PROJETO DE LEI Nº 020/2017 DE 1º DE MARÇO DE 2017. REVOGA A LEI MUNICIPAL Nº 2.815/16, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2016 E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Art. 1. Fica revogada, na sua integralidade, a Lei Municipal n. 2.815, de 15 de Dezembro de 2016, que dispõe sobre a escolha, mediante eleição direta, de diretores e vice-diretores das escolas da rede municipal de ensino, no município de Arroio do Tigre. Art. 2º. A revogação da mencionada Lei decorre de sua inconstitucionalidade material. Art. 3º. As funções de Direção e Vice-Direção de escolas serão de livre nomeação do Poder Executivo. Art. 4º. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE ARROIO DO TIGRE, em 1º de março de 2017. MARCIANO RAVANELLO, Prefeito.
JUSTIFICATIVA: O presente Projeto de Lei trata da revogação da Lei Municipal n. 2.815, de 15 de dezembro de 2016, que dispõe sobre a escolha, mediante eleição direta, de diretores e vice-diretores das escolas da rede municipal de ensino, no município de Arroio do Tigre. Por primeiro, mencionada lei, de iniciativa de um vereador, usurpou competência privativa do Poder Executivo, conforme aliás, contido no art. 33, III, da Lei Orgânica do Município de Arroio do Tigre, verbis: ARTIGO 33. É da competência do Prefeito a iniciativa das leis que: (...). III - criem cargos ou funções públicas, fixem ou aumentem vencimentos ou vantagens dos servidores públicos, ou de qualquer modo, aumentem a despesa, ressalvada as matérias reservadas à iniciativa privativa da Câmara Municipal de Vereadores; Como visto, as funções de Direção e Vice-Direção de escolas municipais estão inseridas nos chamados cargos ou funções de confiança, de livre nomeação do Poder Executivo (Cargos de Chefia, Direção e ou Assessoramento). Por segundo, a lei ora impugnada, que se insere na hipótese do art. 39, VI, da Lei Orgânica do Município, não mereceu a tramitação prevista no art. 39 da Lei Orgânica, pois as matérias lá enumeradas, que tem status de Lei Complementar, devem obedecer a votação com quórum qualificado de 2/3. A lei, no entanto, foi aprovada por maioria simples, em afronta a Lei Orgânica. A justificativa para a revogação se dá em razão da inconstitucionalidade material da referida lei, conforme jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal, acerca da matéria, com vinculação aos Tribunais estaduais. Com efeito, sobre a possibilidade de diretores de escolas públicas serem nomeados em eleição comunitária, o Supremo Tribunal Federal possui jurisprudência consolidada há décadas no sentido de que a práxis revela ofensa ao art. 37, II, da Constituição Federal. Tal posição merece ser prestigiada.
Adianta-se que as escolas públicas municipais não ostentam o mesmo tratamento eletivo dispensado ao processo de escolha dos reitores universitários. Sobre a ausência dessa prerrogativa, o Ministro Carlos Madeira, no julgamento da RP 1.473/SC, Tribunal Pleno, j. 14/09/1988, DJ 14/10/1988, em período anterior a nova Constituição, referiu que as escolas públicas fazem parte do sistema de ensino sob Administração das Secretarias de Educação estaduais [agora, também municipais], e como tal sua direção há de competir a quem por livre escolha for nomeado em comissão, inadmitindo colégio eleitoral para escolha de nomes ou investidura por mandato Posterior a este Julgado, no dia 03 de fevereiro de 1997, o STF enfrentou novamente a matéria, em julgamento conjunto de duas ações diretas de inconstitucionalidade sobre o tema: a ADI 573/SC e a ADI 123/SC. Após exaustiva análise da jurisprudência histórica do Supremo Tribunal Federal, concluiu o Ministro Néri da Silveira que tem se compreendido que, sendo os diretores de estabelecimentos públicos, que se integram no organismo do Poder Executivo, titulares de cargos ou funções em comissão, não seria admissível a intitulação nesses cargos, com mandatos que lhe assegurariam professores, servidores e alunos, sem manifestação do Chefe do Poder Executivo, que ficaria vinculado a essa escolha para prover cargos de confiança com vistas a gerir cargos do ruolo administrativo, integrantes da estrutura educacional (ADI 573/SC, Tribunal Pleno, j. 03/02/1997, DJ 31/08/2001). Na ADI 123/SC, sob relatoria do Ministro Carlos Velloso (Tribunal Pleno, j. 03/02/1997, DJ 12/09/1997), o fundamento foi basicamente o mesmo: violação do art. 37, II, o qual, trata da forma de provimento dos cargos públicos. De acordo com o Ministro Velloso, o sistema de eleição de diretores de escolas públicas não é o melhor e de democrático só tem a aparência", sendo que "a eleição, por parte de toda a comunidade - professores, alunos, pais de alunos, servidores - muita vez tem presente menos o conhecimento científico e mais a capacidade de agradar e de fazer promessas vazias".
Acompanhando o comentário, ressaltou o Ministro Maurício Corrêa: "pela minha vivência, realmente, a sistemática não funcionou; ao invés de trazer benefício, trouxe malefício, em face da balbúrdia que se estabelecia nas escolas para escolha dos eleitos". Em acréscimo, o Ministro Rezek ponderou o seguinte: "(...) ainda que se admita que a intenção de normas desta natureza seja generosa e, quem sabe, progressista, o que aqui se encontra é um aberto desafio à lógica constitucional e ao próprio princípio democrático. Numa instituição pública de ensino, onde tudo rigorosamente depende do tesouro público, onde tudo é pago por recursos tomados do contribuinte e administrados pelo Estado, não se compreende que as pessoas que em determinado momento ocupam funções docentes, ou lá se encontram realizando seus estudos ou prestando trabalho administrativo, assumam essa prerrogativa autárquica. Teríamos aí uma instituição autárquica financiada por outrem. Teríamos uma forma sutil e curiosa de soberania universitária - numa universidade, entretanto, que não se sustenta, porque depende do tesouro público. Depende, portanto, daquela comunidade contribuinte que se confunde com o colégio eleitoral que conduziu ao poder as pessoas às quais o sistema confere a prerrogativa de fazer essa escolha. (...) Nesses julgamentos, provenientes do Estado de Santa Catarina, concluiu-se, por maioria, que a escolha dos dirigentes de escolas públicas, por eleição, subtraindo esse poder conferido ao Chefe do Executivo, é medida inconstitucional por invasão da regra de provimento de cargos da Administração Pública. Em outra julgado, na ADI 578, o Ministro Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, j. 03/03/1999, DJ 18/05/2001, reconheceu-se a inconstitucionalidade da previsão porque é competência privativa do Chefe do Poder Executivo o provimento de cargos em comissão de diretor de escola pública Por fim, no precedente mais recente, julgamento da ADI 2.997/RJ, o Ministro Cezar Peluso reparou: não parece convir à segurança jurídica a mudança da jurisprudência assente, a qual tem guiado as administrações estaduais e a legislação subalterna, na vigência da Carta atual (Tribunal Pleno, j. 12/08/2009, DJe 12/03/2010).
A posição do Tribunal de Justiça de Estado do Rio Grande do Sul não discrepa deste entendimento, como se pode observar dos julgados que seguem, todos proferidos em sede de Ação Direta de Inconstitucionalidade: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MUNICÍPIO DE URUGUAIANA. ELEIÇÕES COMUNITÁRIAS. CARGOS DE DIRETOR E VICE-DIRETOR. - É inconstitucional, por ofensa aos arts. 8º, caput, 32 e 82, XVIII, da Constituição Estadual, além do art. 37, II, da Constituição Federal, lei municipal que permite eleições para escolha de diretores e vice-diretores de escolas públicas, sem intervenção do Chefe do Executivo. O princípio da gestão democrática do ensino público (art. 206, VI, da Constituição Federal) não afasta a regra da livre nomeação de cargos comissionados (art. 37, II). Orientação consolidada no Supremo Tribunal Federal. - Inconstitucionalidade do art. 170 da Lei Orgânica e da Lei 4.001/10, do Município de Uruguaiana, com modulação de efeitos. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE PROCEDENTE. UNÂNIME. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº 70070388293, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marilene Bonzanini, Julgado em 28/11/2016) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MUNICIPIO DE BARRA DO RIBEIRO. NOMEAÇÃO DE DIRETORES OU DA DIREÇÃO DE UNIDADES DE ENSINO. EXIGÊNCIA DE PREVIA ELEIÇÃO. INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. São inconstitucionais as Leis do Município de Barra do Ribeiro, que condicionam a nomeação dos ocupantes dos cargos de Diretor ou da Direção de Unidades de Ensino, de livre nomeação, ao resultado de eleição, por que restringem prerrogativa do Chefe do Executivo, de exercer as competências decorrentes da chefia da Administração, protegidas pelos artigos 8º, 32 e 82 da CERGS. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PRODECENTE. UNÂNIME. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº 70058866971, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Denise Oliveira Cezar, Julgado em 15/12/2014) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. Município de Santo Ângelo. Lei Municipal n 3.769/13. Processo de eleição de Diretores de Escolas Municipais de Ensino Fundamental e de Educação Infantil mediante voto direto, secreto e facultativo da comunidade escolar. Violação da prerrogativa do Chefe do Poder Executivo Municipal. Desrespeito aos arts. 8º, 32 e 82, da Constituição Estadual. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE, POR MAIORIA. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº 70058553231, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Túlio de Oliveira Martins, Julgado em 28/07/2014) Ação direta de inconstitucionalidade de lei municipal. Eleição de diretor e vice-diretor de escola municipal. Alcance da inconstitucionalidade à lei municipal anterior. Está consolidada a
ação da jurisprudência que considera inconstitucional a eleição autônoma e direta, no âmbito da escola municipal pela comunidade escolar, de diretor e vice-diretor, que, como cargos em comissão, são da livre nomeação e exoneração do Prefeito. O reconhecimento da inconstitucionalidade da lei municipal atual alcança a lei anterior, igualmente inconstitucional pelos mesmos motivos, que assim não se restaura nem tem efeito repristinatório. Procedente, por maioria. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº 70050988781, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Cini Marchionatti, Julgado em 14/04/2014). AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MUNICÍPIO DE CABAITÉ. ESCOLHA DO DIRETOR DE ESCOLA MEDIANTE ELEIÇÃO PELA COMUNIDADE ESCOLAR. COMPETÊNCIA PRIVATIVA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO O PROVIMENTO DE CARGOS EM COMISSÃO DE DIRETOR DE ESCOLA PÚBLICA. DESRESPEITO AO ART. 37, II, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E ARTS. 8º, 32 E 82 DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº 70053214458, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Vicente Barrôco de Vasconcellos, Julgado em 17/06/2013) APELAÇÃO CÍVEL E REEXAME NECESSÁRIO. MUNICÍPIO DE VIAMÃO. ELEIÇÃO DOS DIRETORES DE ESCOLA. LEI MUNICIPAL Nº. 3.675/2009. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO COLENDO ÓRGÃO ESPECIAL, NO JULGAMENTO DA ADI N. 70037284122. IMPROCEDÊNCIA DO PLEITO. REFORMA DA SENTENÇA. DERAM PROVIMENTO AO APELO, PREJUDICADO O REEXAME NECESSÁRIO. UNÂNIME. (Apelação e Reexame Necessário Nº 70041266115, Quarta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Agathe Elsa Schmidt da Silva, Julgado em 19/12/2012). ERVIDOR PÚBLICO. MUNICÍPIO DE CAMAQUÃ. ELEIÇÕES PARA DIREÇÃO DE ESCOLA. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI-CAMAQUÃ Nº 247/01. LIVRE NOMEAÇÃO REALIZADA PELO PREFEITO MUNICIPAL. A lei que dispõe acerca de eleições de Diretor de Escola reveste-se de inconstitucionalidade porque retira do Chefe do Poder Executivo a prerrogativa de livre nomeação do aludido cargo. A forma de seu provimento é de livre nomeação realizada pelo Prefeito Municipal. Precedentes catalogados. Decisão reformada. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70044927168, Terceira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Nelson Antônio Monteiro Pacheco, Julgado em 28/06/2012). AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ENSINO PÚBLICO MUNICIPAL. ELEIÇÃO DE DIRETOR DE ESCOLA PÚBLICA. INCONSTITUCIONALIDADE. 1. É competência privativa do Chefe do Poder Executivo o provimento de cargos em comissão de diretor de escola pública. 2. É inconstitucional a lei que dispõe
sobre eleição dos diretores de escolas públicas municipais, retirando do Chefe do Poder Executivo a prerrogativa de livre nomeação de tais cargos. Violação aos artigos 8º, 10 e 32 da Constituição Estadual e 37, II, da Constituição Federal. Precedentes do STF e deste Tribunal. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE, POR MAIORIA, VENCIDO O RELATOR. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº 70037284122, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Redator: Arno Werlang, Julgado em 18/06/2012). AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI DO MUNICÍPIO DE MATA. ELEIÇÃO DIRETA PARA ESCOLHA DE DIRETOR E VICE-DIRETOR DE ESCOLA DA REDE MUNICIPAL. VÍCIO MATERIAL. Deve ser declarada inconstitucional a Lei Municipal n. 1.494, de 02 de fevereiro de 2011, que institui eleição direta para escolha de diretor e vice-diretor de escola da rede municipal de ensino, pois incompatível com a redação constitucional, interferindo na discricionariedade e na prerrogativa do Chefe do Poder Executivo de livremente nomear e exonerar titulares de cargos de direção de escolas, os quais só podem ser providos de forma comissionada, ainda que a iniciativa da lei tenha partido do Prefeito. Precedentes desta Corte e do STF. Ofensa aos arts. 8º, 32 e 82, XVIII da Constituição Estadual e 37, II, da Constituição Federal. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE, POR MAIORIA. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº 70046016762, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Orlando Heemann Júnior, Julgado em 18/06/2012). AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ENSINO PÚBLICO MUNICIPAL. ELEIÇÃO DE DIRETORES E VICE-DIRETORES DE ESCOLA PÚBLICA. INCONSTITUCIONALIDADE. É inconstitucional a lei que dispõe sobre eleição dos diretores de escolas públicas municipais, retirando do Chefe do Poder Executivo a prerrogativa de livre nomeação de tais cargos. Violação aos artigos 8º, 10 e 32 da Constituição Estadual e 37, II, da Constituição Federal. Precedentes do STF e deste Tribunal. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE, POR MAIORIA. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº 70035374842, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Arno Werlang, Julgado em 13/12/2010). AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ENSINO PÚBLICO MUNICIPAL. ELEIÇÃO DE DIRETOR DE ESCOLA PÚBLICA. INCONSTITUCIONALIDADE. É inconstitucional a lei que dispõe sobre eleição dos diretores de escolas públicas municipais, retirando do Chefe do Poder Executivo a prerrogativa de livre nomeação de tais cargos. Violação aos artigos 8º, 10 e 32 da Constituição Estadual e 37, II, da Constituição Federal. Precedentes do STF e deste Tribunal. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE. UNÂNIME. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº 70034037051, Tribunal
Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Arno Werlang, Julgado em 29/03/2010). AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MUNICÍPIO DE LAGOA VERMELHA. ELEIÇÕES PARA O CARGO DE DIRETOR DE ESCOLA. O dispositivo do artigo 171, da Lei Orgânica do Município de Lagoa Vermelha e a integralidade da Lei Municipal 3.980/93 interferem na discricionariedade do Chefe do Poder Executivo de nomear e exonerar livremente os Cargos em Comissão, nos termos dos artigos 20 e 82, inciso XVIII, da Constituição Estadual. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE. UNÂNIME. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº 70033249368, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Alzir Felippe Schmitz, Julgado em 22/03/2010). AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MUNICÍPIO DE SANTO ANTÔNIO DAS MISSÕES. LEI MUNICIPAL N.º 1712/2007. ELEIÇÃO DE DIRETORES DE ESCOLAS. Ação direta de inconstitucionalidade proposta pelo Prefeito Municipal de Santo Antônio das Missões, postulando a declaração de inconstitucionalidade da Lei Municipal n.º 1.712/2007, que regulou a escolha dos diretores de escolas públicas municipais mediante eleição. Afronta ao disposto nos artigos 8º e 32 da Constituição Estadual, pois os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração. Precedentes deste Órgão Especial. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PROCEDENTE. UNÂNIME. (Ação Direta de Inconstitucionalidade Nº 70028608198, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, Julgado em 25/01/2010) Como se vê, em todos os julgados restou sedimentado que o processo de eleição de Diretores de Escolas Municipais de Ensino Fundamental e de Educação Infantil mediante voto direto, secreto e facultativo da comunidade escolar, viola a prerrogativa do Chefe do Poder Executivo Municipal, com desrespeito aos arts. 8º, 32 e 82, da Constituição Estadual, bem como art. 37, II, da \Constituição Federal. Como visto, este entendimento tem base em decisões do Supremo Tribunal Federal, que tem posição formada acerca da matéria, ou seja, no sentido da inconstitucionalidade da legislação que suprime prerrogativa do Poder Executivo de prover os Cargos em Comissão, quais sejam, de Direção, Chefia e Assessoramento. GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DE ARROIO DO TIGRE, em 1º de março de 2017.
MARCIANO RAVANELLO, Prefeito.