O IMPACTO DA TV DIGITAL NA SOCIEDADE BRASILEIRA 1



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Transcrição:

O IMPACTO DA TV DIGITAL NA SOCIEDADE BRASILEIRA 1 Bruno Roberto Eugenio 2 Haroldo César Alessi 3 Resumo : O trabalho tem como objetivo mostrar os possíveis impactos a serem sofridos pela sociedade brasileira, verificando e comparando também os padrões de TV digital a serem adotados no Brasil, na busca por uma nova forma de inclusão social através da interatividade e bases para uma evolução cada vez maior no sistema de telecomunicações no país. Utilizando esses recursos para ampliar o conhecimento e o entretenimento dos telespectadores. Palavras-chaves: Desenvolvimento; sociedade; interatividade. Introdução O trabalho visa o desenvolvimento tecnológico das transmissões de TV, levando em conta o modelo atual, as modificações futuras e o impacto na sociedade. O modelo atual sempre foi aceito pela população em geral como um grande passo para o desenvolvimento tecnológico, passando do rádio para a TV preto e branco, a colorida e, as antenas pagas que proporcionaram mais interatividade que as antenas convencionais. Sempre com a intenção de melhorar o conhecimento e o entretenimento de um povo, a TV passou a ser um meio indispensável na casa das pessoas, e segundo os últimos dados do IBGE, cerca de 90% da população brasileira possui aparelho de TV em casa, independente de renda e classe social. No mundo agitado em que vivem, as pessoas optaram pela TV como meio de entretenimento e lazer sem precisar sair de casa, fazendo com que as emissoras investissem mais neste ramo, e proporcionasse horas agradáveis para quem quer relaxar e se divertir. 1 Agradecemos aos professores da Faculdade de Informática de Presidente Prudente FIPP, em especial ao professor Valter Aparecido Bercelli e a funcionária da Unidade de Informação 1 e 2 Jakeline Queiroz Ortega. 2 Acadêmico do Curso de Bacharel em Sistemas de Informação. 3 Coordenador do Curso de Bacharel em Sistemas de Informação. UNOESTE Universidade do Oeste Paulista. FIPP Faculdade de Informática de Presidente Prudente. 1

Tendo em vista que é um meio tecnológico importante para toda a população do Brasil e do mundo, alguns países desenvolveram a tecnologia digital, com alta definição de som e imagem, que vem substituir o modelo atual que é analógico, e não conta com tantos atrativos. Com a transmissão digital, o aparelho de TV deixa de ser um terminal passivo e passa a oferecer ao usuário a possibilidade de interagir com o conteúdo. Isso permite adicionar aplicativos ao conteúdo da programação, que passa a oferecer não só áudio e vídeo, mas também informações em outros formatos. (MOREIRA, 2006). A iniciativa do Brasil em implantar esta nova tecnologia não levando em conta os impactos a serem sofridos pela sociedade, esta gerando aos governantes um grande desafio sobre qual modelo implantar, já que existe tanta desigualdade entre as classes sociais. Diante da facilidade proporcionada pela TV digital, no final deste trabalho poderá ser analisada a capacidade dos brasileiros em receber tanta tecnologia. A TV no Brasil e no Mundo...em 1817, o sueco Jackob Berzelues descobriu casualmente o selênio, um elemento químico brilhante e luminoso e mais tarde com o inglês Smith transformou-se em energia elétrica possibilitando a transmissão de imagens. (MICROFONE, 2006). Mas somente alguns anos depois é que as transmissões começaram a ser testadas, com a contribuição de vários cientistas. Ainda de acordo com Microfone (2006), em 1950 havia mais pessoas vendo TV do que ouvindo rádio, que até então, era o único meio de comunicação tirando o telefone. E a tendência foi aumentar, mesmo a TV tendo suas imagens nas cores preto e branco, pois somente um ano mais tarde é que as TVs coloridas chegarão ao mercado americano. Na América do Sul, o primeiro país a implantar a televisão foi o Brasil no final dos anos 50 com a iniciativa de Assis Chateaubriand, tendo como primeiro canal a TV Tupi, e como na época ainda não existia gravação em vídeo, tudo que era transmitido estava sendo gravado ao vivo, podendo haver erros e acertos. A TV colorida só chegou no Brasil nos anos 70 e com um custo mais elevado que os televisores preto e branco. Conforme o aumento e o desenvolvimento da TV, as imagens evoluíram, os aparelhos coloridos já faziam a transmissão 100% integral das imagens a cores, e o mercado publicitário aumentou a divulgação neste meio de comunicação, pois era muito mais fácil convencer o telespectador de que o leite condensado era gostoso mostrando sua imagem e, não só falando dele como era feito nas emissoras de rádio. Com o melhor desempenho das emissoras de TV em proporcionar entretenimento para seus telespectadores, acabaram por conseguir atingir um público não menos exigente: as crianças. 2

De acordo com Pacheco (2003), coordenadora do Lapic, diz que, A utilização de desenhos animados no processo educacional pode ser de grande ajuda, pois, podem oferecer situações que envolvam temas como amor e até mesmo violência. Neste caso as crianças aprendem através de imagens. Temos a tendência de querer proteger as crianças das cenas violentas, mas, se observarmos melhor veremos que elas próprias se defendem disso, tampando os olhos quando as cenas são muito fortes e complexas para elas assimilarem. (PACHECO, 2003). Mas com a excessiva mostra de violência e atos ilícitos na TV, estas imagens vão surtindo um efeito de curiosidade nas crianças e adolescentes que antes não existia. Nunca se assistiu a tanta violência na televisão como nos dias atuais. Dada a enormidade de tempo que crianças e adolescentes das várias classes sociais passam diante da TV, é lógico o interesse pelas conseqüências dessa exposição. (VARELLA, 2006). Apesar dos telespectadores estarem mais exigentes e das emissoras estarem se adequando para transmitir apenas o que eles querem assistir, a TV ainda peca em determinados serviços essenciais para um melhor desenvolvimento da sociedade....a TV não tem praticamente nenhum efeito educativo. Educação é um processo muito lento (o que se aprende de forma instantânea não tem valor profundo) e deve acompanhar o processo global da criança ou do jovem, mas na TV tudo é rápido pela necessidade do aparelho. (SETZER, 2002, p.19) Hoje em dia, observa-se que a TV se transformou em um meio de comunicação mais realista e, não tão fictício como era antes, pois as novelas cheias de romance e estilo café com leite, deram lugar a fatos mais verídicos que mostram violência, sexo, drogas, ou seja, tudo que era encoberto pela sociedade antigamente. Para Setzer (2002), violência é o que a TV transmite de melhor ao telespectador. Segundo Centerwall, 2002 (apud. Setzer, 2002), diz que, a qualidade e a responsabilidade social do que se transmite são totalmente descartadas em questões de maximizar a audiência, isto quer dizer que as emissoras não se preocupam mais em transmitir programas educativos que elevem o nível de conhecimento dos telespectadores, e sim, com a necessidade de transmitir programas que prendam a atenção das pessoas, mesmo que para isto tenham que mostrar cenas de violência. O excesso de violência na TV não leva as pessoas a matarem umas às outras, mas banaliza a violência, fazendo com que se perca a consciência do horror e da morte. O jovem tem sido tratado como um mero consumidor pela televisão. Um cidadão não se baseia só no consumo, mas também na vida política e na educação. Mauad, 2002 (apud BUCCI, 2006). 3

Diante destes e outros problemas trazidos pela TV, surge agora no Brasil um novo veículo de informação a fim de tentar não só resolver problemas como também trazer novos tipos de entretenimento, serviços, e interatividade para a sociedade brasileira que atualmente vivencia uma enorme exclusão digital nas classes mais baixas. TV Digital A TV digital começou a ser desenvolvida em meados dos anos 70, mas só foi lançada na década de 90. Hoje existem três padrões a serem seguidos de TV digital, são eles: o americano, o europeu e o japonês. Para o Folha Online (2006), O padrão americano é o mais antigo, possui um sistema de alta definição, permite a interatividade, mas não tem mobilidade e nem portabilidade, ou seja, as imagens não podem ser transmitidas em uma TV que estiver em um veículo em movimento e nem em um celular. O autor também afirma que, o modelo europeu possui uma definição inferior ao americano, mas tem mobilidade e portabilidade, a interatividade também é possível neste sistema, mas com algumas adequações. Por fim, está a tecnologia japonesa: Do ponto de vista técnico, a escolha do padrão japonês se encaixa nos critérios que o governo havia estipulado: possibilidade de transmissão em alta definição, mobilidade (conteúdo pode ser transmitido para uma televisão instalada em um ônibus em movimento, por exemplo) e portabilidade (imagem pode ser capitada por aparelhos menores, como celulares). (ALENCAR & MEDINA, 2006) Aos poucos, os países vão se adequando aos grandes avanços tecnológicos que ocorrem a cada dia, e dentro de alguns anos a tecnológica digital fará parte da vida de todos, como acontece com o modelo atual. A dificuldade e a demora deste avanço digital se dá aos custos elevados e as longas pesquisas que são realizadas para aperfeiçoarem cada vez mais a nova tecnologia. Cada país que optar por um dos três padrões, terá que arcar com um custo mais elevado que o normal durante alguns anos até que a TV digital esteja totalmente implantada. O Brasil está em fase de escolha e quando optar pelo modelo mais adequado as suas necessidades terá custos durante 15 anos com a troca e adaptação dos aparelhos afirmou Almeida & Dantas (2004). A TV Digital no Brasil Com a constante evolução do sistema digital no mundo, o Brasil que foi o primeiro país da América do Sul a implantar a TV analógica não poderia ficar de fora da nova era digital. Por isso, foram feitas inúmeras pesquisas com os três padrões: o americano, que se recusou a fazer transferência de tecnologia e instalar fábricas no Brasil, ficando assim em último lugar na preferência do governo, o europeu que ficou em segundo, mas não atendia todos os requisitos exigidos pelas 4

emissoras de TV do país e o padrão japonês que até agora é o que possui fortes chances de ser adotado, por ser o mais completo segundo ministro das Comunicações Costa, (apud Folha Online, 2006). De acordo com o governo em especial o presidente Lula, o modelo japonês permite um maior tempo de adaptação das TVs analógicas para as TVs digitais o que diminuirá o custo a curto prazo. Segundo o colunista da Folha de São Paulo Castro (2006), todo televisor comprado nesta década poderá ser transformado em digital com ajuda das caixas decodificadoras. Para receber o sinal digital até o fim do ano o telespectador terá um custo mínimo de R$ 200,00 para comprar as caixas decodificadoras (set-top boxes). Os fabricantes de componentes eletrônicos estão aguardando a decisão do governo para começarem a fabricação das set-top boxes, e ainda segundo Castro (2006), colunista da Folha de São Paulo serão necessários no mínimo um ano para começarem a comercializar as caixas decodificadoras e atenderem a demanda. Levando em consideração, todas as vantagens da nova tecnologia, haverá alguns pontos a ressaltar no que diz respeito à interatividade. A TV digital pode cumprir um papel importante na formação da cidadania com o uso da interatividade, pois serão disponibilizados serviços relacionados à educação, entretenimento, serviços, e T-Commerce. No diz respeito à educação, a TV digital proporcionará mais recursos para seu desenvolvimento no país....um software desenvolvido por pesquisadores brasileiros permite que o Ministério da Educação mantenha um banco de imagens em um servidor acessível aos professores em qualquer parte do Brasil. Para acessar essas informações, o educador solicita a liberação do sinal e o conteúdo em um determinado horário para complementar o ensino em sala de aula. (FRANCO, 2006) Em relação aos serviços, pode-se citar alguns benefícios que esta nova tecnologia irá proporcionar a seus telespectadores como afirma Fonseca (2006), o brasileiro também poderá desfrutar de serviços governamentais, como pagamento de taxas, consulta de dados do Imposto de Renda, acesso ao extrato de Fundo de Garantia e até mesmo votação. O T-Commerce, comércio eletrônico televisivo, tem como principal objetivo, a interatividade, ou seja, faz com que os telespectadores possam comprar os mais variados produtos usando apenas o controle remoto. Gazeta de Alagoas, (apud Rosa, 2006), presidente da Dainet diz que, Do seu sofá, o consumidor poderá fazer compras dentro do espaço e do conteúdo da programação da TV. Mas não são todos que vêem a TV interativa desta maneira. TV interativa não é somente comércio como querem alguns, não é só entretenimento como querem outros e nem só mais uma tecnologia que vem para que o povo invista mais uma fatia do seu salário. É uma forma de resgate do sentido coletivo e das comunidades, das redes de informação e da aprendizagem beneficiadas e facilitadas pela tecnologia. (WAISMAN, 2002) 5

Mas, diante de toda a comodidade que a TV digital proporciona aos telespectadores, existe ainda a possibilidade de terem sua privacidade invadida, já que as emissoras investem cada vez mais em softwares capazes de obterem informações sobre os programas preferidos de cada pessoa e as suas compras mais freqüentes, isto, para que possam investir pesado na preferência de cada telespectador e disponibilizar em sua TV somente o que realmente ele for assistir ou comprar. Contudo, esta invasão não será de todo ruim, pois visando a inclusão digital, o governo tem o intuito de trazer essa nova tecnologia para todas as classes sociais, é só ter uma televisão adaptada em casa que o telespectador já poderá ter acesso a todos esses benefícios, diferente do computador que tem um valor mais agregado dificultando o acesso a todas as pessoas. Teixeira apud Ponte (2004), diz que uma das prioridades do governo é promover a inclusão digital e que a TV Digital não poderia se transformar em mais um elemento a aumentar o abismo social. Considerações Finais O trabalho procurou mostrar informações sobre a TV digital com suas características principais, e apresentar este novo modelo de tecnologia para as pessoas que terão acesso a ela, independente de idade ou classe social, pois todos terão os mesmos direitos e as mesmas facilidades em assisti-la. A TV digital surgiu como todas as outras tecnologias, ou seja, veio da necessidade de um povo em fazer novas descobertas e ter a curiosidade em buscar a melhoria contínua para o desenvolvimento de uma sociedade melhor e mais unida. Agora só o tempo irá dizer se esta evolução vai se encaixar no país e gerar benfeitorias a sociedade. Vale ressaltar que em uma sociedade onde há tanta desigualdade social e exclusão digital, esta nova tecnologia poderá trazer sérios problemas em sua utilização. Imagine as pessoas que não conseguem se controlar diante de uma oferta ou promoção. Elas terão sérios problemas em manter-se diante de tantos atrativos que a TV digital irá trazer em relação a isso, tornando-se dependentes e endividadas, ou ainda, as pessoas que não possuem condições financeiras de comprar tudo o que vêem, não estariam totalmente incluídas no novo modelo. Outro problema sério que poderá surgir com a implantação da TV digital é quanto a sua utilização, pois a grande maioria da população não possui cultura tecnológica suficiente para se adequar à nova tecnologia. Com isso o governo terá que desenvolver meios alternativos como a implantação de centros de aprendizagem, para auxiliar as pessoas no uso correto da TV digital, possibilitando assim uma maior utilização de todos os recursos disponíveis e uma maior inclusão digital. Diante de tantos problemas que podem ser gerados, nada impede a sociedade de tentar, pois devemos estar sempre prontos e de braços abertos para mudanças, mesmo que elas gerem em seu inicio muitas dificuldades. Referências Bibliográficas 6

ALENCAR, Kennedy; MEDINA, Humberto. Lula escolhe padrão japonês para TV digital. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u105765.shtml>. Acesso em 03 de Abril de 2006. ALMEIDA, Raquel; DANTAS, Agnes. Anatel: transição para a TV digital começa em 2006 no Brasil. Disponível em: <http://oglobo.globo.com/especiais/tvdigital/145175917.asp>. Acesso em 04 de Abril de 2006. BUCCI, Eugênio. Violência dentro e fora das telas, Revista do Ilanud, nº 13. Disponível em: <http://www.andi.org.br/noticias/templates/boletins/template_cafiada.asp?articl eid=620&zoneid=22>. Acesso em 04 de Abril de 2006. CASTRO, Daniel. TV digital terá implantação gradual no país. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u105782.shtml>. Acesso em 02 de Abril de 2006. FOLHA ONLINE. Veja as principais mudanças para o telespectador com a TV digital. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u105783.shtml>. Acesso em 04 de Abril de 2006. FONSECA, André. TV Digital: o impacto nas comunicações e no exercício da cidadania. Disponível em: <http://www.culturaemercado.com.br/setor.php?setor=4&pid=342>. Acesso em 02 de Abril de 2006. FRANCO, Paulo. TV Digital: software permite interação em sala de aula. Disponível em: <http://www.projetobr.com.br/content.aspx?id=436>. Acesso em 02 de Abril de 2006. GAZETA DE ALAGOAS. Publicitários apostam na TV digital. Disponível em: <http://gazetaweb.globo.com/gazeta/frame.php?f=materia.php&c=84311&e=1 266>. Acesso em 02 de Abril de 2006. MICROFONE. A história da televisão no mundo. Disponível em <http://www.microfone.jor.br/hostoriadatv.htm#ocomeco>. Acesso em 03 de Abril de 2006. MOREIRA, Daniela. Um novo universo de conteúdo. Disponível em: <http://idgnow.uol.com.br/telecom/2006/02/13/idgnoticia.2006-02- 13.1128812740/IDGNoticia_view>. Acesso em 04 de Abril de 2006. PACHECO, Elza D. Lapic planeja lançar dois livros. Jornal da USP. Disponivel em: 7

<http://www.usp.br/jorusp/arquivo/2003/jusp639/pag0809.htm>. Acesso em 02 de Abril de 2006. PONTE, Gabriella. Padrão deve incluir digitalmente a sociedade brasileira. Disponível em: <http://www.comunicacao.pro.br/setepontos/15/tvdigital.htm>. Acesso em 03 de Abril de 2006. STEZER, Valdemar W. Meios eletrônicos e educação: Uma visão alternativa. São Paulo: Escrituras, 2002. VARELLA, Drauzio. Violência na TV e comportamento agressivo. Disponível em: <http://www.drauziovarella.com.br/artigos/violencia.asp>. Acesso em 02 de Abril de 2006. WAISMAN, Thais. TV Digital interativa na educação: Afinal interatividade para quê?. Disponível em: <http://www.futuro.usp.br/producao_cientifica/artigos/itv.pdf>. Acesso em 05 de Abril de 2006. 8