ATENDIMENTO DE ESTUDANTES COM SÍNDROME DE DOWN USANDO OBJETOS DE APRENDIZAGEM



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Transcrição:

ATENDIMENTO DE ESTUDANTES COM SÍNDROME DE DOWN USANDO OBJETOS DE APRENDIZAGEM Andressa Ruys de Mello 1 - UNESP Grupo de Trabalho: Diversidade e Inclusão Agência Financiadora: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo Resumo Os estudos realizados no Centro de Promoção para Inclusão Digital, Escolar e Social (CPIDES) localizado na Faculdade de Ciências e Tecnologia - UNESP de Presidente Prudente, permitiram perceber os benefícios que o uso do computador aliado à metodologia Construcionista, Contextualizada e Significativa (CCS), pode trazer para os Estudantes Público-Alvo da Educação Especial (EPAEE). Por meio de pesquisas realizadas pelo Grupo de Pesquisa Ambiente Potencializadores para Inclusão (API) pode-se perceber que o computador tem sido uma importante ferramenta para que estes EPAEE possam se aprimorar e estar cada vez mais aptos a se comunicar, a aprender a escrita, leitura e estar conectado com o mundo, independente da sua condição de vida. As ferramentas do computador podem ser utilizadas de diversas maneiras, nessa pesquisa, está sendo utilizado o Objeto de Aprendizagem (OA), recursos renováveis e reutilizáveis, que são atraentes e significativos para os estudantes. Para os estudantes os dois OA são para a alfabetização e ensino básico da matemática. Para o uso dos OA são realizados atendimentos com os dois estudantes com Síndrome de Down no CPIDES, foram realizadas pesquisas bibliográficas sobre TDIC, OA e Síndrome de Down. Além do uso do software, são realizadas atividades complementares no próprio computador, para que o estudante veja diversas possibilidades de utilizar os recursos do computador e aproveitar melhor as atividades propostas no software. O resultado parcial da pesquisa é de grande importância para a pesquisa, pois mostra evolução dos estudantes no uso do computador, no domínio dos recursos que o computador oferece e na alfabetização e na matemática básica, para ambos estudantes. Palavras-chave: TDIC. Síndrome de Down. Objetos de Aprendizagem. Introdução A tecnologia tem apresentado grandes avanços na última década. Têm surgido novos recursos que melhoram uso das tecnologias e isto tem influenciado a forma de comunicação e interação das pessoas. Hoje há menos contato físico, a maioria dos problemas é resolvida 1 Graduanda no curso de Pedagogia na Universidade Estadual Paulista. Email: mello_andressa@hotmail.com ISSN 2176-1396

13647 virtualmente, de um lado isto favorece a velocidade das informações e o contato imediato, por outro lado, porém não há tanta interação e proximidade das pessoas, cada vez estão mais ligadas a seus celulares e mensagens instantâneas. As Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), são todas as tecnologias que informam, conectam, organizam e auxiliam na informação e comunicação dos seres humanos. Para a Educação Especial a introdução das novas mídias foi de extrema importância, pois auxiliou o processo de ensino e aprendizagem, além de promover maiores situações de integração na sociedade. Desse modo: sendo assim, a inclusão aliada às tecnologias, pode proporcionar grandes benefícios na aprendizagem de PNEEs2, pois estas tecnologias se tornam ferramentas facilitadoras na construção do conhecimento e no próprio processo de inclusão, tanto digital, quanto social. (MANTOVANI; MARTINS, 2011, p. 5). Um dos recursos importante que a TDIC proporciona são os Objetos de Aprendizagem (OA), que segundo o site da Rede Internacional Virtual da Educação (RIVED) são ferramentas reutilizáveis que auxiliam o ensino e a aprendizagem, disponibilizados em repositórios na rede Internet. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2007). Desse modo pode-se afirmar que os recursos tecnológicos auxiliam e dão suporte para o aprendizado e socialização das pessoas com deficiência. Nesse sentido, esta pesquisa está sendo realizada com objetivo de estudar os OA voltado para a alfabetização e para o ensino da matemática, buscando verificar se os OA são benéficos para o aprendizado. Para o uso desses OA são realizados atendimentos no Centro de Promoção para Inclusão Digital, Escolar e Social (CPIDES), localizado na Faculdade de Ciências e Tecnologia- FCT- UNESP Campus e Presidente Prudente- São Paulo. Os atendimentos são realizados uma vez por semana com duração de uma hora. No CPIDES são realizadas pesquisas relacionadas a Inclusão, uso de TDIC para a inclusão de pessoas com deficiência entre outras dessa natureza. O centro nasceu do grupo de pesquisa Ambiente Potencializadores para a Inclusão (API), em que são discutidos estudos, novas pesquisas e experiências voltadas para favorecer a inclusão. 2 Pessoa com Necessidade Educacional Especial (PNEE) não é usado mais, o termo correto é Pessoa com deficiência. Termo presente na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas (ONU).

13648 Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação e Objetos de Aprendizagem As TDIC é todo aquele recurso que conecta, informa e interage pessoas em diferentes lugares, linguagens e modos. O uso da informática no Brasil começou na década de 70, com os professores universitários influenciados pela corrente informática nos Estados Unidos e Portugal. Começou com projetos em parceria com o MEC, para a formação dos professores e desenvolvimento de pesquisa. (SANTOS, 2006). Outra definição de TDIC que nos permite refletir sobre as vantagens que a educação tem com o uso das tecnologias, essa definição é dada por Farias (2013,p.21): tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) pode ser considerada como um conjunto de recursos tecnológicos, os quais permitem maior facilidade no acesso e na disseminação de informações. Tais tecnologias encontram-se presentes no dia a dia da Sociedade Contemporânea, nas mais distintas formas, sendo que, uma das áreas mais favorecidas com o uso das TIC é a educacional. Além disso, o uso de ferramentas tecnológicas no processo ensino-aprendizagem é importante para fomentar os recursos didáticos, auxiliar na inclusão digital, além de possibilitar o compartilhamento de informações e experiências entre os educandos. As novas tecnologias de informação estão integrando o mundo em redes globais de instrumentalidade. A comunicação mediada por computadores gera uma gama de comunidades virtuais. (FARIAS, 2013, p. 22) Na concepção de Valente (2014), as TDIC têm modificado os meios de comunicação e a forma de nos comunicarmos: a presença das tecnologias digitais de comunicação e educação (TDICs) no nosso dia a dia tem alterado visivelmente os meios de comunicação e como nos comunicamos. As possibilidades e o potencial que essas tecnologias oferecem para a comunicação são enormes. É possível vislumbrar mudanças substanciais nos processos comunicacionais, alterando a maneira como recebemos e acessamos a informação. (VALENTE, 2014, p. 142). Com a introdução do OA nas aulas os estudantes puderam ficar mais próximos da sua realidade, resolvendo situação-problemas que não fogem muito do seu cotidiano, envolvendo o lúdico, conhecimento e tecnologia. Ainda de acordo com Bardy (2010) os OA podem substituir um laboratório de alto custo e acompanha o ritmo dos estudantes. Alguns autores definem os OA, porém a definição que mais se encaixa no contexto é defendida por Rezende (2009, p. 353): o termo objeto de aprendizagem tem sido utilizado na literatura para referirse aos recursos educacionais digitais desenvolvidos com certos padrões para permitir a

13649 reutilização em vários contextos educacionais. Desse modo, além de serem econômicos, podem ser reutilizáveis dando oportunidades para diferentes estudantes usarem e se apropriarem dos conteúdos desenvolvidos pelo OA. Para que o uso das TDIC seja usado e compreendido, o grupo API constatou que deva ser de acordo com a abordagem a seguir. Abordagem Construcionista, Contextualizado e Significativo A concepção da abordagem foi criada por Schlünzen, que afirma que faz com que o computador passa a ser uma ferramenta na qual o aluno constrói conhecimentos e testa hipóteses e estratégias, dentro de um contexto dando significado ao que está sendo aprendido. De acordo com Santos et al ( 2005, p. 102): é um ambiente cujo problema nasce de um movimento na sala de aula, e os alunos em conjunto com os professores decidem desenvolver, com o uso do computador, um projeto que faz parte de sua vivência e contexto. No decorrer da construção do projeto, os alunos deparam-se com os conceitos curriculares e o professor auxilia o aluno para a construção do conhecimento a partir dos conceitos e significado. Portanto é uma Abordagem Construcionista porque o estudante constrói seu conhecimento com ajuda do computador, Contextualizado, pois é da vivência, das experiências dos estudantes e Significativo porque o conhecimento é construído por meio dos significados que vai se dando aos conceitos e dentro de um contexto. (SANTOS et al, 2005). Para essa concepção de abordagem são tomadas três teorias diferentes, a teoria de Piaget, Vygotsky e Paulo Freire. A teoria Piagetiana afirma que a pessoa não tem o conhecimento pronto, e sim que vai construindo progressivamente durante as ações que realiza. Outro fator que baseia a abordagem CCS é o do computador proporcionar mudanças estruturais do pensamento. (SANTOS, 2006). Na teoria Vygotskyana o conhecimento se consolida através da linguagem e desenvolvimento com o significado dos conceitos apresentados (SANTOS, 2006). Na teoria de Paulo Freire (1996 apud SANTOS et al, 2005), o autor afirma que a educação não pode apenas ser transmitida e, repassada e sim que o aluno tem que construir seu próprio conhecimento. Sendo assim, por meio da abordagem CCS é possível criar situações para que os estudantes construam seu próprio conhecimento, despertar a curiosidade e aprimorar a criatividade deles e deixar que explorem e descubram sobre suas próprias curiosidades. Nesta perspectiva, desenvolve-se pesquisas e atividades nos atendimentos.

13650 Atendimento dos estudantes Diante dessa perspectiva de uso da TDIC, OA e abordagem CCS a pesquisa intitulada Estudo das tecnologias digitais de informação e comunicação para o atendimento do estudante com Síndrome de Down, que está sendo realizada no CPIDES, na Faculdade de Ciências e Tecnologia- FCT- UNESP de Presidente Prudente e que tem objetivo de estudar os OA A Viagem Espacial e Fazenda Rived, que tem objetivos de alfabetização e conhecimentos numéricos, respectivamente. Para o estudo dos OA são realizados atendimentos no CPIDES com dois Estudantes Público Alvo da Educação Especial (EPAEE), com Síndrome de Down. Os atendimentos são realizados uma vez por semana, com duração de uma hora, dia e horário estipulados pelos responsáveis dos estudantes. Os materiais utilizados na pesquisa são os dois Objetos de Aprendizagem, Fazenda Rived e Viagem Espacial, além de um roteiro de observação dos estudantes. Este roteiro contém perguntas de rápida resolução e também observações como: o comportamento do aluno, o interesse do aluno na atividade e se o objetivo do atendimento foi atingido. No começo dos atendimentos foi realizada a sondagem, para isso os estudantes precisaram escrever palavras monossílabas, dissílabas e polissílabas. Nessa etapa os estudantes precisavam escrever as palavras do jeito que sabiam, sem ajuda de outra pessoa. O primeiro estudante, intitulado como aluno R., escreveu a dissílaba corretamente e teve mais dificuldade na polissílaba. Escreve uma letra que representa uma sílaba e há o som correspondente, sendo assim segundo a teoria da Psicogênese da Língua Escrita, de Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1999), o estudante se encontra na Fase Silábica. O segundo estudante, intitulado como aluno A., não associa o som a letra correspondente e usa as letras do próprio nome para escrever as palavras, diante disso baseado na teoria da Psicogênese da Língua Escrita, o aluno se encontra na Fase Pré-Silábica. Os atendimentos estão ocorrendo desde o mês de março de 2015, os estudantes tem demonstrado grande interesse nas atividades dos OA, já que essas condizem com as fases de alfabetização e de conhecimento numérico. Não são apresentados apenas as atividades do software, além dessas atividades, são introduzidas outras diferentes, mas com o mesmo objetivo da primeira, para que o aluno tenha diferentes meios de aprendizagem.

13651 Considerações Finais Considerando todo o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes desta pesquisa, é possível concluir que os softwares utilizados nos atendimentos têm contribuído de forma significativa no processo de alfabetização e aquisição do conhecimento numérico. Os estudantes têm demonstrado grande interesse nas atividades, realizam todas as atividades propostas apresentando algumas dificuldades, mas nada que atrapalhe o andamento do atendimento. Como afirma Bardy (2010) o OA precisa despertar a curiosidade no estudante e fazer com que ele mesmo descubra as respostas que ele tem ao longo do seu uso. Isso está sendo realizado nos atendimentos, pois o estudante R. sempre tem curiosidade sobre os animais que aparecem nas atividades do OA Fazenda Rived, dessa maneira o estudante usa a Internet para pesquisar mais sobre esse animal e procurar figuras que o represente. O estudante A., tem evoluído, no começo dos atendimentos pela sondagem realizada, se encontra na Fase Pré Sílábica, em que reconhece as letras, escreve com garatujas e as letras do nome. Após alguns meses de atendimentos, é possível identificar que o estudante está associando o som à letra, as ás vogais e também as consoantes, além de estar na transição da Fase Pré Sílábica para a Silábica, em que está reconhecendo as sílabas e percebendo que através da junção dessas que se formam palavras. O estudante R., evolui, já que na sondagem, realizada em Março, se encontrava na Fase Silábica, e agora consegue decodificar as sílabas, associando com o som dela e escreve dissílabas como VACA e BOLA, sem ajuda. Isso nos mostra que o estudante está passando para a fase posterior, que é a Silábico-Alfabética. É possível perceber que os estudantes estão evoluindo ao longo dos atendimentos, pode-se afirmar que o som do software tem contribuído, pois o estudante está percebendo o som que cada letra e sílaba têm. Além da alfabetização que está evoluindo ao longo dos atendimentos, os estudantes também tem mostrado evolução no ensino da matemática, ambos os estudantes reconhecem os números e a quantidade de maior e menor. Estão evoluindo nas operações básicas, já que não reconheciam os números nem as quantidades. Porém o reconhecimento dos números e seu valor já mostra que o software usado tem auxiliado, já que mostra as quantidades das coisas e os números. Os atendimentos tem seguido o pensamento de Valente (2014, p.144):

13652 a ação educacional consiste justamente em auxiliar o aprendiz, de modo que a construção de conhecimento possa acontecer. Isso implica criar ambientes de aprendizagem onde haja tanto aspectos da transmissão de informação quanto de construção, no sentido da significação ou da apropriação de informação. Os estudantes têm participado ativamente dos atendimentos, pois para eles as atividades propostas tanto dos softwares quanto as complementares são significativas, traz algum significado para a vida deles, percebem que o que estão realizando é relacionado com a sua vida. Aliado assim à metodologia CCS, pois precisa ser significativo para os estudantes e partir do contexto de vida dele. Segundo Santos (2006), contextualizado porque os projetos/atividades construídas são emergentes de situações do contexto dos alunos e Significativo porque os alunos constroem o conhecimento de acordo com o significado atribuído aos conceitos e contexto. Além da metodologia CCS, os estudantes estão criando certo vinculo, o que é de certo modo positivo, pois: esse é o lado emocional e afetivo do trabalho com as TDICs que, normalmente, tem sido ignorado. À medida que recursos de combinação de textos, imagens e animação estão se tornando cada vez mais fáceis de serem manipulados e explorados, é possível entender como as pessoas expressam sentimentos por intermédio das TDICs. (VALENTE, 2014, p. 147) Diante de todos esses fatores, pode-se concluir que as TDIC e os OA, junto com atividades complementares de alfabetização e da matemática, os estudantes estão cada vez mais envolvidos nos atendimentos, mais dispostos a realizar atividades, a coordenação motora fina e grossa tem melhorado, já que eles precisam utilizar o mouse para as atividades, a atenção e a memória, pois o software apresenta as atividades com áudio, dessa maneira o estudante precisa ficar atento às instruções e lembrá-las para executar as atividades. REFERÊNCIAS BARDY, L. R. Objetos de aprendizagem em contextos inclusivos: subsídios para a formação de professores. 2010. 225 f. Dissertação (Mestrado) Universidade Federal de São Carlos. 2010. FARIAS, S. C. Os benefícios das tecnologias da informação e comunicação (tic) no processo de educação a distância (EAD). Rev. digit. bibliotecon. cienc. inf. Campinas, v.1, n.3, p.15-29 set./dez. 2013. FERREIRO,E; TEBEROSKY,A. Psicogênese da língua escrita. Tradução de Diana Myriam Lichtenstein, Liana Di Marco, Mário Corso. Porto Alegre: Artmed, 1999.

13653 MANTOVANI, A. M.; MARTINS, C. Práticas de ensino com o uso das tecnologias digitais virtuais na educação especial: novos caminhos para a inclusão de PNEEs. Revista Digital da CVA - Ricesu, v. 7, n. 25, Fevereiro de 2011. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação a Distância. Objetos de aprendizagem: uma proposta de recurso pedagógico/organização: Carmem Lúcia Prata, Anna Christina Aun de Azevedo Nascimento. Brasília : MEC, SEED, 2007. REZENDE, F.A. Educação Especial e a EAD. In: Educação a Distância: o estado da arte. LITTO, F.M., FORMIGA, M.M.M. (Orgs). São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. SANTOS, D. A. N. A formação de professores de uma escola da rede pública estadual em serviço para o trabalho com projetos utilizando as tecnologias de informação e comunicação. 2006.226 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente. SANTOS, D. A. N.et al. Uso das tecnologias de informação e comunicação para pessoas com necessidades educacionais especiais como contribuição para inclusão social, educacional e digital. Revista Educação Especial, Santa Maria, n. 25, 2005. Disponível em: <http://coralx.ufsm.br/revce/ceesp/2005/01/a2.htm>. Acesso em: 10 ago. 2015. VALENTE, J.A. A Comunicação e a Educação baseada no uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação. Revista UNIFESO Humanas e Sociais, v. 1, n. 1, p. 141-166, 2014.