Transcrição da Teleconferência Resultados do 1T15
Transcrição da Teleconferência Resultados do 1T15 Operadora: Bom dia. Sejam bem-vindos à teleconferência da Aegea Saneamento e Participações para a discussão dos resultados referentes ao 1T15. Conosco hoje estão presentes os senhores: Hamilton Amadeo, Diretor Presidente; Flávio Crivellari, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores; e Yaroslav Memrava, Gerente de Relações com Investidores. Informamos que este evento está sendo gravado e que todos os participantes estarão apenas ouvindo a teleconferência durante a apresentação da Companhia. Em seguida, iniciaremos a sessão de perguntas e respostas para analistas, quando novas instruções serão fornecidas. Caso algum dos senhores necessite de assistência durante a conferência, queira, por favor, solicitar a ajuda de um operador, digitando *0. Este evento também está sendo transmitido ao vivo pela Internet, em sistema de áudio e slides, através do endereço www.aegea.com.br/ri. O acesso ao áudio e slides do webcast também é possível em tablets e smartphones com sistema IOS ou Android. O replay deste evento estará disponível logo após seu encerramento por um período de uma semana. Antes de prosseguir, gostaríamos de esclarecer que eventuais declarações que possam ser feitas durante esta teleconferência, relativas às perspectivas de negócios da Aegea, projeções e metas operacionais e financeiras, constituem-se em crenças e premissas da Diretoria da Companhia, bem como em informações atualmente disponíveis. Considerações futuras não são garantias de desempenho. Elas envolvem riscos, incertezas e premissas, pois se referem a eventos futuros e, portanto, dependem de circunstâncias que podem ou não ocorrer. Os analistas devem compreender que condições econômicas gerais, condições do setor e outros fatores operacionais podem afetar o desempenho futuro da Aegea e conduzir a resultados que diferem materialmente daqueles expressos em tais considerações futuras. Agora gostaríamos de passar a palavra ao Sr. Hamilton Amadeo, Diretor-Presidente, que iniciará a apresentação. Por favor, Sr. Hamilton, pode prosseguir. Hamilton Amadeo: Bom dia a todos. Quero lhes dar boas-vindas e agradecer sua participação em nossa conferência. Gostaria de iniciar passando a palavra ao Flávio, o CFO da Empresa, que começará destacando os pontos mais relevantes deste trimestre.
Flávio Crivellari: Bom dia a todos. Tivemos um 1T15 excelente. O crescimento da receita líquida foi de 32,5%, e houve um incremento ainda maior do EBITDA da Aegea consolidada, de 59,4% comparado ao 1T14. O EBITDA deste trimestre atingiu R$95,2 milhões. Em termos de novos negócios, duas novas concessões: uma no Mato Grosso, Águas de Paranatinga, que tem uma população de 19.000 habitantes e é uma concessão plena, de 30 anos; e também nossa primeira concessão no Maranhão, Águas de Timon, também de 30 anos. Timon tem uma população de mais de 150.000 habitantes. Queria destacar também os reajustes tarifários que vêm ocorrendo regularmente. Nos dez anos que operamos companhias de saneamento, nunca houve nenhum problema com relação a esse capital das tarifas. Além das sete cidades onde houve isso que está na página quatro da apresentação disponibilizada, tivemos também em janeiro, o que foi divulgado no ano passado, um reajuste extraordinário em Águas de Guariroba para recompro o aumento dos custos de energia elétrica em função de reajustes tarifários extraordinários. A regulação, o papel das agências municipais reguladoras tem ocorrido de forma regular e, com isso, a concessão vem mantendo níveis de receita indexados ao movimento inflacionário. Outro destaque do trimestre foi a assinatura do contrato com a Caixa Econômica Federal em nossa concessão em Piracicaba, no interior de São Paulo. A Caixa Econômica e o BTG, que também está repassando recursos do FGTS, assinaram contrato com prazo de 24 anos, de R$196 milhões. Esses recursos serão usados nos investimentos da concessão e reembolsarão os investimentos já feitos. Vamos passar para a página cinco, onde temos uma abertura da evolução da receita no trimestre. Esse crescimento de quase 33%, fomos de R$137 milhões no 1T14 para R$182 milhões neste ano, se explica em R$35 milhões pelas concessões já existentes, mesma base de comparação, e R$9 milhões pelas novas concessões que foram adquiridas ou ganhas em leilão após o 1T14. A abertura do faturamento, no gráfico abaixo, na página cinco, mostra outro efeito benéfico para a Companhia: a entrada dessas novas concessões já ocupa quase ¼ da receita total da Companhia. A Companhia sempre teve duas concessões mais maduras bastante representativas no quadro geral da receita Águas de Guariroba e Prolagos e gradativamente, à medida que os novos negócios vão amadurecendo, temos uma proporção maior de empresas como Águas do Mirante, Piracicaba, e Nascentes do Xingu, que são nossos 24 municípios operados no Estado do Mato Grosso.
Passando para a página seis, olhamos este crescimento da receita sob dois outros ângulos: de economias, que são as unidades consumidoras de água e esgoto, em que este crescimento foi distribuído meio a meio entre as concessões existentes e as novas concessões, mas sempre se deve ao efeito de ampliação da rede, tanto de água quanto de esgoto; à conexão de novas economias, especialmente de esgoto, onde o cliente já era servido por água; e as entrantes, obviamente, são clientes de novas cidades. Então, aproximadamente 8% de crescimento nas concessões existentes, 8% nas novas concessões. O olhar pelo lado do volume é consistente, repete mais ou menos, em ordem de grandeza, o que aconteceu no número de economias. 18% de aumento de volume faturado, 10% disso nas novas cidades que conquistamos, 8% nas cidades já existentes. A diferença desses 18% em volume para os 33% do crescimento da receita em Reais se dá pelos aumentos de tarifas, pela indexação por índice de preços e pelos reequilíbrios extraordinários que aconteceram em alguns dos municípios que operamos. Na página sete, encontramos três abordagens sobre a evolução do custo, e aí temos mais uma notícia positiva do trimestre. Nas economias existentes, esse crescimento do custo se deu abaixo da inflação. Todo o processo que a Empresa fez, de construção de um centro de serviços compartilhados para homogeneizar a qualidade dos serviços administrativos, serviços de manutenção, deu resultado, e o que colhemos foi que o EBITDA e a receita cresceram mais proporcionalmente, porque a maior parte da evolução dos custos, comparando trimestre com trimestre, se deu, na verdade, pelas novas concessões adquiridas ou ganhas em leilão, o que é absolutamente natural e positivo. Dois destaques na evolução de custos que temos olhado com atenção: o primeiro é de pessoal. Gastamos em 2014 R$22 milhões no 1T, e neste ano R$30 milhões. Essa evolução de 40%, fora a questão inflacionária, se explica em grande parte pela internalização de mão-de-obra que era contratada como prestadora de serviços, que se deu principalmente na área de fiscalização do setor comercial; ou seja, verificação de hidrômetros, fraudes, manutenção. Toda essa parte de serviços de terceiros foi internalizada. Aproximadamente 280 funcionários entraram no quadro, e o efeito all in de custos foi positivo. Ao internalizar, como vimos, o custo na prática, apesar de ter aumentado na linha de pessoal, no cômputo geral diminuiu em termos reais, descontada a inflação. Outro ponto de atenção também está na página sete, no gráfico à direita, na parte de baixo, que são as despesas com energia elétrica. Alguns eventos já foram capturados em função da mudança de bandeira tarifária, da elevação dos custos de energia em Itaipu, aqui para a região Sudeste, e isso deu um efeito nominal de 45% nos custos de energia nas concessões existentes; e tivemos 11% nas concessões entrantes, o que representa basicamente o mesmo percentual de acréscimo de volume. Óbvio que isso tem consistência, tem correlação com o aumento do volume nas concessões
existentes, mas basicamente trata-se do crescimento tarifário. Nesses 45%, temos quase que o valor inteiro, 37% concentrados nas duas grandes concessões, Guariroba e Prolagos. Passando para a página oito, temos duas abordagens sobre índice de perda e taxa de inadimplência. Comentarei as duas questões rapidamente. Primeiro em relação a despesas, na Aegea consolidada, levando em conta 38 cidades que operamos, este índice está em 33,7% no trimestre, com uma pequena elevação, que é explicada basicamente pelos novos negócios. Existe uma curva de correção, de mitigação dessas despesas, que é natural na concessão que acaba sendo inaugurada ou adquirida, para uma concessão madura. Essa curva, que às vezes demora dois, três anos, a partir de investimentos em eficiência e redução de pressão nas redes, manutenção da rede de água e esgoto, fiscalização de fraudes e automação do monitoramento de produção e demanda de água, evolui naturalmente para esse nível mais baixo, ao redor dos 30%. Então, o que está ocorrendo é absolutamente natural, previsto no plano de negócios, que, à medida que vamos amadurecendo as operações em cada nova concessão, o índice tende ao mesmo percentual das concessões maduras. Na taxa de inadimplência, vemos o pequeno crescimento de 1,4 p.p., comparando o 1T14 com o 1T15. Também temos monitorado com bastante atenção o tema. A inadimplência naturalmente tem uma correlação com renda média, com crescimento econômico, com inflação, e o que observamos, pelo menos no 1T, é que isso não teve efeito nas cidades em que operamos sobre a taxa de inadimplência residencial. Este pequeno aumento de 1,4 p.p. está concentrado no setor público. Nas residências, clientes industriais e clientes comerciais, observamos que o prazo médio de pagamento continua o mesmo, mesmo com aumento do índice de desemprego e baixo crescimento econômico. Então, a taxa de inadimplência ocorreu basicamente nas contas das prefeituras. É um movimento natural, já observamos em outros ciclos esse mesmo aumento de setor público, e ele é corrigido ao longo do ano. Se observarmos essa taxa de inadimplência no horizonte de 360 dias, ela está sempre abaixo de 2,5%. Portanto, a Aegea ainda não sentiu efeitos de desemprego ou de baixo crescimento econômico em relação à adimplência dos clientes residenciais, industriais e comerciais, o que é mais de 90% do seu volume faturado hoje. Vamos passar para a página nove, onde temos uma abertura dos resultados consolidados. Como vimos, tivemos um crescimento de 59,4% no EBITDA, de quase R$60 milhões em 2014 para R$95 milhões em 2015. Se descontarmos os custos com desenvolvimento de PMI, custos para ampliação do mercado de concessões da Aegea, esse EBITDA ajustado vai para R$98 milhões. A margem cresceu de 43% para 52%, à
exceção dos custos de desenvolvimento de negócios, ou, em termos ajustados, 46% para quase 54% em termos consolidados. Esses custos, portanto, refletem o próprio custo da holding, a estrutura da holding, que está relacionada ao controle da atividade, à administração geral, serviços compartilhados e equipe financeira, que cuida da estrutura de capital e alavancagem da Aegea. Mas se compararmos isso no nível operacional, por exemplo, nós tivemos nesse trimestre uma margem EBITDA de 75% em Águas de Guariroba, que é a concessão mais madura. Essa margem ponderada consolidada pega os excelentes resultados das despesas operacionais abatidos desses custos corporativos que estão alocados na holding. Na própria página nove, abaixo, temos um quadro de colunas, onde destrinchamos esse crescimento do EBITDA. Ele se deu muito fortemente pela receita, R$35 milhões, e vimos que nesse cômputo entram o aumento do volume vendido nas concessões que já operávamos, o acréscimo de outras concessões a partir do 1T14, e os eventos tarifários de indexação e reequilíbrio. Tivemos uma redução de 5% nos custos e despesas das concessões existentes, que se deu notadamente pela atuação do centro de serviços compartilhados das empresas do Grupo e pela redução dos eventos de manutenção em relação ao 1T14; e também o efeito dos custos e despesas das economias entrantes. No total, 59%, o que é bastante superior ao crescimento dos custos e também do EBITDA. Na página dez, temos três tabelas. A primeira é a abertura do endividamento. Esse crescimento da receita, que vimos pela evolução dos volumes vendidos, se deu fortemente pelo crescimento do investimento, especialmente a ampliação da rede de cobertura de água e esgoto nos municípios. O funding disso veio através de um aumento da dívida bruta; o reflexo foi o aumento da dívida bruta. Muito rapidamente, ela proporcionou o aumento da receita da concessionária, que se manteve em níveis conservadores, adequados. Passamos de 2,3x dívida líquida para 2,8x, o que para o setor é extremamente confortável. Vemos, na própria página dez, que a capitalização da Empresa, a estrutura de capital ainda tem bastante equity na sua composição; aproximadamente 51% do capital total tem fonte em terceiros. Na página 11, mostramos a estrutura de vencimentos. A Aegea tem pouca dívida no curto prazo. A maior parte dos R$173 milhões que vemos no curto prazo neste ano são empréstimos-ponte de Águas do Mirante. Como comentei, já assinamos o contrato com a Caixa Econômica Federal, e faremos o take-out dessa operação no mês que vem, o desembolso.
Portanto, a estrutura, mais ainda que os 83% que vemos no gráfico à esquerda, estará concentrada no longo prazo. O indicador de dívida líquida/ebitda é confortável, o cronograma de amortização também é bastante longo, e as fontes de endividamento de longo prazo também são variáveis. Desde 2012, temos na composição da dívida uma operação de longo prazo com o IFC; ano passado tivemos debêntures a mercado na Prolagos e na Guariroba; também assinamos uma linha de financiamento com a (22:14), a agência de desenvolvimento francesa, em dezembro do ano passado, e estamos com o memorando de entendimento e prestes a assinar outra linha com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, de forma a compor uma alternativa, uma fonte de financiamento de longo prazo mas variada e com baixa dependência de financiamento de bancos públicos no Brasil. Isso, no momento atual da economia brasileira, é importante, porque deixa a Aegea muito pouco vulnerável a oscilações de mercado, seja de disponibilidade de financiamento em bancos públicos, seja de mercado financeiro em geral. Na página 12, vemos o reflexo desse aumento de endividamento bruto impactando as despesas financeiras. Além do aumento do endividamento bruto, tivemos também um crescimento da própria taxa de juros nominal e real nos períodos comparados. As receitas financeiras permaneceram muito próximas, trimestre contra trimestre, visto que a posição de caixa também permanece. Já vimos mantendo essa posição maior de liquidez, em torno de R$500 milhões, há um ano e meio, e pretendemos mantê-la enquanto houver muita volatilidade no mercado financeiro. Na própria página 12, mostramos a evolução do CDI, que indexa mais de 60% da dívida, entre debêntures a mercado, operação com IFC e empréstimos-ponte, que cresceu e impactou a receita financeira, mas em um nível nada preocupante em relação aos resultados da Companhia. Vou retornar a palavra para ao Hamilton para o encerramento, e na sequência abriremos para perguntas e esclarecer quaisquer dúvidas que tenham ficado ao longo da apresentação. Hamilton Amadeo: Queremos novamente agradecer a atenção de vocês, e reafirmar nossa postura pela transparência e pela submissão às melhores regras do mercado, que todos vocês que têm nos assistido nos ajudam a incentivar essa evolução do nosso modelo de gestão. Ficamos à disposição de vocês agora para responder todas as perguntas.
Operadora: Obrigada. A sessão de perguntas e respostas para analistas da Aegea está encerrada. Gostaria agora de passar a palavra ao Sr. Hamilton Amadeo para as considerações finais. Sr. Hamilton, pode prosseguir. Hamilton Amadeo: Gostaria de encerrar esta conferência dizendo que ficamos à sua disposição no dia a dia através do nosso RI ou de nossa área financeira; eu mesmo estou à disposição. E esperamos vê-los em nossa próxima conferência, no próximo trimestre. Operadora: A teleconferência da Aegea está encerrada. Por favor, desconectem suas linhas agora. Este documento é uma transcrição produzida pela MZ. A MZ faz o possível para garantir a qualidade (atual, precisa e completa) da transcrição. Entretanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais falhas, já que o texto depende da qualidade do áudio e da clareza discursiva dos palestrantes. Portanto, a MZ não se responsabiliza por eventuais danos ou prejuízos que possam surgir com o uso, acesso, segurança, manutenção, distribuição e/ou transmissão desta transcrição. Este documento é uma transcrição simples e não reflete nenhuma opinião de investimento da MZ. Todo o conteúdo deste documento é de responsabilidade total e exclusiva da empresa que realizou o evento transcrito pela MZ. Por favor, consulte o website de relações com investidor (e/ou institucional) da respectiva companhia para mais condições e termos importantes e específicos relacionados ao uso desta transcrição.