de 58

Título da dívida privada Letra Imobiliária Letra Hipotecária Característica - Emissão por Sociedade de Crédito Imobiliário ou pelos Bancos Múltiplos com carteira imobiliária - Título de crédito de emissão privativa das instituições que atuam na concessão de financiamentos com recursos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) - Juros prefixados, pós-fixados ou flutuantes - Prazo mínimo de 180 dias ou 60 meses quando atreladas a índices de preços - Penhor de créditos hipotecários como garantia Cédula de Produto Rural (CPR) Certificado de Investimento Conhecimento de Depósito Warrant Nota Promissória - Venda antecipada pelo produtor rural (emitente) uma certa quantidade de mercadoria - Certificado de propriedade e existência de determinado investimento - Emissão por armazém geral - Capacidade de negociar mercadorias em depósito - Direito de crédito contra a emitente - Prazo de 180 dias (sociedades anônimas de capital fechado) ou 360 dias (capital aberto) - Fonte de financiamento para o capital de giro das empresas - No mercado externo, tem o nome de commercial paper (vide abaixo) Commercial Paper - Nota promissória emitida por uma empresa no mercado externo - Captação de recursos de curto prazo 4. (FCC Analista BACEN Área 4 2006) Títulos de dívida, de médio e de longo prazo, ofertados publicamente por empresas não financeiras de capital aberto, são a) os bônus de subscrição b) as notas promissórias c) as letras hipotecárias Prof.ª Mariana Sato 19 de 58

d) as cédulas de crédito Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen e) as debêntures Esta é de presente! O enunciado é justamente a descrição das debêntures, sendo essa a alternativa correta. Vamos aproveitar esta questão para revisar as características dos outros títulos? a) Bônus de subscrição não são títulos de dívidas, mas sim integrantes potenciais do capital social da empresa. b) Notas promissórias títulos de curto prazo (sociedades anônimas de capital fechado têm prazo de 180 dias e de capital aberto, 360 dias). c) Letras hipotecárias podem ser indexadas a taxas prefixadas, TR ou índices de preço. Nesse último caso, possuem o prazo mínimo de 5 anos, o que as caracteriza como título de longo prazo. d) Cédulas de crédito representam o crédito de financiamentos concedidos por instituições financeiras. A garantia é constituída a partir do direito real de pagamento do valor financiado. Gabarito: Alternativa e 5. (CESPE Perito Criminal Federal Área 1 2004) Com relação aos conceitos básicos de comércio internacional, bem como ao funcionamento do sistema financeiro nacional, incluindo-se aí o sistema bancário, julgue o item a seguir. A emissão das letras hipotecárias títulos emitidos por instituições financeiras autorizadas a conceder crédito hipotecário pode ser feita com juros préfixados, pós-fixados ou flutuantes. De fato, as letras hipotecárias podem ter rendimento prefixado, flutuante ou pós-fixado com prazo mínimo de 180 dias e prazo máximo igual ao vencimento dos créditos hipotecários utilizados como garantia. Gabarito: Certo 6. (CESPE Analista BACEN Área 3 2013) Com relação às operações de captação e operações ativas praticadas no mercado financeiro brasileiro, julgue o item a seguir. Prof.ª Mariana Sato 20 de 58

Caso seja atualizada mensalmente por índices de preços, a letra de crédito imobiliário (LCI) tem prazo mínimo de 36 meses; caso não seja atualizada por índice de preços, esse prazo passa para 60 dias. A LCI tem como desvantagem a impossibilidade de resgate a qualquer momento. Com o objetivo de preservar o valor real do rendimento em períodos de inflação, a LCI apresenta 3 possíveis prazos de vencimentos: 1. 36 meses: quando o título for atualizado mensalmente por índice de preço 2. 12 meses: quando o título for atualizado anualmente por índice de preço 3. 90 dias: quando o título não for atualizado por índice de preço Atualmente o gabarito desta questão seria errado. Entretanto, em 2013, ano do concurso desta questão, esta questão estava correta, pois o prazo vigente era de fato 60 dias. Esse prazo foi alterado pelo artigo 4º da Resolução CMN nº 4.410, de 28 de maio de 2015. Gabarito: Questão desatualizada 4- Operações de captação e operações ativas Nesta seção vamos apresentar as modalidades de captação e operações ativas que já caíram em concurso ou que foram cobradas especificamente no edital. 4.1- Empréstimo de capital de giro Como os prazos de recebimento e pagamento das empresas costumam ser descasados, empréstimos de capital de giro têm a finalidade de suprir eventuais necessidades de liquidez das empresas. O contrato de mútuo também possui essa mesma característica, no entanto enquanto o primeiro tem prazo médio de 180 dias, o segundo é superior a esse prazo. Ambos podem exigir garantias para a realização dos contratos. 4.2- Operação de microcrédito Microcrédito é a concessão de empréstimos de baixo valor a pequenos empreendedores informais e microempresas sem acesso ao sistema Prof.ª Mariana Sato 21 de 58

financeiro tradicional, principalmente por não terem como oferecer garantias reais. É um crédito destinado à produção (capital de giro e investimento) e é concedido com o uso de metodologia específica 11, que deve abranger os seguintes itens: Microcrédito Metodologia 1. Avaliação dos riscos da operação 2. Análise de receitas e despesas do tomador 3. Mecanismo de controle e acompanhamento 4.3- Cessão de créditos Cessão de créditos é uma modalidade de financiamento na qual uma instituição financeira pode ceder créditos originados em operações de empréstimo, financiamento e arrendamento mercantil (leasing), a outra instituição financeira de mesma natureza. O objetivo dessa operação é a venda de direitos creditórios, com deságio, para obter recursos para suas operações. Este tipo de operação apresenta diversas modalidades de garantias, destacando-se entre elas a coobrigação, que visa assegurar que a instituição financeira que cedeu o crédito irá pagar ou a substituir o crédito cedido em caso de inadimplência. Esta modalidade não admite a recompra a prazo de créditos que estão para vencer e já foram cedidos. 4.4- Securitização Securitização é a operação por meio da qual são emitidos títulos financeiros negociáveis sobre ativos base (ativos financeiros e não financeiros). Em geral, a securitização de recebíveis é a operação na qual o emitente do título garante ao adquirente o direito ao crédito ou recebível, livre do risco próprio do emissor. Assim, esses direitos creditórios saem do balanço do emitente e liberam capital para novos empréstimos (no caso dos bancos) ou recursos para outras finalidades (no caso de empresas) 12. 11 Fonte: Introdução ao Microcrédito. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/microcredito.pdf. 12 Fonte: Glossário do Banco Central do Brasil. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/?glossario. Prof.ª Mariana Sato 22 de 58

Atenção: Os títulos securitizados são emitidos por companhias securitizadoras, que obrigatoriamente devem ser uma sociedades anônimas de capital aberto. O termo de securitização especifica as características dos recebíveis securitizados e serve para assegurar que o fluxo dos recursos pagos pelos devedores serão utilizados somente para o pagamento dos títulos emitidos. O processo de securitização segue o seguinte fluxo: (1) Relação de Crédito Crédito A. Credores B. Empresa (5) Pagamento (2) Recebíveis (4) Recursos C. Companhia Securitizadora (5) Pagamento (3) Títulos (4) Recursos D. Investidores 1) Relação de crédito: a empresa (B) obtém créditos de diversos credores (A). Com esses créditos, a empresa monta uma carteira de recebíveis (direitos de créditos). 2) Recebíveis: a empresa (B) deseja captar recursos e para isso cede sua carteira de recebíveis a uma companhia securitizadora (C). 3) Títulos: a companhia securitizadora (C) emite títulos com lastro nesses recebíveis, para vender aos investidores no mercado financeiro (D). 4) Recursos: os recursos obtidos com a venda desses títulos são direcionados à empresa que cedeu os recebíveis (B). 5) Pagamento: à medida que os credores (A) vão pagando suas dívidas, esses valores são depositados em contas geridas pela securitizadora. Essas contas são utilizadas para alienação fiduciária, isto é, para evitar que a empresa que cedeu os créditos (B) tenha acesso aos recursos pagos. Os principais títulos securitizados são: Prof.ª Mariana Sato 23 de 58

Título securitizado Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) Característica - Fundo de investimento - Composto por diferentes direitos creditórios - Lastro em dívidas imobiliárias - Criado com o intuito de desenvolver o setor imobiliário no país - Lastro em créditos com origem no agronegócio - Criado com o intuito de desenvolver o setor agrícola no país 7. (CESPE Analista BACEN Área 3 2013) Com relação às operações de captação e operações ativas praticadas no mercado financeiro brasileiro, julgue o item a seguir. A cessão de créditos pode ocorrer com ou sem coobrigação da instituição cedente, não sendo admitida, nesse tipo de cessão, a recompra a prazo de créditos vincendos anteriormente cedidos. Como vimos anteriormente, quando se opta pela coobrigação, não é permitida a recompra a prazo de créditos vincendos anteriormente cedidos, visto que esses valores não estão vencidos e já foram cedidos à instituição financeira. Gabarito: Certo 8. (CESPE Analista BACEN Área 3 2013) Com relação às operações de captação e operações ativas praticadas no mercado financeiro brasileiro, julgue o item a seguir. Os contratos de mútuo apresentam características idênticas aos empréstimos de capital de giro, visto que ambos envolvem operações com prazos inferiores a 90 dias e apresentam poucas exigências quanto às garantias exigidas. De fato, tanto os contratos de mútuo como os empréstimos de capital de giro apresentam pouca exigência quanto às garantias. Entretanto, com relação aos prazos médios, ambas são superiores a 90 dias (180 dias para empréstimos de capital de giro e mais do que 180 dias para contratos de mútuo). Gabarito: Errado Prof.ª Mariana Sato 24 de 58

9. (CESPE Analista BACEN Área 3 2013) Com relação às operações de captação e operações ativas praticadas no mercado financeiro brasileiro, julgue o item a seguir. A operação de microcrédito pode ser realizada com empreendedor urbano ou rural, pessoa natural ou jurídica, devendo ser executada com base em metodologia específica, na qual se efetive a análise de receitas e despesas, assim como os mecanismos de controle e acompanhamento do volume de inadimplência, desconsiderando-se a avaliação dos riscos da operação, haja visto que essa operação corresponde a uma política social apoiada pelo governo brasileiro. Está tudo certo, exceto a afirmação de que não se deve considerar a avaliação de riscos da operação é necessário sim que sejam levados em consideração a necessidade de crédito, o endividamento e a capacidade de pagamento de cada tomador. Gabarito: Errado 5- Operações compromissadas Operações compromissadas são operações de compra (ou venda) de títulos com compromisso de revenda (ou recompra) dos mesmos títulos em uma data futura, anterior ou igual à data de vencimento dos títulos. As instituições financeiras realizam essa operação com o objetivo de obter recursos temporariamente, sem precisar se desafazer de parte de sua carteira de títulos. Entre as principais vantagens para a realização deste tipo de operação estão as seguintes: Agilidade: concessão de crédito de forma rápida, por terem títulos como garantia Operações compromissadas Vantagens Custos: taxa de juros embutida menor, pois títulos em garantia tem baixo risco de crédito Oportunidade: alguns títulos antigos pagam juros acima da média do mercado Fundo Garantidor de Crédito (FGC): não são necessários depósitos para o FGC Prof.ª Mariana Sato 25 de 58

Entretanto, há também as seguintes desvantagens: Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen Baixo retorno: por ter um risco baixo, o rendimento da operação é baixo Operações compromissadas Desvantagens Imposto: incide Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos da operação Fundo Garantidor de Crédito (FGC): não há cobertura pelo FGC 6- Depósitos 6.1- Poupança A caderneta de poupança, comumente chamada apenas de poupança, é a aplicação de renda fixa mais tradicional no país e tem como objetivo proteger o dinheiro da inflação e garantir o poder de compra. Sua remuneração é composta por duas parcelas 13 : I. a remuneração básica, dada pela TR, e II. a remuneração adicional, correspondente a: a. 0,5% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for superior a 8,5%; ou b. 70% da meta da taxa Selic ao ano, mensalizada, vigente na data de início do período de rendimento, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for igual ou inferior a 8,5%. TR + 70% SELIC a.m. 8,5% TR + 0,5% a.m. SELIC < ou = 8,5% SELIC > 8,5% 6.2- Depósito a prazo Depósito a prazo são títulos privados representativos de depósitos a prazo feitos por pessoas físicas e jurídicas. Este é um tipo de 13 Referência legal: Artigo 12 da Lei nº 8.177/1991, com a redação dada pela Medida Provisória nº 567/2012, e artigo 7º da Lei nº 8.660/1993. Prof.ª Mariana Sato 26 de 58

aplicação nominativa (o registro é feito em nome do comprador), por meio da qual os bancos obtêm recursos para emprestar no mercado. Em troca, é oferecido ao cliente um rendimento com baixíssimo risco. Os principais tipos são o Certificado de Depósito Bancário (CDB) e o Recibo de Depósito Bancário (RDB), ambos registrados na Cetip. A emissão de CDB e RDB fica restrita aos seguintes agentes: CDB Bancos comerciais, múltiplos, de investimento e a Caixa Econômica Federal RDB Bancos comerciais, múltiplos, de investimento e a Caixa Econômica Federal + Sociedades de crédito, financiamento e cooperativas de crédito + A remuneração do CDB e do RDB pode ser prefixada, flutuante ou pós-fixada, geralmente atrelada à taxa do Certificado + de Depósito Interfinanceiro (CDI), mas podendo também se vincular a outros índices. A rentabilidade desses títulos é calculada diariamente e depende da taxa Selic. Quanto menos confiável for o banco emissor, maior será o risco de crédito e, portanto, o investidor será melhor remunerado por assumir esse risco, quando comparado com instituições mais sólidas. + Enquanto alguns CDBs podem ser resgatados antes do vencimento, os RDBs não podem ser negociados nem transferidos antes do vencimento. Caso o CDB seja transferido (resgatado antes do vencimento), pode haver perda de rentabilidade e incidência de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O CDB pode ser transferível por endosso nominativo, desde que respeitados os prazos mínimos de carência. + + + Prof.ª Mariana Sato 27 de 58 +

Depósito a Prazo Certificado de Depósito Bancário (CDB) Recibo de Depósito Bancário (RDB) Característica - Promessa de pagamento, à ordem, da importância do depósito, acrescida do valor dos juros convencionados - Remuneração fixada de acordo com a necessidade que os bancos têm de captação e com o volume que poderá ser aportado pelo comprador do CDB - Promessa de pagamento, à ordem, da importância do depósito, acrescida do valor dos juros convencionados Obs.: não podem ser negociados nem transferidos antes do vencimento 6.3- Depósito interfinanceiro Depósito interfinanceiro é um instrumento financeiro destinado à transferência de recursos entre instituições financeiras. As operações com CDI são registradas na Cetip e não há incidência de imposto sobre seus rendimentos. Como o Banco Central proíbe que as instituições financeiras terminem o dia com o saldo negativo, esse instrumento é utilizado pelos bancos na captação de recursos ou alocação de recursos excedentes. Caso as instituições financeiras com saldo deficitário não consigam encontrar compradores para seus CDIs, elas poderão obter recursos por meio de uma operação punitiva conhecida por redesconto. Esta operação é um empréstimo de última instância concedido pelo Bacen, com cobrança de juros acima da média. Depósito Interfinanceiro Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI) Característica - Emissão por instituições financeiras - Captação de recursos de outras instituições financeiras - Remuneração pela taxa CDI - Registro das operações na Cetip Obs.: não há incidência de qualquer imposto sobre o rendimento Prof.ª Mariana Sato 28 de 58

10. (CESPE Analista BACEN Área 3 2013) Com relação às operações praticadas no mercado financeiro brasileiro, julgue o item a seguir. Os depósitos à vista não são remunerados, enquanto os depósitos em poupança, independentemente da taxa Selic, têm remuneração básica definida pela taxa referencial e remuneração adicional de 0,5% ao mês. A questão está certa quando diz que os depósitos à vista não são remunerados. Estes depósitos têm funcionamento semelhante a papel moeda, só que de forma escritural. No entanto, ela erra ao dizer que os depósitos em poupança não dependem da taxa Selic, quando a remuneração deles varia se essa taxa estiver acima, igual ou abaixo de 8,5% ao ano. Gabarito: Errado 11. (FEPESE Auditor Fiscal do Tesouro Estadual SEFAZ SC 2010) Quanto ao CDB, é incorreto afirmar: a) Estes certificados de depósitos bancários são títulos nominativos emitidos pelos bancos e vendidos ao público como forma de captação de recursos. b) O CDB pré-fixado não possui nenhuma restrição em relação a resgates antecipados, enquanto o CDB pós-fixado não pode ser resgatado antecipadamente. c) No CDB pré-fixado, o cliente já sabe quanto vai receber no vencimento do título, pois o percentual de remuneração é definido no fechamento da aplicação. No CDB pós-fixado, a remuneração do título é composta por um percentual do CDI, porém não é possível saber o valor futuro deste índice, ou informar o valor que será resgatado no seu vencimento. d) Os CDBs pré-fixados são títulos que não têm prazo mínimo, não podendo ter o seu vencimento em sábados, domingos, ou feriados. A rentabilidade destes títulos é determinada na hora da aplicação, e portanto, você saberá previamente o quanto irá receber no vencimento. Nos momentos de crise, com tendência à queda das taxas de juros, os bancos darão preferência à captação de recursos em CDB pré-fixado de prazo longo. e) Os CDBs pós-fixados podem ser oferecidos pelos bancos com ou sem liquidez diária, rendem de acordo com o desempenho de indicadores como os Certificados de Depósito Interbancário (CDI) ou a Taxa de Referência (TR). Estes títulos são populares em momentos onde existe perspectiva de aumento de juros. Prof.ª Mariana Sato 29 de 58

Procuramos a alternativa incorreta, que é a letra b, pois ela inverteu os conceitos: é o CDB prefixado que possui restrições quanto ao saque antecipado, enquanto o pós-fixado pode ser resgatado antecipadamente. Gabarito: Alternativa b 12. (FCC Escriturário BB 2010) Os depósitos a prazo feitos pelo cliente em bancos comerciais e representados por RDB a) são títulos de crédito. b) são recibos inegociáveis e intransferíveis. c) contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito FGC até R$20.000,00. d) são aplicações financeiras isentas de risco de crédito. e) oferecem liquidez diária após carência de 30 dias. Lembrem-se: os RDBs não podem ser negociados nem transferidos antes do vencimento. Gabarito: Alternativa b 7- Ações Ação é um título negociável, representativo de propriedade de uma fração do capital de uma sociedade anônima. Este é um investimento de renda variável, isto é, seu rendimento não é definido no momento da aplicação nem atrelado a nenhum índice. Portanto, investir em ações é considerado um investimento de risco. As ações apresentam diferentes tipos de classificação, que iremos apresentar a seguir. 7.1- Espécies de ações Ordinária: confere direito a voto em assembleia de acionistas. Por lei, o capital social deve ser composto por no mínimo 50% de ações ordinárias. Ações Espécies Preferencial: confere preferência na distribuição dos resultados (dividendos), mas podem ser privadas do direito ao voto. Fruição: representam interesses específicos dos sócios e não são negociadas no mercado. Prof.ª Mariana Sato 30 de 58

Se a empresa não pagar dividendos pelo prazo fixado no estatuto (prazo limitado a 3 exercícios consecutivos), as ações preferenciais passam a ter direito a voto na assembleia de acionistas. 7.2- Formas de transferência de ações Ações Formas de transferência Nominativa: transferência por meio de entrega de certificado, com registro no livro próprio (registro de ações nominativas). Escritural: transferência de forma menos rigorosa, por registro eletrônico da instituição depositária em sua escritura contábil. Ao negociar uma ação nominativa, deve-se alterar sua titularidade no livro de registro de transferências de ações nominativas. Atualmente, a maior parte das ações no mercado é escritural. 7.3- Formas de rendimento das ações Ganhos de capital: elevação do preço de mercado de uma ação, permitindo ao investidor vender por preço maior do que adquiriu a ação Ações Formas de rendimento Dividendos: representam parte do lucro do exercício que é distribuída aos acionistas Bonificações: distribuição proporcional de novas ações aos acionistas atuais da empresa, em função de um aumento do capital Valor nominal: aumento do valor estatutário das ações, em função de uma capitalização Direito de Subscrição: direito do acionista em subscrever novas ações a serem emitidas Prof.ª Mariana Sato 31 de 58

7.4- Valores das ações Curso: Finanças Privadas p/ Analista Bacen Contábil: valor registrado no estatuto e nos livros da companhia Intrínseco: valor calculado por meio dos fluxos de caixa trazidos ao valor presente, subtraindo as dívidas Liquidação: valor a ser recebido por cada acionista no caso de liquidação da companhia Ações Valores Mercado: valor negociado em Bolsa de Valores ou outro mercado organizado Patrimonial: valor do patrimônio líquido dividido pelo número de ações emitidas Subscrição: valor de emissão fixado em subscrições para aumento de capital Unitário: valor do capital social dividido pelo número de ações emitidas 7.5- Índices de ações Índice de ações é um indicador de desempenho de um conjunto de ações ao longo do tempo. Os preços das ações podem oscilar por fatores relacionados à empresa ou por fatores externos, como o crescimento do país, do nível de emprego e da taxa de juros. O objetivo do índice é demonstrar essa variação. O principal índice utilizado no país é o índice Bovespa (Ibovespa), que tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de maior negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro 14. Para escolher quais ativos devem compor o Ibovespa, calcula-se a participação proporcional de cada ação no volume de negócios da bolsa. 7.6- Ações no mercado internacional Uma ação pode ser negociada no exterior por meio de títulos representativos, com lastro em ações no mercado local. As possibilidades são: 14 Fonte: Índice Bovespa Ibovespa. Disponível em: http://www.bmfbovespa.com.br/indices/resumoindice.aspx?indice=ibovespa&idioma=pt-br. Prof.ª Mariana Sato 32 de 58