BULLYING ESCOLAR: aproximações de uma realidade de alunos de 5º e 6º anos RESUMO



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Transcrição:

Revista Eventos Pedagógicos v.4, n.1, p. 72-79, mar. jul. 2013 BULLYING ESCOLAR: aproximações de uma realidade de alunos de 5º e 6º anos Edilaine Aparecida da Silva Isabela Augusta Andrade Souza RESUMO A pesquisa sobre o tema bullying escolar foi realizada em duas escolas de educação básica no município de Sinop - MT. Utilizou-se a metodologia de pesquisa qualitativa como análise e recursos da pesquisa quantitativa para a organização e visualização dos dados coletados. As perguntas que nortearam este trabalho foram feitas por meio de questionários aplicados tanto com os educadores quanto com os alunos do 5ª e 6ª anos, e teve como objetivo conhecer a violência que ocorre dentro das escolas, violências essas que podem prejudicar o desenvolvimento da criança e sua vida social. Palavras-chave: Educação. Bullying. Violência. Educadores e alunos. 1 INTRODUÇÃO Todas as crianças adoram brincar, é um atitude normal no desenvolvimento infantil, porem existem alguns tipo de brincadeiras que podemos dizer ofensivas, brincadeiras que podem afetar a saúde emocional de outras crianças, brincadeiras de mal gosto, são aquelas que são feitas como provocação de um grupo para outro, em virtude de um pré conceito, por questões de diferenças que são intoleráveis pelos agressores, essas brincadeiras são denominadas bullying, porem sabemos que certas atitudes vão muito além de brincadeiras ofensivas, podendo chegar até mesmo na agressão com o colega no meio escolar. Academica do 7º Semestre do Curso de Pedagogia, Faculdade de Educação e Linguagem da UNEMAT - Campus Universitário de Sinop. Doutora em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professora concursada na área de Psicologia da Educação do Campus Universitário de Sinop.

A violência escolar é um fato que ocorre constantemente no cotidiano escolar, e percebemos que é um problema entre as crianças, e muitas vezes se torna um problema para os pais e professores, porem alguns desses responsáveis pelas crianças fazem vista grossa e fingem que nada esta acontecendo, por outro lado vemos que algumas vezes que o próprio adulto é o responsável por tal violência, e a criança é só um espelho do adulto, em seus atos. 2 ENTENDENDO MELHOR O FENOMENO BULLYING Neste capitulo iremos descrever o conceito de bullying, suas causas e consequências, quais são os problemas que as crianças agredidas podem desenvolver, e como esse fenômeno acontece no Brasil e em outros países, e como é trabalhado pelas escolas. O bullying é uma palavra de origem inglesa e foi adotada por muitos países para definir o comportamento agressivo onde uma pessoa maltrata outra. O termo bullying segundo o dicionário Michaelis significa brigão, valentão e a palavra bullying não tem tradução para o português. A definição do termo bullying é compreendida como comportamento agressivo e repetitivo: Assim sendo, por definição universal, bullying é um conjunto de atitudes agressivas, intencionais e repetitivas que ocorrem sem motivação evidente, adotado por um ou mais alunos contra outro(s), causando dor, angustia e sofrimento. Insultos, intimidações, apelidos cruéis, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuação de grupos que hostilizam, ridicularizam e infernizam a vida de outros alunos levando-os a exclusão, alem de danos físicos, morais e materiais, são algumas das manifestações do comportamento bullying. (FANTE, 2005, p. 28-29). O bullying é um fenômeno conhecido no Brasil e em outros países, e quase sempre causa sérios danos às crianças e/ou adolescentes na escola e muitas vezes deixam marcas para toda a vida. Este fenômeno é formado por atos agressivos e já há algum tempo, tem sido muito comum no ambiente escolar, onde a existência de diversos tipos de conflitos e tensões geralmente ocorre. É causado por um ou mais alunos contra o outro aluno e muitas vezes, aparentemente sem motivo algum. Muitas vezes o aluno além de agredido é excluído da turma, sente-se sozinho e muitos dos seus colegas o abandonam com medo de também sofrer a agressão por parte dos alunos que provocam o bullying em sala de aula: É fundamental explicitar que as atitudes tomadas por um ou mais agressores contra um ou alguns estudantes, geralmente, não apresentam motivações especificas ou BULLYING ESCOLAR: aproximações de uma realidade de alunos de 5º e 6º anos - Página 73

justificáveis. Isso significa dizer que, de forma quase natural, os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vitimas. E isso, invariavelmente, sempre produz, alimenta e até perpetua muita dor e sofrimento nos vitimados. (SILVA, 2010, p.21). 2.1 TIPOS DE BULLYING De acordo com Silva (2010), há várias formas que disseminam o bullying, podendo elas ser formas diretas ou indiretas, e muitas vezes a vitima não recebe somente uma forma de agressão, em muitos casos a pessoa é ofendida verbalmente, fisicamente, psicologicamente, moralmente, sexualmente, e até virtualmente. Algumas formas verbais são: fazer piadas ofensivas, colocar apelidos maldosos, falar mal e insultar o outro. Fisicamente pode ser: empurrar, chutar, roubar, bater, etc. Psicologicamente: excluir e isolar do grupo, fazer humilhações na frente dos colegas, muitas vezes perseguir e difamar. Sexualmente: abusar e/ou assediar a vitima, o que também pode ser considerado uma forma desprezível de bullying. Conforme Fante (2005), há também a fobia social que é quando a vitima sofre ao sair de casa, pois acredita que a qualquer momento será novamente alvo de bullying. É muito provável que a vitima também sofra de depressão onde afeta o humor a saúde e o próprio comportamento, assim como o desenvolvimento da anorexia e bulimia que muitas vezes pode levar até a morte. 3 OS ENVOLVIDOS Segundo Neto (2005), quando falamos do bullying, falamos de um conjunto de pessoas e também de um contexto dentro de uma situação social, um lugar. Devemos destacar que no caso dos envolvidos há sempre autor(es) e vítima(s) e também pode haver testemunha(s) ou espectador(es). De acordo com Cidade (2008), a principal característica do bullying é a violência oculta. Por ser oculta, muitas vezes faz com que a vitima fique em silencio com medo de contar que sofre com o bullying escolar, por exemplo, pois assim como isso pode acontecer num ambiente aberto e explícito, pode também acontecer com sutilezas, logo, ninguém olha ou mesmo percebe de fato o que pode estar acontecendo. 4 METODOLOGIA Página 74 - Edilaine Aparecida da Silva e Isabela Augusta Andrade Souza

A metodologia que norteará a análise da coleta de dados que fizemos para este trabalho é a pesquisa de campo, mas tendo como foco principal o objetivo de compreender melhor o fenômeno bullying e suas consequências em uma abordagem direta entre alunos do 5º ao 6º em uma instituição de ensino na cidade de Sinop-MT. O principal objetivo é alcançar o saber e adquirir mais conhecimentos referente ao tema contido neste estudo. Segundo Andrade (2010, p.115), A pesquisa de campo é assim denominada porque a coleta de dados é efetuada em campo, onde ocorrem espontaneamente os fenômenos, uma vez que não há interferência do pesquisador sobre eles. Os instrumentos metodológicos utilizados neste trabalho foram em forma de questionários individuais aplicados na sala de aula tanto para alunos quanto para os professores deste, além disso, também fizemos algumas observações que possibilitaram entender como o bullying age em sala de aula, e a reação dos professores diante do problema. Em relação à elaboração do questionário utilizado na pesquisa Andrade (2010, p. 134) afirma que: Para elaborar as perguntas de um questionário é indispensável levar em conta que o informante não poderá contar com explicações adicionais do pesquisador. Por este motivo, as perguntas devem ser muito claras e objetivas. A preferência deve recair sobre o emprego de perguntas fechadas, ou seja, as que pedem respostas curtas e previsíveis. Perguntas fechadas são aquelas que indicam três ou quatro opções de resposta ou se limitam á resposta afirmativa ou negativa, e já trazem espaços destinados a marcação da escolha. 4.1 OBSERVAÇAO Como já dissemos anteriormente, além dos questionários aplicados, nós também tivemos momentos de observação nos lugares da aplicação de nossa pesquisa. As observações foram feitas nas salas de aula, no pátio durante os horários da entrada, saída e no intervalo, nas duas escolas no período de duas semanas que equivale a vinte horas de observações semanais. O objetivo nosso enquanto observadora, foi acrescentar dados se possível, ao que obteríamos através de nossos questionários aplicados aos sujeitos de nossa pesquisa. Ou seja, uma tentativa de somatória de dados, além de conhecer um pouco melhor o contexto analisado, e assim, confirmar ou não situações de bullying tanto no ambiente escolar quanto nas relações sociais. Para que se torne um instrumento válido e fidelino de investigação cientifica, a observação precisa ser antes de tudo controlada e sistemática. Isso implica a existência de um planejamento cuidadoso do trabalho e uma preparação rigorosa do BULLYING ESCOLAR: aproximações de uma realidade de alunos de 5º e 6º anos - Página 75

observador. Planejar a observação significa determinar com antecedência o que e o como observar. (LUDKE; ANDRÉ, 1986, p.25). 5 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS Neste capítulo vamos relatar os passos das coletas de dados e também analisar os dados levantados para análise e reflexões à luz da teoria. 5.1 ANALISANDO AS FALAS DOS PROFESSORES O intuito de fazer entrevistas com os professores foi para que nossa análise pudesse trazer mais elementos para nossa pesquisa em relação ao contexto e assim, verificar se há pontos de divergência. Não traremos todas as falas detalhadas, mas usaremos algumas que mais se destacaram e que se alguma forma esteja representando as outras pessoas que também responderam as questões. O questionário respondido pelas professoras foi transcritos sem nenhuma correção ortográfica ou qualquer intervenção neste sentido garantindo assim total fidedignidade das falas dos entrevistados. Importante salientar que houve também o acordo de não identificação dos mesmos por questões éticas. A 1ª questão perguntada foi: Na sua sala de aula já aconteceu ou acontece casos de bullying? Vejamos algumas respostas: (01) Professora A: Algumas vezes por situações decorrentes aconteceram casos de bullying, mas que logo foram coibidos. Acho inadmissível um caso um caso deste e não fazer nada. (02) Professora C: Sim, constantemente alunos colocam apelidos uns nos outros. Se xingam de palavrões e outras expressões que causam transtornos. Já ocorreu casos de crianças se ameaçarem com objetos cortantes, devido aos xingamentos. Podemos perceber na fala das professoras que há sim uma presença de comportamentos relacionados ao bullying nas escolas, inclusive com possibilidade de reações passíveis de agressividade maior como reação das vítimas aos seus opressores. Segundo a autora Silva (2010, p. 64): Página 76 - Edilaine Aparecida da Silva e Isabela Augusta Andrade Souza

As instituições educacionais, se veem obrigadas a lidar com fenômenos como o bullying, que, embora sempre tenha existido nas escolas de todo o mundo, hoje ganha dimensões muito mais graves. O fenômeno expõe não somente a intolerância as diferenças, como também dissemina os mais diversos preconceitos e a covardia nas relações interpessoais dentro e fora dos muros escolares. Outra questão que fizemos aos professores foi a seguinte: Você acha que esse tipo de comportamento, ou seja, o bullying, pode trazer consequências para os alunos envolvidos? Observemos as respostas: (03) Professora A: Com certeza que trará consequências, quem sofre é discriminado, agredido e tem sua auto estima afetada e quem aplica torna-se arrogante e acha que pode tudo. (04) Professora C: Sim, o bullying deixa as crianças com a auto-estima baixa, desmotivados para realizar qualquer tarefa que ele precisa se expor. Como podemos perceber, as professoras não tem dúvidas quanto as consequências dos desdobramentos na vida de uma criança que venha a sofre o bullying, onde destacam inclusive a questão da auto estima do aluno como um fator preocupante devido ao sofrimento. Segundo Fante (2005, p. 79), Em estudos [...] evidenciou a probabilidade de que um grande número desses alunos venham a se tornar depressivo [...] como consequência da perda da auto estima. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Não podemos e nem queremos colocar o papel do professor como sendo o agente responsável pelo saber ou não, tanto do conceito quanto da gravidade do bullying nas escolas, pois não se trata de um local mas de um comportamento social equivocado e cada vez mais perigoso em suas práticas. No entanto, o princípio do entendimento do que é este evento do bullying, necessariamente tem que passar pela ciência, pelos conceitos teóricos e não mais ser tratado à luz do senso comum e da sua naturalização como se fosse algo normal e mais que isso, até certo ponto aceitável porque sempre esteve presente. O início de uma possibilidade não só de prevenção, mas de controle deste comportamento opressor começa pelo entendimento correto, e ao menos, neste recorte pequeno que pudemos observar, não parece ser este o caso. BULLYING ESCOLAR: aproximações de uma realidade de alunos de 5º e 6º anos - Página 77

Através dos questionários respondidos tanto pelos alunos como as professoras e pelas observações feitas pela pesquisadora ficou possível identificar cada personagem envolvido no bullying escolar, através desta pesquisa é possível perceber que as professoras tem o conhecimento referente ao bullying, sabem também das consequências que este tipo de pratica pode causar ao aluno tanto no emocional, no psicológico como na aprendizagem. Mesmo o bullying sendo um assunto pouco conhecido fica claro a necessidade de se trabalhar mais em sala com os alunos a respeito dos males que se pode causar. BULLYING ESCOLAR: aproximaciones de una realidad de alumnos de 5º y 6º años RESUMEN 1 La investigación sobre el tema bullying escolar fue realizada en dos escuelas de educación básica en la ciudad de Sinop-MT. Se utilizó la metodología de investigación cuantitativa como análisis y recursos de la investigación cuantitativa para la organización y visualización de los datos recogidos. Las preguntas que guiaron este estudio fueron hechas por medio de cuestionarios aplicados, tanto con los profesores y con los alumnos de 5º y 6º años, y tuvo como objetivo comprender la violencia que ocurre dentro de las escuelas, la violencia que pueden perjudicar el desarrollo del niño y su vida social. Palabras clave: Educación. Bullying. Violencia. Educadores y alumnos REFERÊNCIAS ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho cientifico. 10. ed. São Paulo: Atlas.2010. CIDADE, Adriana Pires Souza. Bulliyng escolar: uma realidade ainda desconhecida. 2008. 54 f. Monografia (Graduação) Centro Universitário do Distrito Federal, Brasília, 2008. FANTE, Cléo. Fênomeno Bullying: como previnir a violência nas escolas e educar para a paz. Campinas: Verus, 2005. LUDKE, Menga; ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. 1 Traduzido pela professora Maria de Lourdes Alves Bedendi (CRLE Revista Eventos Pedagógicos). Página 78 - Edilaine Aparecida da Silva e Isabela Augusta Andrade Souza

NETO, Aramis A. Lopes. Bullying: comportamento agressivo entre os estudantes. Rio de Janeiro. 2005. Disponível em:< http://www.observatoriodainfantia.com.br/img/pdf/doc- 158.pdf >. Acesso em: 26 abr. 2013. SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes perigosas na escola. Rio de Janeiro: Fontanar, 2010. BULLYING ESCOLAR: aproximações de uma realidade de alunos de 5º e 6º anos - Página 79