9/9/2008 CONSIDERAÇÕES GERAIS. Toxicidade. Faixa terapêutica. Concentrações sub-terapêuticas. - Não sofre efeito de primeira passagem



Documentos relacionados
ESTUDO DA FARMACOLOGIA Introdução - Parte II

FASES DA AÇÃO DOS FARMACOS NO FARMACODINÂMICA ORGANISMO HUMANO DROGA ORGANISMO FARMACOLOGIA INTEGRADA I FARMACOCINÉTICA FARMACODINÂMICA

Membranas Biológicas e Transporte

Transporte através da Membrana Plasmática. Biofísica

Lipídios Proteínas Carboidratos (glicocálix)

MEMBRANA PLASMÁTICA. Modelo do mosaico fluido caráter dinâmico à estrutura da membrana (as proteínas estão em constante deslocamento lateral)

2 - Biodisponibilidade. Biodisponibilidade Velocidade e extensão de absorção de um fármaco a partir de uma forma de administração

Formas farmacêuticas líquidas - Soluções

Concentração no local do receptor

CIÊNCIAS PROVA 2º BIMESTRE 8º ANO

(2) converter as moléculas dos nutrientes em unidades fundamentais precursoras das macromoléculas celulares;

Estrutura Funcional do TGI. Fisiologia do Sistema Digestório. Função do trato gastrintestinal:


UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ ÁREA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA CIÊNCIAS MORFOLÓGICAS II

Sistema Imunitário. Estado especifico de protecção do organismo permitindo-lhe reconhecer agentes infecciosos ou estranhos neutralizando-os

CONTROLE E INTEGRAÇÂO

GLICOCORTICÓIDES PRINCIPAIS USOS DOS FÁRMACOS INIBIDORES DOS ESTERÓIDES ADRENOCORTICAIS

União de Ensino Superior de Campina Grande Curso Fisoterapia Disciplina: Farmacologia Vias de Administração de Fármacos

PROGRAMA ANALÍTICO DISCIPLINA INSTITUTO DE BIOLOGIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS OBJETIVO DA DISCIPLINA

PROF.: FERNANDA BRITO Disciplina Farmacologia.

CONTROLE FISIOLÓGICO DA FILTRAÇÃO GLOMERULAR E DO FLUXO SANGUÍNEO RENAL

3ºano-lista de exercícios-introdução à fisiologia animal

Profa. Alessandra Barone

METABOLISMO ENERGÉTICO RESPIRAÇÃO CELULAR FERMENTAÇÃO FOTOSSÍNTESE QUIMIOSSÍNTESE

Os lipídeos se encontram distribuídos em todos os tecidos, principalmente nas membranas celulares.

SISTEMA DIGESTÓRIO. Quitéria Paravidino

Sistemas biológicos e a química de biomoléculas

Mecanismos renais de absorção e equilíbrio ácido-básico

( ) A concentração intracelular de íons cálcio é o grande determinante da força de contração da musculatura cardíaca.

METABOLISMO ENERGÉTICO RESPIRAÇÃO CELULAR FERMENTAÇÃO FOTOSSÍNTESE QUIMIOSSÍNTESE

BASES MACROMOLECULARES DA CONSTITUIÇÃO CELULAR

DISTÚRBIO HIDRO- ELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO

O CICLO DO ERITRÓCITO

DIGESTÃO HUMANA. Sistema Digestório. Professor: Fernando Stuchi. Enzimas Caminho da digestão Etapas da digestão

Fluxo sanguíneo - 21% do débito cardíaco.

Chave de Correção BIOLOGIA

Farmacologia Formas farmacêuticas e administração

PROVAS DA SEGUNDA ETAPA PS2007/UFG

Fisiologia do Sistema Endócrino-I

Qual é o objeto de estudo da Fisiologia Humana? Por que a Fisiologia Humana é ensinada em um curso de licenciatura em Educação Física?

NECESSIDADES NUTRICIONAIS DO EXERCÍCIO

Membrana Celular: Bicamada Lipídica Nutrição

EXERCÍCIOS DE REVISÃO CITOPLASMA E METABOLISMO

BIOFÍSICA DAS RADIAÇÕES IONIZANTES

BIOLOGIA HUMANA TEMAS. ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL E FUNCIONAL DO ORGANISMO HUMANO 1. Compartimentos orgânicos Distinguir o meio interno do meio externo.

Biologia Fascículo 04 Lara Regina Parra de Lazzari

Contra-indicações Hipersensibilidade a qualquer componente da fórmula. Não deve ser usado durante a gravidez e lactação.

CETILISTATE GAMMA COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO& EXPORTAÇÃO.

LIPNEO (ciprofibrato)

APARELHO EXCRETOR HUMANO

O tipo básico de tecido epitelial é o de revestimento sendo os demais tecidos epiteliais (glandular e neuroepitélio) derivados desse.

Tópicos da Aula. Classificação CHO. Processo de Digestão 24/09/2012. Locais de estoque de CHO. Nível de concentração de glicose no sangue

BIOLOGIA Nutrição e digestão

Cevita. Solução injetável 100mg/mL

ANATOMIA HUMANA. Faculdade Anísio Teixeira Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

Visão Geral. Tecido conjuntivo líquido. Circula pelo sistema cardiovascular. Produzido na medula óssea, volume total de 5,5 a 6 litros (homem adulto)

ORIGEM EMBRIONÁRIA. A zigoto; B clivagem; C mórula; D blástula; E corte de blástula; F gástrula inicial; G - gástrula

2. Vitamina C- Funções, Carência e Sobredosagem Bibliografia..7

3ª Série / Vestibular

C. E. Herbert de Souza

SISTEMA EXCRETOR P R O F E S S O R A N A I A N E

UNIDADE II UNIDADE III

01 Processos Químicos. Prof. Dr. Sergio Pilling Aluno: Will Robson Monteiro Rocha

Teste seus conhecimentos: Caça-Palavras

Regulação dos níveis iônicos do sangue (Na +, K +, Ca 2+, Cl -, HPO 4. , K +, Mg 2+, etc...)

Fisiologia e Crescimento Bacteriano

UROVIT (cloridrato de fenazopiridina)

4. Os anestésicos, largamente usados pela medicina, tornam regiões ou todo o organismo insensível à dor porque atuam:

8/17/10 1ª PERGUNTA: 2ª PERGUNTA:

Profº André Montillo

Diversas funções no organismo: revestimento, absorção, secreção. Tecido epitelial e tecido conjuntivo. Prof. Mauro. Quanto ao formato da célula:

Água e Soluções Biológicas

Prof Thiago Scaquetti de Souza

BIOLOGIA ANATOMIA E FISIOLOGIA ANIMAL PROF ESTEVAM DIGESTÃO

dicloridrato de cetirizina Solução oral 1mg/mL

Aluno (a): Turma: Data: / / Lista de exercícios de Ciências 8º ano

Anestesias e Anestésicos

ADMINISTRAÇÃO MEDICAMENTOSA: VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS DIFERENTES VIAS DRUG ADMINISTRATION: ADVANTAGES AND DISADVANTAGES OF DIFFERENT WAYS

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

CITOLOGIA CITOLOGIA. A história da Citologia TEORIA CELULAR 30/03/2016

TRANSPORTE ATRAVÉS DA MEMBRANA. Luis Eduardo Maggi

Métodos de treino da resistência

Metabolismo de Lipídios PEDRO LEONARDO DE PAULA REZENDE

Bolsa limitada por duas membranas semelhantes à membrana plasmática. A interna forma uma série de dobras ou septos, as cristas mitocondriais, entre

Objetivos: Descrever os neurotransmissores -Catecolaminas dopamina, noradrenalina, adrenalina -Acetilcolina

Administração de medicamentos via parenteral. Profª Leticia Pedroso

Controle da Osmolalidade dos Líquidos Corporais

Sistema neuro-hormonal

Propil* propiltiouracila

Princípios de Bioenergética

Imunologia dos Tr T ansplantes

Stresstabs 600 com zinco polivitamínico e polimineral

Faculdade de Imperatriz FACIMP

ÁREA DE CLÍNICA E CIRURGIA DE GRANDES ANIMAIS:

Fármacos. PDF created with pdffactory Pro trial version

VITAMINA K2. Saúde Óssea e Cardiovascular

Como sentimos o mundo?

Transcrição:

CONSIDERAÇÕES GERAIS Princípios de Farmacologia: Farmacocinética Farmacodinâmica Concentração plasmática Toxicidade Faixa terapêutica Concentrações sub-terapêuticas Tempo VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Via oral (p.o.) - Intestino delgado principal local de absorção - Bases ou ácidos fortes mal absorvidos pela via oral (ionizados) - Efeito de primeira passagem (1ª biotransformação hepática) - Ruminantes compartimento diluidor retêção medicamentos básicos - Carnívoros e onívoros rápido esvaziamento gástrico VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Via retal - Não sofre efeito de primeira passagem - Absorção irregular e incompleta - Irritação da mucosa retal Via intravenosa (i.v.) - Obtenção rápida dos efeitos - Administração de grandes volumes - Substâncias irritantes, devidamente diluídas - Embolias, infecções, substâncias oleosas ou insolúveis 1

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Via intramuscular (i.m.) - Volumes moderados - Veículos aquosos, oleosos, suspensões e preparações de depósito - Absorção relativamente rápida - Dor, lesões musculares Via subcutânea (s.c.) - Medicamentos para serem absorvidos lenta e continuamente - Absorção por difusão - Pode produzir sensibilizações, dor e necrose OUTRAS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Via intradérmica Via intraperitoneal Via intracardíaca Via intratecal Via epidural Via intra-articular articular Via tópica Via inalatória Concentração plasmática Intravenosa Intramuscular Subcutânea - oral Tempo - Farmacocinética: estuda o movimento dos fármacos no interior do organismo - Necessidade de atravessar barreiras celulares efeito farmacológico ABSORÇÃO - Propriedades físico-químicas das moléculas e das membranas celulares - ph do meio - pk do medicamento MEMBRANAS CELULARES - Dupla camada de lipídeos anfipáticos (parte hidrofílica e outra hidrofóbica) - Impermeável à maioria das moléculas polares e aos íons - Permeável às moléculas não-polares FARMACOCINÉTICA 2

PROCESSOS PASSIVOS - Poros (filtração) ou dissolvendo-se (difusão simples) - Baixo peso molecular - Coeficiente de partição óleo-água TRANSPORTE MEDIADO POR CARREADOR - Difusão facilitada medicamento move-se a favor do gradiente de concentração, sem gasto de energia. e.g. glicose (saturável). - Transporte ativo movido contra o gradiente de concentração, com gasto de energia (específico/ocorre inibição). INFLUÊNCIA DO ph NA POLARIDADE DOS MEDICAMENTOS - Constante de dissociação e ph do meio - Proporção entre a forma ionizada e não ionizada - Influência do pka PINOCITOSE (líquidos) FAGOCITOSE (sólidos) TIPOS DE BARREIRAS TECIDUAIS CORPORAIS Mucosa gastrintestinal Barreiras epiteliais de pele, córnea e bexiga Barreiras capilares - Barreira hematoencefálica - Barreira hemotesticular Barreira placentária Ocorre a passagem de medicamentos de baixo peso molecular e lipossolúveis, por simples difusão e podem também fazer uso de difusão facilitada, transporte ativo ou pinocitose. 3

BIODISPONIBILIDADE DE MEDICAMENTOS - Quantidade de medicamento inalterado que atinge a circulação geral e o local de ação DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS Forma livre, ligado às proteínas plasmáticas ou sequestrado Somente a fração livre é distribuída aos tecidos A distribuição depende do grau de vascularização do tecido - Relaciona a quantidade absorvida de um medicamento, a velocidade de absorção, a permanência nos líquidos do organismo e sua correlação com as respostas farmacológicas Ligação de medicamentos a proteínas plasmáticas Atentar para hipoproteinemias Administração de agentes com alta taxa de ligação plasmática Medicamentos ácidos albumina Medicamentos básicos beta globulina e glicoproteínas ácidas Acúmulo e estoque nos diversos compartimentos orgânicos Anestésicos voláteis alta solubilidade acúmulo nos tecidos gordurosos BIOTRANSFORMAÇÃO DE MEDICAMENTOS Transformação química de substâncias, medicamentos ou agentes tóxicos, dentro do organismo vivo, visando favorecer sua eliminação Formação de metabólitos mais polares e menos lipossolúveis Meia- vida Tempo necessário para que a concentração sangüínea de determinado medicamento, se reduza à metade DUAS ETAPAS DE BIOTRANSFORMAÇÃO REAÇÃO DE FASE I Conversão em metabólito mais polar oxidação, redução ou hidrólise Sistema microssomal hepático (REL) hidroxilação via citocromo P450 + NADPH + NADH e oxigênio molecular 4

BIOTRANSFORMAÇÃO DE MEDICAMENTOS REAÇÃO DE FASE II Sintética ou de conjugação acoplamento a substrato endógeno, como ácido glicurônico, radicais sulfatos ou aminoácidos (hidrossolubilização) Ácido uridino-difosfoglicurônco (UDPGA) + bases, ácidos fracos, fenois ou álcoois formação de glicuronídeos Glutationa proteção hepática produto ácidos mercaptúricos Suínos deficientes na conjugação com sulfato Felinos deficientes na conjugação com ácido glicurônico Caninos deficientes na conjugação com acetato EXCREÇÃO DE MEDICAMENTOS Após biotransformação ou na forma inalterada Rins medicamentos hidrossolúveis, bile e pulmões Pequenas quantidade saliva ou suor EXCREÇÃO RENAL Principal processo de eliminação de medicamentos polares ou pouco solúveis em ph fisiológico Medicamentos com característica de ácidos orgânicos fracos com pk aproximadamente de 3,0 e.g. salicilatos, quando em ph ácido reabsorvidos na porção distal do nefron. Portanto intoxicações ácidas: alcalinizar o ph da urina nas básicas: deve-se acidificá-la EXCREÇÃO RENAL Carnívoros como cães e gatos ph urinário ácido Herbívoros ph urinário básico EXCREÇÃO BILIAR Medicamentos com alto peso molecular, isto é, acima de 300 Dáltons Substâncias orgânicas polares não absorvidas pelo intestino (cátions e ânions orgânicos) EXCREÇÃO PELO LEITE ph do leite (6,4-6,8) levemente inferior ao do sangue (7,4) facilita a excreção de medicamentos de caráter básico pelo leite Glândula mamária epitélio lipídico. [ ] plasmática leite Cães e ratos boa gato e ovino moderada cobaias, coelhos e primatas ruim 5

FARMACODINÂMICA - Mecanismos de ação do medicamento - Entendimento dos efeitos farmacológicos e adversos INESPECÍFICOS MECANISMOS DE AÇÃO ESPECÍFICOS Receptores final séc. XIX Langley (secreção salivar) e Ehrlich (antiparasitários) ALVO PARA AÇÃO DOS MEDICAMENTOS Macromoléculas protéicas Enzimas, moléculas transportadoras, canais iônicos, receptores de neurotransmissores e ácidos nucléicos Alterações nas propriedades físico-químicas Estrutura química LIGAÇÃO DOS MEDICAMENTOS - Iônicas polares, ponte de hidrogênio, hidrofóbicas, van der Waals e covalentes (organofosforados) Desinfetantes Opióides ENZIMAS (COX) MOLÉCULAS TRANSPORTADORAS (neurotransmissores) RECEPTORES CELULARES Receptores ligados à proteina G -proteína G mensageiros entre os receptores e as enzimas responsáveis pela mudança no interior da célula Gs estimulante Go relacionada com canais iônicos Gi inibidora Gq ativadora da fosfolipase C adenilato ciclase /3, 5 - monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) fosfolipase C / fosfato de inositol Regulação dos canais iônicos 6

RELAÇÃO DOSE-RESPOSTA medicamento efeito biológico curva dose-resposta resposta farmacológica nº receptores ocupados efeito máximo POTÊNCIA quando a dose necessária para desencadear um determinado efeito Sofre influência da farmacocinética e dinâmica Não é de fundamental importância na escolha do agente EFEITOS ANORMAIS AOS MEDICAMENTOS - HIPER-REATIVOREATIVO respostas a doses baixas - HIPORREATIVO respostas a doses altas - TOLERÂNCIA resposta farmacológica (dias ou semanas) - TAQUIFILAXIA hiporreatividade no decorrer de minutos - IDIOSSINCRASIA aparecimento de efeito não esperado - HIPERSENSIBILIDADE reações alérgicas, com liberação de histamina Maior potência clinicamente superior = FALSO INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS SINERGISMO ANTAGONISMO ADIÇÃO POTENCIAÇÃO FARMACOLÓGICO COMPETITIVO FARMACOLÓGICO NÃO COMPETITIVO FISIOLÓGICO OU FUNCIONAL A + B = AB A + B = C REVERSÍVEL OU IRREVERSÍVEL BLOQUEIA A CADEIA DE EVENTOS NORADRENALINA E HISTAMINA 7

8