IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR-PESQUISADOR NO COTIDIANO ESCOLAR



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Transcrição:

IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR-PESQUISADOR NO COTIDIANO ESCOLAR Stela de Oliveira 1 Mônica Aparecida de Macedo Golba 2 Apoliana Regina Groff 3 RESUMO: Objetivando problematizar a importância de se fazer pesquisa no ambiente escolar, onde cada escola pode desenvolver estudos de acordo com as necessidades de seu cotidiano. É neste ambiente onde as trocas de experiências ocorrem que o professor pode se envolver ético-esteticamente com a vida da escola, no sentido de transformá-la. Para realizar as transformações necessárias no cotidiano escolar é preciso que conheçamos o ambiente da intervenção educativa. Neste sentido é que o reconhecimento dos espaços e relações, por meio de entrevistas, conversas e observações diárias, se constitui em pesquisas, pois possibilita olhares para realidade procurando estranhá-la, para desnaturalizar o que é dado como normal, a exemplo de muitas formas de violências que estão presentes, mas que passam despercebidas. A possibilidade de o professor enquanto pesquisador reconhecer, sobretudo, as violências que afetam a escola e os sujeitos que a compõem, é de extrema importância, pois, a partir destas informações produzidas no cotidiano da escola, são possíveis diversas formas de intervenções educativas que envolvam a comunidade escolar na prevenção e enfrentamento das violências. Palavras-Chave: Professor-pesquisador. Violências. Gestão do Cuidado. A necessidade de (re)conhecer o contexto escolar, seus sujeitos, as relações de cuidado e violências que são engendrados neste espaço, o qual muitas crianças e adolescentes estão todos os dias, onde se alimentam e interagirem com os outros, socializam suas crenças, seus conhecimentos e culturas, ou seja, um espaço de relações sociais e afetivas diversas. Muitos alunos são carentes em suas necessidades básicas de sobrevivência e, também, de amor e cuidados por parte dos adultos, reconhecendo que no ambiente escolar, também há violências, pois é um espaço onde muitos expressam os sofrimentos que os afetam fora da escola. Além disso, as violências que a própria escola (re)produz seja com os estudantes ou com os profissionais da educação. Esta presença com outros olhos no contexto educativo mostra a necessidade da realização de intervenções nas violências que permeiam a vida dos alunos, sendo necessário para tanto, a criação de um diagnóstico por meio de pesquisas que apontem para os objetivos destas intervenções. Para que isso ocorra, a pesquisa no ambiente escolar se mostra como uma ferramenta de grande importância, pois através da visão do professor- 1 Mestre em Ciências Biológicas, Secretaria de Estado da Educação, stelaoliveira@seed.pr.gov.br 2 Mestre em Educação, Secretaria de Estado da Educação, monica_golba@seed.pr.gov.br 3 Doutoranda em Psicologia, Universidade Federal de Santa Catarina, poligroff@gmail.com

pesquisador, estaremos modificando nossos modos de sentir/pensar/agir, pelo anseio de respostas para entender toda a complexidade das violências que ocorrem no ambiente escolar e, também fora dela. Para realizar essa transformação no cotidiano escolar é necessário que conheçamos o ambiente da intervenção educativa. Para isso é preciso realizar reflexões sobre o cotidiano, a partir de seu reconhecimento e isso, também é pesquisar, ou seja, olhar para realidade procurando estranhá-la, para desnaturalizar o que é dado como normal, a exemplo de muitas formas de violências. Assim, questionamos: é possível o professor fazer pesquisas no seu contexto de trabalho? O cotidiano é um campo rico de possibilidades de pesquisas? Para que pesquisar? Como intervir nas situações de violências nos contextos escolares? É notória a necessidade de conhecer o contexto e os sujeitos que compõem o ambiente escolar, estabelecendo vínculos de afetividade através da convivência, reposicionar o professor como pesquisador do cotidiano em que atua, pois a partir do momento que expressamos um olhar diferente, abrimos a possibilidade de intervenções nas mais diversas temáticas que afligem os educadores e, em se tratando das violências, é muito importante a realização de pesquisas que fundamentem intervenções para construção de Escolas que Protegem, por meio dos pressupostos teórico-metodológicos da Gestão do Cuidado. O professor-pesquisador no cotidiano escolar: algumas reflexões Ao ingressar no ambiente escolar, nos deparamos com uma realidade diferente, encontramos como objeto de trabalho um sujeito pensante, participativo, afetivo e que precisa de cuidados para garantir seu crescimento. Neste ambiente, a pesquisa é imprescindível, pois cada estabelecimento educacional tem suas características e podem através das pesquisas, compreender as diversas realidades para poder transformá-las. Se observamos, além do que os olhos querem nos mostrar, veremos que o cotidiano escolar nos trás muitas informações sobre a suas realidades, sobre os sujeitos e as relações que são tecidas neste espaço, ou seja, nos mostra o acaso diário. Esta expressão é mencionada por Spink (2008), para mostrar a importância dos encontros e desencontros, do que é falado e o que ocorrem nos ambientes, estes que são de breves passagens, assim como o dia a dia da escola. Desta forma, como vivenciamos no ambiente escolar uma multiplicidade de situações, ela é a possibilidade de uma bela e prazerosa passagem em nossas 2

vidas, lugar que, ao nos possibilitarmos ouvir e enxergar, certamente iremos nos interrogar constantemente, tentando buscar o sentido do que o outro quer nos evidenciar, das relações que construímos ou não com aqueles que habitam a escola. Mesmo com essa importância, nós professores, nos deparamos com uma realidade impactante, onde muitas vezes não há o incentivo pedagógico ou financiamento pelo governo para o desenvolvimento de pesquisas e sua posterior intervenção. No entanto, de acordo com Spink (2008), não importa se estamos trabalhando com financiamento ou não, pois o que o pesquisador busca é contribuir com o bem estar dos sujeitos, assumindo nossa responsabilidade enquanto cidadão. E é essa consciência que faz com que nós profissionais da educação, possamos reconhecer no processo do pesquisar, a importância de conhecer o outro e a realidade, para poder intervir nos micro-acontecimentos e lugares do espaço escolar. Os professores são profissionais com características de inquietude diante do que os afeta, onde mesmo sem nenhum apoio, tentam de alguma forma transformar o ambiente escolar para que este se torne um ambiente propício ao saber e a troca de experiências entre os participantes deste sistema que compomos. E, com toda essa inquietude, como professoras e cidadãs, nos deparamos também com a necessidade de pesquisar formas de entender melhor sobre as violências que cercavam os alunos, porém as violências as quais enxergávamos, eram apenas de indisciplinas em sala de aula, que chegavam à discussões, xingamento ou agressões físicas. Começamos a nos deparar com as violências onde o silenciamento do aluno nos dizia muitas coisas, mas nunca nos havia afetado por essa expressão do silêncio. Todavia, o cotidiano neste ambiente, aguçou a nossa curiosidade enquanto professoras, começamos a notar que no ambiente de periferia, a escola era o único ambiente de socialização para as crianças e adolescentes e que mesmo no meio de tanta gritaria e agitação nos corredores da escola, os alunos gostavam muito de estar lá tinham a escola como uma referência positiva em suas vidas. Paulo Freire (apud OLIVEIRA, 2008) em seu poema A Escola já mencionava a escola como sendo este ambiente de interação com o outro, um ambiente de diversidade, pois ( ) a Escola é um lugar onde se faz amigos, não se trata só de prédios, salas, quadros, programas, horários, conceitos... Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima. Porém, todo este contexto antagônico entre o conceito de socialização o qual nos acreditávamos e o padrão de socialização o qual estávamos nos deparando 3

começou a causar certa estranheza e necessidade de problematização da realidade, então começamos a questionar sobre quais eram os possíveis fatores e linhas que estavam tramando tantas dificuldades no processo de ensino-aprendizagem, para muitos estudantes e professores. Em um primeiro momento, estávamos buscando uma forma de melhorar o convívio em sala de aula. Buscando formas de entender mais os educandos para juntos melhorarmos o processo de aprendizagem e alcançar maiores resultados nas aprovações anuais. O cotidiano na escola se baseava no processo do ensino teórico de diferentes disciplinas e momentos fora da sala de aula, os quais se utilizam para pesquisas com os alunos no ambiente escolar, temáticas como: drogadição, gravidez na adolescência e alimentação saudável. Mesmo com a preocupação com o bem estar dos alunos, todas estas pesquisas tinham um caráter quantitativo, onde a estatística evidenciava os problemas referentes a estes temas e a necessidade de intervenções, a discussão ocorria através do que os dados numéricos estavam mostrando, dos gráficos construídos. No entanto, não levando em consideração o quê os jovens estudantes tinham a dizer sobre como seu cotidiano se construía, pois todas as questões a serem discutidas a partir dos dados levantados, advinham apenas do conhecimento científico através de leituras de artigos. Infelizmente, enquanto pesquisadoras, nós não tínhamos uma aproximação com os sujeitos pesquisados, a relação entre nós ocorria apenas no momento da entrega do questionário a ser aplicado, nosso olhar era superficial, não estabelecendo uma relação de troca afetiva com os educandos, existia certa cordialidade com estes, mas sem prestar atenção no contexto e no sujeito que respondia as questões. Assim, não estávamos reconhecendo aquele espaço do aluno, como o próprio cotidiano, a relação de troca que estava acorrendo entre as visões de educadoras-pesquisadoras e as necessidades dos educandos contrastavam com a realidade da escola. O método de pesquisa era muito planejado e delineado através do modelo quantitativo, onde a quantidade de repetições era o mais importante para o delineamento estatístico ocorrer sem discrepância do erro de pesquisa. Porém, segundo Spink (2008), o pesquisar no cotidiano pode acontecer através de conversas espontâneas, sem um método planejado a priori, pois acontece por meio dos encontros situados em contextos, mas em acontecimentos não planejados. Neste processo, o fluxo diário não estava sendo discutido juntamente com os valores gerados através da estatística, não considerava as possibilidades de que a 4

vivência do cotidiano escolar estava abrindo um vasto campo para discussão e reflexões sobre como os educandos estavam inseridos naquela sociedade, como as violências estavam atingindo o seu desenvolvimento enquanto sujeitos e o que eles realmente pensavam e sentiam sobre as drogas ou a gravidez na adolescência. Os fatores sociais e afetivos não estavam presentes nos resultados obtidos através dos números. Na verdade, eram apenas mais um sujeito em contexto de violências que estavam sendo qualificados dentro de mais um índice, em meio a tantos outros dados de violências. Dados estatísticos que chocam o leitor em um primeiro momento, mas não os afetavam ao ponto de gerar ações que visassem o bem estar dos alunos, pois faltava chegar mais perto destes, conhecer seus pontos de vista, ouvir o que eles tinham a dizer. Quando se pesquisa levando em consideração quem é o sujeito que responde as nossas questões e perguntas, os dados numéricos começam a fazer mais sentido, pois um gesto ou um olhar expressam muito mais sentimentos do que um questionário com perguntas fechadas. É no contexto de uma conversa espontânea que podemos fazer associações entre os dados objetivos e subjetivos. Nesta relação, os dados qualitativos terão muito mais embasamento para gerar discussões do que apenas os valores numéricos, que não promovem a presença do sujeito como ser expressivo e falante e que tem muito mais a dizer, do que apenas o que queremos perguntar. A escola é um ambiente emaranhado, por ideias fixas e cristalizadas, devido à rotina e ausência de questionamento sobre o bem-estar do outro. Para Miguel et al. (2010), a princípio, vemos tudo, ou quase tudo, de uma forma superficial, como uma visão simplória e reducionista, sem que estejamos implicados com o conhecimento sobre o que é visto. Por isso, o professor que se entende como pesquisador do cotidiano, precisa se relacionar com estranheza com o que se está vendo, pois esta forma de observação irá contribuir para a construção de uma investigação educacional comprometida com as necessidades reais de mudanças. Neste sentido, a realização de pesquisas no ambiente escolar, pode ser um período de troca com o outro, buscando entender sua subjetividade, buscando uma nova estética para cuidar de si e do outro. Spink (2008) argumenta que ( ) estar no campo pode ser um período intenso de viver junto. Este é um processo onde a convivialidade, ou seja, um modo de convivência que indica o estar-com-o-outro na realidade onde este se encontra (SOUSA et al., 2010), nos permite a troca de 5

experiências vividas entre os sujeitos. Este contexto, a o entendimento de como a pesquisa etnográfica ajuda a perceber a importância das relações de trocas entre pesquisador e os sujeitos entrevistados, deixando de considerá-los apenas como um objeto de pesquisa. Para ter uma concepção do outro, é necessário ter um aproximação, possibilitando conhecer o ser humano. Todos os sujeitos possuem experiências que precisam ser levadas em consideração, pois pode alterar o modo de estarmos no mundo e essa experiência dá sentido para nossa existência. Nesta relação podemos esboçar as concepções de um sujeito de acordo com as condições de sua existência, os processos que o contexto engendra na produção da subjetividade, dos modos como os sujeitos pensam, sentem e agem no mundo. Nesta interação com o outro, percebemos que a realidade não se remete ao que acreditamos, mas sim pelas relações de troca com o outro. A realidade pode se expressar além daquilo que nossos olhos podem enxergar. Dentro deste contexto, a aplicação de pesquisas etnográficas possibilita entender o ponto de vista do entrevistado, onde o olhar do pesquisador poderá investigar e interpretar a história de cada indivíduo, marcando com seu olhar as possibilidades de compreender a realidade do sujeito (MIGUEL et al., 2010). Para Randon (2000), nosso olhar sobre a realidade determina a própria realidade, por isso, a necessidade que problematizarmos nosso próprio olhar, duvidar de nós mesmos e daquilo que definimos como verdade das coisas. Neste sentido, a pesquisa etnográfica possibilita compreender os sujeitos a partir do convívio em determinadas situações de suas vidas, por meio de diversos pontos de vistas, pois os sujeitos são cambiantes em relação aos lugares em que se situam, vivem e se relacionam. Através da etnografia percebemos a importância de se qualificar os dados numéricos, pois estes também são importantes, pois somente com os números o óbvio não parece tão óbvio assim, não expressam sentimentos, identidades e diversidades. No caso das estatísticas sobre as violências, sozinhas numericamente expostas, por vezes, causam naturalização e/ou indignação inútil, ou seja, discursos que alegam impotência para agir diante de tamanha expressão de violências e assim, justificam sua indiferença diante do sofrimento humano (SOUSA et al., 2010). Na observação do sujeito é possível dentro do contexto estudado ser afetado por ele, pois nesta relação de alteridade, construímos nossas identidades com a 6

interação e troca com o outro, nos mostrando diferentes formas de estar no mundo. Somos transformados diariamente, nosso cotidiano é composto por fragmentos culturais e pessoais, que permite que a existência se dê a partir da interação com o outro. Somos seres sociais, estamos em constante transformação, e estas ocorrem quando estamos junto-com o outro. Assim, nossa sensibilidade como educadorespesquisadores nos ajuda a reconhecer as necessidades de crianças e adolescentes imersos em contextos de violências, possibilitando a pesquisa no campo educacional para (des)construir os preconceitos e discriminações no processo de formação daqueles que estão sob a nossa proteção. Toda a reflexão gerada e a mudança de olhar que fomos obtendo em nosso cotidiano, proporcionaram pensamentos e sentimentos que levaram a perceber que em nossa convivência com o outro, percebemos que a realidade não se reduz ao que acreditamos. Ela pode ser bem maior do que aquilo que nossos olhos conseguem enxergar; desta forma, possibilitou-nos o exercício de reflexão sobre as violências e cuidados que ocorrem no ambiente escolar. Verificamos que as violências só existem porque nós as criamos e reproduzimos em nossas relações com o outro; também contemplamos estratégias pedagógicas que envolveram todos os participantes do ambiente escolar para refletir sobre as violências na escola e no seu entorno, com a intencionalidade de juntos construirmos um espaço de potencialidades da vida. Desta forma, quando questionamos as situações de nosso cotidiano, nosso estar-no-mundo, será que também problematizamos como as violências ocorrem em nossa sociedade? Neste sentido, além da observação, fundamentamos o nossa pesquisa a partir de entrevistas com alunos, professores, equipe pedagógica e gestores da escola. Nesta reflexão análoga, observamos que persistem as diversas violências praticadas no ambiente escolar e as práticas de cuidados, as quais os alunos desconhecem. Quando questionamos os educandos a respeito das violências e dos cuidados, percebemos que nossos olhares, muitas vezes, estavam ofuscados por uma metodologia fria e sem contato com o outro. Por outro lado, os discursos da direção e equipe pedagógica apontaram para um pseudo-desconhecimento dessas práticas de violências as quais são tecidas no ambiente escolar, pois disseram não praticar violências na escola. Muitos foram os olhares, as visões de mundo, os significados atribuídos as palavras violências e cuidados durante nossa travessia investigativa. Verificamos as divergências e semelhanças de olhares e significações 7

acerca do que os sujeitos entendem por violências e cuidados no ambiente escolar. Diante disto, reconhecemos a necessidade de espaços de debates sobre a gestão do cuidado, visando esclarecer os conceitos de violências e de cuidados no que diz respeito aos ambientes escolares, construindo práticas educativas, que visam o bem estar dos sujeitos, a partir da negação dos sofrimentos. Sousa et al. (2010) nos propõem alguns aspectos epistemológicos importantes que sustentam a gestão do cuidado: A prioridade absoluta da vida; O amor como essência das relações; Corpo e espírito como unidade indissociável; Ensinar pela vivência; A recusa por toda forma de sofrimento; Criar contextos de intercomunicação; A convivência como sustentáculo da gestão e aperfeiçoar nosso processo de humanização. Com a mudança no olhar, este nos evidenciou a importância da pesquisa no ambiente escolar, gerando discussões para apresentar situações do cotidiano que passam despercebidas aos nossos olhos. Refletir sobre a realidade escolar, faz com que nossa visão adultocêntrica que se relaciona com crianças e adolescentes desconsiderando suas ideias e falas sobre o mundo, passe a reconhecer a complexidade das violências que também produzimos, mas que também podemos construir espaços educativos afetivos. Desta forma, a escola pode tanto acolher como excluir os educandos de seu contexto, pode potencializar ou deprimir sua formação e desenvolvimento. Através da problematização e reflexão das violências, podemos experimentar a convivência com o outro, a partir da legitimação das diferenças e respeito a vida. A escola é um local de diversidade cultural e através da acolhida do outro, reconhecemos as diversidades dos modos de ser humano e podemos traçar olhares de complementaridade, ao invés das ações e pensamentos segregacionistas. Reconhecendo esta diversidade no ambiente escolar, é possível criar uma pedagogia onde a afetividade é seu fio condutor, isso acontece através da acolhida do outro, experimentando relações afetivas, gerando sujeitos livres e responsáveis, possibilitando um sentir em comum, onde cada indivíduo possa expressar seus pontos de vista e ideias sobre aquilo que acreditam, para que as divergências sejam refletidas e respeitadas (SOUSA et al., 2010). A articulação dos sujeitos que compõem a comunidade escolar pode proporcionar o tecimento de práticas pedagógicas, as quais poderão gerar mudanças de importância social e afetiva na vida dos educandos. Fino (2008) argumenta que o ponto de vista dos sujeitos participantes de pesquisas etnográficas, 8

ou seja, estudantes, professores e outras pessoas envolvidas no cotidiano da escola, podem gerar práticas pedagógicas inovadoras, que possibilitem uma escola afetiva, oportunizando o estar-junto-com, pois estamos no campo, buscando contribuir para o bem coletivo, assumindo a nossa responsabilidade numa comunidade formada por cidadãos participativos (SPINK, 2008). Neste sentido, compreendemos que o professor-pesquisador precisa conhecer a escola para poder intervir no seu contexto. Para conhecer é preciso investigar e ter clareza de onde partimos e para onde queremos chegar, por isso é preciso perguntar: o que conhecemos da escola? O que sabemos sobre nossos alunos? Quem são nossos colegas de trabalho? Quais os sentidos da escola para os sujeitos que a frequentam todos os dias? Como as violências são tecidas nas relações? O que conhecem os educadores sobre as violências que sofrem crianças e adolescentes? Como podemos intervir de forma educativa nas situações de violências e na sua prevenção? Sendo a educação um dos responsáveis pela promoção dos direitos humanos, cabe a escola e seus profissionais priorizarem a formação de crianças e adolescentes para que estes defendam a diversidade da vida, tornando-se adultos compreensíveis e éticos, com posturas de recusa às violências e sofrimentos (SOUSA et al., 2010). É aí que entra os pressupostos teórico-metodológicos da gestão do cuidado na escola, cuidando e protegendo seus alunos de toda e qualquer forma de violências. Relatar, procurar mostrar, ir além da escola, fazer seu papel de protetora, de amparadora, mas para isso, temos que estar todos empenhados nesse processo. Todo corpo docente das instituições de ensino precisam levar os casos de violências a outros órgãos competentes que também atuem nesse sistema de proteção à criança e ao adolescente matriculado na escola. É no âmbito escolar, que, nós professores, devemos prevenir, sentir, estar atentos e, principalmente, agir na prevenção das violências. Isso será mais possível se, imbuídos da inquietude e de uma postura investigativa, busquemos conhecer a realidade cotidiana da escola e dos sujeitos que passam por ela, para poder transformá-la. Pesquisar o cotidiano é ir de encontro com as histórias de pessoas, com suas necessidades e com as demandas da escola. Com isso, também se tornam importante intervenções que visem mudanças, pois a pesquisa pode fundamentar projetos e traçar seus objetivos. Dentre várias reflexões que realizamos professoraspesquisadoras, observamos que a influência para a constituição da pesquisa no 9

ambiente escolar se caracteriza (ou pode ser adaptada) de acordo com o cotidiano de cada profissional e também com as condições de trabalho em seu dia-a-dia. Exercemos diariamente os princípios da pesquisa etnográfica, porém nem sempre percebemos, e isto se dá através do relacionamento com nossos alunos, quando queremos saber como é seu cotidiano e de que forma a sua socialização está sendo alterada com as vivências que estão sendo mostradas no micro-lugar onde estes estão inseridos. Porém, essa curiosidade de conhecer mais o outro faz com que o relacionamento entre professor-aluno contribua para delinear nossa relação na escola. Há muito que se fazer ainda para alcançarmos uma sociedade igualitária, justa e que promova o cuidado nas relações com o outro. Estamos nos lançando numa travessia, de estudos, pesquisas, intervenções educacionais, vislumbrando que transformações ocorram em nossa sociedade, para que nossas crianças e adolescentes possam conhecer novas práticas educacionais, com um olhar mais humano e que seja pautada pelo cuidado nas instituições de ensino, onde os estudantes possam realizar aquilo que desejam, caminhando sem medos, construindo uma vida onde as marcas das violências sejam superadas. Bibliografias FINO, C. N. A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locais. In.: ESCALIER, C. & VERÍSSIMO, N. (Org.). Educação e Cultura. Funchal: DCE Universidade da Madeira, 2008. (p. 43-53) Disponível em http://www.uma.pt/carlosfino/publicacoes/22.pdf. MIGUEL, D.; SOUSA, A. M. B.; LIMA, P. M. Projeto de intervenção educacional. Florianópolis: NUVIC-CED-UFSC, 2010. OLIVEIRA. E. S.; FREIRE, P.; PICHON, R. Aproximações conceituais em torno da educação e da psicologia. Revista Vozes em Diálogo. Rio de Janeiro, n. 2, jul/dez 2008. Disponível em http://www.e-publicacoes.uerj.br. Acesso em 28/06/2011. RANDOM, M. O território do Olhar. In SOMMERMAN, Américo; MELLO, M. F. ; BARROS, V. M. Educação e Transdisciplinaridade, II. Guarujá: Triom, 2002. p 26-39. SOUSA, A. M. B.; MIGUEL, D.; LIMA, P. M. Modulo I: Gestão do Cuidado e Educação Biocêntrica. Florianópolis: UFSC-CED-NUVIC, 2010. SPINK, P. K. O pesquisador conversador no cotidiano. Psicologia e Sociedade. Edição Especial. v. 20, p 70-77, 2008. 10