Carris e Metro ficam sem 65 milhões de utentes em 4 anos

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PARECER N.º 175/CITE/2009

Transcrição:

ID: 63421185 04-03-2016 Tiragem: 74277 País: Portugal Period.: Diária Pág: 28 Cores: Cor Área: 25,50 x 19,90 cm² Corte: 1 de 1 lisboa Movimento de Utentes considera que os transportes públicos "não estão direcionados para aqueles que deveriam estar: os utentes" Carris e Metro ficam sem 65 milhões de utentes em 4 anos Dimlnuiçilo da oferta de serviços é uma das grandes culpadas para a perda de passageiros no Metro de Lisboa A Carris e o Metro de Lisboa perderam, entre 2009 e 2013. 65 milhões de passageiros, revelou ontem, em Lisboa. Rui Monteiro. coordenador do MUSP - Movimento de Utentes dos Serviços Públicos. Ao intervir no Fórum Mobilidade e Sistema Metropolitano de Transportes: Direito à mobilidade com transportes públicos sustentáveis, que decorre no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Rui Monteiro disse que os "transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa não estão direcionados para aqueles que deveriam estar: os utentes'. "Os.transportes têm vindo, ao longo dos anos, a ser um bom negócio para algumas empresas privadas e são uma dificuldade que obriga à injeção de capitais nas empresas públicas, que reduzem os serviços prestados", afirmou. Segundo o coordenador do MUSP, entre 2009 e 2013, o Metro de Lisboa reduziu em 36% a sua oferta de serviço a nível nacional, a Carris em 21%, a STCP em 18% e a CP em 10%. Nesses anos, registouse ainda um aumento das tarifas no Metro em 70%, na Carris em 40%. na STCP em 30% e na CP em 20%. Como consequência, a Carris perdeu 40 milhões de passageiros. o Metro 25 milhões e a CP ll milhões. "Temos um ciclo vicioso que importa quebrar. Os transportes têm de ser entendidos como prioritários. Não podem continuar neste modelo de gestão, onde há uma desarticulação absurda entre os diversos serviços de passageiros", frisou. Para Rui Monteiro, é necessária a modernização da linha ferroviária de Cascais e do Oeste, um aumento da rede do Metro, uma articulação entre operadores de transporte e uma tarifa plana na Carris, entre outros. O presidente da Transportes de Lisboa (holding que congrega Carris, Metro de Lisboa e Transtejo), Tiago Farias, admitiu não ter gostado de ouvir aqueles números, que, porém, não desmentiu. Afirmou que o sistema de transporte público tem de ser "credível, acessível e sustentável" e que "está na hora de pensar numa forma não coneorrencional entre os 18 municípios e gerir melhor a oferta". Tiago Farias sublinhou ainda que 'não é possível um sistema de transportes públicos sem financiamento" do Estado. Incremento do tarifário Luís Cabaço. presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários Pesados de Passageiros questionou: "Como se promove o transporte público quando houve uma política de incremento exageradissimo do tarifário como houve em Lisboa com o passe navegante?". Registou-se, na mesma altura, um aumento das tarifas do Metro em 70% Para a representante da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, Anabela Carvalheira, a pretensão de concessão do anterior Governo teve como resultados uma "acentuada degradação do serviço público prestado, o corte da oferta, o afastamento dos utentes, a eliminação de milhares de postos de trabalho e redução de direitos adquiridos". entre outros.*

Visitas diárias: 24826 País: PT ID: 63413120 03-03-2016 OCS: Diário Digital Online Carris e Metro perderem 65 milhões de passageiros entre 2009 e 2013 URL: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=814540 HOJE às 13:39 A Carris e o Metro de Lisboa perderam, entre 2009 e 2013, 65 milhões de passageiros, revelou hoje, em Lisboa, Rui Monteiro, coordenador do MUSP - Movimento de Utentes dos Serviços Públicos. Ao intervir no Fórum Mobilidade e Sistema Metropolitano de Transportes: Direito à Mobilidade com Transportes Públicos Sustentáveis, que decorre no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Rui Monteiro começou por dizer que os transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa não estão direcionados para aqueles que deveriam estar: os utentes. Os transportes têm vindo, ao longo dos anos, a ser um bom negócio para algumas empresas privadas e são uma dificuldade que obriga à injeção de capitais nas empresas públicas, que reduzem os serviços prestados, afirmou. Diário Digital / Lusa

Visitas diárias: 168035 País: PT ID: 63413497 03-03-2016 OCS: Diário de Notícias Online Carris e Metro perderam 65 milhões de passageiros entre 2009 e 2013 URL: http://www.dn.pt/dinheiro/interior/carris-e-metro-perderam-65-milhoes-de-passageirosentre-2009-e-2013-5059121.html 03 DE MARÇO DE 201614:15 Segundo o coordenador de um movimento de utentes, entre 2009 e 2013, o Metro de Lisboa reduziu em 36% a sua oferta de serviço, a Carris em 21% A Carris e o Metro de Lisboa perderam, entre 2009 e 2013, 65 milhões de passageiros, revelou hoje, em Lisboa, Rui Monteiro, coordenador do MUSP - Movimento de Utentes dos Serviços Públicos. Ao intervir no Fórum Mobilidade e Sistema Metropolitano de Transportes: Direito à Mobilidade com Transportes Públicos Sustentáveis, que decorre no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Rui Monteiro começou por dizer que os "transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa não estão direcionados para aqueles que deveriam estar: os utentes". "Os transportes têm vindo, ao longo dos anos, a ser um bom negócio para algumas empresas privadas e são uma dificuldade que obriga à injeção de capitais nas empresas públicas, que reduzem os serviços prestados", afirmou. Segundo o coordenador do MUSP, entre 2009 e 2013, o Metro de Lisboa reduziu em 36% a sua oferta de serviço, a Carris em 21%, a STCP em 18% e a CP em 10%. Nesses anos, registou-se ainda um aumento das tarifas no Metro em 70%, na Carris em 40%, na STCP em 30% e na CP em 20%. Como consequência, a Carris perdeu 40 milhões de passageiros, o Metro 25 milhões e a CP 11 milhões. "Temos um ciclo vicioso que importa quebrar. Os transportes têm de ser entendidos como prioritários. Não podem continuar neste modelo de gestão, onde há uma desarticulação absurda entre os diversos serviços de passageiros", frisou. Para Rui Monteiro, é necessária a modernização da linha ferroviária de Cascais e do Oeste, um aumento da rede do Metro, uma articulação entre operadores de transporte e uma tarifa plana na Carris, entre outros. Ao tomar a palavra, o presidente da Transportes de Lisboa ('holding' que congrega Carris, Metro de Lisboa e Transtejo), Tiago Farias admitiu não ter gostado de ouvir aqueles números, que, no entanto, não desmentiu. Afirmando que o sistema de transporte público tem de ser "credível, acessível e sustentável", o responsável defendeu que, para se criar um "novo" sistema, "tem de se começar pelo princípio". "Está na hora de repensar tudo. Pensar numa forma não concorrencional entre os 18 municípios e gerir melhor a oferta", frisou. Tiago Farias sublinhou ainda que "não é possível um sistema de transportes públicos sem haver

financiamento" por parte do Estado. Na sua intervenção, Luís Cabaço, presidente da Antrop - Associação Nacional de Transportadores Rodoviários Pesados de Passageiros questionou "como se pode falar de serviço público se acabam com passes sociais, se reduzem a oferta, se havia ideia que podiam ser autossustentáveis". "Como se promove o transporte público quando houve uma política de incremento exageradíssimo do tarifário como houve em Lisboa com o passe navegante?", acrescentou. Para a representante da Fectrans - Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, Anabela Carvalheira, a pretensão de concessão do anterior Governo teve como resultados uma "acentuada degradação do serviço público prestado, o corte da oferta, o afastamento dos utentes, a eliminação de milhares de postos de trabalho e redução de direitos adquiridos", entre outros. "As empresas deixaram de ter condições humanas e técnicas para responder aos desafios do dia-adia", afirmou. Para o futuro, a sindicalista defendeu a criação de uma Autoridade Metropolitana de Transporte, que envolva autarquias, Governo, trabalhadores e passageiros. Anabela Carvalheira defendeu ainda a necessidade de existirem indemnizações compensatórias porque o "pagamento do serviço público é uma responsabilidade do Estado". Lusa Página 2

Observador Online ID: 63412459 03-03-2016 Visitas diárias: 108159 País: PT OCS: Observador Online Governo quer que Uber obedeça aos mesmos requisitos exigidos aos taxistas URL: http://observador.pt/2016/03/03/governo-quer-uber-obedeca-aos-mesmos-requisitosexigidos-aos-taxistas/ transporte Secretário de Estado adjunto e do Ambiente que a concorrência aos táxis, feita em Portugal através do serviço de transporte privado Uber, "deve obedecer aos requisitos exigidos aos taxistas". MARIO CRUZ/EPA O secretário de Estado adjunto e do Ambiente José Mendes defendeu hoje que a concorrência ao serviço dos táxis, feita em Portugal através do serviço de transporte privado Uber, "deve também obedecer aos requisitos exigidos aos taxistas". "Enquanto prestadores de um serviço que é público, os taxistas estão vinculados ao cumprimento e obrigações legais. A concorrência que está a ocorrer e está no terreno através de plataformas (.) deve obedecer aos requisitos exigidos aos táxis", afirmou. O secretário de Estado falava na sessão de abertura do Fórum Mobilidade e Sistema Metropolitano de Transportes: Direito à Mobilidade com Transportes Públicos Sustentáveis, que hoje decorre no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa. Reafirmando que a Uber oferece um "serviço perfeitamente similar ao serviço de táxi", José Mendes defendeu que "as regras têm de ser cumpridas porque, se há requisitos para quem presta determinados serviços, têm de ser cumpridos". "Quem transporta no terreno é um operador de transporte e um operador de transporte tem de obedecer a requisitos", acrescentou. O governante disse ainda que este é "um problema europeu, que ainda não está bem resolvido", pelo que "importa perceber se há uma diretiva europeia" que o regule. Referindo-se à questão dos transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa, o secretário de Estado defendeu que devem ser municipalizados porque "são os municípios que fazem a gestão da rede viária, os sistemas de estacionamento, a rede escolar [e] o espaço ocupado pelos peões e ciclistas". "Acreditamos que a gestão da Carris deve ser muito mais próxima das autarquias", afirmou. José Mendes reafirmou que o "apoio no tarifário será mantido" e recordou que o "acesso ao passe social + será alargado a todo o país", estando inscrito no Orçamento do Estado com um valor de sete milhões de euros.

Tiragem: 33162 País: Portugal Pág: 12 Cores: Cor ID: 63421024 04-03-2016 Period.: Diária Área: 25,70 x 30,46 cm² Corte: 1 de 1 Cascais sugere que a Carris opere em toda a Área Metropolitana de Lisboa A proposta é de Carlos Carreiras, que não vê com bons olhos que cada município escolha o seu operador. Já o presidente da Transportes de Lisboa se mostrou contra cada um fazer o seu microdesenho Transportes Inês Boaventura O presidente da Câmara de Cascais defende que a Carris podia ser o grande prestador de serviço de transportes da Área Metropolitana de Lisboa (AML), alargando a sua actividade para lá dos concelhos em que opera actualmente. Para o autarca, esta solução contribuiria para a existência de um sistema integrado de transportes, algo que, em seu entender, não estará garantido se cada município escolher o seu prestadorzinho de serviço. Não vejo razões para que isso não aconteça, afirmou Carlos Carreiras, que lamenta que o caminho que apontou não esteja sequer a ser equacionado. Reconhecendo que nada do que foi feito nos últimos anos funcionou, o autarca do PSD defendeu que é tempo de corrigir os erros do passado, em nome da coesão territorial e social. Carlos Carreiras falava no Fórum Mobilidade e Sistema Metropolitano de Transportes, uma iniciativa da AML que teve lugar ontem, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. Na sua intervenção, o presidente da Câmara de Cascais enunciou ainda a possibilidade de o alargamento da área de intervenção que propôs para a Carris abranger também o Metropolitano de Lisboa e a Transtejo, entidades que têm competências e conhecimento acumulado para fazerem uma prestação de transporte público. Quanto à situação de Cascais, o presidente afirmou que o seu concelho está no fim da tabela em termos de mobilidade. O transporte público ferroviário é o que é. Mais dia, menos dia, acaba, disse, criticando o desinvestimento permanente ao longo de muitos anos neste sector. Também ao nível rodoviário foi negro o cenário traçado pelo autarca. Estamos muitíssimo mal servidos, constatou, acusando a empresa Scotturb de trabalhar com prepotência, arrogância e em moldes que promovem um mau clima social. O sistema de transportes públicos em Cascais, resumiu, é um sistema perfeitamente de ruptura, que qualquer dia desaparece. O resultado, acrescentou Carlos Carreiras, é que 66% dos munícipes do concelho se O autarca de Cascais acredita que haveria vantagens se a Carris fosse o grande prestador de serviço de transportes da AML deslocam em transporte individual, enquanto as percentagens daqueles que utilizam o comboio e o autocarro não vão além dos 11 e dos 8%, respectivamente. O transporte público saiu completamente do modo de vida dos cidadãos, lamentou. Já o presidente da Câmara do Barreiro descreveu uma realidade bem diferente dessa. Segundo Carlos Humberto Carvalho, no seu município, que é servido pelos Transportes Colectivos do Barreiro (que é um serviço municipalizado), são mais No Barreiro, onde o serviço de transportes é municipalizado, são mais os que viajam de autocarro do que de carro os que viajam de autocarro do que aqueles que o fazem de carro. Penso que é o único concelho do país em que isso acontece, declarou. O autarca comunista sublinhou ainda que é indispensável que o passe social seja alargado. Quanto à questão do financiamento do sistema de transportes, que exige muito trabalho, muita reflexão e muita criatividade, Carlos Humberto Carvalho disse que não vale a pena ter ilusões. Não conheço sistemas em regiões metropolitanas sustentáveis apenas com os valores da bilhética, sublinhou, defendendo a necessidade de continuar a haver compensações do Estado, tanto ligadas ao serviço público prestado pelos operadores como à política tarifária. Não é possível um sistema sustentar-se a si próprio sem esses apoios, rematou. Quem também sustentou que não há um verdadeiro sistema de transportes que seja lucrativo ou sustentável sem subsidiação foi o presidente da Câmara de Lisboa, que frisou que essa é a realidade de todos os países e cidades. Na sua intervenção, Fernando Medina considerou que o sistema de transportes públicos hoje existente na AML é profundamente desarticulado e desajustado, ostentando camadas sobre camadas. O desafio político que se coloca hoje ao Governo e aos autarcas, acrescentou, é perceber como pegar nesse emaranhado e projectar uma visão de futuro. Para o autarca socialista, essa visão deve incluir quatro aspectos: o sistema de transportes deverá ser integrado (tanto nos meios como na área geográfica ), deve oferecer credibilidade aos cidadãos, deve ser acessível a todos (apresentando preços mais baixos do que os actuais) e também sustentável. Também o secretário de Estado Adjunto e do Ambiente admitiu que deverá continuar a ser necessária a existência de mecanismos de compensação aos operadores de transporte, para garantir o seu equilíbrio PATRICIA MARTINS financeiro, constatando ainda que o Estado terá que garantir a dívida histórica dos operadores. No caso concreto da Carris, o governante deixou claro que o entendimento actual é que a gestão da empresa deverá estar muito mais próxima das autarquias do que até aqui. Quanto à delegação de competências em matéria de transportes na AML, José Mendes considerou que este é um passo positivo no sentido de se alcançar um sistema verdadeiramente metropolitano. Outro dos intervenientes neste fórum foi o presidente da Transportes de Lisboa, segundo quem está na hora de repensar tudo. Para Tiago Farias, chegou a hora de apostar no planeamento do sistema de transportes, algo que, em seu entender, implica uma mudança de comportamento dos técnicos e decisores políticos, que devem concentrar-se em desenhar algo que faça sentido e seja coerente e não em cada um fazer o seu microdesenho.