TÍTULO: A INFLUÊNCIA DA DANÇA DO VENTRE NOS SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSAS DA COMUNIDADE



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Transcrição:

Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: A INFLUÊNCIA DA DANÇA DO VENTRE NOS SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSAS DA COMUNIDADE CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: FISIOTERAPIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA AUTOR(ES): BRUNA PEREZ BROADBENT HOYER ORIENTADOR(ES): SHEILA DE MELO BORGES COLABORADOR(ES): VANESSA JESUS RODRIGUES TEODORO

A INFLUÊNCIA DA DANÇA DO VENTRE NOS SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSAS DA COMUNIDADE 1. RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo analisar a influência da dança do ventre nos sintomas depressivos em idosas da comunidade, por meio de um estudo do tipo ensaio clínico randomizado, único cego (avaliador independente). Sabe-se que, com o envelhecimento há uma maior ocorrência de depressão, sendo mais prevalente em mulheres idosas. Dentre os diferentes recursos possíveis para a prevenção e tratamento da depressão, destaca-se a dança, em especial a dança do ventre. Descritores: Envelhecimento; Sintomas Depressivos; Dança do Ventre. 2. INTRODUÇÃO: O envelhecimento é caracterizado por diversas modificações no organismo que influenciam na autonomia, saúde e qualidade de vida das idosas 1. Essas modificações facilitam o aparecimento das síndromes geriátricas. Fazem parte das grandes síndromes: iartrogenia, incontinência urinária, incapacidade cognitiva (delirium, demências e depressão) e instabilidade postural. Dentre as doenças relacionadas a incapacidade cognitiva, destaca-se a depressão por sua alta prevalência na população idosa, em especial em mulheres 2. A dança é uma das possíveis formas de estimulação biopsicossocial na prevenção e tratamento da depressão, uma vez que tende a melhorar a capacidade física, funcional, com repercussões na independência, sociabilidade e bem estar geral 3. 3. OBJETIVOS: Avaliar a influência da dança do ventre nos sintomas depressivos em idosas da comunidade.

4. METODOLOGIA: 4.1. Desenho do estudo: Foi realizado um estudo do tipo ensaio clínico randomizado, único cego (avaliador independente); 4.2. Coleta de dados: A coleta de dados foi realizado no Centro de Convivência da Caneleira (CECONV), localizado na cidade de Santos entre os meses de abril e maio de 2013, por um período de sete semanas, sendo a primeira semana para avaliação inicial/antes da intervenção (T0), cinco semanas para intervenção e a última semana para a avaliação final/após a intervenção (T1). 4.3. População Estudada: Foram estudadas 14 idosas divididas de forma aleatória (conforme ordem de chegada no CECONV) em Grupo I (controle) e Grupo II (intervenção), ambos compostos por sete idosas. 4.4. Critério de Inclusão: Idosas com idade igual ou superior a 60 anos; Sexo feminino; Sedentárias há pelo menos seis meses; Assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). 4.5. Critério de Exclusão: Idosa com déficit cognitivo segundo nota de corte do Mini Exame do Estado Mental (MEEM); Com impossibilidade de marcha; Impossibilidade de ortostatismo; Portadora de deficiência visual/auditiva importante ou sem correção; Se recusar, ou não interesse em participar da pesquisa; Desistência em participar da intervenção e/ou reavaliação (T1).

4.6. Instrumentos da Pesquisa: 4.6.1. Questionário Sociodemográfico e condições de saúde: - Dados sociodemográficos (nome, idade, estado civil e escolaridade); - Condições de saúde (número de doença(s), medicamento(s) em uso) e pontuação do MEEM. 4.6.2. Mini exame do estado mental (MEEM): Este teste de rastreio cognitivo foi desenvolvido por Folstein et al., (1975) 4, sendo utilizada a pontuação de Brucki et al, (2003) 5 para determinar o déficit cognitivo nessa população (20 pontos para analfabetos; 25 pontos para idosos com um a quatro anos de estudo; 26 pontos para idosos com cinco a oito anos de estudo; 28 pontos para aqueles com 9 a 11 anos de estudo; 29 pontos para aqueles com mais de 11 anos de estudo). 4.6.3. Escala Geriátrica de Depressão de Yesavage-Versão abreviada (EDG-15): Essa escala foi desenvolvida por Yesavage (1983) 6, e adaptada por Brink (1983) 7, ela consiste em um questionário composta por 15 questões alternativas com resposta sim ou não para sintomas depressivos, sendo considerado idosos com sintomas depressivos com pontuação superior a cinco 11. 4.7. Intervenção: A DV foi realizada no período de cinco semanas, duas vezes por semana, com duração de 45 minutos de atividades. A DV foi administrada por uma professora de dança capacitada para esta atividade e adaptada para a população idosa. 4.8. Análise Estatística: Na caracterização dos grupos foi utilizado o Teste de Wilconxon Mann Whitney para comparar as médias entre dois grupos e Teste exato de Fisher para avaliar a frequência absoluta e relativa. E na comparação das médias do T0 (antes

da intervenção) e T1 (após intervenção) para avaliação dos sintomas depressivos (EDG-15) foi utilizado o Teste de regressão longitudinal via modelo linear misto Wilconxon Mann Whitney uma vez que esta variável seguiu a premissa de normalidade. Para análise dos dados foi utilizado o programa estatístico SPSS 14.0. 4.9. Aspectos éticos: Esta pesquisa teve início após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Santa Cecília, sob o protocolo de número do CAAE 09712512.1.0000.5513, e seguiu os princípios éticos para pesquisa envolvendo seres humanos, conforme a Resolução 196/96 versão 2012, do Conselho Nacional de Saúde (CNS). 5. DESENVOLVIMENTO: O envelhecimento é caracterizado por diversas modificações no organismo que influenciam na autonomia, saúde e qualidade de vida das pessoas 1. A depressão representa uma frequente enfermidade mental no idoso que vem associada a um elevado grau de sofrimento psíquico. Todo ser humano em qualquer fase da vida pode experimentar sintomas depressivos, porém em idosos há maior probabilidade 8, além disso, tendem a ser mais incapacitante, severa e duradoura do que nas demais fases da vida 9. Portanto, quando os objetivos para a vida são mantidos e a motivação está preservada, os idosos não se fragilizam tanto a ponto de perder a direção de seus movimentos rumo a novos aprendizados e experiências 10. Tendo então como forma de estimulação biopsicossocial possível para a idosa a dança, uma vez que, tende a melhorar a capacidade física, funcional, dando então repercussões na independência, sociabilidade e bem estar geral 3. Existe uma dança possível para este fim, principalmente envolvendo mulheres idosas é a Dança do Ventre (DV), uma dança Oriental que, na terceira idade proporciona inúmeros benefícios, a começar pelo conhecimento do próprio corpo, a consciência corporal, que nessa fase geralmente é desprezada, o reconhecimento da identidade, sensação de acolhimento, diminui sintomas psicossomáticos, o medo da morte e o medo da solidão, proporciona motivação e maior contato com experiências próprias

desta fase da vida, também pode ter efeito ansiolítico e antidepressivo para a mulher 11. 6. RESULTADOS: É possível observar na tabela 1, que os grupos controle e intervenção são homogêneos em relação à idade, escolaridade, número de doença, número de medicamentos utilizados, estado civil e MEEM. Em relação aos medicamentos, apenas duas idosas tomavam antidepressivos, sendo uma (n=1; 14%) do grupo I e uma (n= 1; 14%) do grupo II. Tabela 1. Caracterização dos dados sociodemográficos e condições de saúde entre os grupos. Variável Controle DV Valor-p n=7 n=7 Idade média (DP) 68,43 (8,18) 72,43 (10,47) 0,650ª Escolaridade média (DP) 7,14 (2,61) 7,57 (2,70) 0,647ª Doença - média (DP) 2,57 (1,40) 2,00 (1,53) 0,468ª Medicamento - média (DP) 2,29 (1,38) 2,43 (1,72) 0,948ª Estado civil n (%) Solteira 1 (14,29) 0 (0,00) Casada 2 (28,57) 3 (42,86) 1,000 b Divorciada 1 (14,29) 0 (0,00) Viúva 3 (42,86) 4 (57,14) MEEM média (DP) 24,57 (2,37) 24,71 (2,76) 0,778 a NOTA: p-valor referente ao Teste de Wilcoxon Mann-Whitney a ; Teste Exato de Fisher b. Legenda: DP: Desvio Padrão; n: número de idosas; %: frequência; MEEM: Mini Exame do Estado Mental; DV: Dança do Ventre. Em relação a EDG-15, é possível visualizar por meio do gráfico 1, uma melhora significativa (p=0,019) no grupo intervenção (grupo II) cuja avaliação inicial (T0) da EDG-15 apresentava média de 6,43 (DP=3,66) pontos, compatível com sintomas depressivos leves segundo classificação da EDG-15 e de 3,33 (DP=1,51) pontos na avaliação final (T1), sem sintomas depressivos, conforme classificação da EDG-15. Nesta análise, o grupo controle apresentou 3,34 (DP=2,99) em T0 e 3,17

(DP=3,26) em T1, ou seja, ambos resultados compatíveis sem sintomas depressivos segundo EDG-15. Gráfico 1 Resultado da aplicação da Escala de Depressão Geriátrica abreviada (EDG-15) nos grupos Controle e Intervenção, antes e após a aplicação da intervenção. 8,00 6,00 4,00 2,00 EDG-15 0,00 Antes Depois Controle Intervenção 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados do presente estudo mostraram que a DV influenciou positivamente o aspecto psicológico das idosas, por meio da melhora de sintomas depressivos no grupo de intervenção. Além disso, foi possível observar um marcador qualitativo sobre sentimentos positivos durante a intervenção e avaliação final (reavaliação), onde as idosas relataram sentirem-se mais alegres, mais leves, com menos dores e até mais dispostas em decorrência da atividade proposta durante a intervenção com a DV. 8. FONTES CONSULTADAS: 1. Pereira EF; Teixeira CS; Etchepare LS. O envelhecimento e o sistema músculo esquelético. Revista Digital. Buenos Aires, Out. 2006. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd101/envelh.htm. 2. Moraes EN, Marino MCA, Santos RR. Principais síndromes geriátricas. Revista Médica. Minas Gerais, Outubro. 2009. Disponível em: http://rmmg.medicina.ufmg.br/index.php/rmmg/article/viewarticle/208.

3. Carvalho VFC; Fernandez MED, Netto MP. Gerontologia: A velhice e o envelhecimento em visão globalizada. 1ª. Ed. São Paulo: Atheneu; 2002. p 160 e 403-406. 4. Folstein MF, Folstein SE, McHugh PR. Mini-Mental State: a practical method for grading the cognitive state of patients for clinician. Journal Psychiatric Research 1975; (12):189-198. 5. Bruck SMD, Nitrini R, Caramelli P, Bertolucci PHF, Okamoto IH. Sugestões para o uso do mini-exame do estado mental no Brasil. Arquivo Neuropsiquiátrico. São Paulo, p 01-05, set. 2003. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0004282x2003000500014&script=sci_artte xt. 6. Yesavage JA, Brink TL, Rose TL, Lum O, Huang V, Adey M, Leirer VO. Development and validation of a screening scale for geriatric depression: a preliminary report. Journal of Psychiatric Research.1983;17(1):37-49. 7. Brink TL, Rose TL, Yesavage JA. Development and validation of a geriatric depression screening scale: a preliminary report. Journal Psychiatric Research. 1983; 17 (1):37-42. 8. Carvalho VFC; Fernandez MED, Netto MP. Gerontologia: A velhice e o envelhecimento em visão globalizada. 1ª. Ed. São Paulo: Atheneu; 2002. p 160 e 403-406. 9. Browley DB. Gerontologia comportamental: questões centrais da Psicologia do Envelhecimento. 1ª. Ed. Nova York; 1990. 10. Damásio A. O mistério da consciência. 1ª Edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p 102-124.

11. Leme LCG; Tolocka RE. Atividades de dança com idosos institucionalizados. [seminário de extensão/trabalho de conclusão de curso]. Piracicaba: Universidade Metodista de Piracicaba UNIMEP; 2008.