O EMPREENDEDORISMO. SUAS PERCEPÇÕES, DIMENSÃO E DESENVOLVIMENTO NO BRASIL



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Transcrição:

O EMPREENDEDORISMO. SUAS PERCEPÇÕES, DIMENSÃO E DESENVOLVIMENTO NO BRASIL JARDEL JAVARINI BONELI ROSANY SCARPATI RIGUETTI ADMINISTRAÇÃO GERAL FACULDADE NOVO MILÊNIO RESUMO: Este artigo objetiva apresentar sucintamente o conceito, as principais características, dimensão e desenvolvimento nacional do empreendedorismo. Suas vertentes, propósitos e o diferencial competitivo que esta característica proporciona, além de apontar dados significativos que comprovam o crescimento deste perfil profissional no Brasil. Esta afirmação é comprovada através dos dados retirados da pesquisa Global Entrepeneurship Monitor (GEM), realizada em sua última edição em quinze países que fazem parte do G-20 (grupo das vinte maiores economias mundiais) e pela nona vez no país. Também serão apresentados de forma sintética os conceitos e características dos Iconoclastas, um novo perfil funcional que se desenvolve atualmente. As características predominantes deste profissional e o que há de comum entre este e o empreendedor em seus pensamentos e ações. PALAVRAS-CHAVE: Empreendedorismo. Pesquisa GEM. Iconoclastas Empreendedorismo é um fator fundamental nas organizações que estão em busca constante por profissionais inovadores. A busca e o desenvolvimento do empreendedor são fundamentais para o administrador atual.

A raiz da palavra empreendedor vem de 800 anos atrás com o verbo francês entreprendre que significa fazer algo. Uma das primeiras definições da palavra empreendedor foi elaborada no início do século XIX pelo economista francês J.B. Say, como aquele que transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento. O empreendedorismo é hoje um fenômeno global, sobre o qual diversas instituições públicas e privadas têm investido para pesquisar e incentivar. O processo de empreender envolve todas as funções, atividades e ações associadas à percepção de oportunidades e à criação de organizações que buscam organizadamente estas oportunidades (BRITTO e WEVER, 2003, p. 17). Em continuação a explorar o termo empreendedorismo através da morfologia, Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship e utilizado para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação. A palavra empreendedor, de emprego amplo, é utilizada pra designar principalmente as atividades de quem se dedica à geração de riquezas, seja na transformação de conhecimentos em produtos ou serviços, na geração do próprio conhecimento ou na inovação em áreas como marketing, produção, organização, etc. (DOLABELA, 1999, p. 43). O empreendedorismo está intimamente relacionado às atividades do empreendedor, indivíduo que tem características de personalidades específicas. Empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais. O empreendedor é mais conhecido como aquele que cria novos negócios, mas pode também inovar dentro de empresas já constituídas (SCHUMPETER, apud DORNELAS, 2001, p. 37). O perfil do empreendedor está relacionado à liderança e flexibilidade. O empreendedor possui características voltadas para o aproveitamento de oportunidades, objetivando o alcance de seus objetivos. O mercado de trabalho está cada vez mais voltado para o aproveitamento de profissionais que possuem o perfil empreendedor. Percebe-se então que o

empreendedor não é apenas o indivíduo que investe de forma positiva em um negócio próprio. Também pode ser o que, através do desenvolvimento de características pessoais, contribua para o alcance dos objetivos. Nas organizações, o empreendedor é percebido como o indivíduo que está em constante busca pela informação e inovações, aplicando o conhecimento que já detêm e preparado para aprender cada vez mais. Está antenado com o que ocorre no mercado e percebe as ameaças que podem de alguma forma influenciar os resultados da organização. Tem facilidade de identificar cenários e não poupa esforços para atender as expectativas da organização, que inevitavelmente, tornamse também as suas. Segundo McClleland (1972) o empreendedorismo está relacionado à motivação psicológica, e sua teoria tornou-se um dos poucos instrumentos de coleta de dados que mensurem as características comportamentais dos empreendedores. McClleland dividiu os comportamentos empreendedores em três conjuntos: planejamento, poder e realização. O conjunto planejamento envolve: a busca de informações, o estabelecimento de persuasão e a rede de contatos; O conjunto de realização envolve: a busca de oportunidades e iniciativa, a persistência, correr riscos calculados, a exigência de qualidade e eficiência e o comprometimento. Portanto, o comportamento do empreendedor é entendido como um conjunto de características pessoais, características essas que podem garantir, quando bem desenvolvidas, o alcance dos objetivos, pessoais e organizacionais.

As pessoas não detêm todas as características do comportamento empreendedor e, muitas vezes, torna-se necessário adquirir conhecimentos e, necessariamente, buscar por informação e atualização. O indivíduo que detêm um comportamento empreendedor investe de acordo com os seus sonhos, porém não deixa de encarar os fatos conforme a realidade, correndo os riscos de forma calculada. O planejamento faz parte das atividades do seu dia-adia e está sempre atualizado de acordo com mudanças ou oportunidades identificadas. Desta forma, como se observa, o empreendedor é um profissional visado no mercado de trabalho. Dono de um conjunto de características específicas que o colocam em destaque comparando aos indivíduos sem tais características e, consequentemente, o tornam valorizado. Da mesma maneira, o indivíduo com tais características que criam seu próprio negócio, tende a ter sucesso e a alcançar os seus objetivos, auto realizando-se profissionalmente. Para medir as atividades empreendedoras em diversos países, anualmente é realizada a pesquisa Global Entrepeneurship Monitor (GEM), que tem entre suas finalidades avaliar, divulgar e influenciar as políticas de incentivo ao empreendedorismo no mundo. Quarenta e três países participaram do estudo em sua última edição, no ano de 2008. As atividades empreendedoras estão cada vez mais em prática no Brasil. Segundo a última pesquisa GEM, pela primeira vez desde que a pesquisa é realizada no país, em nove anos, a proporção de quem empreende por necessidade inverteu-se diante

dos empreendimentos realizados por oportunidade, o que significa que o empreendedorismo no Brasil não é mais visto, na maioria das vezes até empiricamente, somente como uma forma de buscar retornos financeiros, mas sim, pela vislumbração de uma oportunidade de maiores rendimentos com uma segunda renda, ou mesmo o desenvolvimento de soluções para necessidades ainda não atendidas. Segundo a GEM (2008), há aproximadamente 14,6 milhões de empreendedores no Brasil. A taxa de oportunidade apresentou o índice de 8,3%, o que equivale a 9,78 milhões de pessoas. Os empreendedores por necessidade obtiveram o índice de 3,95%, totalizando 4,81 milhões de pessoas. A última edição da pesquisa GEM (2008) também apresenta resultados significativos no que se refere à Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA)¹. No Brasil, esta taxa equipara-se à dos Estados Unidos e de demais países desenvolvidos (12%). Isto demonstra que no Brasil as atividades empreendedoras são responsáveis por uma considerável fatia da movimentação econômica nacional. Considerando a taxa média da TEA brasileira de 2001 a 2008, o índice apresentado foi de 75%, o mais alto entre os países pesquisados. Entre o G-20 (grupo que compõe as vinte maiores economias do mundo), dos 15 países pesquisados, o Brasil ocupou a terceira posição em empreendedorismo. Entre os jovens no Brasil, merece destaque o índice de 25% que compõe esta classe empreendedora. Destes, 68% empreendem por oportunidade e 32% por necessidade, o que comprova que estes estão muito próximos dos dados coletados sobre o empreendedorismo no país.

¹ A TEA Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial é a medida de extensão da atividade empreendedora em cada país, é obtida a partir da pesquisa com a população adulta (18 a 64 anos). Pode ser definida como a porcentagem dessa população que está ativamente envolvida na criação de novos empreendimentos ou à frente de empreendimentos com até 42 meses. Um novo termo está se configurando neste cenário atual e que até se confunde com o empreendedor é o Iconoclasta. Este perfil apresenta-se como as pessoas que conseguem alcançar coisas que as outras dizem que não podem ser feitas. Em entrevista publicada na revista HSM Management, o Neurocientista Gregory Berns, desvenda este perfil de pessoas com capacidade inovadora, criatividade e que não têm medo da rejeição social. Podemos destacar como características que diferenciam o iconoclasta das demais pessoas é capacidade de não-rejeição ao novo, de questionar, de visualizar o que nunca se olhou, de inovar e diferenciar, de não ter medo do que ainda não foi realizado e não acreditar em paradigmas impostos pela sociedade ou criados ao longo dos tempos. São os que põem à prova o que é convencional e enxergam além do imaginado. Criam novos cenários através do pensamento ainda não pensado e identificam oportunidades. Muito parecido com o empreendedor, o iconoclasta é de grande importância para o desenvolvimento de negócios, novos ou não, e responsável por ampliar participações e disseminar novas idéias, além de criar um ambiente de aceitação destas, para que possam ser expressas de maneira a não serem ridicularizadas e acima de tudo, aceitas.

REFERÊNCIAS BRITTO, Francisco; WEVER, Luiz. Empreendedores Brasileiros: Vivendo e aprendendo com grandes nomes. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003. DOLABELA, Fernando. Oficina do Empreendedor. São Paulo: Cultura Editores Associados, 1999. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: Transformando idéias em negócios. Rio de Janeiro: Elsevier, 2001. MCCLLELAND, D. C. A sociedade competitiva: Realização e progresso social. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1972. WATT, Stephen. Iconoclastas e as três diferenças. Revista HSM Manegement, São Paulo-SP, n 76, p. 65-68, 2009. IBQP Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade. GEM Global Entrepreneurship Monitor. Empreendedorismo no Brasil - 2008. Curitiba, 2009