EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER Distribuição das neoplasias em populações humanas Etiologia/Fatores de risco Prevenção/Detecção precoce Prognóstico Tratamento
IMPORTÂNCIA DAS NEOPLASIAS 2a. causa de morte no mundo (1a. - DCV) Magrath I. Lancet Oncol 2007; 8: 562-3. Envelhecimento da população Independente do envelhecimento importância crescente
World Health Statistics, 2007
CÂNCER NO BRASIL 2a. causa de morte em mulheres e 3ª. em homens Queda consistente da mortalidade por DCV Envelhecimento acelerado da população
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER Distribuição das neoplasias em populações humanas Etiologia/Fatores de risco Prevenção/Detecção precoce Prognóstico Tratamento
José Eluf Neto DMP - FMUSP
PRINCIPAIS NEOPLASIAS E CAUSAS(S) MAIS IMPORTANTE(S) Tipo ou localização Causa(s) mais importante(s) Conhecida ou provável Possível Pulmão Cólon e reto Mama Próstata Bexiga Linfoma não Hodgkin Endométrio Boca/faringe Pâncreas Leucemia Tabaco Gordura animal, pouca fibra, obesidade Hormônios ovarianos Testosterona Tabaco HIV, HTLV-1 Estrógeno, obesidade Tabaco, álcool Tabaco R-X, radiação Radônio Álcool, vida sedentária HPV Adaptado de Henderson et al. Science 1991; 254: 1131-7; Renehan et al. Lancet 2008; 371: 569 78.
PRINCIPAIS NEOPLASIAS E CAUSAS(S) MAIS IMPORTANTE(S) Tipo ou localização Causa(s) mais importante(s) Conhecida ou provável Possível Melanoma Rim Estômago Ovário Cérebro/SNC Cérvix Fígado Laringe Tireóide Esôfago Luz ultravioleta Tabaco H. pylori, sal, tabaco Ovulação Trauma, radiação HPV HBV, HCV, álcool Tabaco, álcool Tabaco, álcool Analgésicos, diuréticos Aflatoxina HPV Excesso de iodo Obesidade Adaptado de Henderson et al. Science 1991; 254: 1131-7. Renehan et al. Lancet 2008; 371: 569 78.
INFECÇÃO E CÂNCER Carcinoma hepatocelular - HBV/HCV Fração atribuível: 85,5% Câncer de colo uterino - HPV Fração atribuível: 100% Câncer de estômago - H. pylori Fração atribuível: 63% Outras neoplasias malignas Câncer ano-genital HPV; Câncer de orofaringe HPV; Linfoma de Burkitt EBV; SK HIV/HHV-8; Leucemia/Linfoma de células T do adulto - HTLV-1 Incidência de câncer (2002) atribuível a agentes infecciosos: 17,8% Parkin DM. Int J Cancer 2006; 118: 3030-44.
EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER Distribuição das neoplasias em populações humanas Etiologia/Fatores de risco Prevenção/Detecção precoce Prognóstico Tratamento
INCIDÊNCIA DE CÂNCER DO COLO DO ÚTERO POR 100.000 MULHERES (AJUSTADA POR IDADE), 2002. GRÁFICOS TIPO PIZZA MOSTRAM A PROPORÇÃO DE CASOS CAUSADA POR HPV 16 OU 18 Agosti & Goldie. N Engl J Med 2007; 356: 1908-10. 3
PREVALÊNCIA ESTIMADA DE DNA HPV (%) NAS REGIÕES DO MUNDO MULHERES COM CITOLOGIA NORMAL Sanjosé et al. Lancet Infect Dis 2007; 7:453-9.
- HPV 6, 11, 16 e 18 (mulheres) Condiloma acuminado, câncer: cérvix, ânus, vulva, vagina, HN? 1ª. aprovação - 2006; FDA - 2006; ANVISA - 2006 - HPV 16 e 18 (mulheres) Câncer: : cérvix, ânus, vulva, vagina, HN? 1ª. aprovação - 2007; FDA - 2009 - HPV 6, 11, 16 e 18 (homens) Aprovação FDA - 2009 VACINAS ANTI-HPV Ambas profiláticas
MORTALIDADE POR CÂNCER DO COLO DO ÚTERO, CORPO DO ÚTERO Figura 1. Mortalidade E ÚTERO por câncer do SEM colo do OUTRAS útero, corpo do útero ESPECIFICAÇÕES e útero sem outras especificações (SOE), (soe), município de São Paulo, 1980-99 (médias móveis) MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, 1980-99 (MÉDIAS MÓVEIS) 6 Taxas ajustadas por idade por 100.000 Taxas ajustadas por idade por 100.000 5 4 3 2 1 - - - - colo soe corpo - - - - colo soe corpo 0 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 colo 5,4 5,5 5,5 5,5 5,2 5,1 5,2 4,9 5,1 4,4 5,4 5 5 5 5,2 5,4 5,2 5,2 5,6 5,5 soe 4,2 4,4 4,1 4,5 4,9 3,8 4,1 4,1 3,5 3,4 3,9 3,8 3,5 3,1 3,7 3,2 2,8 3,1 2,9 3 corpo 1,7 1,3 1,4 1,3 1,3 1,6 1,5 1,4 1,9 1,6 1,7 1,9 1,8 2,3 1,8 1,6 2,1 1,8 1,6 2,2 Anos Anos Fonseca et al. Cad Saúde Públ 2004; 20:136-42
CLASSIFICAÇÃO USPSTF 2007 A - Recomenda o exame Há grande probabilidade de que o benefício seja substancial B - Recomenda o exame Há grande probabilidade de que o benefício seja moderado, ou razoável probabilidade de que o benefício seja moderado/substancial C - Contra-indica rotineiramente o exame Indicação possível em alguns indivíduos; probabilidade no mínimo razoável de que o benefício seja pequeno D - Contra-indica o exame Há razoável ou grande probabilidade de não benefício, ou de que os prejuízos superem os benefícios I - Evidência insuficiente para recomendar ou contraindicar o exame Evidência inexistente, de má qualidade ou contraditória; balanço entre prejuízos e benefícios não pode ser determinado U.S. Preventive Services Task Force. Ann Intern Med 2007; 147: 128-34.
RASTREAMENTO PARA CÂNCER - RECOMENDAÇÕES Indivíduos sem sintomas ou fatores de risco para o câncer A ou B: três cânceres - Mama/mulheres (50-74 anos): mamografia a cada 2 anos U.S. Preventive Services Task Force. Ann Intern Med 2009; 151: 716-26. - Colo de útero (após início da atividade sexual): Papanicolaou - Colo-retal (50 anos ou mais): pesquisa de sangue oculto nas fezes, reto-sigmoidoscopia ou colonoscopia Comparação com sociedades de especialistas
RASTREAMENTO Efeito comparado a outras medidas de controle Exs.: exposição ambiental, imunização Exames com recomendação C (ou I) Ex.: auto-exame de mama - tempo despendido p/ instrução reduziria tempo disponível p/ medidas preventivas de efetividade comprovada U.S. Preventive Services Task Force, 1996 (2 nd ed.)
CÂNCER DE PRÓSTATA - SOBREVIDA COM RASTREAMENTO Urologistas estão corretos - A maioria dos casos detectados por rastreamento (PSA) têm maior sobrevida - Muitos morrem por outras causas Resultados esperados (mesmo sem benefício real) Necessidade de ensaios clínicos controlados
RASTREAMENTO COM PSA DIFICULDADES História Natural do câncer de próstata conhecimento limitado - Aumento exponencial com a idade: prevalência em homens entre 60 e 90 anos (autópsia) 15% a 80% Carter HB. N Engl J Med 2004; 350: 2292-4; Stamey et al. J Urol 2004; 172: 1297-301. - Difícil predizer o prognóstico Willet Whitmore:... if treatment for cure is necessary, is it possible? If possible, is it necessary? Bermejo et al. J Natl Cancer Inst 2004; 96: 1348-9. PSA - ponto de corte - 2950 homens, 62-91 anos, PSA 4,0 ng/ml (anual, 7 anos de seguimento) Prevalência de Ca de próstata: 15,2% Thompson et al. N Engl J Med 2004; 350: 2239-46.
RASTREAMENTO COM PSA PREJUÍZOS Tratamento do câncer de próstata - Impotência sexual - Incontinência urinária - Incontinência fecal Qualidade de vida - Tem câncer Exames e tratamentos não necessários (quando o prognóstico não se altera)
RASTREAMENTO COM PSA RECOMENDAÇÕES Canadian Task Force D USPSTF I National Cancer Institute (EUA) I
EUA, homens com idade 50 anos - PSA alguma vez: 75%; regularmente: 54% Thompson et al. JAMA 2005; 294: 66-70. RASTREAMENTO COM PSA EUA, médicos com idade 50 anos, PSA alguma vez - Atenção primária: 78%; urologistas: 95% Barry MJ. Arch Intern Med 2006; 166:7-8. Brasil, médicos e auxiliares de enfermagem, com 40-69 anos - PSA alguma vez: 66% Gonçalves-Silva et al. Clinics 2010; 65: 151-5.
RASTREAMENTO MAMOGRAFIA X PSA Mamografia - Disseminação após vários ensaios clínicos PSA - Disseminação sem nenhum ensaio clínico Barry MJ. Arch Intern Med 2006; 166:7-8.