Ser ou não ser? Eis a questão! Paulo Henrique da Silva
Esta breve narrativa tem como objetivo contar a trajetória do aluno Paulo Henrique da Silva. Ele nasceu no dia 25 de fevereiro de 1992, na cidade de São João Del Rei-MG, e residiu na cidade de Madre de Deus de Minas-MG até o ano de 2011, onde cursou seu ensino fundamental e médio na Escola Estadual Sousa Leite. Durante sua caminhada escolar, Paulo sempre possuiu um grande afeto e respeito em relação à escola onde estudou. No ano de 2008, já no 2º ano do ensino médio, foi eleito pelos seus colegas para ser um dos membros do colegiado escolar, no segmento de aluno, para representar os discentes, onde passou a conviver um pouco mais com seus professores e a admirar esta profissão. No ano de 2009, em virtude de seu bom desempenho, foi indicado por seus professores, devido seu bom desempenho como membro do colegiado, para representar a juventude de sua cidade, como delegado adolescente na 7ª Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente de Minas Gerais, realizada nos dias 6, 7 e 8 de outubro de 2009 em Belo Horizonte - MG. Figura 1 Fachada da Escola Estadual Sousa Leite. 1
Figura 2 Certificado de participação da 7ª Conferência Estadual dos direitos da criança e do Adolescente de Minas Gerais. Neste mesmo ano, Paulo se matriculou em um cursinho pré-vestibular comunitário de seu município. Nesse período, teve a oportunidade de visitar algumas universidades da região, entre elas a Universidade Federal de São João Del Rei. Figura 3 Visita do cursinho Pré vestibular Vencer à UFSJ. No 3º ano do ensino médio, auxiliou sua professora de Química a organizar uma feira de ciências na escola, da qual participou como aluno. Como o resultado dessa feira foi surpreendente, ele passou a se interessar por esta disciplina. No entanto, às vésperas da inscrição para o vestibular, como se sentia um pouco inseguro e preocupado com as provas, Paulo se escreveu para prestar vestibular para concorrer às vagas do curso de Artes Aplicadas, e não para química. 2
O motivo para esta súbita mudança era gostar de desenhos e modelagem e, claro, pelo fato que a relação de candidatos por vagas ser muito baixa. Porém, essa prova era dividida em três partes: conhecimentos gerais, conhecimentos específicos e habilidades específicas. A terceira parte dessa prova era dividida em duas etapas: desenho de observação e modelagem de interpretação. Na etapa de desenho de observação pediu-se que fosse desenhado uma estátua um pouco esquisita, em dois ângulos distintos. Na segunda etapa, modelagem de interpretação, ele imaginou que seria semelhante à etapa anterior, porém, esperava ter que interpretar uma estatueta e modelar. Engano seu, chegando à sala de prova, havia um pouco de argila, alguns palitos, água e uma folha sobre cada mesa. Na folha, encontrava-se impresso o famoso poema de Carlos Drummond: No meio do caminho. Nenhuma estátua à vista. O que lhe restava foi fazer uma pedra com a argila e deixá-la sobre a mesa, jogando por água abaixo, ou melhor, por pedra abaixo, a possibilidade de ingressar na universidade neste ano. Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra... Carlos Drummond de Andrade Paulo, mesmo decepcionado com seu desempenho no vestibular, resolveu novamente se preparar por mais um ano, fazendo cursinho preparatório. Já com 18 anos, acompanhado de um amigo, (aluno da universidade), fez uma nova visita à UFSJ. Nessa visita, visitou os laboratórios de química. Maravilhado com os trabalhos desenvolvidos nos laboratórios e com a estrutura dos mesmos, ele percebeu que Química realmente era a área em que queria seguir sua possível carreira profissional. Com mais ânimo, continuou se preparando para prestar vestibular. 3
Passados dois semestres de empenho, a data das provas se aproximava. Paulo participou então de um simulado no Cursinho, obtendo um ótimo resultado, conseguindo passar em primeiro lugar. Consequentemente teve como premiação a taxa de inscrição do processo seletivo. Desta vez, não restava dúvida alguma em quê iria se inscrever. O processo seletivo ocorreu nos dias 11 e 12 de dezembro de 2010, agora sem surpresas e muito menos pedras no meio do caminho. Como se sentia mais preparado, Paulo fez as provas um pouco mais tranquilo e confiante. A data de divulgação do resultado do processo seletivo estava marcada para as zero horas do dia 9 de janeiro de 2011. Nessa data, Paulo, ansioso para o resultado, passou horas no computador atualizando a página de divulgação. Para sua surpresa, no horário da divulgação um anúncio se abriu, comunicando que a relação de candidatos aprovados seria adiada para o dia 19 de janeiro. Mais dez dias de ansiedade. Passado esse período, justamente no dia oficial de divulgação, Paulo passou o dia todo sem conexão com a internet. Querendo saber de qualquer forma, lembrou-se de um amigo ter comentado que a rádio local de uma cidade vizinha comunicava a relação de candidatos aprovados em todos os cursos. Ele, então, colou o ouvido no rádio esperando o tão esperado resultado. Porém, pegou no sono e somente no dia seguinte ficou sabendo através de um SMS pelo celular, um amigo lhe parabenizando por ter sido aprovado e com uma ótima colocação: 1º lugar. Como sua cidade natal era pequena, a notícia logo se espalhou. Por onde passava todos o cumprimentavam parabenizando e mostrando alegria por aquela conquista. A partir daí, seu desejo de seguir carreira como professor só aumentou. E, pensando nessa possibilidade, já como aluno da UFSJ, Paulo seguiu o conselho de um amigo, que o orientou a concorrer às vagas de um projeto no qual estabeleceria contato diretamente com alunos de ensino médio. Sendo assim, Paulo conseguiu ser aprovado e tornou-se um integrante do PIBID (Programa Institucional de Bolsa à Iniciação à Docência), programa esse, que segundo a sua coordenação de gestão, tem como objetivo a elevar a qualidade das ações acadêmicas voltadas à formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, assim como a inserção dos licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, promovendo a integração entre educação superior e educação básica. Uma história para pensar... 4
metálica aterrissada ao lado de um enorme shopping Center. João percebeu que estava indo trabalhar. Ele vai nos relatar um pouco sobre como foi essa história fascinante: João, com 15 anos de idade, entrou por descuido em uma máquina que tinha sido deixada no terreno ao lado de onde costumava jogar bola com seus amigos após a aula. A máquina começou a fazer um barulho, e João procurou sair, mas já era tarde. Pela janela ele percebeu que se afastava rapidamente de sua cidade, de seu país e da Terra. Ficou com um sono danado e se recostou num painel repleto de botões coloridos. A máquina mudou rapidamente de rota e começou a desacelerar repentinamente. João nem se deu conta e a máquina aterrissou. Pelas paredes metálicas pôde perceber-se e levou um susto. Era um homem feito. Saiu da máquina e foi chamado por um grupo de pessoas para integrar-se e, como não sabia o que fazer e onde estava, aceitou o convite. O que era extraordinariamente curioso é que eles o conheciam e o chamavam pelo nome. E nem estranharam aquela parafernália Oi amigos, vou contar para vocês como foi viver um dia na cidade que se chamava Metrópolis. O céu estava escuro quando cheguei e conclui que ainda era muito cedo, porque pude ver a estrela Dalva a reluzir no céu. Estranhei, mas todos pareciam esperar por minha tomada de decisão e, sem saber muito, fui misturando coisas, uma após a outra, em uma máquina completamente automatizada. O produto dessas minhas ações precisava ficar em repouso, porém eu não sabia nem o que era e nem o porquê desse procedimento. Logo após um tempo em repouso, esse produto aumentou seu volume e assim foi colocado em outra máquina que, além de ser responsável pelo acabamento do produto, também aquecia o ambiente de trabalho. Então, me dei conta do que estava fazendo. Depois de poucos minutos esse produto era colocado à venda. Repeti esse procedimento mais duas vezes durante o dia. As pessoas compravam o produto do meu trabalho, principalmente no início da manhã e no final da tarde. Ah, para trabalhar eu usava um guarda-pó branco e um boné da mesma cor. Ao final de um longo dia de trabalho fui descansar. Ao chegar em casa, primeiramente, tomei um bom banho. 5
Depois disso, jantei com a minha família e ainda consegui assistir ao telejornal. Mas não pude acompanhar a novela com a minha esposa, porque no outro dia teria que acordar, ainda de madrugada, para o trabalho. [1] [1] http://ensino.univates.br/~4iberoamericano/trabalhos/trabalho0 86.pdf Como João, eu, Paulo Henrique da Silva, que narro essa breve trajetória, me imaginei na mesma máquina e viajei por alguns anos. Depois retornei à Terra e estava trabalhando como professor de Química. Pude então perceber que para ser professor é necessário mais que vocação. Além de conhecer o conteúdo a ser ensinado e dominar métodos e técnicas de ensino, o professor de Química precisa estar atento às necessidades reais de seus alunos e de seu papel na formação de indivíduos capazes de contribuir em suas comunidades, utilizando os conhecimentos e informações adquiridos na escola. Relato de alguns alunos sobre o que é ser um aluno de Química? Ser uma aluno de química não é simplesmente gostar da área ou ter interesse, mas simplesmente se apaixonar pelas diversas ramificações que a disciplina oferece. É manter-se infiltrado nas estruturas e o valor que essa matéria exerce na sociedade. Relato da aluna Jênifer de Melo Gonzaga do 3º ano B da Escola Estadual Doutor Garcia de Lima Ser aluno de química é saber que a química estará presente em toda a nossa vida, é saber que através da 6
química podem-se descobrir várias causas e soluções de problemas. Relato do aluno Lucas Henrique G. S. Trindade do 3º ano B da Escola Estadual Doutor Garcia de Lima Y Å4 7