LÁCTEOS SEGUROS CRITÉRIO DE SELEÇÃO DO LEITE PARA A PRODUÇÃO DE DERIVADOS LÁCTEOS



Documentos relacionados
Comunicado Técnico 02

para controle da mastite e melhora da qualidade do leite

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

Christiano Rehbein HAGEMEYER. Universidade Estadual do Centro Oeste- UNICENTRO

Qualidade do leite e manejo de ordenha Composição do Leite

MANUAL INFORMATIVO PARA ORDENHA MECÂNICA BPA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

LÁCTEOS SEGUROS COLETA E TRANSPORTE DE LEITE CRU (1) CRITÉRIOS BÁSICOS A SEREM OBSERVADOS PELA INDÚSTRIA

MANUAL DE COLETA DE AMOSTRAS

MANUAL MASTITE BOVINA INFORMATIVO BPA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Cadeia Produtiva do Leite. Médio Integrado em Agroindústria

Diário Oficial da União Seção 1 DOU 26 de julho de 1999

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS DE ANÁLISE DE LEITE: O SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA CLÍNICA DO LEITE-ESALQ/USP

AMOSTRAGEM AMOSTRAGEM

Processamento do Iogurte Gordo Sólido

Pecuária. Resfriamento do Leite e Coleta a Granel

Art. 1º Aprovar o REGULAMENTO TÉCNICO PARA FIXAÇÃO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DE LEITE EM PÓ MODIFICADO, em anexo.

REGULAMENTO DA INSPEÇÃO INDUSTRIAL E SANITÁRIA DE PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL TÍTULO II CLASSIFICAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS

Tecnologia de leites e derivados Prof. Andréa Matta Ristow PROCESSAMENTO DO IOGURTE

MANUAL DE HIGIENIZAÇÃO

RELATÓRIO TÉCNICO. Característico, irritante ph ( Puro ) 0,45 0,65 Densidade 0,980 1,040 ( 25ºC )

PROGRAMA ALIMENTO SEGURO VOLTADO PARA A CADEIA PRODUTIVA DO LEITE

Aula 05 Manejo de Ordenha. Universidade Federal do Paraná Bovinocultura de Leite Prof. Dr. Rodrigo de Almeida

ÍNDICE UMA HISTÓRIA DE SUCESSO... 2 COMO MELHORAR A QUALIDADE DO LEITE...3. Resfriamento do leite...3. Higiene na ordenha...4. Controle de Mastite...

Mudanças no Cálculo do Preço Referência do Conseleite-PR: uma notícia positiva para a implantação da IN 62

BOAS PRÁTICAS NA PRODUÇÃO LEITEIRA Revisão de Literatura

PROJETO DE INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº, DE DE DE 2009

Econômico no uso Supersol LG é composto com alto teor de tensoativos, que permite sua utilização em altas diluições para uma limpeza perfeita.

BOAS PRÁTICAS NO PREPARO DE ALIMENTOS

Boas Práticas de Fabricação

QUALITY FIX DO BRASIL INDÚSTRIA, COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. MANUAL DO USUÁRIO CONECTORES QUALITY FIX

PROJETO DE LEI Nº, DE 2005

PROCESSAMENTO DO LEITE

DIPOA. Origem Animal. José Luis Ravagnani Vargas

Pesquisa de Fosfatase Alcalina em Leite Fluido por Colorimetria

Procedimentos de coleta e envio de amostras de leite para determinação dos componentes do leite e contagem de células somáticas.

RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

Como controlar a mastite por Prototheca spp.?

Dicas de manejo de ordenha para obtenção de um leite de qualidade. Introdução. A higiene na ordenha CAPÍTULO 7

Art. 3º Esta Portaria entra em vigor sessenta dias após a sua publicação.

Sandra Heidtmann 2010

REGULAMENTO TÉCNICO PARA REGISTRO DE ANTIMICROBIANOS DE USO VETERINÁRIO

FISPQ FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS

ANEXO I REGULAMENTO TÉCNICO PARA O TRANSPORTE DE ALIMENTOS, MATÉRIA- PRIMA, INGREDIENTES E EMBALAGENS.

Conscientização da qualidade do leite e prevenção da mastite nas comunidades rurais de Bambuí

O quanto você se conhece? O quanto você se cuida? Encontre aqui informações úteis e descomplicadas.

FISPQ. FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA DE PRODUTO QUÍMICO NBR NOME DO PRODUTO: Solução Titulante

RESOLUÇÃO RDC/ANVISA Nº 161, de 23 de junho de 2004.

TA 421 CARACTERÍSTICAS E PRÉ PROCESSAMENTO DE LEITE E OVOS 2 o SEMESTRE 2014 Profa. Mirna L. Gigante 1ª AULA PRÁTICA

HISTÓRIA: PROCESSAMENTO LEITES FERMETADOS. Leite fermentado batido

CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE TERCEIRIZAÇÃO PARA PRODUTOS FARMACÊUTICOS NO ÂMBITO DO MERCOSUL

Coleção SENAR. Leite. Produção de leite conforme Instrução Normativa nº 62 COMO PRODUZIR LEITE DE QUALIDADE - 133

ANÁLISE DAS ENZIMAS PEROXIDASE E FOSFATASE EM AMOSTRAS DE LEITE CRU, PASTEURIZADO E LONGA VIDA

COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR SERVIÇO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR. Higienização das Mãos

O processo de destinação de embalagens vazias de defensivos agrícolas

COMISSÃO DE SEGURIDADE SOCIAL E FAMÍLIA

Interface Saúde: Animal/Humana Plano de Ação Global sobre Resistência aos Antimicrobianos - GAP/OMS. MAPA: situação atual

MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE PARA A COMUNIDADE ESCOLAR. INFLUENZA A H1N1 junho de 2011

PASTEURIZAÇÃO DO LEITE LAN 1444 PROF. ERNANI

O FOCO DA QUALIDADE NOS PROCESSOS DE TERCEIRIZAÇÃO

A- Estou sentindo as lentes confortáveis em meus olhos? B- Meus olhos estão claros e brilhantes como estavam antes de colocar as lentes?

CONTROLE SOCIAL NA VENDA DIRETA AO CONSUMIDOR DE PRODUTOS ORGÂNICOS SEM CERTIFICAÇÃO. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

A nova regra do mercado: produzir leite com qualidade e Instrução Normativa 62/2011. Guilherme Nunes de Souza gnsouza@cnpgl.embrapa.

O PAS-LEITE Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados

APPCC e a Indústria Alimentícia Prof. MSc. Alberto T. França Filho

MANUSEIO E ARMAZENAMENTO DE ÓLEO DIESEL B ORIENTAÇÕES E PROCEDIMENTOS

O manipulador de alimentos tem que conferir todas as informações do rótulo?

MANUAL DE OPERAÇÕES DE CAMPO COLETA DE AMOSTRAS

Orientações e Procedimentos para o Manuseio e Armazenagem de Óleo Diesel B

SABONETE LÍQUIDO NEUTRO

ORIENTAÇÃO SOBRE INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS EM VESTIMENTAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PARA RISCO QUÍMICO COM AGROTÓXICOS

Mantenha as portas e as janelas abertas, inclusive nos dias frios, para evitar o aumento de germes no ar, o que facilita a transmissão de doenças.

Controlo das obrigações nas explorações vitícolas

Valores em US$FOB/litro (leite UHT) e US$FOB/kg (leite em pó) LEITE UHT INTEGRAL LEITE UHT DESNATADO

RESOLUÇÃO SESA Nº 465/2013 (Publicada no Diário Oficial do Estado nº 9036, de 04/09/13)

PARA COMEÇO DE CONVERSA

Critérios de classificação:

PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DA QUALIDADE DO LEITE NO BRASIL. Ralf Augusto Silva Marins SISA/SFA/RJ

NOTA: Procedimentos revistos pela ASAE

Programa Estadual de Controle e Erradicação da Tuberculose e Brucelose Bovídea - PROCETUBE

Frutas e Hortaliças embaladas Aspectos Legais

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE E VALOR NUTRICIONAL DE ÓLEOS E GORDURAS

10. Assinale a alternativa que está ausente da fração proteica do leite: a) Caseína

ANEXO INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº XX, DE XX DE XXXX DE 2012 O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, no uso da atribuição que lhe

Marcos Veiga dos Santos Médico Veterinário, Professor Associado Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, FMVZ-USP Campus de Pirassununga, SP.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA INSTRUÇÃO NORMATIVA CONJUNTA Nº 32, DE 26 DE OUTUBRO DE 2005

ARMAZENAGEM DE PRODUTOS QUÍMICOS

BT 0013 BOLETIM TÉCNICO RESINA FLOOR REPAIR PLUS_ ENDURECEDOR FLOOR REPAIR PLUS_ SÍLICA F-036

TENDO EM VISTA: O Tratado de Assunção, o Protocolo de Ouro Preto e as Resoluções Nº 91/93, 151/96 e 21/01 do Grupo Mercado Comum.

LEITE : PAGAMENTO POR QUALIDADE

Coleção SENAR 133. Leite. Produção de leite conforme Instrução Normativa nº 51

Ministério da Indústria e Comércio

O consumidor deve estar atento às informações do rótulo?

VI ENEL CAMPINA GRANDE Regulamento Técnico de Rotulagem de Produto de Origem Animal Embalado

FORMAS FARMACÊUTICAS E APRESENTAÇÕES Solução nasal com 9 mg/ml de cloreto de sódio. Embalagem com 1 frasco spray nasal com 30 ou 50 ml.

OS AMIGOS DO PRÉ NATAL O pré natal é muito importante para a saúde da mãe e do bebê.

APLICAÇÃO DE ELASTRON EM CONCRETO 1,5

Que é necessário ter um regulamento para produtos à base de Hipocloritos Aditivados (Água Lavandina Aditivada / Alvejante / Água Clorada Aditivada).

Transcrição:

Artigo nº 5 LÁCTEOS SEGUROS CRITÉRIO DE SELEÇÃO DO LEITE PARA A PRODUÇÃO DE DERIVADOS LÁCTEOS Em 1º de janeiro de 1995 entrou em vigor a união aduaneira do MERCOSUL. Desde então, o Brasil deu um salto qualitativo no sentido de modernizar sua legislação sanitária sobre leite e produtos lácteos, como forma de se inserir nesse novo cenário econômico. Coincidentemente, foi quando houve um grande boom no consumo de lácteos, em decorrência da estabilização econômica o Plano Real. Pouco mais de uma década depois dos primeiros Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade (RTIQs), não é mais tão comum ou rotineiro destinar-se o leite ácido para a mussarela, o leite excepcionalmente bom para o iogurte ou para o leite em pó e UHT (que passam por processamentos térmicos mais rigorosos) e o leite intermediário para o produto pasteurizado. O setor cresceu e está se profissionalizando, inclusive passando de importador líquido de lácteos para exportador. Com a entrada em vigor dos RTIQs, o procedimento ficou bem claro para leites fluidos (pasteurizado, UHT) e derivados lácteos. Existe um padrão de qualidade para a matéria-prima. Cursos e treinamentos em: BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO, PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÃO, HACCP, dentre outros, são comuns entre os técnicos do setor, com incentivo das próprias indústrias. No entanto, para um país que ainda convive com quase 30% de sua produção de leite no mercado informal, com uma fiscalização ainda incipiente, que se concentra nos laticínios, e sem regras claras sobre o destino a ser dado ao leite fora do padrão, QUALIDADE ainda é um estágio a ser alcançado. A legislação precisa ser aperfeiçoada, e o setor deve não só discutir suas dúvidas, mas também, buscar soluções, para haver um crescimento harmonioso. Não basta produzir, é preciso produzir com QUALIDADE. Não basta crescer, é preciso crescer com QUALIDADE. Um início, que vem dos anos 80, pode ser a utilização da legislação sanitária federal (RIISPOA), como base para desenvolver um sistema de AVALIAÇÃO DE NÃO CONFORMIDADES. (ANEXO I)

ANEXO I 1. NÃO CONFORMIDADES USUAIS DO LEITE CRU REFRIGERADO DESTINO: 1.1. Temperatura acima do limite máximo Liberação após análises de rotina (resultados normais) estabelecido. 1.2. Elementos estranhos que causem repugnância. 1.3. Acidez < 0,14% > 0,18% Desnate: Creme para produção de manteiga comum e leite desnatado para alimentação animal. 1.4. Aguagem Alimentação animal, após desnaturação. POSSÍVEL AÇÃO FISCAL: a) Termo de Notificação à indústria; b) Após 03 notificações sucessivas da não conformidade em uma mesma Linha ou 05 notificações intercaladas num período de 30 dias, lavrar Auto de Infração contra o estabelecimento receptor. DÚVIDAS & CONTROVÉRSIAS: Auto de Infração deve ser lavrado contra o proprietário da matéria-prima (produtor rural, estabelecimento intermediário ou estabelecimento receptor)? Situações: 1. Leite transportado pelo produtor rural a granel ou latão é de sua propriedade; 2. Leite transportado a granel misturado com leite de outra procedência; 3. Leite colhido de tanque comunitário não pertencente à pessoa jurídica; 4. Leite colhido de tanque comunitário pertencente à pessoa jurídica; 5. Leite colhido de posto de refrigeração ou indústria não pertencente à pessoa jurídica de destino; 6. Leite colhido de posto de refrigeração ou indústria pertencente à pessoa jurídica de destino; 7. Mesmo que o art. 896 do RIISPOA o admita, o produtor rural nunca é autuado. 8. Leite de um único produtor rural é condenado, mas não gera Auto de Infração; 9. Já o leite internado na indústria é de sua responsabilidade jurídica (ou seja, passível de Auto de Infração); 10. Leite de conjunto de produtores ou de tanque comunitário: somente o estabelecimento que recebe é autuado, em caso de não conformidade. 11. Em alguns estados considera-se, na fiscalização, que a condenação do leite já constituiria punição ao produtor e, assim, este não é autuado. Está juridicamente correto? 1.5. Leite fisiologicamente anormal (alterando proteína, gordura, lactose, SNG / ST). 1.6. Leite com colostro

1.7. Leite coagulado 1.8.Composição centesimal fora das Evidenciada fraude, destinar à alimentação animal após especificações do RTIQ. desnaturação. 1.9. Contagem de Células Resultados analíticos parciais são comunicados pela indústria ao Somáticas (CCS) acima do limite produtor rural, na medida em que forem sendo obtidos. máximo estabelecido Suspensão do recolhimento do leite, após constatação de média geométrica superior ao limite máximo permitido. Levantamento da suspensão após medidas corretivas e normalização 1.10. Contagem Total de Bactérias (CTB) acima do limite máximo estabelecido. 1.11. Resíduos de Conservadores e ou inibidores do crescimento microbiano (antibióticos, sulfas, H2O2, etc.). (ANEXO II). dos resultados analíticos. Resultados analíticos parciais são comunicados pela indústria ao produtor rural, na medida em que forem sendo obtidos. Suspensão do recolhimento do leite, após constatação de média geométrica superior ao limite máximo permitido. Levantamento da suspensão após adoção de medidas corretivas e normalização dos resultados analíticos. - Descarte em aterros sanitários / lagoas de estabilização / lagoas secas; - Alternativas propostas ou aceitas pela legislação específica. 1.12. Neutralizantes da acidez. 1.13. Reconstituintes da densidade ou da crioscopia. 1.14. Soro de leite 1.15. Falta de resistência ao álcool / O leite não será alizarol 72%. recolhido para transporte a granel. após desnaturação. 1.16. Densidade a 15ºC < a 1,0280 e > 1,0340 1.17. Leite viscoso, com sangue ou pus. 1.18.Leite Fervido ou com Fosfatase alcalina negativa. Quando transportado em latões: Desnate, com creme para manteiga comum e leite desnatado para alimentação animal, 2. LEITE PREVIAMENTE BENEFICIADO em Posto de Refrigeração ou Indústria APROVEITAMENTO CONDICIONAL ou CONDENAÇÃO 2.1. Temperatura acima do limite Liberação após análises de rotina (resultados normais) máximo estabelecido. 2.2. Elementos estranhos que Alimentação animal após desnaturação causem repugnância. 2.3. Acidez fora do padrão (< 0,14% Desnate: Creme para produção de manteiga comum e, > 0,18%). leite desnatado para alimentação animal. 2.4. Aguagem Alimentação animal, após desnaturação. 2.5. Leite coagulado Alimentação animal, após desnaturação. 2.6. Composição centesimal fora do Evidenciada fraude, destinar à alimentação animal após RTIQ desnaturação. 2.7. Fosfatase alcalina negativa. Qualquer produto lácteo, exceto leite para abastecimento público

2.8. Resíduos de Conservadores e ou inibidores do crescimento microbiano (antibióticos, sulfas, H2O2, etc); direto (UHT, pasteurizado) - Descarte em aterros sanitários / lagoas de estabilização / lagoas secas; - Alternativas propostas ou aceitas pela legislação específica. 2.9. Neutralizantes da acidez. 2.10. Reconstituintes da densidade ou da crioscopia. 2.11. Soro de leite 2.12. Falta de resistência ao álcool / Desnate: creme para manteiga comum e leite desnatado para alizarol 72%. alimentação animal, após desnaturação. 2.15. Densidade / 15ºC: < a 1,0280 e > 1,0340 2.16. Leite estocado em Posto de Qualquer produto lácteo com exceção do leite de consumo direto Refrigeração por período de tempo (UHT e Pasteurizado), desde que, analisado, esteja dentro dos superior ao máximo permitido (item padrões. 6.5 do anexo VI, da I.N. MAPA Nº 51/2002). 2.17. Leite estocado em indústria de laticínios por tempo superior ao permitido. 2.18. Adição de leite reconstituído ao leite em natureza. 2.19. Adição, em estabelecimento industrial, de leitelho, desidratado ou não, ao leite destinado ao abastecimento público (FLUIDO, CONCENTRADO, OU EM PÓ). 2.20. Adição, em estabelecimento industrial, de misturas lácteas diversas, desidratadas ou não, ao leite destinado ao abastecimento público. ATENÇÃO: (Será preciso estabelecer um prazo para beneficiamento do leite após chegar ao destino final). Ver item 6.4 do anexo VI da I.N. 51 ANEXO II RESÍDUOS DE DROGAS VETERINÁRIAS NO LEITE Antimicrobianos (antibióticos e sulfonamidas) e outros medicamentos são usados para tratamento de mastite ou outras infecções das vacas leiteiras, muitas vezes durante a lactação. O leite eliminado por esses animais, durante ou por um certo período após o tratamento, pode conter resíduos dessas substâncias. A presença de resíduos interfere diretamente nos processos industriais, além de constituir, em alguns casos, um problema sério para a saúde pública. Deve-se ressaltar a prática ilegal e fraudulenta de adição desses produtos diretamente ao leite, como conservante. Há várias razões que justificam a preocupação e regulamentação existente em numerosos países sobre a presença de resíduos de antimicrobianos no leite:

(i) Aspectos toxicológicos: alguns antimicrobianos, como o cloranfenicol, os nitrofuranos e a sulfametazina podem causar ação mutagênica ou carcinogênica em animais de laboratório. No caso do cloranfenicol, a FAO/OMS proibiu o seu uso para tratamento de animais usados na alimentação humana, particularmente vacas em lactação. (ii) Reações de hipersensibilidade: Concentrações tão pequenas quanto 3 a 9 µg (microgramas) de penicilina no leite podem resultar em reações alérgicas em seres humanos. (iii) Ação sobre produtos lácteos: resíduos de antibióticos no leite inibem culturas lácteas usadas na fabricação de queijos, iogurtes e de outros produtos. O leite com resíduos de antibióticos apresenta problemas na acidificação e na textura dos queijos, (iv) Resistência ao calor: a pasteurização tem pouco ou nenhum efeito no conteúdo de antibióticos no leite. O cloranfenicol é completamente resistente ao aquecimento. A sensibilidade à temperatura aumenta na seguinte ordem: cloranfenicol, penicilina, estreptomicina e tetraciclinas. A fervura ou o aquecimento do leite a 100ºC inativa estes antibióticos nas seguintes porcentagens; penicilina (50%), estreptomicina (66%), oxitetraciclina e tetraciclina (90%); (v) Resistência bacteriana: a administração de sub-doses de antimicrobianos ocasiona a seleção e aumento de bactérias resistentes, tanto no homem quanto nos animais. (vi) Fatores éticos: o leite e seus derivados são produtos de alta qualidade nutricional e um exemplo de alimento natural e seguro. Devem ter padrões adequados de composição, pureza e ausência de resíduos de antibióticos ou de outros produtos químicos. O leite consumido deve ser proveniente de vacas sadias. MANTENHA O LEITE LIVRE DE: RESÍDUOS QUÍMICOS, ANTIBIÓTICIOS E SEDIMENTOS. Resíduos químicos e de antibióticos ou sulfas em LEITE podem decorrer de: 1. Tratamentos via intramuscular ou intramamária para mastite; 2. Antibióticos e outras drogas usadas para tratamento, como, por exemplo, podridão dos cascos; 3. Banhos / spray carrapaticidas ou contra outros ectoparasitos; 4. Banhos de imersão ou ungüentos para os tetos; 5. Agentes de limpeza em geral, detergentes e sanitizantes de equipamentos e utensílios; 6. Forragem e grãos contaminados com resíduos de pesticidas; 7. Spray (na dedetização) contra insetos; 8. Antibióticos e produtos químicos de uso agrícola que deixam resíduos em alimentos e animais, precisam declarar o período mínimo de retenção CARÊNCIA (ou intervalo de tempo para segurança de uso ) na sua rotulagem. Ler atentamente as orientações contidas na rotulagem, bula ou indicação de uso do produto. Durante o período de CARÊNCIA, o leite obtido do animal ou dos animais em tratamento não pode ser destinado ao consumo humano. Em caso de dúvida, consultar o veterinário da Assistência Técnica da empresa. 9. Todas as vacas sob tratamento médico precisam ser marcadas de maneira bastante visível, para facilitar sua imediata identificação durante a ordenha; 10. Registre o número de controle da vaca, as drogas usadas, o período de tratamento e a data em que o leite poderá voltar a ser misturado no tanque de refrigeração, para destinar-se ao consumo humano; 11. Sempre observar o período de retenção para os produtos químicos e drogas usados;

12. Se um veterinário usar qualquer droga no tratamento de algum animal, certifique-se imediatamente, com esse profissional, acerca do período de retenção que será preciso observar, fazendo os devidos registros por escrito; 13. Descarte o leite de TODOS os quartos da mama durante o período de retenção, quando for usado tratamento intramamário; 14. Use o material de limpeza rigorosamente de acordo com as Instruções fornecidas juntamente com esse material. Nunca altere a formulação de um produto de limpeza pelo acréscimo de algum ingrediente ou pela diluição maior ou menor do que a recomendada; 15. É essencial lavar equipamentos e utensílios com grande quantidade de água limpa e de boa qualidade sanitária, visando remover TODOS os resíduos de detergentes neutros, ácidos ou alcalinos, imediatamente após sua utilização; 16. Sempre que possível, enxaguar equipamentos e utensílios com grande quantidade de água QUENTE (temperatura acima de 85 C); 17. Certifique-se de sempre prevenir a contaminação do leite, ou do ambiente da sala de leite e seus equipamentos, ou do material de limpeza e sanitização de equipamentos e utensílios, com spray de defensivos agropecuários em geral; 18. Nunca reutilize frascos ou tambores de produtos químicos em geral para a estocagem de detergentes, sanitizantes ou outro material usado na limpeza de equipamentos e utensílios; 19. Estocar drogas, medicamentos e outros produtos químicos de maneira corretamente identificada e facilmente visível, num armário seguro e protegido contra umidade, mantido em local afastado da sala de leite e que esteja sempre trancado; 20. Manter diferentes produtos químicos separados entre si, no local de seu armazenamento; 21. Manter o rebanho afastado de pastagem e de forragem tratadas ou contaminadas com defensivos agrícolas (pesticidas), até vencimento do prazo de retenção do pesticida usado; 22. Notificar a fábrica de laticínios imediatamente se um leite com suspeita de contaminação por antibiótico ou por outra substância inibitória tiver sido inadvertidamente misturado com o leite contido no tanque de estocagem ou de refrigeração; 23. Certifique-se de que o leite contaminado com resíduos de antibióticos não seja misturado ao leite estocado no tanque ou latão de leite, na fazenda. Animais em tratamento devem ser ordenhados separadamente, por último, e todo o leite assim obtido deverá ser descartado. 24. Manter estradas internas, passagens e outros acessos para pessoas e veículos em boas condições de manutenção; 25. Manter a sala de leite com porta e janelas fechadas. A tampa do tanque de estocagem ou de refrigeração deve ficar permanentemente fechada depois de terminada a ordenha. 26. As roupas, mãos, braços e antebraços devem estar limpos durante a ordenha. 27. Uma boa sala de ordenha deve dispor de pia para lavar as mãos. Preferentemente, deve também dispor de algum sabonete ou líquido desinfetante para as mãos. Procure usar toalhas descartáveis. Fica muito mais barato do que curar uma mastite. 28. Se necessário, corte os pêlos em excesso no úbere; 29. Prenda a cauda do animal a ordenhar, para evitar a queda de poeira de esterco no úbere ou nos tetos; 30. Faça um enxágüe dos equipamentos e utensílios antes da ordenha, para eliminar poeira. Nesse enxágüe, sempre use água limpa e de boa qualidade sanitária; 31. Reduza ao máximo o stress dos animais a ordenhar. Isso previne ou minimiza a eliminação de jatos de fezes liquefeitas, que contaminam grandes áreas e objetos; 32. Mantenha limpo o piso onde o animal será ordenhado, para evitar respingos de sujeira no equipamento ou utensílios; 33. Na ordenha mecânica, use teteiras unicamente em tetos limpos e SECOS.

SIGLAS UTILIZADAS RIISPOA Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal IN Instrução Normativa MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento DIPOA Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do MAPA Referência Bibliográfica: - VICTORIAN DAIRY INDUSTRY AUTHORITY, 1994 (AUSTRÁLIA). THE DAIRY BOOK (FARMS). A GUIDE FOR PRODUCING QUALITY MILK. - Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA) - Procedimentos e Normas para Registro de Leites, Produtos Lácteos e suas Rotulagens (G-100, edição de maio/2007). (Elaboração e Pesquisa: G-100 e Terra Viva Consultoria) g100@terraviva.com.br terraviva@terraviva.com.br