ALIMENTAÇÃO DE CORDEIROS LACTENTES



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Transcrição:

ALIMENTAÇÃO DE CORDEIROS LACTENTES Mauro Sartori Bueno, Eduardo Antonio da Cunha, Luis Eduardo dos Santos Pesquisadores Científicos do Instituto de Zootecnia, IZ/Apta-SAA-SP CP 60, Nova Odessa-SP, CEP 13460-000, e-mail: msbueno@iz.sp.gov.br Resumo: Cordeiros lactentes podem ter desempenho melhorado através de fornecimento de alimento sólido, ração concentrada ou volumoso de excelente qualidade. O fornecimento é realizado em cochos privativos (creep-feeding), bem localizados, tranqüilos e iluminados. O ganho de peso dos cordeiros lactentes pode ser aumentado entre 30-50%, elevando-se o seu peso ao desmame e adaptando-os à dieta sólida posterior à desmama. Respondem muito bem à alimentação suplementar, pois nessa fase apresentam capacidade máxima de transformação de alimento em ganho de peso. Ração concentrada é o alimento de eleição para esta categoria, pois estes têm elevada exigência nutricional e pequeníssima capacidade de fermentação ruminal não aproveitando alimentos fibrosos e de baixa digestibilidade. O milho e o farelo de soja são os ingredientes de maior palatabilidade e de eleição, sendo que os volumosos, somente os de excelente qualidade. A idade ao desmame pode ser antecipada, liberando as fêmeas para nova cobertura. O consumo de alimento é pequeno e a resposta interessante economicamente. Introdução Cordeiros apresentam capacidade ganho de peso máximo entre o nascimento e a puberdade, entre 4-5 meses, acima dessa idade tem conversão alimentar (kg de alimento/kg de ganho de peso) muito elevada, portanto baixa eficiência para transformar alimento de origem vegetal em carne de qualidade. A fase de amamentação é a fase de maior ganho de peso, contudo está ligada a maior exigência nutricional dos animais. Em muitos casos o leite materno não é

suficiente para garantir desempenho máximo individual, principalmente em ovelhas com gêmeos. A exigência nutricional da ovelha é muito diferente da do cordeiro e muitas vezes estes competem pelo mesmo alimento, portanto o fornecimento de alimentação direcionada para os cordeiros em espaços privativos inacessíveis às ovelhas pode resultar em ganhos econômicos, por direcionar o melhor alimento para os animais mais exigentes! A curva de lactação da ovelha apresenta uma maior produção de leite nos primeiros 30 dias e um decréscimo posterior, o que pode levar a um menor desempenho dos cordeiros após esta idade, por suprimento insuficiente de nutrientes para suportar sua elevada capacidade de ganho de peso. Após 60 dias, a produção de leite e muito diminuída, mesmo na raça Santa Inês. O cordeiros gêmeos são muito propenso a apresentarem menor desempenho por menor disponibilidade de alimento (leite) e geralmente apresentam menor peso ao desmame, assim como pesos subseqüente, que pode ser melhorados através de alimentação direcionada a essa categoria. O consumo de alimento sólido pelos cordeiros lactentes é inversamente proporcional ao seu consumo de leite materno. Cordeiros filhos de ovelhas com grande produção de leite não buscam alimento sólido e no momento do desmame podem não estar adaptados à dieta posterior, o que resulta em estresse de desmama muito acentuado. Tentar aumentar a produção de leite da ovelha após os 30 dias de lactação, através de suplementação à sua dieta não é uma boa estratégia, pois resulta em aumento de sua condição corporal sem resposta eficiente e econômica na produção láctea. Redução progressiva da qualidade da dieta da ovelha após os 30 dias de lactação leva a diminuição da produção láctea e estimula o consumo de leite pelos cordeiros. O desmame de cordeiros mais pesados e adaptados à alimentação sólida é uma estratégia muito conveniente para produzir carne com qualidade, abates precoces. Animais que já consomem alimento sólido ao desmame, apresentam melhor resposta no seu desempenho posterior, pois são mais pesados e adaptados à alimentação sólida e sentem menos o estresse do desmame.

Continuam a ganhar peso eficientemente após o desmame, principalmente quando lhes é oferecido o mesmo alimento que já estão adaptados. A quantidade de alimento sólido ingerido pode ser uma observação a ser levada em conta para decisão de quando desmamar. Animais acima de 45 dias que já consomem mais de 250 gramas de alimento sólido (ração concentrada) /dia já podem ser desmamado! Os cordeiros lactentes são muito exigente nutricionalmente, principalmente os de elevado padrão zootécnico, com elevada capacidade de ganho de peso. Desta maneira, a suplementação de sua dieta láctea com alimento sólido para poder suprir sua grande demanda por nutrientes para construção de tecido corporal (ganho de peso) é um técnica viável e aconselhável, visto o preço favorável dos ingredientes para rações concentradas e o elevado potencial de transformação desses animais. Cordeiros lactentes podem tem conversão alimentar nessa fase ao redor 2-3kg de ração concentrada /kg de ganho de peso. Assim, cordeiros que ingerem 200 gramas de ração/dia (ao redor de 18-20% de PB, 80% e NDT, 0,6% de Ca e 0,4%P), podem ter acréscimo de ganho de 100g/dia. Iniciam a lamber e ingerir pequenas quantidades, já nos primeiros dias de vida, junto à sua mãe, contudo, após os 15-20 dias devem ser estimulados a entrarem nos cochos privativos e acima dos 30 dias devem ingerir maiores quantidades. Fisiologia ruminal dos cordeiros lactentes Cordeiros lactentes têm o rúmen-reticulo pouco desenvolvido e o abomaso, ou estomago químico, muito desenvolvido. O leite ingerido, através da goteira esofágica, vai diretamente ao abomaso para ser digerido, como um monogástrico. O desenvolvimento ruminal é efetuado através de estimulo às papilas da sua parede. Esse estimulo é feito pelos produtos oriundos de fermentação ruminal, os ácidos graxos voláteis. Alimentos ricos em energia, como

os concentrados, são excelentes estimulantes para o desenvolvimento ruminal, pois produzem maior quantidade de acido graxos. Alimentos volumosos ricos em fibras de baixa digestibilidade produzem menor quantidade de produtos de fermentação ruminal e podem acumular-se no rumem e dificultar a ingestão de mais alimentos, sendo portanto não aconselhável para essa categoria. Animais que consomem grande quantidade de leite por longos períodos não desenvolvem seu rumem e, portanto, não podem ser desmamados, pois não estão aptos a consumirem alimentos sólidos. Alimentos Cordeiros lactentes tem o rumem não desenvolvido e não podem conseguir energia da fermentação da fibra. Devem ser alimentados como monogástrico, com alimentos com pouca parede celular (fibra) e muito conteúdo celular (amido, proteína verdadeira). Dessa maneira, os ingredientes concentrados são os mais indicados. Como respondem eficientemente a alimentos ricos em energia e proteína, devemos direcionar os ingredientes de maior valor nutritivo para animais jovens e deixar os alimento ricos em fibra para os animais mais velhos, com completa capacidade fermentativa ruminal. O milho e outros cereais são os ingredientes energéticos mais indicados. O milho é o principal ingrediente energético de ração animal em nosso meio e tem preço bom. É composto basicamente por amido e é pobre em proteína e cálcio! Possui excelente palatabilidade para cordeiros muito jovens. Fonte de cálcio é necessária (calcário calcitico) para corrigir sua deficiência nesse elemento. A forma de fornecimento da ração concentrada é importante, pois está ligado ao consumo voluntário. Cordeiros muito jovens até ao redor de 35 dias, preferem rações finamente moídas; entre 35 e 60 dias rações peletizada, e a partir têm grande preferência por rações com ingredientes grosseiramente moídos, ou grão inteiros. O melaço seco, rico em açúcar solúvel, sacarose e pobre em proteína, apresenta elevada palatabilidade e pode ser incorporado às rações concentradas,

ao redor de 2-5%, para aumentar a palatabilidade e atrair os animais ao consumo de alimento sólido. O farelo de soja, o melhor ingrediente protéico para dietas dos animais, tem elevada palatabilidade, além de elevado teor protéico, com proteína de ótima qualidade. O farelo de algodão tem boa palatabilidade também, um pouco inferior à do de soja. O farelo de algodão no mercado atualmente tem dois tipos: 28% de PB e 38% de PB. Obviamente o farelo de algodão com maior teor protéico e menor teor de fibra (cascas) é mais indicado para compor ração concentrada para essa categoria. Óleos vegetais podem ser incorporados à ração concentrada dessa categoria no intuito de aumentar o seu teor energético. Adição de 1-4% de óleo soja pode ser aconselhado, contudo, deve-se prever a necessidade de aumento de vitamina E na ração (20mg/dia) e a compatibilidade da mistura homogênea dos ingredientes. Uréia não é aconselhável nessa fase, pois além de ser de baixíssima palatabilidade, não é aproveitada por essa categoria, incapaz de fermentar a fibra e ter crescimento microbiano ruminal. Volumoso pode ser utilizado, principalmente no intuito de adaptar os animais a sua dieta posterior, pós desmame. Deve-se lembrar que os cordeiros abaixo de 70 dias têm capacidade fermentativa muito reduzida e elevadíssima exigência nutricional e que volumosos tem elevado teor de fibra, pouco aproveitada pelos animais. Contudo, pode-se direcionar para estes animais volumosos de excelente qualidade, como fenos de gramínea excelente qualidade, com teor protéico acima de 14%. Uma boa sugestão seria feno de leguminosa, principalmente o de alfafa. A silagem de milho, devido seu elevado teor energético (68-70% de NDT) pode ser utilizada, contudo é deficiente em proteína. Pode-se adicionar farelo de soja com fonte de proteína. É importante adaptar os animais a sua dieta pós desmame para evitar a perda de desempenho devido à demora em aceitar o novo alimento. Geralmente

os cordeiros lactentes aprendem a comer com suas mães e o volumosos consumido por elas são bem aceito por eles.! Tentar fornecer alimento não conhecido pelos animais após a desmama leva tempo para adapta-los e resulta em baixo consumo e perda de peso. Localização dos cochos privativos Cordeiros jovens, até 45 dias, são muito tímidos e não se afastam das ovelhas mais de 10 m, Acima dos 60 dias tornam-se mais independentes e podem distanciar-se mais. Desta maneira o cocho privativo para os cordeiros lactentes deve situar-se em local muito próximo onde as ovelhas permanecem, em local seco e confortável. Estratégias de manejo: Mamada controlada As mamadas podem ser efetuadas em períodos predeterminados, possibilitando a separação de mãe e cria por algumas horas por dia, permitindo a mamada somente durante a noite. Apresenta a vantagem de poder alimentar essas duas categorias separadamente, podendo-se encaminhar as matrizes, durante o dia, para as pastagens, sem expor suas crias a problemas sanitários (verminose), longas caminhadas e alimento inadequado. Estimula o consumo de alimento sólido pelas crias que permanecem longos períodos sem mamar. Os cordeiros podem permanecer fechados e fornecer-lhes alimento de qualidade, sendo a amamentação realizada somente a noite. Trabalho realizado no Instituto de Zootecnia comparando o desempenho de cordeiros Santa Inês criados com suas mães até os desmame (60 dias) e outro grupo com mamadas controladas, com acesso somente duas vezes ao dia às ovelhas, tendo á sua disposição ração concentrada com 18% de PB e 80% de NDT. Os resultados de ganho de peso no período de amamentação e peso ao desmame mostraram que não houve prejuízo para o desempenho dos cordeiros, além de estimular a entrada antecipada das ovelhas ao cio e assim, diminuir o intervalo parto-primeiro cio das ovelhas. Assim pode ser aconselhada como prática de manejo. Esta pratica estimula o consumo de alimento sólido pelos

cordeiros e permite a cobertura antecipada das fêmeas (40-60 dias pós-parto), diminuindo o intervalo entre partos para 7 meses. Exemplo de formulação de ração para ser usada para cordeiros lactentes (20% de proteína bruta, 80% de NDT, 0,7% de cálcio e 0,5% de fósforo) 33,0% de farelo de soja 64,5% de milho em grão moído 1,5% de calcário calcítico 1,0% de mistura mineral para ovinos