Título Sistema de Gerenciamento da Universalização do Serviço Público de Energia Elétrica na COELBA Nº de Registro (Resumen) 13 Empresa o Entidad COELBA Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia Autores del Trabajo Nombre País e-mail Aurino Almeida Filho Brasil Salvador-Ba aalmeida@coelba.com.br Ana Vírginia Cavalcante Silva Dantas Brasil Salvador-Ba avdantas@coelba.com.br Armando Coutinho do Rio Brasil Salvador-Ba ario@coelba.com.br Mayline da Silveira Pinto Abib Brasil Salvador-Ba mspinto@coelba.com.br Sankia Luiza de Sales Brasil Salvador-Ba ssales@coelba.com.br Alexandre Jatobá Brasil Salvador-Ba ad_jatoba@hotmail.com Palabras Clave Universalização, Luz para Todos, Metas, Ligações, Legislação Resumo - Este trabalho tem por objetivo apresentar os resultados do desenvolvimento de uma ferramenta gerencial que visa controlar a evolução das ligações de unidades consumidoras do Programa de Universalização dos Serviços Públicos de Energia Elétrica, incluindo o programa Luz para Todos. A Universalização está prevista na lei 10.438, de 26 de abril de 2002, a qual, dentre outros pontos, estabeleceu as primeiras condições para a Universalização do Serviço Público de Energia Elétrica. Esta lei foi regulamentada através da Resolução ANEEL nº 223/2003, que estabeleceu as metas anuais de ligações de unidades consumidoras, por município da área de concessão. As metas, bastante desafiadoras, previam mais de 1 milhão de novas ligações em cinco anos. Em 15 de dezembro de 2005, foi publicada a Resolução Normativa ANEEL nº 175/2005, que estabelece as condições para a revisão dos Planos de Universalização de Energia Elétrica, visando à antecipação de metas, considerando os objetivos dos Termos de Compromisso firmados com o Ministério de Minas e Energia - MME, no âmbito do Programa LUZ PARA TODOS. O programa desenvolvido apresenta como saídas relatórios gerenciais, com diversos itens de controle, que permitem ter uma visão global do Programa de Universalização, para acompanhamento das metas de ligações anuais definidas nos Planos de Universalização. 1. INTRODUÇÃO Este trabalho, que tem como principal finalidade mostrar como é controlada a evolução das ligações do programa de Universalização, incluindo o programa Luz para Todos, apresenta inicialmente uma idéia dos motivos que levaram o Governo Federal a instituir o programa. Indica as principais cláusulas dos contratos de concessão que dizem respeito ao assunto e apresenta os dados de novas ligações necessárias para dotar todo o povo brasileiro de energia elétrica. No capítulo 2 é feita uma análise da legislação referente à universalização dos serviços de energia elétrica. No capítulo seguinte é apresentado o programa de Universalização incluindo o Programa Luz para Todos que está sendo implantado na Bahia pela COELBA, indicando a sua evolução e as metas a serem cumpridas. O capítulo 4 é dedicado à apresentação dos relatórios que compõem o Sistema de Gerenciamento de Relatórios da Universalização, com seus respectivos itens de controle. No capítulo 5 são apresentadas algumas conclusões sobre o assunto e no capítulo final são listadas as referências bibliográficas utilizadas. Página 1/7
2. REGULAMENTAÇÃO DA UNIVERSALIZAÇÃO A Universalização do Serviço Público de Energia Elétrica está prevista na lei nº 10.438/2002, de 26/04/02, regulamentada pela Resolução ANEEL nº 223/2003, que traz importantes mudanças no setor de energia. Em relação à Universalização, estabelece que as concessionárias e permissionárias de serviços públicos de energia atendam a todos os domicílios de sua área de concessão. E caso necessário, está previsto no artigo 15 que... a Aneel poderá promover licitações para outorga de permissões de serviço público de energia elétrica, em áreas já concedidas cujos contratos não contenham cláusula de exclusividade. Isto é, caso a Concessionária detentora da concessão por algum motivo não tenha condições de atender ás metas previstas no programa de universalização do serviço público de energia elétrica, é realizada uma licitação para contratar uma permissionária... para prestar serviço público de energia elétrica utilizando-se da forma convencional de distribuição, podendo, simultaneamente, também prestar o serviço mediante associação ou contratação com agentes detentores de tecnologia ou titulares de autorização para fontes solar, eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. As concessionárias de serviços públicos de energia elétrica, bem como seus controladores, suas controladas e coligadas não podem participar das referidas licitações. Uma vez contratada, a permissionária pode realizar o fornecimento de energia elétrica a qualquer que seja o consumidor que esteja localizado na área permitida, mesmo que esse já seja atendido pela concessionária local. Isto é, a partir de então o novo entrante passa a ser um potencial concorrente localizado na área caracterizada como monopólio natural. Essa lei foi regulamentada pela Resolução ANEEL nº 223/2003, de 29 de abril de 2003, que estabelece as regras para implementação do programa de universalização, assim como as metas anuais, para as ligações dos domicílios sem energia elétrica. A condição de atendimento legal retira qualquer responsabilidade financeira ao consumidor, quando o fornecimento puder ser realizado através da extensão da rede em tensão secundária de distribuição. Caso a rede primária seja envolvida, a concessionária é obrigada a atender até que a meta estabelecida seja alcançada. No entanto, o solicitante poderá antecipar sua ligação com Página 2/7 recursos próprios ou com financiamento, cabendo à concessionária a restituição deste valor após a carência de prazo igual ao que seria necessário para efetuar a sua ligação sem ônus, ou seja, o ano de universalização, com juros e atualização monetária. Se esse financiamento for realizado por órgãos públicos, inclusive da administração indireta, para expansão de redes para atender à universalização do serviço, será igualmente restituído pela concessionária ou permissionária. Assim, modifica-se a prática anterior na qual os consumidores tinham uma participação financeira nos investimentos necessários para serem ligados à rede, respaldada no art. 7º da Portaria nº 5, de 11 de janeiro de 1990 do DNAEE. Esta portaria permitia as concessionárias fazer os cálculos da sua participação financeira nos investimentos e calcular, pela diferença, a participação do cidadão. A Resolução nº 223/2003 estabeleceu metas para as concessionárias atender à Universalização. Na COELBA ficou definido 2013 como ano máximo para alcance da Universalização dos 415 municípios da sua área de concessão, o Estado da Bahia. No entanto, foi instituído o Programa Luz para Todos (PLPT), com o objetivo de antecipar a universalização e proporcionar a realização de todas as ligações no meio rural, com aporte de recursos do governo Federal e Estadual e da concessionária. Assim, a Resolução Normativa ANEEL nº 175/2005 estabeleceu o ano de 2008, como ano máximo para o alcance da Universalização dos 415 municípios de sua área de concessão. Devido às dimensões do programa e com o andamento do mesmo sentiu-se a necessidade de prorrogá-lo. O decreto nº 6442, de 25 de abril de 2008 prorrogou a Universalização Rural na Bahia para 2010 e a Resolução ANEEL nº 356/2009, alterou a 175/2005, definindo novas metas da COELBA para os anos de 2009 e de 2010. Com as metas estabelecidas, as concessionárias ou permissionárias devem se preparar para atendê-las, cujo cumprimento será fiscalizado pelo Poder Concedente, periodicamente, com intervalos... no máximo igual ao estabelecido nos contratos de concessão para cada revisão tarifária, devendo os desvios repercutir no resultado da revisão..., conforme estabelece o art. 4º da lei 10.438. A legislação que regulamenta o atendimento a clientes, suas regras, condições e procedimentos encontram-se estabelecidas na Resolução nº 456, de 29 de novembro de 2000, instituída pela Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL. Os prazos para efetivar as ligações de unidades consumidoras solicitadas, definidos nesta resolução, são bastante
curtos e representam mais um grande desafio para a distribuidora. A promoção da Universalização do Serviço de Energia Elétrica do meio rural (PLPT) em todo o território Brasileiro terá como fonte de recursos a Conta de Desenvolvimento Energético CDE, os quais serão provenientes dos pagamentos anuais realizados a título de uso de bem público, das multas aplicadas pela ANEEL a concessionários, permissionários e autorizados e das quotas anuais pagas por todos os agentes que comercializem energia com o consumidor final., conforme art. 3º da lei 10.438 Concessionárias e permissionárias de serviços públicos de energia elétrica deverão atender todos os domicílios de sua área de concessão, sem ônus para o solicitante, com carga instalada menor ou igual a 50 kw, que possa ser efetivada mediante extensão de rede em tensão inferior a 2,3 kv, ainda que seja necessário realizar reforço na rede em tensão igual ou inferior a 138 kv. Para fazer a gestão do Programa Luz para Todos foram criados comitês regionais compostos de representantes da concessionária local e dos governos Estadual e Federal. Este comitê tem reuniões periódicas para discutir o andamento do programa e definir as obras a serem realizadas para cumprir as metas de ligações de unidades consumidoras definidas em um termo de compromisso assumido e assinado entre as partes. O número de unidades consumidoras a serem atendidas pelo programa foi baseado no Censo Demográfico Brasileiro de 2000, resultando em metas a serem cumpridas no período compreendido entre os anos de 2004 e 2008 na área urbana e 2004 e 2010 no meio rural. Nesses anos estão previstas as ligações mais de 1 milhão de novas unidades consumidoras, sendo 740 mil em áreas urbanas e 510 mil em áreas rurais. Das ligações previstas para a área rural, cerca de 460 mil estão contempladas no Programa Luz para Todos (PLPT). Essas metas de ligações de unidades consumidoras são definidas nos Planos de Universalização encaminhados à ANEEL, detalhadas anualmente para cada município da área de concessão e agrupadas da seguinte forma: Metas urbanas a serem cumpridas com recursos da concessionária, separadas em ligações com extensão de rede secundária (art. 3º da Resolução ANEEL nº 223) e ligações com extensão de rede primária (art. 4º da Resolução ANEEL nº 223). Metas rurais a serem cumpridas com recursos da concessionária, separadas em ligações com extensão de rede secundária (art. 3º da Resolução ANEEL nº 223) e ligações com extensão de rede primária (art. 4º da Resolução ANEEL nº 223). Metas rurais a serem cumpridas com recursos oriundos do Programa Luz para Todos, subdivididas em ligações efetuadas através da rede de distribuição de energia elétrica e ligações realizadas por meio de atendimento descentralizado: solar, eólica, etc. A seguir são apresentados os dados definidos na Resolução ANEEL nº 175, que devem compor os planos de universalização anual de cada concessionária. Nome do município. Código do município Número de domicílios não-atendidos do município, de acordo com estimativa da concessionária para janeiro/2005, segregado em rurais, urbanos e totais. Ano de universalização do município estabelecido na 1ª parte dos Planos de Universalização. Ligações em área Urbana com recursos da Concessionária. Metas de UC s a serem atendidas de acordo com o estabelecido no art. 3º da Res. 223/2003. Metas de UC s a serem atendidas de acordo com o estabelecido no art. 4º da Res. 223/2003. Ligações em área rural com recursos da Concessionária. Ligações no meio rural com recursos do PROGRAMA LUZ PARA TODOS. Extensão de rede de distribuição em tensão maior que 2,3kV a ser construída. Custo médio das ligações a serem executadas ao longo do período através de redes convencionais e sistemas descentralizados. Em função das metas desafiadoras que a COELBA tem a cumprir, foi desenvolvido um sistema computacional para acompanhamento das metas anuais, definidas nos Planos de Universalização encaminhados à ANEEL, por município. Esse sistema foi denominado Sistema de Gerenciamento de Relatórios da Universalização SGRU. Página 3/7
3. A UNIVERSALIZAÇÃO E O PROGRAMA LUZ PARA TODOS Devido às dimensões continentais do País, existem muitos domicílios Brasileiros que ainda não dispõem dos serviços de energia elétrica. O Governo Federal, preocupado em dotar todos os lares e processos produtivos de infra-estrutura básica, com o mínimo de conforto necessário, aprovou, e o Presidente da República sancionou em 26 de abril de 2002, a lei nº 10.438 que dispõe sobre a Universalização do Serviço Público de Energia Elétrica, dentre outros assuntos. Esta lei foi regulamentada pela Resolução ANEEL nº 223/2003. A universalização do serviço de energia elétrica está fundamentada na Constituição Federal, art. 23, inciso X, a qual trata do dever da União para combater as causas da pobreza e da marginalização social. A Resolução nº 223/2003 estabeleceu metas para as concessionárias atender à Universalização e o ano máximo para atingi-la, baseado no índice de atendimento de cada Estado brasileiro. Na COELBA ficou definido 2013 como ano máximo para alcance da Universalização dos 415 municípios da sua área de concessão, o Estado da Bahia. As metas foram divididas em ligações de domicílios em meio urbano e meio rural. O Governo Federal, preocupado com as condições de vida no campo, resolveu antecipar a universalização, com a publicação da Resolução Normativa ANEEL nº 175/2005, que institui o Programa Luz para Todos (PLPT) para realizar todas as ligações rurais, com aporte de recursos dos governos Federal, Estadual e da concessionária. Esta Resolução antecipou para 2008 o ano máximo para o alcance da Universalização da área urbana dos 415 municípios baianos. Com a alteração introduzida pela Resolução Normativa n o 356, de 19 de maio de 2009, definiu o ano de 2010 para alcançar a universalização da área rural. Ficou estabelecido a universalização de 5 municípios no ano de 2004, 12 em 2005, 40 em 2006 e o restante dos 358 municípios no ano de 2008 para a área urbana e 2010 para a área rural. Nos contratos de concessão mais recentes, assinados entre as distribuidoras e a ANEEL, já constam cláusulas específicas relativas à Universalização do atendimento, indicando que o atendimento deve abranger todo o mercado da área de concessão. De acordo com esses contratos, as concessionárias devem dar atendimento abrangente ao mercado, sem exclusão das populações de baixa renda e das Página 4/7 áreas de baixa densidade populacional, inclusive as rurais, atendidas as normas do Poder Concedente e da ANEEL. Existe ainda uma cláusula específica sobre eletrificação rural, onde as concessionárias são obrigadas a participar e implementar programas de eletrificação rural, oriundos de políticas públicas federais ou estaduais, com vistas à incorporação da potencial demanda desse segmento e ao pleno atendimento do mercado de energia elétrica em sua área de concessão. 3.1. UNIVERSALIZAÇÃO URBANA O programa de universalização urbana foi concluído em 2008 e doravante todas as unidades consumidoras com cargas inferiores a 50 kw são de responsabilidade da distribuidora de energia elétrica sem qualquer ônus para o consumidor, devendo seguir os prazos estabelecidos na Resolução ANEEL nº 456, de 29 de novembro de 2000. As metas estabelecidas para a universalização urbana e rural não Luz para Todos totalizam 801.844 ligações e estão indicadas na tabela a seguir: Tabela 1 Metas da Universalização Ano 2004 2005 2006 2007 2008 Urb 213.127 188.942 133.901 103.979 103.979 Rur 18.001 14.487 12.511 13.397 Essas metas levam em consideração o ano de universalização de cada município, de forma que os 4 municípios universalizados em 2004 não possuem metas para os anos subseqüentes e assim sucessivamente. Ou seja, todas as ligações são de obrigação da concessionária, cumprindo os prazos da Resolução ANEEL nº 456. No gráfico a seguir estão indicadas as ligações acumuladas na área urbana e na área rural fora do Programa Luz para Todos, que foram realizadas nos 415 municípios baianos da área de concessão da COELBA. 192.793 192.436 ACUMULADO - PEDIDOS 379.237 367.028 588.134 557.203 ACUMULADO - REALIZADO 804.876 768.212 1.018.373 970.476 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Gráfico 1 - COELBA- UNIVERSALIZAÇÃO (Urbano + Rural) - Todos os Municípios Dados até 31/12/2009 1.229.916 1.169.389
Observa-se que o quantitativo de ligações realizado ao longo desses 6 anos chega a cerca de 1,2 milhões de unidades consumidoras. Ou seja, uma média de 200 mil ligações por ano. 3.2. O PROGRAMA LUZ PARA TODOS O Programa Luz para Todos (PLPT), foi instituído pelo Governo Federal, através do Ministério de Minas e Energia e com o apoio financeiro e técnico da Eletrobrás, com o objetivo de levar energia elétrica ao campo, dotando as áreas rurais Brasileiras de infra estrutura mínima, promovendo melhorias sócio-econômicas, e visando elevar o baixo índice de eletrificação rural existente, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste do País. Para fazer a gestão do Programa Luz para Todos foram criados comitês regionais compostos de representantes da concessionária local e dos governos Estadual e Federal. Este comitê tem reuniões periódicas para discutir o andamento do programa e definir as obras a serem realizadas para cumprir as metas de ligações de unidades consumidoras definidas em um termo de compromisso assumido e assinado entre as partes. A implantação do programa fica a cargo das concessionárias locais. Antes da instituição do programa, a Bahia possuía uma população rural de cerca de 4,9 milhões de habitantes, distribuída em 1,1 milhão de domicílios e 810 mil propriedades rurais. Deste total, cerca de 57,7% dos moradores ainda não podiam usufruir dos benefícios gerados pela energia elétrica. Ainda utilizavam de meios rudimentares para iluminação de suas moradias, como por exemplo, candeeiros usando como combustível o querosene. O PLPT teve inicio no Estado da Bahia em 2004, tendo sido precedido por outro programa chamado Luz no Campo que realizou ligações rurais no período 2000 a 2003. Esta iniciativa do governo Federal teve como principal foco o atendimento da população residente nas áreas rurais, isto é, fora das sedes municipais, com prioridade para aquelas que estão próximas às redes existentes de energia elétrica. As metas previstas no 1º Termo de Compromisso com o Ministério das Minas e Energia do Governo Federal do Brasil para o Programa Luz para Todos totalizam 357.970 ligações e estão indicadas na tabela 2 a seguir: Tabela 2 Metas do Termo de Compromisso Ano 2004 2005 2006 2007 2008 PLPT 20394 76894 91894 91894 76894 Até o ano de 2008 a COELBA realizou 300.011 ligações, das 357.970 previstas. Para complementar o 1º Termo de Compromisso e atender a Resolução ANEEL nº 356/2009 ficaram estabelecidas as seguintes metas para os anos de 2009 e 2010: Tabela 3 Metas da Resolução 356/2009 Ano 2009 2010 PLPT 60000 100000 A situação da implantação do programa no Estado da Bahia, até dezembro de 2009, está indicada no gráfico a seguir: 110.891 Ligações contratadas 63.237 184.380 136.266 Clientes Ligados - TOTAL 268.403 218.147 348.852 300.011 449.914 2005 2006 2007 2008 2009 Gráfico 2 - COELBA - Ligações PLPT 2004 a 2009 353.209 Observa-se que foi realizado cerca de 98% (dezoito) por cento do número de consumidores previsto no programa até 2009. A quase totalidade do programa deverá ser implantada usando a rede convencional de energia elétrica. No entanto, está prevista a utilização de fontes alternativas de energia para fornecimento a cerca de 6% dos consumidores situados em localidades muito distantes da rede de energia elétrica e em ilhas. Durante a execução do Programa Luz para Todos, a COELBA identificou um número de pedidos de ligações no meio rural muito superior ao inicialmente previsto com base no Censo de 2000 do IBGE. De fato, seria necessário realizar a ligação de cerca de 233.000 (duzentas e trinta e três mil) unidades consumidoras para que se alcançasse a universalização no Estado da Bahia, além daquelas 357.970 inicialmente previstas. 3.3. O PLPT no Brasil O Brasil é um país de dimensões continentais e o programa de universalização dos serviços públicos de energia elétrica tem sido um grande desafio para as distribuidoras de energia elétrica do país. No caso da COELBA o desafio ainda é maior porque o estado da Bahia possui o maior programa Página 5/7
de universalização rural no país em relação ao número de ligações do PLPT, conforme mostra as ligações realizadas nos maiores estados brasileiros, indicadas no gráfico a seguir: 302.740 214.393 209.044 193.739 116.281 89.862 73.484 69.102 Gráfico 3 - PLPT - Ligações Realizadas Jan/2004 a Dez/2008 65.510 56.443 48.515 45.590 44.793 44.023 42.472 41.986 37.438 31.180 30.631 Bahia Minas Gerais Pará Maranhão Ceará Pernambuco Mato Grosso Rio Grande do Sul São Paulo Alagoas Sergipe Espirito Santo Para Piaui Rio Grande do Norte Paraiba Santa Catarina Goiás Tocantins Mato Grosso do Sul Acre Rondonia Amazonas Rio de Janeiro Roraima Amapá 4. O SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA UNIVERSALIZAÇÃO - SGRU 26.938 24.511 24.160 23.158 16.765 3.223 1.381 Fonte MME O Sistema de Gerenciamento de Relatórios da Universalização - SGRU foi concebido com o intuito de dotar os gestores do Programa de Universalização, de ferramentas de controle para acompanhamento das metas de ligações de unidades consumidoras, por município, a serem realizadas, anualmente, para atender as Resoluções da ANEEL nº 223/2003 e nº 175/2005. Esse sistema é composto de diversos relatórios gerenciais com as seguintes informações, para cada município, e para um dado período escolhido, anual, trimestral, etc: Metas a serem alcançadas pelo programa de Universalização. Metas urbanas e rurais com recursos da concessionária, separadas em ligações com extensão de rede secundária e ligações com extensão de rede primária. Metas rurais com recursos do Programa Luz para Todos, subdivididas em ligações efetuadas através da rede de distribuição de energia elétrica e ligações realizadas por meio de atendimento descentralizado: solar, eólica, etc. Informações sobre as obras que estão sendo realizadas: início, conclusão, custo, fonte de recursos, estágio, etc. Controle das cartas que devem ser enviadas aos clientes. Informações sobre a aprovação das obras pelo Comitê Gestor do Programa Luz para Todos. Quantidade de pedidos de ligações de unidades consumidoras, tanto de clientes como pessoas jurídicas. Página 6/7 Quantitativo de unidades consumidoras efetivamente ligadas. Quantidade de ligações de unidades consumidoras realizadas, separadas em ligações urbanas, rurais, com extensão de rede primária e secundária, através de atendimento descentralizado: solar, eólica, etc., com recursos da Concessionária e com recursos do PROGRAMA LUZ PARA TODOS. Valores monetários e as fontes de recursos que estão sendo aplicados no Programa. Valores monetários e o ano para devolução das antecipações de recursos por parte dos clientes. Quantidade de solicitações de atendimento de energia elétrica. Extensão de rede de distribuição em tensão maior que 2,3kV a ser construída. Custo médio das ligações através de redes convencionais e sistemas descentralizados. Extensão de rede em tensão inferior a 2,3 kv, ainda que seja necessário realizar reforço na rede em tensão igual ou inferior a 138 kv. Com essas informações é possível fazer um controle do andamento do Programa de Universalização, que permite direcionar as ações para realizar as obras de ligações de unidades consumidoras nos municípios de acordo com as metas estabelecidas e/ou com o número de solicitações registradas no sistema comercial para cada um desses municípios. O SGRU está integrado aos seguintes sistemas existentes na COELBA: Sistema Comercial SIC, Sistema de Gerenciamento de Obras SGO e Sistema Corporativo de Gestão - SAP R3. O sistema comercial (SIC) fornece as informações relativas aos pedidos de novas ligações realizadas pelos clientes, às cartas enviadas pela COELBA e todas as informações físicas de um determinado projeto para ligação de unidades consumidoras. O sistema corporativo de gestão (SAP R3) dispõe de todas as informações financeiras das obras realizadas para ligação de clientes. O sistema de gerenciamento de obras (SGO) é um sistema de controle do Programa Luz para Todos (PLPT) que controla todas as informações relativas às obras desse programa. Com essas informações, disponibilizadas pelo Sistema SGRU, tem sido possível gerenciar e controlar o programa, assim como encaminhar todas as informações exigidas pelo órgão regulador.
5. CONCLUSÕES Está previsto na Constituição Federal a garantia do equilíbrio econômico e financeiro das concessionárias de energia elétrica. Com a aprovação da lei 10.438, as obrigações previstas nos editais de licitação e nos contratos de concessão serão alteradas, como por exemplo a realização de obras sem a participação financeira do cliente. Isso, possivelmente, ensejará reajustes tarifários buscando manter o equilíbrio econômico e financeiro da distribuidora, o que implicará em mais uma parcela de custos para a sociedade. As metas de universalização são bastante desafiadoras, principalmente no Norte e Nordeste do Brasil, onde a pobreza é mais acentuada, o número de domicílios sem energia elétrica é muito grande e as distâncias para a rede e subestações distribuidoras são consideráveis. A distribuidora local, caso não atenda aos consumidores da universalização em sua área de concessão, pode se ver ameaçada por um novo entrante, que é a permissionária que poderá vencer uma licitação promovida pela ANEEL, sem a participação das concessionárias existentes. Com o fim da universalização urbana, todas as novas solicitações de atendimento deverão ser atendidas nos prazos definidos na resolução 456/ANEEL, representando um grande desafio para as concessionárias. Devido ao grande número de ligações realizadas por mês seria bastante difícil o controle e gerenciamento do programa sem um sistema informatizado. concessionárias e permissionárias de distribuição e o Ministério de Minas e Energia MME. [4] Brasil. ANEEL. Resolução nº 456, de 29 de novembro de 2000. Estabelece de forma atualizada e consolidada, as Condições Gerais de Fornecimento de Energia Elétrica [5] Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. Editora Saraiva. 27ª edição. 2001. [6] BRASIL. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios PNAD 1999. Disponível em http://www.ibge.gov.br. [7] BRASIL. Lei 10.438, de 26 de abril de 2002. Disponível em http://www.planalto.gov.br Acesso em 14/07/2002. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Brasil. ANEEL. Resolução nº 175, de 28 de novembro de 2005. Estabelece as condições para a revisão dos Planos de Universalização de Energia Elétrica, modificada pela Resolução ANEEL nº 356/2009. [2] Brasil. ANEEL. Resolução nº 223, de 29 de abril de 2003. Estabelece as condições gerais para elaboração dos Planos de Universalização de Energia Elétrica. [3] Brasil. ANEEL. Resolução nº 365, de 19 de maio de 2009. Altera a Resolução Normativa ANEEL 175 de 28.11.2005, estabelecendo as condições para a revisão dos Planos de Universalização de Energia Elétrica, visando à prorrogação dos prazos de execução do Programa LUZ PARA TODOS, biênio 2009-2010, mediante o disposto nos Termos de Compromisso firmados entre as Página 7/7