CONSELHO DE DIRETORES DAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ESTADO DE SÃO PAULO/CONDEFESP



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PARECER Nº, DE Relator: Senador CRISTOVAM BUARQUE I RELATÓRIO

Transcrição:

CONSELHO DE DIRETORES DAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ESTADO DE SÃO PAULO/CONDEFESP Consulta a respeito de dúvidas surgidas na interpretação do Pare cer nº 215/87 e Resolução nº 03/87 MAURO COSTA RODRIGUES I - RELATÓRIO O Prof. Dr. Jamil André,Diretor da Faculdade de Educação Física da USP, na condição de Presidente do Conselho de Diretores das Escolas de Educação Física do Estado de São Paulo/ CONDEFESP, encaminha ao Presidente do CFE consulta a respeito de dúvidas levantadas pelas escolas vinculadas a essa associação, re ferentes à interpretação do Parecer nº 215/87 e correspondente Re solução nº 03/87, que tratam da reestruturação dos cursos de gra duação em Educação Física,sua nova caracterização e mínimos de du ração e conteúdo. A consulta em questão diz textualmente: "... Em nossa última reunião do Conselho de Diretores de Esco las de Educação Física do Estado de São Paulo (CONDEFESP), rea lizada no dia 05 de novembro do corrente, foi discutida a Reso lução nº 03 - de 16/06/87 (com base no Parecer 215/87 do Conse lheiro Mauro Costa Rodrigues), que fixa os mínimos de conteúdo e duração, a serem observados nos cursos de graduação em Educa ção Física (Bacharelado e/ou Licenciatura Plena). Contudo, por mais que se debata sobre o assunto, está pairando incertezas quanto ao termo "Bacharelado e/ou Licencia tura Plena", que origina dúbia interpretação, ou seja, de se ter os dois Cursos, ou um ou outro, não estando portanto claro, na Resolução, a descrição exata, principalmente quanto ao Bacha relado e ainda a diferenciação de currículo, uma vez que também para a formação do estudante, já contamos com os Cursos Técni cos Desportivos. E é nesse sentido, que consultamos Vossa Excelência so bre a suscitada dúvida, para que seja devidamente esclarecido às 34 Escolas de Educação Física do Estado de São Paulo.

II - PARECER E VOTO DO RELATOR Em sua essência,são dois os pontos abordados na consulta em análise,que estão gerando incertezas na interpretação da Resolução nº 03/87, que fixa os mínimos de conteúdo e duração a serem observados nos cursos de graduação em Educação Física (Ba charelado e/ou Licenciatura Plena), a saber: 1. "Bacharelado e/ou Licenciatura Plena", coloca ção essa onde a alternativa e/ou estaria originando dúbia interpre tacão, "... ou seja, de se ter os dois cursos ou um ou outro",ofe recidos simultaneamente. 2. Diferença entre a preparação do Bacharel e a do Técnico-Desportivo, dúvida que o Relator depreende estar ocor rendo em razão da afirmação feita na consulta de que a redação da Resolução n 03/87 não está clara, "... principalmente quanto ao Bacharelado e ainda a diferenciação de currículo, uma vez que tam bém, para a formação do estudante, já contamos com os cursos de Técnicos Desportivos". Antes de entrar no mérito das questões levanta das, convém lembrar que, como regra geral,as resoluções do CFE,na sua condição de instrumentos jurídicos de caráter normativo,decor rem de parecer específico, que fundamenta e justifica as medidas de execução por ela determinadas. Assim, para se poder interpretar uma resolução, é preciso que, também, se proceda à cuidadosa leitura e reflexão do conteúdo do parecer da qual decorreu essa resolução. A primeira das dúvidas levantadas - "Bacharela do e/ou Licenciatura Plena" - encontra sua origem não apenas na e menta da Resolução nº 03/87, mas, principalmente, na redação de seu Art. 1º, que diz textualmente: "... Art; 1º - A formação dos profissionais de Educação Física será feita em curso de graduação que conferirá o títu lo de Bacharel e/ou Licenciado em Educação Física."

A esse respeito, entretanto, vamos encontrar no Parecer nº 215/87, item 7) Conclusões (Documenta no 315/MAR-87, páginas 177 e 178): ii a) A caracterização proposta para o Curso de Educa çao Física possibilitará a graduação a nível de Licenciatura ou Bacharelado, conforme o perfil profissional definido pela IES e, consequentemente, em função das ênfases que venham a ser atribuídas tanto na parte referente a Formação Geral Co mo na do Aprofundamento de Conhecimentos. Tratam-se assim de titulações distintas e específi cas que,embora obtidas em cursos cujas estruturas curricula res se desenvolvem dentro de uma linha de unidade, são dife rentes tanto quanto à ênfase atribuída a cada uma das quatro áreas previstas,como quanto ao tratamento pedagógico das ma terias que as compõem, tendo em vista o perfil desejado e a delimitação do campo profissional pretendido. Para que essa delimitação se torne mais evidente é necessário que a IES estabeleça sua opção a partir de cons cienciosas considerações de ordem conceptual... sobre o que é um curso que leva à formação do professor da área de Educação com alguma especialização em esportes e o que é a formação do profissional de Educação Física na amplitude que dele se espera. É evidente que haverá a possibilidade do graduado vir a obter as duas titulações (Bacharel e Licenciado),atra vés do acréscimo - materializado pelo aumento do tempo míni mo de duração previsto para o curso - de novas disciplinas ou de cargas horárias nas disciplinas já cursadas,abordadas agora sob outro enfoque ou com maiores aprofundamentos, ten do em vista a titulação a ser acrescida. Do mesmo modo,fica resguardada às IES a possibili dade de virem a oferecer bacharelados em áreas específicas, dentro dos limites compatíveis com o campo de atuação dos profissionais em Educação Física, como por exemplo na área do lazer ou da saúde. A possibilidade de organização desses cursos encontra seu amparo legal no Art. 18 da Lei nº 5.540/ 68, que prevê essas programações através de Planos de Cur sos." Verifica-se, assim,que o Parecer nº 215/87 afir ma de modo taxativo que, embora uma única resolução regule o pro cesso de formação dos graduados em Educação Física,o faz oferecen do a opção de duas titulações distintas e específicas preparando, conforme o perfil desejado, a partir de estrutura curricular que se desenvolve numa mesma linha conceptual,graduados aptos a atuar em campos profissionais ao mesmo tempo afins, quanto à área de a tuação, e distintos, quanto à natureza da atividade desenvolvida nessa área:

- Como Bacharéis, tendo como função primordial "... a ação em pes quisa científica em Educação Física e Desportes, colaborando no avanço tecnológico do rendimento esportivo, tanto no aspecto fi siológico como no desenvolvimento de materiais desportivos. - Como Licenciados em Educação Física, seu campo primordial de a tuação visará o preparo do professor de Educação Física para a tender ao ensino de 1º e 2º Graus. Bacharéis e Licenciados que,pela atual proposta curricular estarão igualmente habilitados a extenderem seu campo de atuação profissional no amplo expectro da "Educação Física não formal", que se extende aos clubes esportivos, academias, centros desportivos, associações comunitárias, etc. Para isso, ambos - Bacharéis e Licenciados - re cebem, no processo de sua formação, um embasamento técnico-pedagó gico de caráter geral, aprofundado com as especificidades corres pondentes ao perfil estabelecido pela IES, ou desejado pelo aluno, nas oportunidades e opções que lhes são asseguradas pelo "Aprofun damento de Conhecimentos", a seu dispor em todos os cursos de gra duação em Educação Física. Desse modo, pela clareza com que esses aspectos estão postos em vários parágrafos ao longo dos conteúdos apresenta dos pelo Parecer nº 215/87,entende o Relator que, conforme foi ex posto,não há como alegar incertezas para o entendimento do primei ro ponto apresentado na consulta. Com relação ao segundo dos questionamentos argui dos,que pode ser resumido como a "diferença entre a preparação do Bacharel e a do Técnico Desportivo",a resposta se encontra no cor po do próprio Parecer nº 215/87,ao abordar em seu item 4 (Documen ta nº 315, página 168) a questão do "Técnico Desportivo, denomina ção, posicionamento e preparação". As colocações a respeito do preparo desses pro fissionais mostram com clareza a necessidade de que essa prepara ção seja feita em nível de especialização,para graduados em Educa ção Física,selecionados mediante cuidadosos critérios tanto entre

os Licenciados como entre os Bacharéis.O objetivo pretendido será a busca da competência específica em cada modalidade desportiva e não a mera credenciação - obtida com uma pseudo e discutível habi litação complementar oferecida numa linha mais acadêmica do que técnica, sem qualquer critério na seleção de seus participantes, durante o próprio curso de graduação ou imediatamente após o mesmo, pelo acréscimo de mais "duas matérias" (desportos) ou mesmo outras tantas. Respondendo consulta do Conselho Nacional de Des portos, o Parecer CFE nº 205/88,de 26/02/88, aprofunda a interpre tacão do pretendido nesse sentido pelo Parecer nº 215/87, apresen tando as opções possíveis para o preparo do Técnico Desportivo. Além do mais, a Resolução nº 03/87, em seu Art. 7º, dirime completamente qualquer dúvida que possa haver com rela ção ao posicionamento, características e natureza dos cursos que visem preparação desses profissionais, ao dizer, textualmente,que "... Os graduados em Educação Física (Bacharéis e/ou Licenciados), através de cursos a nível de especialização, poderão habilitar-se à titulação de Técnico Desportivo". Não se justificam, pois,as alegações de dúvidas na interpretação das colocações do Parecer nº 215/87 e da Resolu ção nº 03/87 a respeito da preparação do Bacharel e do Técnico Des portivo, nem tampouco que se possam vir arguir semelhanças ou su perposições nos campos de atuação profissional em cada um deles. O Bacharel, repetimos, terá sua função primordial na pesquisa cientí fica e tecnológica em Educação Física. O Técnico Desportivo deverá ser o profissional que,se valendo dos resultados dessas pesquisas, em campos de especialização cada vez mais setorizados quanto às mo dalidades desportivas e, mais, em segmentos de uma mesma modalida de desportiva, atuarão no "esporte de alto desempenho". Nesses termos sugere o Relator seja respondida a consulta do Conselho de Diretores das Escolas de Educação Física do Estado de São Paulo.

III - CONCLUSÃO DA CÂMARA o voto do Relator. A Câmara de Ensino Superior,1º Grupo, acompanha

IV - DECISÃO DO PLENÁRIO O Plenário do Conselho Federal de Educação aprovou, por unanimidade, a Conclusão da Câmara. Sala Barretto Filho, em 06 de 06 de 1988