Dimensionamento de Recursos Humanos na Atenção Básica Campinas São Paulo



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Transcrição:

Dimensionamento de Recursos Humanos na Atenção Básica Campinas São Paulo Secretaria Municipal de Saúde de Campinas Departamento de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde Coordenadora da Experiência em Campinas e produtora de informações: Elisabet Pereira Lelo Nascimento Pesquisadora do Laboratório de Inovação: Adriana Marques 2015 1. O MUNICÍPIO DE CAMPINAS Campinas tem pouco mais de 260 anos de história desde a sua colonização. A cidade surgiu no século 18 como um bairro rural da Vila de Jundiaí. Constituída de migrantes e imigrantes procedentes das mais diversas regiões do estado, do país e do mundo, que chegavam à Campinas atraídos pela instalação de um novo parque produtivo composto de fábricas, agro-indústrias e estabelecimentos diversos. O município de Campinas está localizado no estado de São Paulo a 100 km da capital e conta com 1.082.000 habitantes (IBGE, 2010), dos quais 6.646 integram a Secretaria Municipal de Saúde e se responsabilizam por atender as necessidades de saúde dessa população. 2. APRESENTAÇÃO O Município de Campinas conta com 1.082.000 habitantes (IBGE, 2010), dos quais 6.646 integram a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e se responsabilizam por atender as necessidades de saúde dessa população. Devido à complexidade de sua rede de serviços, Campinas adotou, a partir de 1994, os princípios de regionalização e descentralização dos serviços, tendo a Atenção Básica como porta de entrada para o sistema de saúde. Para viabilizar tal estratégia organizacional, a área de recursos humanos 1

apresentou um plano onde o foco central seria o dimensionamento da força de trabalho da Secretaria de Saúde, no âmbito da Atenção Básica. O dimensionamento do quadro de pessoal foi elaborado na dimensão quantitativa, com variáveis a partir da utilização de cálculos matemáticos que trazem a distribuição formal de trabalhadores por unidade básica de saúde, cargo e jornada semanal, identificando as vulnerabilidades dos usuários e suas necessidades de saúde, possibilitando a reorganização do processo de trabalho individual e em equipe. A experiência de dimensionar recursos humanos na Secretaria de Saúde Campinas configurou-se como uma potente ferramenta para identificar, analisar e qualificar a força de trabalho necessária para assistir à população de Campinas, dentro do Sistema Único de Saúde. 3. CONTEXTO/ ANTECEDENTES Nos últimos 30 anos, o sistema de saúde do município de Campinas passou por profundas transformações e grande ampliação da sua rede de serviços, experimentando várias formas de organização: Medicina Comunitária de Saúde; Pró-Assistência; Ações Integradas de Saúde (AIS); Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS); e, Sistema Único de Saúde (SUS); corroborando com a permanente mudança do território influenciada pelo Estado. A partir de 2001, adotou-se o Programa de Saúde da Família (PSF), como estratégia para organização da Atenção Básica, caracterizando-se por várias ações de saúde individuais e coletivas de promoção, prevenção e recuperação da saúde, orientando-se pelos princípios da universalidade, acessibilidade, vínculo, continuidade do cuidado, integralidade da atenção, responsabilidade, humanização, equidade e participação social. Na gestão 2005-2012, o programa foi avaliado e reestruturado através do projeto: Reorganização da Atenção Básica, que pode ser definido como o conjunto de ações de caráter individual e coletivo, voltadas para a promoção da 2

saúde e a prevenção dos agravos, bem como as ações assistenciais, essenciais para a resolutividade deste nível de atenção. Atualmente, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Campinas mantém a Atenção Básica como porta de entrada para seu sistema de saúde - SUS. Para dar cabo de tal empreita a SMS de Campinas conta um Departamento de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, ao qual compete um conjunto de ações, dentre elas, o planejamento e apoio às ações de gestão do trabalho, onde 2.895 servidores, oferecem 3.795 horas de atendimento semanal aos usuários, em 64 unidades de saúde, para uma população de 1.082.000 habitantes. 4.PROCESSO DE CONSTRUÇÃO Diante da relevância de dimensionar os recursos humanos, o Departamento de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, ao qual compete um conjunto de ações, dentre elas, o planejamento e apoio à gestão do trabalho para a SMS em Campinas, elaborou o dimensionamento para a Atenção Básica, com a participação de trabalhadores, gestores e coordenadores das áreas programáticas do Departamento de Saúde. O processo de construção iniciou-se embasado na portaria 1.101 de junho de 2002, que traz os parâmetros de cobertura assistencial no Sistema Único de Saúde, sendo posteriormente agregada a portaria que aprovou a Política Nacional de Atenção Básica, que recomenda dentre outras orientações, que cada Equipe de Saúde da Família deve ser responsável por no máximo 4.000 pessoas, sendo a média 3.000 pessoas, respeitados os critérios da equidade e vulnerabilidade das famílias de cada território, sendo que quanto maior o grau de vulnerabilidade, menor deverá ser o número de pessoas por equipe. Com base nesta premissa, o processo de construção da proposta de dimensionamento da força de trabalho na SMS de Campinas envolveu inúmeros debates sobre a distribuição formal de trabalhadores por unidade básica de saúde, cargo e jornada semanal, identificando as vulnerabilidades dos usuários e suas necessidades de saúde. No primeiro semestre de 2013, o Departamento de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde fez uma revisão em todos os dimensionamentos com participação dos distritos e coordenadores de área do Departamento de Saúde. 3

A partir dessas discussões foram adotados novos parâmetros e indicadores que agregaram valor aos resultados alcançados no processo de dimensionar a força de trabalho. As Unidades de Saúde, independentemente da sua forma de organização e/ou cobertura por ESF (Estratégia de Saúde Família), deverão cumprir o contrato de metas instituído, para que se possa avaliar a atuação das equipes locais e distritais no manejo das vulnerabilidades coletivas e/ou individuais da sua a área de abrangência, oferecendo assim mais elementos para reavaliar o dimensionamento realizado. 5. EIXOS Comprendendo a experiência de Dimensionamento em Campinas 5. 1 DIMENSIONAMENTO: 4 QUESTÕES ORIENTADORAS 1a. Para quem? 2a. O que oferecer? 3a. Como? 4a. E por fim, quantos? A primeira pergunta deve ser respondida identificando e conhecendo os usuários que vivem no território, considerando-os como sujeitos históricos, ativos, inseridos num determinado lugar, convivendo com os dilemas, os conflitos e com as contradições presentes na macro e na micropolítica da cidade. O lugar onde vivem os usuários deve ser o lócus, aqui denominado de território, de acordo com Santos onde o espaço é formado por dois componentes que integram continuamente: a configuração territorial, isto é, o conjunto de dados naturais, mais ou menos modificado pelo homem e a dinâmica social ou o conjunto de relações que definem uma sociedade em um dado momento. A partir dessas definições é que se torna possível classificar a vulnerabilidade social dos territórios circunscritos pelas unidades de saúde. 4

A segunda pergunta trata-se de quais serviços de saúde deverão ser oferecidos aos usuários, de modo a atender as diferentes necessidades de saúde, tomando-as como centro das intervenções e práticas implementadas pelos trabalhadores em seu cotidiano, visando uma atenção mais humanizada e qualificada. Considerando que as necessidades de saúde dos usuários podem variar desde as ações mais simples e concretas (consumo de medicamentos) até as mais complexas e subjetivas (violência domiciliar), a equipe de saúde, independente dos arranjos organizacionais, deverá ter sensibilidade e capacidade para decodificar essas necessidades de saúde, ofertando serviços da melhor forma possível. A terceira questão deve analisar a organização do processo de trabalho, a forma como será ofertada as atividades que são desenvolvidas nos serviços, os fluxos estabelecidos e as atribuições dos cargos, considerando o trabalho coletivo institucional, que se desenvolve com características do trabalho profissional. Para entender como os processos de produção de saúde são desenvolvidos, adotou-se o conceito de organização tecnológica do trabalho, segundo Mendes-Gonçalves como conjunto de saberes e instrumentos que expressa, nos processos de produção de serviço, a rede de relações sociais em que seus agentes articulam sua prática em uma totalidade social. A quarta: quantos? Essa dimensão é quantitativa, baseada em cálculos matemáticos que trazem a distribuição formal de servidores por unidade básica de saúde, cargo e jornada semanal. Trata-se de identificar a quantidade de profissionais ou horas que serão necessários para atender com qualidade as necessidades de saúde dos usuários, ofertando os serviços de forma organizada e resolutiva. Ao responder essa questão é possível realizar avaliação comparativa entre o quadro atual e o dimensionado, identificando deficit ou superavit de profissionais, sendo esse resultado utilizado para definição de necessidade de realização de concursos públicos, distribuição de vagas por categoria profissional, alocação e remanejamento de pessoal e priorização de 5

vagas de acordo com a maior necessidade de compor as equipes nas unidades básicas de saúde. 5.2 METODOLOGIA/ PARÂMETROS PARA O DIMENSIONAMENTO A elaboração do estudo iniciou-se com a realização da adscrição da clientela por unidade básica de saúde e classificação das vulnerabilidades do território; este entendido como um espaço dinâmico, vivo e em permanente mudança, constituído por um conjunto de objetos e ações. A proposta metodológica desenvolvida teve como orientação a distribuição populacional entre as equipes, recomendada pela Política Nacional de Atenção Básica. Durante o processo de elaboração do dimensionamento foram realizados novos estudos e análises que permitiram a definição de outros parâmetros numéricos encontrados na quantificação de recursos humanos e indicadores obtidos em realidades específicas, que permitiram fazer algumas comparações e análises, levando-se em conta as diferenças e semelhanças existentes em cada unidade básica de saúde, como descrito abaixo: População total adscrita por unidade básica de saúde e por faixa etária e sexo: definição da população que deverá ser assistida em cada unidade básica de saúde, a partir dos mapas territoriais, sendo utilizados os dados segundo IBGE (2010). Unidade de Referência: utilizou-se a denominação de unidade de referência para traduzir o conjunto de horas necessárias de todas as categorias profissionais que atuam na Atenção Básica para atender uma determinada população adscrita no território. Horário de funcionamento das unidades básicas de Saúde: calculouse o horário de abertura até o fechamento da unidade básica de saúde por dia e após soma-se todos os horários de forma a obter o horário de funcionamento semanal de cada unidade básica de saúde. Índice de utilização dos serviços: é o percentual de usuários que utilizam a unidade básica de saúde para determinado tipo de atendimento. Tal percentual pode variar de acordo com as necessidades dos usuários, que possuem diferentes problemas de saúde, em momentos distintos de 6

sua vida. Potencial de produtividade por categoria profissional: calculou-se a partir de um percentual da jornada semanal destinada à assistência individual aos usuários por categoria profissional. A definição desse percentual é variável de acordo com as atribuições e parâmetros numéricos assistenciais de cada cargo, a organização do processo de trabalho e o modelo de saúde adotado pela Secretaria Municipal de Saúde. Capacidade física instalada em cada unidade de saúde: identificação da estrutura física por m 2 construído, número de salas disponíveis para o atendimento individual e coletivo, equipamentos odontológicos disponíveis em cada unidade básica de saúde. Vulnerabilidade social: identificação da proporção de pessoas morando em aglomerados subnormais, da proporção de responsáveis por famílias com até três anos de estudo e da proporção de responsáveis por famílias com renda até três salários-mínimos. Tabela I: Indicadores e pesos atribuídos classificação da vulnerabilidade social nos Distritos de Saúde Fonte: Tabnet Campinas IBGE 2000 7

Classificação da Vulnerabilidade: De 0 a 3,0 Pontuação 3 Baixa vulnerabilidade De 3,1 a 6,0 Pontuação 3,5 Média Vulnerabilidade De 6,1 a 9 Pontuação 4 Alta Vulnerabilidade Acima de 9,1 Pontuação 4,5 Muito Alta Vulnerabilidade Tabela II: Distribuição por Distrito da população, área territorial, vulnerabilidade, número de Unidades de Referência e UR/habitante. Distritos População Área Territorial (km²) Média da Vulnerabilidade Unidades de Referência UR/habitante LESTE 242.219 340,327 3,0 (Baixo) 64 1/3800 NORTE 205.532 165,955 3,5 (Médio) 64 1/3200 SUL 293.565 119, 526 4.0 (Alto) 107 1/2750 SUDOESTE 206.168 99,606 4,5 (M. Alto) 82 1/2500 NOROESTE 160.169 69,330 4,5 (M. Alto) 64 1/2500 TOTAL 1.107.653 794,744 381 Fonte: Censos Demográficos de IBGE/2010 Projeção 2014. Dessa forma, foi realizada a distribuição populacional entre as Unidades Básicas de Saúde, sendo classificadas de acordo com as vulnerabilidades sociais, o que determinou o número de pessoas por unidade de referência, embasando o dimensionamento de todas as categorias profissionais que desenvolvem suas ações na Atenção Básica. Tabela III: Exemplo de distribuição por Unidade Básica de Saúde Distrito Leste Distrito Local de Trabalho Func. Vulnerabilidade População Nº Unidade Semanal Projeção 2013 Referência LESTE CENTRO DE CONCEICAO 60 Médio 23.083 8 (UR) LESTE CENTRO DE SAUDE BOA ESPERANCA 50 Médio 6.884 3 LESTE CENTRO DE SAUDE CARLOS GOMES 50 Muito Alto 3.921 2 LESTE CENTRO DE SAUDE TAQUARAL 70 Baixo 46.066 13 8

LESTE CENTRO DE SAUDE COSTA E SILVA 70 Médio 30.331 10 LESTE CENTRO DE SAUDE CENTRO 60 Baixo 73.756 20 LESTE CENTRO DE SAUDE 31 DE MARÇO 50 Médio 7.174 3 LESTE CENTRO DE SAUDE JOAQUIM EGIDIO 55 Baixo 3.667 1 LESTE CENTRO DE SAUDE SAO QUIRINO 76 Muito Alto 21.568 9 LESTE CENTRO DE SAUDE SOUSAS 70 Médio 25.769 9 611 242.2 78 5.3 DIMENSIONAMENTO POR CATEGORIA PROFISSIONAL ÁREA DE FARMÁCIA a. Categoria: Farmacêutico Com objetivo de qualificar a Assistência Farmacêutica no município de Campinas e de atender solicitação da Câmara Técnica da Assistência Farmacêutica, o dimensionamento foi revisto separando o profissional farmacêutico do Técnico de Farmácia, pois no ano de 2012 havia sido dimensionada Equipe de Farmácia, sendo agrupados todos os profissionais de farmácia. Outro fator relevante que está sendo considerado na área da Assistência Farmacêutica é a criação do Programa Remédio em Casa, para beneficiar os pacientes portadores de doenças crônicas, com dificuldade de locomoção, os quais receberão seus medicamentos em casa e ampliação da participação dos farmacêuticos nas atividades clínicas. Parâmetros e Indicadores: No mínimo um Farmacêutico para cada Unidade Básica de Saúde; Horário de funcionamento da Unidade de Saúde; Complexidade da Unidade Básica de Saúde; Número de receitas dispensadas; As unidades de saúde terão 2 Farmacêuticos quando a unidade dispensar 9

acima de 4000 receitas e horário de funcionamento for acima de 60 horas semanais. Áreas de atuação do Farmacêutico: Supervisão / Administração do trabalho desenvolvido pelos técnicos de farmácia nos dispensários; Atendimento aos usuários nas unidades básicas de saúde; Ações Educativas (participação nos grupos e capacitações); Visitas Domiciliares aos pacientes acamados. b. Categoria: Agente de Apoio à Saúde (Farmácia) Para dimensionar o cargo de Agente de Apoio à Saúde foi revisto os critérios utilizados no ano de 2012 e inseridos novos critérios visto que a prática cotidiana demonstrou a necessidade de ações que serão desenvolvidas por esses profissionais e que não haviam sido mensurados. Parâmetros e Indicadores: População adscrita por território; Vulnerabilidade; Horário de Funcionamento da Unidade; Média de receitas atendidas no ano anterior; Estimativa de 6 minutos por receita = 10/h; O Cálculo de potencial de dispensação de receitas por profissional: 36 horas 20% = 28 horas 4 horas para outras atividades da farmácia = 24 horas x 10 receitas por hora = 240 receitas por semana x 4.3 semanas = 1.032 receitas /mês. 10

Tabela 1: Distribuição de Técnicos de Farmácia por Unidades Básicas de Saúde Distrito LESTE Unidades Básicas de Saúde Horas Fun. Média Receitas Complex. CENTRO DE SAUDE ANTONIO DA COSTA SANTOS (CONCEICAO) 60 4296 ALTO 4 CENTRO DE SAUDE BOA ESPERANCA 50 604 BAIXO 2 CENTRO DE SAUDE CARLOS GOMES 50 0 BAIXO 2 CENTRO DE SAUDE CONEGO MILTON SANTANA (TAQUARAL) 60 4240 ALTO 4 CENTRO DE SAUDE COSTA E SILVA 70 5060 ALTO 5 CENTRO DE SAUDE DR. MARIO DE C BUENO JR (CENTRO) 60 5962 ALTO 6 CENTRO DE SAUDE IGOR CARLOS C D GUERCIO (31 DE MARÇO) 50 1888 BAIXO 2 CENTRO DE SAUDE JOAQUIM EGIDIO 52,5 1001 BAIXO 2 CENTRO DE SAUDE SAO QUIRINO 79 4250 ALTO 4 CENTRO DE SAUDE SOUSAS 70 4522 ALTO 4 TOTAL LESTE 31823 35 Dim. 11

5.3.1 ÁREA DE SAÚDE BUCAL a. Categoria: Cirurgião Dentista O dimensionamento para dentista foi orientado pelas diretrizes estabelecidas para a Saúde Bucal na Secretaria Municipal de Saúde, nos níveis primários e secundários. Parâmetros e Indicadores: Índice de utilização de 70% da população; Vulnerabilidade; Procedimentos odontológicos por habitante (variando de 1.0 a 1.5 port.1101/02); Três procedimentos/hora/profissional, segundo tabela abaixo: DISTRITOS POPULAÇÃO VULNERABILIDADE PROC/ANO/HAB LESTE 242.493 3.0 1.0 NOROESTE 160.168 4.5 1.5 NORTE 205.532 3.5 1.25 SUDOESTE 206.249 4.5 1.5 SUL 293.565 4.0 1.35 Tabela 1: Horas Dimensionadas por Distrito de Saúde: População Índice Nº Hs necess/ano Dimensiona Distritos (70%) Vulnerab Proc/ano proc/ano (3 proc/h) do Hs/sem Leste 169.745 3,0 1,00 169.745 56.582 1.048 Noroeste 112.118 4,5 1,50 168.176 56.059 1.038 Norte 143.872 3,5 1,25 179.841 59.947 1.110 Sudoeste 144.374 4,5 1,50 216.561 72.187 1.337 Sul 205.496 4,0 1,35 277.419 92.473 1.712 12

Tabela 2: Distribuição por Unidade Básica de Saúde DISTRITO LOCAL DE TRABALHO POPUL. 2013 (70%) Nº de equipos Capaci nstala da Índice proc/ ano (Distrito) Dim ajustado CENTRO DE SAUDE CONCEICAO 16.158 2 140 1 100 CENTRO DE SAUDE BOA ESPERANCA CENTRO DE SAUDE CARLOS GOMES 4.819 1 41 1 30 2.745 1 45 1 17 CENTRO DE SAUDE TAQUARAL 32.246 3 180 1 199 LESTE CENTRO DE SAUDE COSTA E SILVA 21.232 3 210 1 131 CENTRO DE SAUDE CENTRO 51.821 3 180 1 320 CENTRO DE SAUDE 31 DE MARÇO CENTRO DE SAUDE JOAQUIM EGIDIO CENTRO DE SAUDE SAO QUIRINO 5.022 1 50 1 31 2.567 1 52 1 16 15.098 3 228 1 93 CENTRO DE SAUDE SOUSAS 18.038 2 140 1 111 Total 169.745 20 1266 1.048 13

b. Técnico de Saúde Bucal Está estabelecido neste momento que dimensionaremos um profissional por Unidade Básica de Saúde e ou Serviço Especializado de odontologia. Distritos Nº unidades Dimens. TSB Leste 10 10 Noroeste 9 9 Norte 11 11 Sudoeste 13 13 Sul 17 17 Total 60 60 c. Auxiliar de Saúde Bucal Ficou estabelecido que para cada 1 hora de cirurgião dentista, será dimensionado 1 hora de Auxiliar de Saúde Bucal, de acordo com a tabela abaixo: Distritos Cirurgião Dentista Auxiliar de Saúde Bucal Leste 1.048 1.048 Noroeste 1.038 1.038 Norte 1.110 1.110 Sudoeste 1.337 1.337 Sul 1.712 1.712 Total 6.245 6.245 5.3.2 ÁREA MÉDICA Categoria: Médico Parâmetros e Indicadores Utilizados: a) População adscrita por Unidade Básica de Saúde por faixa etária e sexo; 14

b) Vulnerabilidade Social; c) Potencial de Produtividade. Para a Secretaria Municipal de Saúde, segundo a proposta referendada na Oficina da Atenção Básica realizada em novembro de 2009, cada Unidade de Referência será composta de 36 horas médicas distribuídas entre as seguintes especialidades: Medicina de Família e Comunidade Clínico Geral Ginecologista e Obstetra Pediatra Proposta para distribuição da jornada do médico: 60% - Atendimentos individuais programáticos e de agudos na unidade básica de saúde. 20% - Atividades no território, participação em reuniões de equipe, atendimentos domiciliares. 20% - Ações educativas, capacitações, dentre outras atividades demandas pelo serviço. Proposta para calcular horas Médicas por Especialidade: Pediatra: 100% da população de 0 a 19 anos x 36 horas médicas + 20% = Total horas de Pediatria. Habitantes/UR Ginecologia e Obstetrícia: 70% da pop. Fem. acima de 15 anos x 36 horas médicas + 20% = Total horas G.O. Habitantes/UR Clínico Geral e Família e Comunidade: Pop. Total Pop. de 0 a 19 anos 70% da pop. Fem. acima de 15 anos x 36 horas médicas Habitantes/UR 15

+ 20% = Total de horas de Clínico Geral e de Família e Comunidade. Tabela I: Exemplo de distribuição por Unidade Básica de Saúde Distrito Leste Func. População Nº Unidade Distrito Local de Trabalho Vulnerabilidade Semanal Projeção 2013 Referência LESTE CENTRO DE CONCEICAO 60 Médio 23.083 8 (UR) LESTE CENTRO DE SAUDE BOA ESPERANCA 50 Médio 6.884 3 LESTE CENTRO DE SAUDE CARLOS GOMES 50 Muito Alto 3.921 2 LESTE CENTRO DE SAUDE TAQUARAL 70 Baixo 46.066 13 LESTE CENTRO DE SAUDE COSTA E SILVA 70 Médio 30.331 10 LESTE CENTRO DE SAUDE CENTRO 60 Baixo 73.756 20 LESTE CENTRO DE SAUDE 31 DE MARÇO 50 Médio 7.174 3 LESTE CENTRO DE SAUDE JOAQUIM EGIDIO 55 Baixo 3.667 1 LESTE CENTRO DE SAUDE SAO QUIRINO 76 Muito Alto 21.568 9 LESTE CENTRO DE SAUDE SOUSAS 70 Médio 25.769 9 611 242.219 78 Exemplo do Distrito de Saúde Leste: 242.219 habitantes. Proposta para calcular a média de horas médicas por especialidade: 242.219 78 = 3.105 habitantes por UR. Pediatra: 100% da população de 0 a 19 anos: 49.225 3.105 = 15,8 (UR) x 36 horas médicas = 570 horas + 20% = 684 horas. Ginecologia e Obstetrícia: 70% de 111.444 (população acima de 15 anos) = 78.010 3.105 = 25,1 (UR) x 36 horas médicas = 903,6 horas + 20% = 1.085 horas. Clínico Geral e Família e Comunidade: População total: 242.219 49.225 (pediatria) 78.010 (G.O.) = 114.984 3.105 = 37,1 (UR) x 36 horas médicas = 1.335 + 20% = 1.601 horas. Tabela II: Distribuição de horas médicas por especialidade médica no Distrito Leste ESPECIALIDADES POPULAÇÃO UNIDADE REFERÊNCIA MÉDIA DE HORAS PEDIATRIA 49.225 15,8 684 GINECOLOGIA/OBSTETRÍCIA 78.010 25,1 1.085 CLÍNICO GERAL /PSF 114.984 37,1 1.601 TOTAL 242.493 78 3.370 16

Tabela III: Distribuição de horas médicas por Unidade Básica de Saúde e por especialidade LOCAL DE TRABALHO POPULA TOT VULNE U HR ÇÃO HOR HORA RA- N. Hab/ MEDI 2013 AS S BILIDA RE UR CAS (PROJE RT MEDIC DE F. /UN. ÇÂO) AS Ped. G.O. CL/MSF CENTRO DE SAUDE ANTONIO DA COSTA SANTOS (CONCEICAO) Médio 23.083 8 2885 288 57,6 345,6 75,6 110,2 159,8 CENTRO DE SAUDE BOA ESPERANCA Médio 6.884 3 2295 108 21,6 129,6 33,8 37,9 57,9 CENTRO DE SAUDE CARLOS GOMES CENTRO DE SAUDE CONEGO MILTON SANTANA (TAQUARAL) Baixo 46.066 13 3544 468 93,6 561,6 Muito Alto 3.921 2 1960 72 14,4 86,4 24,7 22,7 39,0 113, 3 178,9 269,4 CENTRO DE SAUDE COSTA E SILVA Médio 30.331 10 3033 360 72,0 432,0 88,6 138,1 205,3 CENTRO DE SAUDE DR. MARIO DE C BUENO JR (CENTRO) Baixo 74.030 20 3688 720 144,0 864,0 122, 3 305,2 436,5 CENTRO DE SAUDE IGOR CARLOS C D GUERCIO (31 DE MARÇO) Médio 7.174 3 2391 108 21,6 129,6 30,9 39,7 59,1 CENTRO DE SAUDE JOAQUIM EGIDIO Baixo 3.667 1 3667 36 7,2 43,2 11,7 12,1 19,5 CENTRO DE SAUDE SAO Muito QUIRINO Alto 21.568 9 2396 324 64,8 388,8 99,7 116,3 172,7 CENTRO DE SAUDE 106, SOUSAS Médio 25.769 9 2863 324 64,8 388,8 7 113,2 168,8 DISTRITO LESTE Baixo 242.493 78 3.105 2808 561,6 3369,6 707, 3 1074, 4 1587,9 OBS: Reserva Técnica de 20% da jornada: licença prêmio, férias, licenças para tratamento de saúde, faltas, atrasos e tempo social. Como Calcular o Potencial de Produtividade: A Secretaria de Saúde de Campinas estabeleceu que todas as especialidades médicas que atuam na Atenção Básica deverão atender três consultas por hora, dessa forma calcula-se 21 horas (60% da jornada de 36 horas semanais) x 3 consultas médicas/hora = 63 consultas por semana x 4.33 (semanas) = 272 x 12 (meses) = 3.273 consultas por ano. 5.3.3 ÁREA DE ENFERMAGEM 17

a. Categoria: Enfermeiro Parâmetros e Indicadores: a) Linhas de cuidado (2 consultas por hora): Saúde da Mulher, Saúde do Adulto, Saúde da Criança, Saúde do Idoso, Saúde do Trabalhador; de acordo com os protocolos da Secretaria Municipal de Saúde: b) Número de Unidade de Referência por serviço de saúde; c) Horário de Funcionamento das Unidades Básicas de Saúde; d) Número de Auxiliares e Técnicos de Enfermagem sob supervisão dos Enfermeiros; e) Potencial de Consultas oferecidas aos usuários; f) Índice de Utilização das Unidades de Saúde. Proposta para organização do Processo de Trabalho do Enfermeiro: 10 horas: Para atividades coletivas e individuais no território e unidade de saúde (Ações Educativas, Vigilância à Saúde, Reuniões de Equipe, Capacitações); 10 horas: Para supervisão/gerenciamento; 16 horas: Para assistência individual, ações programáticas na área da criança, mulher, adulto, idoso. a) Linhas de cuidado: Em que pese alguns estudos orientarem para um profissional enfermeiro atender em média 3 consultas por hora, o município de Campinas definiu a partir de várias experiências no cotidiano dos enfermeiros, que o número adequado para qualificar a assistência prestada, é de 2 consultas por hora. Vale ressaltar que este cálculo somente se aplica as consultas programáticas para diabéticos, hipertensos, crianças, cardiopatas, pré-natal de baixo risco, citologia oncótica e climatério. Reserva Técnica: 18

Está sendo considerado também 20% de reserva técnica (Licença Prêmio/LTS/faltas/atrasos/ e tempo social). Potencial de Produtividade do Enfermeiro para um ano de trabalho: O enfermeiro oferece apoio e realiza atendimento de enfermagem no acolhimento, sendo destinadas 2 horas por profissional. Então, calcula-se 16 horas/semanais x 2 consultas por hora x 4.33 (semanas) x 12 meses = 1.662 consultas por ano. Recomendações para o atendimento do Enfermeiro segundo os Protocolos da Secretaria Municipal de Saúde: Criança menor de 1 ano: 2 consultas no primeiro ano de vida. Adulto acima de 20 anos: Diabético (7.8%) São 2 consultas por ano. Hipertenso (20%) 2 consultas por ano. Cardiopatias (3%) 2 consultas por ano. Mulher: Pré - natal de baixo risco 4 consultas por gestação (nascidos vivos). Coleta de Citologia Oncótica 1 atendimento para 30% das mulheres de idade entre 20 a 59 anos. Climatério 3 consultas no período de 50 a 59 anos de idade. DISTRITO CRIANÇ A < 1 ano DIABETICO 7,8% HIPERTEN SO 20% ICC + 3% PRÉ- NATAL Nasc Vivos C.O. 20 a 49 30% CLIMATÉRIO 50 a 59 anos Potencial ano NORTE 4.856 23.493 60.239 9.036 10.288 19.166 4.208 131.285 SUL 7.496 33.046 84.733 12.710 17.140 27.068 5.588 187.780 LESTE 4.548 30.101 77.183 11.577 10.548 23.970 5.668 163.596 SUDOESTE 5.712 22.134 56.754 8.513 12.192 19.250 3.859 128.415 NOROESTE 4.296 17.265 44.268 6.640 10.248 14.734 3.000 100.452 19

TOTAL 26.908 126.039 323.178 48.477 60.416 104.187 22.323 711.527 DISTRITO Total de Nec. consultas Índice CADSUS Nec consultas / Índice CADSUS Potencial do Enfermeiro Necessidade L. C. NORTE 131.285 60,3% 79.165 1.662/ano 47,6 SUL 187.780 64,3% 120.743 1.662/ano 72,6 LESTE 163.596 54,2% 88.669 1.662/ano 53,4 SUDOESTE 128.415 63,5% 81.543 1.662/ano 49,1 NOROESTE 100.452 64,8% 65.093 1.662/ano 39,2 TOTAL 711.527 435.213 261,9 b) Número de Unidade de Referência por Serviço de Saúde: Para este cálculo estima-se um profissional enfermeiro para cada unidade de referência. DISTRITO Nº Unidade de Referência Nº de Enfermeiros NORTE 76 76 SUL 114 114 LESTE 78 78 SUDOESTE 85 85 NOROESTE 70 70 TOTAL 423 423 c) Horário de Funcionamento da Unidade de Saúde: Para este dimensionamento o cálculo é feito da seguinte forma: total de horas do distrito por 28 horas x 2 enfermeiros = 2 enfermeiros durante todo o tempo de abertura da unidade. DISTRITO Horário de Funcionamento Nº de Enfermeiros NORTE 641 45,8 SUL 973 69,5 LESTE 552 39,4 SUDOESTE 756 54,0 NOROESTE 792 56,6 TOTAL 3.714 265,3 d) Número de Auxiliar e Técnico de Enfermagem sob supervisão do Enfermeiro: Para este dimensionamento foi utilizado o 20

parâmetro de 5 profissionais sob a supervisão do Enfermeiro. DISTRITO Número de Aux./Técnicos Enfermagem Necessidade de Enfermeiro para Supervisão (1/5) NORTE 218 43,6 SUL 331 66,2 LESTE 211 42,2 SUDOESTE 267 53,4 NOROESTE 248 49,6 TOTAL 1.274 255 Média dos parâmetros utilizados: DISTRITO Linha do Cuidado Nº Unidade de Referência Horário de Funcionamento Nº Aux./Téc. sob supervisão Enf. Dimensionado NORTE 47,6 76,0 45,8 43,6 53.3 SUL 72,6 114,0 69,5 66,2 80.6 LESTE 53,4 78,0 39,4 42,2 53.2 SUDOESTE 49,1 85,0 54,0 53,4 60.4 NOROESTE 39,2 70,0 56,6 49,6 53.8 TOTAL 261,9 423,0 265,3 255 301.2 Exemplo de distribuição por Unidade Básica de Saúde: LESTE LOCAL DE TRABALHO DIMENSIONADO CENTRO DE SAUDE ANTONIO DA COSTA SANTOS (CONCEICAO) 5,4 CENTRO DE SAUDE BOA ESPERANCA 2,7 CENTRO DE SAUDE CARLOS GOMES 2,2 CENTRO DE SAUDE CONEGO MILTON SANTANA (TAQUARAL) 8,3 CENTRO DE SAUDE COSTA E SILVA 6,7 CENTRO DE SAUDE DR. MARIO DE C BUENO JR (CENTRO) 11 CENTRO DE SAUDE IGOR CARLOS C D GUERCIO (31 DE MARÇO) 2,7 CENTRO DE SAUDE JOAQUIM EGIDIO 2 CENTRO DE SAUDE SAO QUIRINO 6,1 CENTRO DE SAUDE SOUSAS 6 TOTAL 53,2 b. Categorias: Auxiliar de Enfermagem e Técnico de Enfermagem: 21

Parâmetros e Indicadores: 1 Auxiliar/Técnico de Enfermagem para cada Unidade de Referência, com 36 horas médicas. Esse critério se justifica por conta dos procedimentos que são gerados pelos profissionais médicos. É relevante ressaltar que o número de Unidades de Referências é definido a partir da população adscrita por unidade de saúde e vulnerabilidade do território. Equipe de retaguarda para as ações e procedimentos de enfermagem na unidade básica de saúde, sendo considerado 6 postos de trabalho para as unidades de menor área física e com horário de funcionamento de segunda-feira a sexta-feira e 7 postos de trabalho para unidades de maior área física e com horário de funcionamento de segunda-feira a sábado. Postos de trabalho na Unidade de Saúde: o Coleta de Exames / Vacina / Vigilância (1) o Sala de Procedimentos / Curativo (2) o Inalação / Medicação (1) o Expurgo / Esterilização (1) o Acolhimento (1 ou 2) Para realizar o cálculo é usado o horário por semana de funcionamento x 60 minutos x 6 ou 7 postos de trabalho 36 horas 20% x 60 minutos (1.728 min.). O horário mínimo de funcionamento da unidade considerado para efeito de cálculo é de 50 horas/semanais. Exemplo de uma Unidade que funciona 50 horas semanais: 50 x 60 x 6 = 18.000 = 10.4 36 20% x 60 1.728 Horário de funcionamento de segunda a sexta e menor área física (6 postos) Horário de Funcionamento Horas por Semana Número de Profissionais 7:00 às 17:00 50 horas 10.4 = 11 prof. 7:00 às 18:00 55horas 11.5 = 12 prof. 7:00 às 19:00 60 horas 12.5 = 13 prof. 7:00 às 21:00 70 horas 14.6 = 15 prof. 7:00 às 22:00 75 horas 15.7 = 16 prof. Horário de funcionamento de segunda a sábado e maior área física (7 postos) Horário de Funcionamento Horas por Semana Número de Profissionais 7:00 às 20:00 + 10 horas 75 horas 18.3 = 19 prof. 22

7:00 às 19:00 + 06 horas 66 horas 16.0 = 16 prof. 7:00 às 19:00 + 12 horas 72 horas 17.5 = 18 prof. 7:00 às 21:00 + 06 horas 76 horas 18.5 = 19 prof. 7:00 às 21:00 + 9 horas 79 horas 19.2 = 20 prof. 7:00 às 21:00 + 10 horas 80 horas 19.5 = 20 prof. 7:00 às 22:00 + 10 horas 85 horas 20.7 = 21 prof. 7:00 às 22:00 + 12 horas 87 horas 21.2 = 22 prof. A Secretaria Municipal de Saúde, através do Departamento de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, adverte a recomendação do Ministério da Saúde, por meio da portaria nº 1101 de 12 de junho de 2002, que se utilize como parâmetros de cobertura assistencial o SIGA/SIGTAB para ações de enfermagem em nível médio, a variação de cobertura entre 2.28 a 6.43 procedimentos/habitante, dependendo da região do país e das diretrizes da Atenção Básica. Potencial de Produtividade: Considerando que alguns estudos orientam que um profissional realize em média 4 procedimentos/hora; e 20% de reserva técnica (licença prêmio, férias, LTS, faltas, atrasos e tempo social). Dessa forma teremos da jornada de 36 horas semanais do profissional, 28 horas efetivas para realizar o cálculo de potencial de produtividade. O profissional Auxiliar/Técnico de Enfermagem tem potencial para produzir em 20 horas/semanais x 4 atendimentos/hora x 4.33 semanas x 12 meses = 4.156 atendimentos por ano. Proposta para distribuição da jornada do Auxiliar/Técnico de Enfermagem: a) 16 horas: Para atividades coletivas e individuais no território e na unidade de saúde, visitas domiciliares, realização de grupos, etc. b) 20 horas: Para assistência individual, ações programáticas na área da criança, mulher, adulto, idoso, acolhimento, coleta de exames laboratoriais, aplicação de imunobiológicos, sala de procedimentos, inalação, marcação de 23

consultas, curativo, esterilização/expurgo, etc. Número de Auxiliar / Técnico de Enfermagem Dimensionado por Unidade de Saúde: DISTRITO UNIDADE UN. REF. LESTE CENTRO DE SAUDE ANTONIO DA COSTA SANTOS (CONCEICAO) CENTRO DE SAUDE CONEGO MILTON SANTANA (TAQUARAL) EQ. RET. TOTAL 8 13 21 13 13 26 CENTRO DE SAUDE COSTA E SILVA 10 15 25 CENTRO DE SAUDE DR. MARIO DE C BUENO JR (CENTRO) 20 13 33 CENTRO DE SAUDE IGOR CARLOS C D GUERCIO (31 DE MARÇO) 3 11 14 CENTRO DE SAUDE JOAQUIM EGIDIO 1 12 13 CENTRO DE SAUDE SAO QUIRINO 9 19 28 CENTRO DE SAUDE SOUSAS 9 15 24 CENTRO DE SAUDE BOA ESPERANCA 3 11 14 CENTRO DE SAUDE CARLOS GOMES 2 11 13 Total Leste 78 135 211 5.3.5 AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE Categoria: Agente Comunitário de Saúde - ACS O emprego de ACS foi dimensionado a partir do número de Unidades de Referência, de acordo com a vulnerabilidade de cada unidade de saúde, sendo considerados três Agentes Comunitários de Saúde por UR. Segundo recomendação da Política Nacional de Atenção Básica, o Agente Comunitário de Saúde deverá estar vinculado a Equipe de Saúde da Família, assistindo em média 750 pessoas. Considerando que as vulnerabilidades dos territórios de um município com mais de um milhão de habitantes são muito díspares e que o arranjo organizacional do sistema de saúde deve contemplar as necessidades de saúde da população com equidade, em Campinas o número 24

de habitantes por Agente Comunitário de Saúde varia de 762 a 1036, de acordo com tabela apresentada abaixo: Tabela 1: Distribuição de ACS por Distrito de Saúde Distritos População Vulnerabilidade Un. Ref. X 3 ACS ACS/Hab. LESTE 242.493 3,0 78 234 1036 NORTE 205.532 3,5 76 228 901 SUL 293.565 4,0 114 342 858 SUDOESTE 206.249 4,5 85 255 808 NOOROESTE 160.168 4,5 70 210 762 TOTAL 1.108.007 423 1.269 Tabela 2: Distribuição de ACS por Unidade Básica de Saúde DISTRITO UNIDADE UN. REF. Nº ACS LESTE CENTRO DE SAUDE ANTONIO DA COSTA SANTOS (CONCEICAO) CENTRO DE SAUDE CONEGO MILTON SANTANA (TAQUARAL) 8 24 13 39 CENTRO DE SAUDE COSTA E SILVA 10 30 CENTRO DE SAUDE DR. MARIO DE C BUENO JR (CENTRO) 20 60 CENTRO DE SAUDE IGOR CARLOS C D GUERCIO (31 DE MARÇO) 3 9 CENTRO DE SAUDE JOAQUIM EGIDIO 1 3 CENTRO DE SAUDE SAO QUIRINO 9 27 CENTRO DE SAUDE SOUSAS 9 27 CENTRO DE SAUDE BOA ESPERANCA 3 9 CENTRO DE SAUDE CARLOS GOMES 2 6 Total Leste 78 234 25

DISTRITO UNIDADE UN. REF. Nº ACS SUL SUDOESTE CENTRO DE SAUDE CARVALHO DE MOURA 5 15 CENTRO DE SAUDE DR. MANOEL RIOS MURARO (PARANAPANEMA) 10 30 CENTRO DE SAUDE ESMERALDINA 5 15 CENTRO DE SAUDE FARIA LIMA 14 42 CENTRO DE SAUDE FIGUEIRA 7 21 CENTRO DE SAUDE OROSIMBO MAIA 9 27 CENTRO DE SAUDE SANTA ODILA 6 18 CENTRO DE SAUDE SAO DOMINGOS 5 15 CENTRO DE SAUDE SAO JOSE 13 39 CENTRO DE SAUDE SAO VICENTE 5 15 CENTRO DE SAUDE VILA RICA 5 15 CENTRO DE SAUDE VILA YPE 11 33 CENTRO DE SAUDE CAMPO BELO 6 18 CENTRO DE SAUDE FERNANDA 5 15 CENTRO DE SAUDE OZIEL / MONTE CRISTO 5 15 CENTRO DE SAUDE NOVA AMERICA 3 9 Total Sul 114 342 CENTRO DE SAUDE AEROPORTO 7 21 CENTRO DE SAUDE CAMPOS ELISEOS 8 24 CENTRO DE SAUDE CAPIVARI 6 18 CENTRO DE SAUDE DIC I 11 33 CENTRO DE SAUDE DIC III 8 24 CENTRO DE SAUDE ITATINGA 2 6 CENTRO DE SAUDE SANTA LUCIA 7 21 CENTRO DE SAUDE DR. MOISES LIBERMAN (SANTO ANTONIO) 5 15 CENTRO DE SAUDE SAO CRISTOVAO 8 24 CENTRO DE SAUDE UNIAO DE BAIRROS 8 24 CENTRO DE SAUDE VILA UNIAO/CAIC 5 15 CENTRO DE SAUDE VISTA ALEGRE 10 30 Total Sudoeste 85 255 5.3.6 ÁREA ADMINISTRATIVA Categoria: Agente Administrativo Atividades de Atendimento ao Público: Parâmetros e Indicadores: 26

Horário de Funcionamento da Unidade de Saúde; Vulnerabilidade; População Adscrita de cada Unidade; Foi dimensionado 2 profissionais para atender ao público durante todo o período de abertura da unidade, considerando jornada de 36 horas semanais e o horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde e a vulnerabilidade da população de cada serviço de saúde. Atividades Administrativas: Parâmetros e Indicadores: Número de Trabalhadores; Horário de Funcionamento da Unidade de saúde. Para calcular o número de profissionais que deverão desenvolver atividades administrativas nas unidades de saúde, foi dado Peso 5 para o Número de Trabalhadores, sendo classificado da seguinte forma: Acima de 80 funcionários: 4 62 a 80 funcionários: 3 40 a 61 funcionários: 2 Menor que 40 funcionários: 1 E para o Horário de Funcionamento foi dado Peso 3, sendo classificado da seguinte forma: Acima de 60 horas: 4 60 horas: 3 50 a 59 horas: 2 Menor que 50: 1 Definição do número de profissionais de acordo com a classificação da Complexidade das Unidades de Saúde: 1 Profissional: Menor que 3,0 27

2 profissional: Igual ou maior que 3,0 Tabela 1: Distribuição de Agentes Administrativos por Unidade Básica de Saúde DISTRITO LOCAL DE TRABALHO Vulner. Nº HR Atend. Aten. Publ. Ativ. Adm Dim. LESTE CENTRO DE SAUDE ANTONIO DA COSTA SANTOS (CONCEICAO) Médio 60 3,3 1,0 4,3 CENTRO DE SAUDE BOA ESPERANCA Médio 50 2,8 1,0 3,8 CENTRO DE SAUDE CARLOS GOMES Muito Alto 50 2,8 1,0 3,8 CENTRO DE SAUDE CONEGO MILTON SANTANA (TAQUARAL) Baixo 70 3,9 2,0 5,9 CENTRO DE SAUDE COSTA E SILVA Médio 70 3,9 2,0 5,9 CENTRO DE SAUDE DR. MARIO DE C BUENO JR (CENTRO) Baixo 60 3,3 2,0 5,3 CENTRO DE SAUDE IGOR CARLOS C D GUERCIO (31 DE MARÇO) Médio 50 2,8 1,0 3,8 CENTRO DE SAUDE JOAQUIM EGIDIO Baixo 55 3,1 1,0 4,1 CENTRO DE SAUDE SAO QUIRINO Muito Alto 76 4,2 2,0 6,2 CENTRO DE SAUDE SOUSAS Médio 70 3,9 1,0 4,9 Total Leste 33,9 14,0 47, 5.4 SISTEMA DE INFORMAÇÃO E INFORMÁTICA Evolução das ferramentas de Informática no Projeto do Dimensionamento O Departamento de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde recebia informações cadastrais de seus profissionais através de planilhas exportadas do Sistema de Folha de pagamento da Prefeitura Municipal de Campinas pela Secretaria Municipal de Recursos Humanos. Através destas planilhas, eram realizados todos os relatórios que serviam como base para as informações da Secretaria Municipal de Saúde. No ano de 2010, a Coordenadoria de Informação e Informática da Secretaria de Saúde deu início ao desenvolvimento de um sistema informático 28

que possibilitou manter atualizadas as informações de local de trabalho (lotação) dos seus servidores, independentemente dos trâmites burocráticos oriundos dos remanejamentos de pessoal. No ano de 2013, iniciou-se o Projeto do Dimensionamento utilizando Planilhas Excel, onde os cálculos por Unidade de Saúde (US) eram realizados, utilizando os parâmetros definidos nos estudos. Após a apuração dos valores dimensionados, era necessário compará-los ao quadro atual das Unidades de Saúde. Inicialmente, para fazer esta apuração, utilizava-se o Microsoft Office Excel, como editor de planilhas. Mas, tendo em vista a dinamicidade do cenário, a cada vez que se necessitava um relatório, era necessário exportar os dados do sistema e importá-los no Excel para realizar a apuração por Unidade. Neste contexto, a expectativa por parte dos analistas e gerentes era a de ter um sistema que calculasse automaticamente o dimensionamento de recursos humanos por cargo e por unidade, baseado nos parâmetros estabelecidos, mas alguns desafios eram colocados, como por exemplo: a. manter o sistema atualizado (a rede básica é muito dinâmica e era necessário que as unidades e distritos informassem imediatamente sempre que um remanejamento fosse realizado); b. facilitar a emissão dos relatórios de dimensionamento por unidade (para que todos conseguissem emiti-los e não somente os profissionais com conhecimentos avançados de informática). Como o projeto precisava de um tempo de amadurecimento para que correções e ajustes pudessem ser realizados, optou-se por iniciar o desenvolvimento de telas para cadastro dos parâmetros e de emissão de relatórios de dimensionamento por Unidade e por Cargo. A ideia agora seria a 29

de utilizar diretamente o banco de dados de profissionais, não necessitando mais fazer a exportação dos dados do banco para gerar o relatório. O cálculo ficaria então para uma segunda fase, podendo ainda passar por um processo de revisão. Para este desenvolvimento o departamento contou com a colaboração de um profissional técnico em informática, cujo trabalho propiciou a agilidade na emissão dos relatórios, mesmo que ainda permaneça a dificuldade de viabilizar o fluxo de informações para a atualização de dados. Para enfrentar o desafio de disponibilizar os dados atualizados referentes ao dimensionamento das unidades, continua-se o esforço de concluir o desenvolvimento do sistema disponibilizando o acesso ao dimensionamento por unidade de saúde, via web, possibilitando também às unidades o registro das movimentações de pessoal online. Para realização deste intento coloca-se como fundamental a parceria com a Coordenadoria de Informática. 6. AVANÇOS Foram ressaltados os principais avanços e resultados na implementação da proposta de dimensionamento de recursos humanos na atenção básica na Secretaria Municipal de Saúde de Campinas: Definição dos parâmetros e indicadores para serem utilizados conforme a categoria profissional: população adscrita por Unidade de Saúde e por faixa etária e sexo, Unidade de Referência, vulnerabilidade social, horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, potencial de produtividade por categoria profissional, capacidade física instalada em 30

cada Unidade Básica de Saúde, índice de utilização dos serviços e densidade demográfica; Definição de Reserva Técnica de 20% da jornada semanal para suprir as ausências previstas, ou não, dos servidores ao trabalho durante o ano (8,2% para férias, 4,9% para licença prêmio e 6,9% para afastamentos legais). Classificação das Unidades de Saúde de acordo com as vulnerabilidades sociais, o que determina o número de habitantes por unidade de referência (baixa: 3.800 Média: 3.200 Alta: 2.750 Muito Alta: 2.500). Definição da necessidade de todas as categorias profissionais que desenvolvem suas ações na Atenção Básica para assistir à população adscrita por Unidade de Saúde: Médico, Enfermeiro, Auxiliar/Técnico de Enfermagem, Agente Comunitário de Saúde, Farmacêutico, Agente de Apoio à Saúde (Farmácia), Agente Administrativo, Dentista, Técnico de Saúde Bucal e Auxiliar de Saúde Bucal. Apropriação das especificidades do mundo do trabalho no campo da saúde pública, promovendo diálogo com as práticas hegemônicas de produção do cuidado; Construção de novos modos de produção, por meio de revisões bibliográficas, grupos de estudos, discussões com gestores e trabalhadores; Criação de planilhas que calculam o número adequado de Recursos Humanos a partir dos critérios estabelecidos pela Secretaria Municipal de Saúde; 31

Desenvolvimento de um sistema de informação, que permite a elaboração de relatórios comparativos entre os valores dimensionados e o quadro atual de servidores, sendo atualizado mensalmente através da folha de pagamento enviada pela Secretaria Municipal de Recursos Humanos. Previsão orçamentária quanto a adequação de recursos humanos para a saúde, auxílio à definição de vagas para concursos públicos e movimentação de servidores e definição de prioridade de vagas para as Unidades Básicas de Saúde. Incorporação da dimensão qualitativa durante o processo de elaboração, a partir da identificação dos usuários que vivem no território, da definição dos serviços a serem oferecidos para atender as necessidades de saúde e reorganização do processo de trabalho, sendo estabelecidos novos fluxos. 7. DESAFIOS São desafios para a experiência de Campinas e para o dimensionamento da força de trabalho dentro do SUS: Apesar de contar com um processo participativo de construção e aplicação da metodologia de dimensionamento, envolvendo trabalhadores, gestores e coordenadores das áreas programáticas do Departamento de Saúde, colocase como desafio o necessário envolvimento de representantes de movimentos sociais, sob o risco de colocar em risco a legitimidade do processo em momentos cruciais de negociação; 32

Ainda não foi possível encontrar um meio de envolver os conselhos de classe como um todo, sendo verificada uma tendência a que os mesmos se coloquem como soberanos nas decisões de saúde, numa defesa mais parcial de sua categoria, em sua maioria, em detrimento dos interesses do SUS; Categoria médica coloca-se, algumas vezes, em posição diferenciada em relação às outras categorias, comprometendo os interesses do processo instituído; Visão estática da metodologia de dimensionamento (tanto no que se refere à própria construção da metodologia quanto à utilização dos resultados encontrados), apontando para uma tendência de cristalização de um conceito de projeto de dimensionamento. Tal desafio tem origem numa visão mais improgressiva de dimensionamento, sem se dar conta de que o mesmo deve responder às demandas e à flexibilidade própria das mutações de um sistema de saúde; Enfrentar a resistência por parte dos trabalhadores quando é necessária a alteração de processos de trabalho já instituídos nas Unidades de Saúde. Tal fato se dá principalmente quando o dimensionamento aponta para a necessidade de diminuição de recursos humanos alocados na unidade, podendo aí surgir o seguinte questionamento: necessidade de mais profissionais ou de uma gestão diferenciada? Evidenciar a publicização dos parâmetros/metodologia e resultados da aplicação do método de dimensionamento, informando a todos os atores envolvidos o resultado encontrado, bem como as ações corretivas necessárias, evitando que tal análise e sua intervenção no processo de trabalho tenha uma versão policialesca de controle e não de modificação da 33

ação gerencial, como seria sua intenção primeira; Manter atualizado o sistema de informação no que se refere ao envio de informações (a exemplo dos remanejamentos ocorridos) por parte das Unidades de Saúde e Distritos, potencializando o fluxo de informações; Desenvolvimento de um sistema informático com plataforma web para acesso amplo e rápido das informações (alimentação e utilização de dados). Coloca-se ainda como um grande desafio de um processo de dimensionamento para os recursos humanos na saúde a resposta a algumas questões cruciais: dimensionar recursos humanos para atender qual modelo de sistema de saúde? Para atender à quais metas? 8. LIÇÕES APRENDIDAS A implementação da proposta de dimensionamento de recursos humanos na atenção básica na Secretaria Municipal de Saúde de Campinas foi considerada especialmente inovadora no que tange à importante participação dos trabalhadores, gestores e coordenadores das áreas programáticas na elaboração do dimensionamento de pessoal para o eixo da atenção básica. Mesmo reconhecendo a diversidade de atores envolvidos na construção da experiência de Campinas, considera-se como uma importante lição a ser repassada para aqueles que colocam-se como desejosos de implantar tal processo em sua secretaria de saúde, a especial atenção que deve ser dada à necessidade de ampliação da participação social, especialmente no que tange ao envolvimento de atores representantes de usuários e que ajam com a intencionalidade de controle social, ou seja, atores vinculados a setores organizados da sociedade civil que atuem na defesa dos interesses dos usuários e dos trabalhadores (conselhos, sindicatos, etc..), garantindo a participação social nas políticas públicas. Os gestores da experiência de Campinas enfatizam que não basta 34

envolver tais atores ao longo do processo, mas o envolvimento dos mesmos deve dar-se desde o início. Tal recomendação deve-se não somente à busca da ação correta, mas à redução de ruídos e minimização de conflitos alcançados por uma pactuação de metas e intenções que deve ocorrer em todos os momentos do processo: da concepção, planejamento, à implementação, monitoramento e avaliação. Outra lição importante é apontada por Campinas ao alertar aqueles que desejam usar o processo de dimensionamento como instrumento de gestão: estar atentos a responder as quatro questões que devem iniciar toda discussão sobre o processo de dimensionamento - Para quem? O que oferecer? Como? E por fim, quanto. Aprende-se também com essa experiência de Campinas a importância de agregar parâmetros e indicadores bastante diversificados para se chegar a um número final. São eles: população total adscrita por unidade básica de saúde e por faixa etária e sexo; Unidade de Referência (conjunto de horas necessárias de todas as categorias profissionais que atuam na Atenção Básica para atender uma determinada população adscrita no território); Horário de funcionamento das unidades básicas de Saúde; Índice de utilização dos serviços (percentual de usuários que utilizam a unidade básica de saúde, variavel de acordo com as necessidades dos usuários, que possuem diferentes problemas de saúde, em momentos distintos de sua vida); Potencial de produtividade por categoria profissional (percentual da jornada semanal destinada à assistência individual aos usuários por categoria profissional, variável de acordo com as atribuições e parâmetros numéricos assistenciais de cada cargo, a organização do processo de trabalho e o modelo de saúde adotado pela Secretaria Municipal de Saúde); Capacidade física instalada em cada unidade de saúde; e, Vulnerabilidade social (identificação da proporção de pessoas morando em aglomerados subnormais, da proporção de responsáveis por famílias com até três anos de estudo e da proporção de responsáveis por famílias com renda até três salários-mínimos). Sabe-se ainda que novos indicadores podem ser incorporados nesta mesma experiência e que os mesmos podem sofrer uma variação dependendo do contexto aplicado (a exemplo de outras secretarias que já trabalham com o indicador de metas claramente definidas). Lição importante também é reconhecida ao perceber que a metodologia 35