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Transcrição:

AULA INAUGURAL... 1 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS... 2 2. TEORIA GERAL: EMPRESA / EMPRESÁRIO / ESTABELECIMENTO... 3 a. DO CONCEITO:... 3 b. DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA EIRELI... 5 c. DOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE ATIVIDADE EMPRESÁRIA... 7 d. DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL... 10 e. DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL CASADO... 13 f. DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL... 14 3. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO... 20 Concurso: Ministério do Trabalho e Emprego Cargo: Auditor Fiscal do Trabalho Matéria: Direito Comercial Professora:Carolina Lima Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei n.º 9.610/1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Querido aluno, Este curso tem como fim específico atender às necessidades do candidato ao concurso para Auditor Fiscal do Trabalho. Todo o conteúdo será abordado de forma dinâmica e objetiva, a fim de que sejam explorados todos os pontos do edital. Ao final de cada aula, aplicaremos toda a teoria apresentada aos exercícios, que terá como objetivo direcionar o aluno quanto ao comportamento da banca. As bancas a serem analisadas por nós são, respectivamente: ESAF e CESPE, bancas examinadoras dos últimos concursos. Logo, você terá grandes resultados quanto o seu desempenho na prova, no que tange ao Direito Comercial, quando da realização da mesma, se acompanhar todas as nossas aulas e fizer os exercícios propostos. SEGUINDO ESSES PASSOS, O RESULTADO É CERTO! Para quem não me conhece, meu nome é Carolina Lima, formada em Direito, especialista em Direito de Empresa, Procuradora e professora de diversos cursos preparatórios para concurso no Rio de Janeiro, Recife, São Paulo e Brasília. Meu ingresso na administração pública ocorreu logo depois de formada, devido a um plano de estudo objetivo e direcionado. Diante disso, e por experiência própria, posso garantir que o seu curso em PDF será um fator em potencial para a sua aprovação, e de um jeito bastante informal, meu conselho é de que além das apostilas, você, meu aluno, leia a letra fria da lei. Para que possamos estreitar nossas relações, estou disponibilizando meu Face, para que você possa se apresentar, levar sugestões, tirar dúvidas, ou seja, para que possamos nos conhecer melhor. Face: Professora Carolina Lima Feitas as devidas apresentações, vamos por a mão na massa? CAROLINA LIMA 2

2. TEORIA GERAL: EMPRESA / EMPRESÁRIO / ESTABELECIMENTO a. DO CONCEITO: Para iniciarmos esta aula, será necessário responder à seguinte pergunta: O que é empresa? Para isso, consultemos o artigo 966, CC: Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Vamos compreender o dispositivo em comento: a) Exercício profissional: significa dizer que a atividade é desenvolvida de forma habitual. b) Atividade econômica: é aquela desenvolvida com intuito de lucro. c) Organizada: é aquele que manipula os fatores de produção, quais sejam: mão de obra, tecnologia, insumo e capital Segundo Fábio Ulhoa, a presença da organização é indispensável para a caracterização da atividade empresária. Para o autor, desenvolve atividade empresária aquele que utiliza ao menos um dos fatores de produção, quando a atividade é destinada à produção ou circulação de bens ou de serviços destinados ao mercado. Em conclusão, pode-se dizer que a pessoa física, assim como a sociedade, serão conceituadas como empresárias quando desenvolverem sua atividade de forma organizada.é importante atentar que quem desenvolve a atividade é a sociedade, pessoa jurídica, e não seus sócios. Logo, o empresário, nesse caso, é a sociedade. Os sócios da respectiva atividade não poderão ser chamados de empresários, porque quem desenvolve a atividade é a pessoa jurídica, não os sócios. CAROLINA LIMA 3

O sócio de sociedade empresarial não é comerciante, uma vez que a prática de atos nessa qualidade é imputada à pessoa jurídica à qual está vinculada, esta sim, detentora de personalidade jurídica própria Cabe lembrar, também, que o patrimônio da sociedade é distinto do patrimônio da sociedade, assim, quem assume as responsabilidades provenientes da atividade empresária é a própria sociedade. Quanto aos sócios, ainda que estes respondam de forma ilimitada, a responsabilidade será subsidiária, e não direta. Diferentemente ocorre com o empresário individual. Como este não adquire personalidade jurídica, acaba respondendo pessoalmente por todas as obrigações provenientes, sendo a sua responsabilidade direta. Vamos compreender a diferença entre a responsabilidade limitada e ilimitada: Limitada: ocorre quando o máximo que os sócios venham a perder é a quantia que investiram na atividade. A princípio, seu patrimônio pessoal não será afetado por dívidas da atividade. Percebe-se que entre a sociedade e os sócios há um paredão que os separam. Ilimitada: ocorre quando o sócio ou o constituinte da atividade coloca seu patrimônio pessoal em risco por conta das atividades. Assim, além de perder o que investira, poderá ter atingido, também, seu patrimônio pessoal. Tal situação encontra-se sempre presente na atividade do empresário individual, que, apesar de realizar seu registro, não irá adquirir personalidade jurídica. Nas sociedades, a responsabilidade ilimitada é presente em determinados tipos societários, a serem explorados posteriormente. Apesar do patrimônio pessoal responder pelo risco da atividade, o nosso ordenamento, no artigo 1.024 do CC, trouxe-nos o benefício de ordem, que permite aos sócios que respondem ilimitadamente exigir que antes da execução do seu patrimônio pessoal, sejam excutidos os bens da atividade, chamados de patrimônio de afetação. Assim, verifica-se a responsabilidade: subsidiária e ilimitada. Já em relação ao empresário individual, este responderá sempre direta e ilimitadamente, visto que nesse caso não há uma pessoa jurídica que possa assumir direitos ou obrigações. CAROLINA LIMA 4

b. DA EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA EIRELI Criada pela lei nº 12. 441/2011, tem como escopo permitir que o exercente de atividade econômica possa, ainda que a exerça sozinho, limitar sua responsabilidade. Antes do advento da referida legislação, aquele que pretendesse exercer sozinho atividade empresária era obrigado a inscrever-se como empresário individual, mas, ainda assim, sofreria com a responsabilidade ilimitada. Por conta disso, muitas vezes, apesar de querer desenvolver sozinho a atividade, constituía uma sociedade, colocando no quadro societário pessoa que sequer participaria da atividade, apenas para se usar um tipo societário que permita aos sócios responsabilidade limitada, podendo, deste modo, proteger seu patrimônio pessoal. Verificando a realidade, a lei trouxe a figura da EIRELI, que possibilitará àquele que a constitui responder de forma limitada, embora exerça de maneira singular a referida atividade. A vantagem é que, agora, aquele que não pretende ter sócios, também não colocará seu patrimônio em risco, podendo inscrever-se como EIRELI. Cabe salientar que a figura do empresário individual não se encontra extinta. Agora, no momento da inscrição, poderá escolher se quer enquadrar-se como empresário individual ou como EIRELI. Dos pressupostos para o enquadramento como EIRELI: a) Só pode ser constituída por uma pessoa física, que somente poderá figurar em apenas uma empresa dessa espécie; b) O capital precisa ser igual ou superior a 100 vezes o maior salário mínimo vigente no país, estando no momento da inscrição totalmente integralizado (o valor precisa estar imediatamente disponível em bens ou pecúnia); c) Com o seu registro irá adquirir personalidade jurídica. Foi justamente por conta da aquisição de personalidade jurídica é que se possibilitou admitir responsabilidade limitada àquele que sozinho irá CAROLINA LIMA 5

desenvolver a atividade, visto que agora há uma pessoa a pessoa jurídica que irá contrair direitos e obrigações. d) Quanto ao nome empresarial, a EIRELI poderá usar tanto firma quanto denominação. A expressão EIRELI deverá vir logo após a firma ou denominação; À EIRELI, aplicam-se as regras da sociedade limitada de forma subsidiária, naquilo que couber. Assim, pode-se verificar que: 1) A responsabilidade será limitada; 2) Poderá admitir terceiros para a realização da administração da EIRELI Também será possível a constituição da EIRELI quando uma sociedade não apresentar mais pluralidade de sócios. Assim, aquele que remanesce na sociedade deverá solicitar a sua transformação em EIRELI, e concentrar na sua pessoa todas as quotas sociais. A EIRELI poderá ser criada para a prestação de serviços de qualquer natureza, passando a receber a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz, pertencente ao titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. Ilustremos o parágrafo anterior: Suponha-se que uma cantora, ao fechar um contrato para sua apresentação, o faça em nome da sua EIRELI. Nesse caso, ela é a constituinte da Eireli, mas não é ela quem figura no pólo do contrato, mas sim a sua pessoa jurídica, a EIRELI. Logo, a remuneração decorrente de sua apresentação será direcionada à Eireli, e não à pessoa física. CAROLINA LIMA 6

Apesar de receber o nome: EMPRESA INDIVIDUAL, a doutrina aceita a inscrição da EIRELI por aquele que exerce atividade econômica, não organizada, ou seja, sua atividade não é empresária. Por conta disso, podemos dizer que a EIRELI poderá ser empresária ou simples. Quando empresária, seu registro deverá ser feito na junta comercial. Quando simples, seu registro deverá ser feito no RCPJ (registro civil de pessoas jurídicas). c. DOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE ATIVIDADE EMPRESÁRIA 1) DOS PROFISSIONAIS INTELECTUAIS O parágrafo único do artigo 966 do Código Civil assim dispõe: Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Primeiramente vamos compreender o conceito de profissional intelectual. O profissional intelectual é aquele que faz uso de um atributo próprio para o exercício de sua atividade. A princípio, não precisa de nada além do respectivo atributo para realizar a atividade. Como exemplo, podemos citar: médicos, engenheiros, advogados, professores, artistas, dançarinos, atores etc. Segundo o dispositivo, esses profissionais não são empresários, ainda que exerça a atividade com a ajuda de colaboradores. Cabe salientar que o colaborador é verificado quando o profissional intelectual tem ajuda de terceiro para a realização da atividade fim. Dessa forma, o colaborador exercerá atividade-meio. A exemplo disso, temos a secretária de um médico, que realiza atendimento na recepção, atende telefones, serve cafezinho. Perceba que o tempo todo ela não exerce atividade fim: atendimento ao paciente, mas apenas atividade meio. Nesse caso, ainda que haja a presença de inúmeros colaboradores, a atividade continua excluída do conceito de atividade empresária. CAROLINA LIMA 7

Entrementes, no final do dispositivo, o legislador parece dizer que tais profissionais serão tratados como empresários, caso venham a constituir elemento de empresa. Em que momento isso se verificaria? Segundo a doutrina, o profissional intelectual começará a ser tratado como empresa quando organizar seu negócio, sendo isto verificado quando o intelectual aluga imóveis, adquire equipamentos, contrai empréstimos, cria uma marca, começa a explorar a mão de obra alheia no exercício da atividade fim, para o desempenho da atividade. A exemplo, imaginemos um professor que aluga uma sala para dar aulas particulares. Tem uma secretária que atende telefones e recebe os alunos. Com o tempo, resolve abrir um cursinho, e para isso, aluga um espaço maior, pensa em um nome, compra cadeiras, quadros, convida outros professores para ministrarem aulas. Perceba que, nesse caso, a atividade, que antes era simples, passa a ser mais organizada. Diante disso, aquele que sozinho exerce atividade intelectual será chamado de profissional liberal ou de sociedade simples, quando a atividade for exercida com pluralidade de pessoas. Dos advogados: estes, são profissionais intelectuais, e por isso, não podem ser chamados de empresários. Entretanto, seguindo a sistemática do Código Civil, a partir do momento que a atividade do advogado tornar-se organizada, estaria este agindo como empresário. Entretanto, por conta de um impedimento legal, constante no Estatuto da OAB, o advogado, ainda que exerça a atividade de forma organizada, não poderá ser tratado como empresário ou sociedade empresária. Aqui, afasta-se o critério material, que consiste na observação de como a atividade é realizada, ou seja, se de forma organizada, é empresária, para fazer uso do critério legal, em que a lei apenas veda o conceito de empresária à atividade do advogado, independentemente da maneira como ele a desempenha. 2) DO EXERCENTE DE ATIVIDADE RURAL CAROLINA LIMA 8

Segundo o CC, todos que exercem atividade empresária precisam realizar seu registro na junta comercial, antes mesmo de iniciar sua atividade. Entretanto, o rural não é obrigado a realizá-lo. A lei concedeu a este a faculdade de assim proceder. Apesar de conferir essa faculdade, deixou claro que o rural somente poderá ser tratado como empresário se realizar o registro na junta comercial. Assim, mesmo que exerça atividade de forma organizada, caso não tenha efetivado o registro na junta comercial, não será tratado como empresário ou sociedade empresária. Com isso, pode-se concluir que, em regra, como o registro é apenas uma determinação legal, imposta aos exercentes de atividade empresária, terá natureza meramente declaratória, visto que não é ele que confere a característica de empresário ou sociedade empresária, pois esta é verificada através da observação da maneira como se desenvolve a atividade, qual seja: de forma organizada. Quanto aos exercentes de atividade rural, nota-se que estes somente passam a ser tratados como empresários se tiverem registro na junta comercial, ainda que sua atividade esteja sendo desenvolvida de forma organizada. Diante disso, podemos concluir que é o registro que irá conferir a este empreendedor o tratamento de empresário, e é por isso que nesse caso pode-se dizer que o registro para o rural tem efeito constitutivo. Logo, é só a partir do registro na junta que este passa a ser considerado empresário ou sociedade empresária. 3) DAS COOPERATIVAS Como narrado, a sociedade que exerce sua atividade de forma organizada será considerada empresária. Apesar disso, o parágrafo único, do artigo 982, dispõe que independentemente do seu objeto, uma cooperativa sempre será constituída sob a forma de sociedade simples. Logo, ainda que esta sociedade desenvolva atividade organizada, não poderá, por vedação legal, ser chamada de empresária. Assim como na atividade do advogado, abandona-se aqui o critério material e faz-se uso do critério legal. CAROLINA LIMA 9

d. DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL Empresário individual é a pessoa física que exerce sua atividade profissional de forma organizada. Segundo o artigo 972, do Código Civil, podem exercer atividade empresária aqueles que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. Conheçamos agora os dois pressupostos: a) NÃO TER IMPEDIMENTO LEGAL: O artigo 1.011, em seu parágrafo primeiro, traz situações que impedem a pessoa de ser administradora de sociedade. Apesar do dispositivo fazer referência aos administradores sociais, a doutrina majoritária entende que o dispositivo pode ser aplicado aos impedimentos para a inscrição como empresário individual. Não podem ser administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação Diante do exposto, aquele que pretende inscrever-se como empresário individual não poderá estar em situação prevista no dispositivo em comento, por apresentar impedimento legal. Situação também impeditiva ocorre geralmente com os funcionários públicos, que acabam sendo impedidos do exercício de atividade empresária pelos seus estatutos. Cabe salientar que tais impedimentos são voltados para o exercício da atividade empresária como empresário individual, mas nada impede que os mesmos sejam sócios de uma determinada sociedade, desde que a CAROLINA LIMA 10

responsabilidade do sócio seja do tipo: limitada. O que não se pode permitir é que esse sócio seja o administrador da sociedade, mas nada o impedirá de compor o seu quadro societário. Apesar de todo o exposto, cabe salientar que o artigo 973, CC dispõe que a pessoa legalmente impedida de exercer a atividade empresária responderá por todas as obrigações contraídas, o que nos permite concluir que: as obrigações contraídas por alguém impedido não são nulas b) SER PLENAMENTE CAPAZ Só pode exercer a atividade empresária aquele que tem capacidade civil plena ou encontra-se emancipado. Apesar dessa exigência, o legislador previu duas hipóteses que configuram exceção, ou seja, a possibilidade do incapaz exercer atividade como empresário individual. Assim dispõe o artigo 974, CC: Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. Cabe salientar que o que se determinou com o dispositivo fora a possibilidade do incapaz exercer atividade como empresário individual, o que não se confunde com a possibilidade de ser sócio de uma sociedade. Quanto a este último caso, apesar da legislação trazer algumas exigências, em regra, não há qualquer impedimento do incapaz ser sócio de uma sociedade. Percebe-se que o incapaz poderá ser empresário individual no caso de sucessão, ou seja, a atividade era exercida por alguém capaz, que vem a falecer, deixando-a a um incapaz, que continuará, se preenchidos os pressupostos legais, a respectiva atividade. Na segunda situação, o CAROLINA LIMA 11

empresário era plenamente capaz, e por conta de um acidente, por exemplo, tornou-se incapaz. Nesse caso, está autorizada a continuidade da atividade empresária pelo incapaz. Veja que, em ambas as situações, o incapaz continuará uma atividade anteriormente exercida por alguém capaz. Logo, o incapaz nunca iniciará a atividade como empresário individual. Dos pressupostos para o incapaz continuar o exercício da atividade empresária como empresário individual: a) Haverá a necessidade de uma autorização judicial, precária, ou seja, que pode ser revogada a qualquer momento; b) Necessidade de representação ou assistência, a depender da incapacidade. Nesse caso, o juiz expedirá um alvará autorizando a estes o exercício da atividade em nome do incapaz; Ocorre que o representante ou assistente nomeado possa ser impedido do exercício da atividade empresária. Nesse caso, deve nomear um gerente, que deverá ser aprovado pelo juiz. Entretanto, o assistente ou representante, continuará responsável por todos os atos praticados pelo gerente. Do mesmo modo, será nomeado gerente todas as vezes que o juiz entender conveniente. Os bens que o incapaz possuía antes da incapacidade ou da sucessão, não afetos à atividade, não correrão o risco da mesma e deverão constar no alvará autorizativo. Como exemplo, podemos assim citar: Incapacidade superveniente: suponha-se que Maria, próspera empresária individual, tinha uma casa de praia, uma padaria e um carro de passeio. Com a incapacidade, o juiz autorizou a continuidade da atividade empresária, entretanto, fez constar no alvará autorizativo que a casa de praia e o carro de passeio não correrão o risco da atividade, visto que foram adquiridos antes da incapacidade e não eram usados no exercício da atividade empresária. CAROLINA LIMA 12

Sucessão: Belinha, menor, sem bens, recebe de sua mãe, que vem a falecer, um carro de passeio, uma casa de praia e a padaria. O juiz expede alvará autorizativo para a continuidade da atividade empresária, mas não faz constar a proteção de qualquer bem. Isso ocorre porque a proteção dada pelo legislador se refere aos bens adquiridos antes da sucessão. Nesse caso, Belinha não tinha patrimônio antes da sucessão. Passou a ter apenas com a sucessão, o que permitirá a sua execução por conta das dívidas da atividade. Não custa destacar que a proteção somente alcança bens não afetos à atividade, adquiridos antes da sucessão ou incapacidade. Aqueles adquiridos posteriormente, ainda que não afetos à atividade, correrão o risco da mesma. Como já destacado, o caso narrado se refere à possibilidade do incapaz ser empresário, não se confundindo com a participação do incapaz no quadro societário de uma sociedade empresária, que exige tão somente: a) Que o incapaz esteja representado ou assistido; b) Não seja o administrador; c) O capital da sociedade esteja totalmente integralizado. e. DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL CASADO Segundo o artigo 978 do Código Civil, o empresário individual casado, independentemente do seu regime de bens, poderá alienar ou onerar bens imóveis afetos à atividade, sem outorga conjugal. Além disso, o Código prevê, em seu artigo 979, que os pactos antenupciais, o título de doação, herança, legado, clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade devem ser registrados e averbados nas juntas comerciais, sob pena de não poder o empresário individual opô-los a terceiros. CAROLINA LIMA 13

Em avanço, o artigo 980 exige o arquivamento e averbação, na junta comercial, da sentença que decretar ou homologar a separação judicial do empresário. f. DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL Trata-se do complexo de bens, materiais e imateriais utilizado no desenvolvimento da atividade mercantil. Não há que se confundir estabelecimento com empresa, visto que enquanto esta consiste na atividade desenvolvida pelo empresário, aquele é o complexo de bens utilizado para o desenvolvimento da empresa. O estabelecimento pode também ser chamado de patrimônio de afetação. Segundo o STJ, as mercadorias em estoque também fazem parte do estabelecimento. Da natureza jurídica do estabelecimento: não há dúvidas de que o estabelecimento consiste em uma universalidade. Basta agora traçar se essa universalidade é de fato ou de direito. Entende-se por universalidade de direito aquele complexo de bens determinado pela própria lei, como a massa falida, o espólio. Já na universalidade de fato, o complexo de bens é determinado tão somente por um ato de vontade. No caso do estabelecimento, temos um complexo de bens usados para o atingimento de um único objeto. Assim, a sua destinação é dada pelo empresário e não pela lei, o que nos permite concluir que estabelecimento é uma universalidade de fato. O estabelecimento não se confunde com patrimônio, que é muito mais amplo, alcançando inclusive o estabelecimento, contratos, direitos e obrigações. Do contrato de trespasse: o estabelecimento pode ser negociado em um todo unitário, ou seja, como universalidade de fato. O contrato de trespasse consiste justamente na transferência onerosa do estabelecimento empresarial. Segundo o artigo 1.144 do CC, o contrato de transferência deverá ser registrado na junta CAROLINA LIMA 14

comercial e posteriormente publicado, para que possa apresentar eficácia perante terceiros. O empresário que pretender alienar estabelecimento empresarial deverá conservar bens suficientes para pagamento de todas as suas dívidas perante seus credores ou deverá obter o consentimento destes. Assim, deverá notificá-los para que estes se manifestem em 30 dias. A omissão de qualquer oposição no período mencionado importará em aceitação tácita da alienação. Da sucessão empresarial: Assim dispõe o artigo 1.146: O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. Vamos compreender a dicção do dispositivo: a) Créditos contabilizados: são aqueles que constavam nas anotações do alienante, visto que foram essas dívidas que o adquirente conheceu quando da efetivação do negócio. Tal regra não se aplica às obrigações tributárias e empresariais, por possuírem regramento próprio. b) O adquirente tornar-se-á responsável pelas dívidas contabilizadas. c) O alienante continuará responsável por todos os créditos constituídos até a data em que o estabelecimento fora devidamente transferido, ou seja, após a averbação e publicidade da transferência, por até 1 ano a contar da publicidade do ato se a dívida for vencida, e a contar do vencimento, se a dívida for vincenda. Neste caso, a dívida fora feita pelo alienante tendo sido a CAROLINA LIMA 15

alienação do estabelecimento efetivada posteriormente, mas, como o pagamento fora a prazo, seu vencimento somente ocorrera após a alienação. Ilustremos a situação: Um empresário adquire um fogão e uma geladeira. O pagamento do fogão quando da alienação de seu estabelecimento encontrava-se inadimplido, mas a geladeira somente terá seu prazo de pagamento vencido no dia 10.10.10. Logo, caso a alienação e a devida publicidade ocorra no dia 5.10.10, o credor do fogão terá 1 ano a contar desta data para executar o alienante, ou seja, até 5.10.11. Quanto ao credor da geladeira, terá até 10.10.11 para executar o alienante, visto que o marco para a fluência do prazo deixa de ser a data da publicidade do ato e passa a ser a data de vencimento da dívida, quando a sua ocorrência se der após a alienação do estabelecimento. Da cláusula de não concorrência: com fulcro no artigo 1.147 do CC, o alienante não poderá fazer concorrência ao adquirente nos 5 anos subsequentes à alienação, salvo autorização expressa por parte do adquirente. Tal sistemática também é aplicada ao arrendamento ou usufruto do estabelecimento, entretanto, o período será o tempo de duração do contrato, que poderá ser inferior ou superior a 5 anos. Para se considerar efetivada a concorrência, deve-se levar em consideração dois critérios: a) Territorial: o alienante constituira estabelecimento em área que gera um desvio de clientela. A exemplo, temos a abertura de uma padaria na mesma rua. Provavelmente, a clientela será desviada. Entretanto, se a padaria for em bairro diferente, é provável que a clientela não vá em outro CAROLINA LIMA 16

bairro apenas para comprar seu pão do cotidiano. Nesse caso, verifica-se que não fora preenchido o critério territorial, sendo afastada a cláusula de não concorrência. b) Especial: para se verificar a concorrência, é necessário haver desvio de clientela, assim, mesmo que o alienante abra negócio ao lado do adquirente, não há que se falar em concorrência se a atividade por ele desenvolvida não for a mesma do adquirente. Logo, somente estará presente a afronta à cláusula implícita da não concorrência quando presentes os critérios: territorial e especial. Da avaliação do estabelecimento: Antes de adquirir o estabelecimento, o adquirente em regra procede à análise de documentos contábeis, contratos e informações a respeito do estabelecimento. É nessa análise que se chega ao valor da transferência. A esse procedimento, damos o nome de duedilligence (devida diligência). Da sub-rogação do adquirente nos contratos para a exploração do estabelecimento: em regra, a transferência gera a sub-rogação do adquirente nos contratos direcionados ao estabelecimento, salvo os de caráter pessoal. Como exemplo de contrato de natureza pessoal, em que a transferência não poderá ocorrer sem o consentimento do credor, temos o contrato de locação, os contratos de trabalho etc. Apesar da sub-rogação, os credores poderão rescindi-los quando presente a justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. Essa manifestação deve ser realizada nos 90 dias a contar da publicação da transferência do estabelecimento. CAROLINA LIMA 17

Disciplina o artigo 1.149 que a cessão dos créditos referentes ao estabelecimento produz efeitos perante os devedores desde o momento da publicação da transferência do estabelecimento. Entretanto, estará exonerado de responsabilidade o devedor que, de boa-fé, paga o credor primitivo, qual seja, o alienante do estabelecimento. Do ponto do negócio: pode ter referência física ou virtual, como, por exemplo, o endereço eletrônico. É o direito de inerência ao ponto que confere ao locatário do imóvel comercial o direito de ali permanecer, já que lutou para valorizar o ponto e conquistar sua clientela. É na lei nº 8.245/91 que podemos encontrar tal proteção. O artigo 51 dispõe que o locatário terá direito à renovação do contrato de locação, por igual prazo, quando preenchidos os seguintes pressupostos: a) O contrato a ser renovado tiver sido celebrado por escrito e por prazo determinado; b) O prazo mínimo do contrato a renovar ou dos anteriores, realizados de forma ininterrupta apresentarem o período de 5 anos; c) O locatário esteja explorando a mesma atividade de forma ininterrupta há ao menos 3 anos. O exercício desse direito se dará através da ação renovatória, que deverá ser proposta nos 6 primeiros meses do último ano de contrato de aluguel. O exercício desse direito também poderá ser realizado pelo sucessor do locatário, quando do contrato de trespasse. Nesse caso, o adquirente poderá fazer uso dos contratos do alienante para alcançar os pressupostos legais. Segundo o STJ, a renovação deverá ser feita pelo prazo do último contrato, mas não poderá superar o período de 5 anos. Apesar de todo o exposto, o direito de inerência ao ponto poderá ser afastado pela exceção de retomada, que confere ao locador a possibilidade de negar a CAROLINA LIMA 18

renovação do contrato, ainda que o locatário preencha os pressupostos para a renovação compulsória. Assim, o locador poderá apresentar a exceção de retomada nas seguintes situações: a) Quando o locatário fizer proposta insuficiente para a renovação do contrato; b) Quando o locador possuir proposta de terceiros em melhores condições. Nesse caso, o ramo do terceiro interessado não poderá ser o mesmo do locatário. Além disso, será devida indenização ao locatário por lucros cessantes. c) Quando o locador precisar reformar o imóvel locado, por determinação legal ou para aumentar o valor de sua propriedade d) Quando o locador precisar do imóvel para uso próprio e) Quando o locador precisar transferir seu estabelecimento empresarial, existente há mais de 1 ano, cuja maioria do capital seja de sua titularidade, de seu cônjuge, ascendente ou descendente. Quando o locador apresentar como fundamento o uso próprio do estabelecimento ou transferência de estabelecimento, não poderá desenvolver a mesma atividade do locatário, salvo se o contrato de locação se referia à locação-gerência, ou seja, aquela em que o aluguel envolvia o próprio estabelecimento, com os pertences necessários ao desenvolvimento da atividade. Nas hipóteses de: reforma substancial, uso pessoal e transferência do estabelecimento, o locador terá 3 meses, a contar da entrega do imóvel para dar a este o destino determinado em sua fundamentação, sob pena de ter de indenizar o locatário pelos prejuízos e lucros cessantes. Do shopping Center: a natureza jurídica desse contrato é atípica, visto que apesar de ser chamado de contrato de locação, o seu traço marcante é a forma CAROLINA LIMA 19

de sua remuneração, que se dá em percentual. A esses contratos, também será cabível a ação renovatória. Apesar de se admitir a exceção de retomada por parte do locador, esta não poderá ter como fundamento: a) A necessidade do bem para uso próprio; b) Transferência de estabelecimento empresarial existente há mais de 1 ano. Da cláusula de raio nos contratos de locação de shopping Center: é a cláusula que proíbe o locatário de se instalar em shopping concorrente. Do aviamento e da clientela: o aviamento consiste em uma qualidade ou atributo do estabelecimento, que influirá na sua valoração econômica. Já a clientela é o conjunto de pessoas que mantém com o empresário relações jurídicas constantes. Verifica-se que a clientela é uma manifestação externa do aviamento, visto que a sua presença valorizará o estabelecimento. Pode-se concluir que o aviamento e a clientela não são elementos do estabelecimento, mas uma qualidade deste, um atributo. 3. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO QUESTÃO 01( 2010, CESPE, BRB, Advogado) Acerca do direito empresarial, julgue os próximos itens. Não se considera empresário o artista plástico, mesmo que o exercício da profissão constitua elemento de empresa. ( ) Certo ( ) Errado GABARITO: E Segundo o parágrafo único do artigo 966, a partir do momento que o intelectual passar a se comportar como empresário, assim deverá ser tratado. QUESTÃO 02 (2009, CESPE, TRF - 1ª REGIÃO, Juiz Federal) À luz do Código Civil, assinale a opção correta acerca do estabelecimento empresarial. a) Estabelecimento empresarial não se confunde com fundo de comércio, tendo em vista que este é apenas o local onde a atividade comercial é desenvolvida, ao passo CAROLINA LIMA 20

que o estabelecimento envolve todo o conjunto de bens que um empresário ou uma sociedade empresária organizam para o exercício de uma empresa. b) É pacífico o entendimento de que um ponto comercial não se restringe ao lugar onde se localiza uma empresa, abrangendo todos os bens tangíveis e intangíveis que incorporam a empresa, dos quais se excluem o aviamento e a clientela. c) Um estabelecimento comercial é composto de bens materiais (corpóreos), que correspondem aos equipamentos necessários ao exercício de uma atividade, como cadeiras, mesas e computadores, e de bens imateriais (incorpóreos), que correspondem a marcas, criações intelectuais, direito à titularidade dos sinais distintivos e ponto comercial. d) Um estabelecimento comercial não pode ser objeto de negócio jurídico em separado, porque este é incompatível com a natureza daquele. e) O adquirente de um estabelecimento comercial jamais responderá pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência desse estabelecimento, tendo em vista que essa obrigação compete ao devedor primitivo. GABARITO: C O estabelecimento é composto por bens materiais e imateriais. QUESTÃO 03 (2009, CESPE,TRF - 1ª REGIÃO, Juiz Federal) Marta adquiriu de Ana um salão de beleza com determinado nome de fantasia. Quatro meses após alienação desse estabelecimento empresarial, Ana inaugurou, na mesma rua, a 200 metros do estabelecimento alienado, um novo salão de beleza com nome de fantasia semelhante ao anterior. Questionada por Marta, Ana alegou não haver, no documento da transação, cláusula contratual proibindo o estabelecimento de novo salão de beleza no local. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. Parte superior do formulário a) A adquirente do estabelecimento não pode impedir o restabelecimento da alienante, tendo em vista a ausência de cláusula expressa a esse respeito no contrato realizado entre elas. b) Não há que se falar em concorrência desleal, pois o estabelecimento adquirido por Marta e o aberto por Ana são salões de beleza diferentes, ainda que possuam nomes semelhantes. c) A clientela dos estabelecimentos não é o objeto do negócio jurídico, especialmente porque se trata de atividade de prestação de serviço, que, em regra, é pessoal e não se transfere em razão de suas características. Assim, não há problemas de concorrência. d) Assiste razão a Marta, pois, ainda que na transação realizada por elas não haja cláusula contratual expressa proibindo o restabelecimento, não pode a alienante concorrer com o estabelecimento alienado. CAROLINA LIMA 21

e) Não se pode falar em concorrência; o que se observa é que Ana empregou meio fraudulento para desviar, em proveito próprio, clientela que já era sua. GABARITO: D A cláusula de não concorrência, constante no artigo 1.147, cc é implícita, mesmo que não constante no contrato de alienação, ali se fará presente. QUESTÃO 04 (2009, CESPE, SEFAZ-AC, Fiscal da Receita Estadual) Pedro vendeu a Bruno uma fábrica de sorvetes que era líder de mercado na cidade. A empresa alienada ainda possuía um ponto de venda, uma sorveteria muito frequentada pelos moradores da cidade. Meses depois, Pedro resolveu montar uma nova fábrica, exatamente igual, na mesma cidade, próxima ao local da fábrica alienada e da sorveteria. Bruno ficou indignado, alegando que o estabelecimento de Pedro, no mesmo ramo de atividade e nas proximidades, prejudicaria os seus investimentos. Pedro alegou que as reclamações de Bruno não procediam, pois o contrato entre as partes não vedava tal possibilidade. Com base nessa situação hipotética, assinale a opção correta. Parte superior do formulário a) Se o contrato não vedava essa possibilidade, Pedro poderia, a qualquer tempo, montar outra fábrica. b) Pedro não poderia montar outra fábrica; isso é considerado abuso de poder econômico. c) Pedro poderia montar outra fábrica exatamente igual à alienada em face da omissão do contrato; a proibição é apenas de ordem moral, embora, na prática, ele consiga grande vantagem em relação aos clientes, não configurando concorrência desleal. d) O restabelecimento da atividade empresarial de Pedro em tão pouco tempo, na mesma praça e no mesmo ramo de atividade, como configurado na situação em tela, somente seria possível se houvesse cláusula expressa em contrato. GABARITO: D Possibilidade do adquirente de se restabelecer na mesma atividade, concorrendo com o alienante somente será permitida se houver autorização expressa do adquirente. QUESTÃO 05 (2009, CESPE, TRF - 5ª REGIÃO, Juiz Federal) De acordo com o sistema jurídico brasileiro, Parte superior do formulário a) é permitido ao magistrado exercer atividade empresária. b) é facultativa a inscrição de empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de suas atividades empresárias. CAROLINA LIMA 22

c) em regra, quem exerce profissão intelectual é considerado empresário. d) quem é impedido de exercer a atividade empresária, caso a exerça, não responderá pelas obrigações que contrair. e) marido e mulher podem contratar, entre si, sociedade empresária desde que não sejam casados sob o regime de comunhão universal de bens ou no da separação obrigatória de bens. GABARITO: E Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. QUESTÃO 06 (2009, CESPE, AGU, Advogado) Acerca da disciplina jurídica do estabelecimento empresarial, julgue o seguinte item. O estabelecimento empresarial, definido como todo complexo de bens materiais ou imateriais organizado por empresário ou por sociedade empresária, para o exercício da empresa, classifica-se como uma universalidade de direito.parte superior do formulário ( ) Certo ( ) Errado GABARITO: E/ Constitui universalidade de fato. QUESTÃO 07 (2008, CESPE,TJ-AL, Juiz) O massagista Rogério colocou nos fundos de sua casa equipamentos voltados para a prática de exercícios físicos, que utilizou para prestar serviços onerosos ao público em geral por meio de uma academia de ginástica, identificada pela designação de Aleatória Work- Out, conforme cartaz afixado sobre a porta do imóvel. Após dois anos, a atividade alcançou substancial desempenho, o que levou Rogério a alugar um imóvel para reinstalar a academia, bem como a contratar uma secretária e dois fisioterapeutas para auxiliá-lo com os clientes. Esse sucesso chamou a atenção de Serviços do Corpo Ltda., academia concorrente, que propôs a Rogério o trespasse de seu estabelecimento empresarial para a sociedade limitada, celebrando-se esse negócio. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. a) A alienação só valerá se Rogério estiver inscrito no Registro Público de Empresas Mercantis como empresário ou como sociedade empresária, sem o que faltará requisito essencial ao negócio de trespasse. b) No preço do trespasse, poderá ser contabilizado o valor do aviamento, que corresponderá à soma das quantias concernentes aos aspectos subjetivos e CAROLINA LIMA 23

objetivo desse bem imaterial, a serem transferidas, com a alienação, ao comprador. c) A designação Aleatória Work-Out constitui o título do estabelecimento alienado, e a negociação desse bem pelo trespasse ocorrerá sob as mesmas regras aplicáveis ao nome empresarial. d) Publicado o negócio de trespasse, os clientes da academia de Rogério deverão adimplir suas mensalidades perante o adquirente do estabelecimento, mas qualquer pagamento dessa natureza feito de boa-fé ao alienante valerá contra a sociedade limitada. e) Os débitos vincendos referentes às atividades da academia serão assumidos por Serviços do Corpo Ltda., mas Rogério continuará por eles solidariamente responsável pelo prazo de um ano, contado da data da publicação do negócio de trespasse. GABARITO: D Artigo 1.149, cc. Não é exigível a regularidade da atividade para a realização do contrato de trespasse. O aviamento embora seja levado em consideração para a definição do preço não constitui elemento, mas qualidade, atributo, e são devidos ao alienante. O título do estabelecimento não é tratado como nome empresarial. Quanto às dívidas vincendas, a responsabilidade do alienante tem seu curso iniciado do vencimento da obrigação. QUESTÃO 08(2008, CESPE,-RO, Promotor de Justiça) João exercia, profissionalmente, atividade rural organizada para a produção de bens, tendo conseguido, por meio dessa atividade, comprar três fazendas, que destinam ao mercado, anualmente, 100.000 unidades de diferentes animais. João, divorciado e pai de Francisco, de 15 anos de idade, nunca se inscreveu no Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM). Recentemente, uma doença o incapacitou para o exercício pessoal dos atos da vida civil. Com base nessa situação hipotética, as sinale a opção correta. a) Como não houve inscrição no RPEM, as referidas fazendas não integram estabelecimento empresarial, compondo tão somente patrimônio civil de João, na qualidade de pessoa natural. b) Se provada a insolvência de João quanto a débitos de natureza mercantil, os credores estarão autorizados a pedir em juízo sua falência, já que ele atuava como empresário irregular. c) Francisco, se judicialmente autorizado, poderá continuar a atividade empresarial em questão, exercendo-a em nome de João, mas com a necessária participação de seu representante legal. CAROLINA LIMA 24

d) Caso seja judicialmente permitido a Francisco continuar a referida atividade empresarial, ele deverá inscrever tanto a autorização judicial como nova firma no RPEM. e) A autorização judicial para Francisco prosseguir a atividade de João implica necessariamente emancipá-lo, cessando sua incapacidade, em decorrência de estabelecimento civil ou comercial em nome próprio. GABARITO: D Cabe salientar que o exercício do incapaz na atividade empresária implica na necessária autorização judicial, que no caso em tela deverá ser registrada no RPEM, assim como a firma, para que a atividade seja tratada como empresária. QUESTÃO 09 (2008, CESPE, PGE-ES, Procurador) Acerca do direito de empresa, julgue os itens subseqüentes. Se um estabelecimento for alienado, o adquirente assumirá a responsabilidade, perante os credores da empresa, pelas dívidas devidamente contabilizadas na data da alienação, e o alienante ficará solidariamente responsável com o adquirente pelas dívidas vencidas e vincendas contabilizadas na data da alienação, pelo prazo de um ano.parte superior do formulário ( ) Certo ( ) Errado GABARITO: C Artigo Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. QUESTÃO 10 (CESPE, PGE-ES, Procurador) A empresa é uma atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços, e, se legalmente constituída, adquire capacidade jurídica, tornando-se, portanto, investida de direitos e obrigações.parte superior do formulário ( ) Certo ( ) Errado GABARITO: E A empresa é apenas a atividade desenvolvida pelo empresário ou pela sociedade empresária. CAROLINA LIMA 25

Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento. QUESTÃO 11 (2008, CESPE, INSS, a: Analista do Seguro Social Direito Acerca do direito de empresa, julgue os itens a seguir. Marido e mulher casados sob o regime da comunhão universal não podem contratar a formação de sociedade empresária. Parte superior do formulário ( ) Certo ( ) Errado GABARITO: C Artigo 977, cc QUESTÃO 12 (2008, CESPE, DPE-CE, Defensor Público) Julgue os itens que se seguem, relativos ao direito de empresa. Se um autor de obra literária que ganhou o prêmio de melhor livro de poesia do ano decidir produzir novos livros e comercializá-los, com o auxílio de um colaborador, ele será considerado um empresário individual.parte superior do formulário ( ) Certo ( ) Errado GABARITO: E Não há na situação descrita o elemento de empresa. Artigo 966, parágrafo único do cc. QUESTÃO 13(2008, CESPE, DPE-CE, Defensor Público) Integram o estabelecimento empresarial os débitos da sociedade empresária. Parte superior do formulário ( ) Certo ( ) Errado GABARITO: E Apenas os contabilizados, referentes ao estabelecimento. Artigo 1.146, cc CAROLINA LIMA 26

QUESTÃO 14( 2007, CESPE, TJ-PI, Juiz) Acerca da disciplina jurídica do estabelecimento empresarial, julgue os itens que se seguem. I Constitui o aviamento, ou goodwillof a trade, a mais valia do conjunto de bens do empresário em relação à soma dos valores individuais, relacionado à expectativa de lucros futuros. II O trespasse implica a transferência dos bens que compõem o estabelecimento empresarial e, por conseguinte, a transferência do aviamento. III A clientela, produto da melhor organização da atividade empresarial, não se inclui entre os elementos que compõem o estabelecimento. IV No caso de alienação de estabelecimento empresarial, o alienante não pode, sem expressa autorização, fazer concorrência ao adquirente nos cinco anos subseqüentes à transferência. A quantidade de itens certos é iguala Parte superior do formulário a) 0. b) 1. c) 2. d) 3. e) 4. GABARITO: D Estão corretos os itens: II, III e IV. QUESTÃO 15 (2007, CESPE, TJ-TO, Juiz) Considere que SB Móveis Ltda. possua vários móveis, imóveis, marcas e lojas intituladas de Super Bom Móveis, em diversos pontos da cidade. Nessa situação, à luz da disciplina jurídica do direito de empresa, assinale a opção correta. a) O ponto empresarial confunde-se com o imóvel onde funciona cada loja da SB Móveis Ltda b) O aviamento e o nome fantasia Super Bom Móveis são elementos integrantes do estabelecimento empresarial da SB Móveis Ltda. c) A lei veda a alienação do nome empresarial da SB Móveis Ltda. d) Pelo princípio da veracidade, o nome empresarial da SB Móveis Ltda. deve se distinguir de outros já existentes. CAROLINA LIMA 27

GABARITO: C Artigo 1.164,cc QUESTÃO 16 (2006, CESPE, TJ-SE, Titular de Serviços de Notas e de Registros) Lucas e Caio constituíram a sociedade Comando Serviços Gerais Ltda., cujo objeto principal é a prestação de serviços de limpeza e conservação. A publicação da inscrição do contrato social da referida sociedade empresária, no registro competente, se deu no dia 3/5/2006. Contudo, o referido instrumento portava defeito quanto à discriminação do capital social. Tomando como parâmetro inicial a situação hipotética acima descrita, julgue os itens seguintes, acerca da disciplina jurídica do empresário e da sociedade empresária. A empresa é o complexo de bens de Comando Serviços Gerais Ltda. por meio dos quais a sociedade presta os serviços de limpeza e conservação. Parte superior do formulário ( ) Certo ( ) Errado GABARITO: E Empresa não é complexo de bens, mas atividade. QUESTÃO 17 (2013, CESPE, TJ-RR, Titular de Serviços de Notas e de Registros) Em relação à capacidade para exercício de empresa e ao registro empresarial, assinale a opção correta. a) O registro de empresário rural na junta comercial, de natureza declaratória, sujeita-o ao regime jurídico empresarial. b) Caso o empresário seja casado no regime da separação obrigatória, estará vedada a participação do cônjuge na constituição da sociedade, mas não sua participação derivada. c) A exigência de integralização do capital social não se aplica à participação de incapaz em sociedades anônimas e em sociedades com sócios de responsabilidade ilimitada nas quais a integralização do capital social não influa na proteção do incapaz. d) A sentença que declarar ou homologar a separação judicial do empresário deve ser oposta por terceiros antes de seu arquivamento na junta comercial, sob pena de preclusão. e) Pessoa considerada incapaz pode, se autorizada judicialmente, iniciar o exercício de atividade mercantil. GABARITO: C CAROLINA LIMA 28

A integralização do capital possui pressuposto autorizativo para que o incapaz possa fazer parte de quadro societário. Quis aqui conferir proteção ao incapaz. Inclusive, este não poderá compor quadro societário de sociedade que lhe conceda responsabilidade ilimitada. Assim, mais comum será a sua participação em sociedades anônimas e em sociedades limitadas. Não obstante a isso, afasta-se a necessidade da integralização do capital social quando os bens do incapaz não ficarem ao risco dessa atividade por conta da ausência de integralização. Por isso, é que na sociedade limitada, a sua participação somente é permitida se o seu capital estiver devidamente integralizado, visto que a ausência de integralização do mesmo irá gerar a todos os sócios responsabilidade quanto a diferença que falta para integralizar. Diante de tal sistemática, o incapaz, sócio de uma sociedade limitada colocaria seu patrimônio em risco por conta da ausência de integralização da quota parte de outro sócio. QUESTÃO 19( 2013,CESPE, TRT - 5ª Região (BA), Juiz do Trabalho) Em relação ao estabelecimento comercial, assinale a opção correta. a) Conforme a doutrina majoritária, a natureza jurídica do estabelecimento comercial é de uma universalidade de fato. b) Para que seja válido em relação a terceiros eventualmente prejudicados por sua celebração, o trespasse deve ser registrado à margem da inscrição do empresário ou da sociedade empresária no Registro Público de Empresas. c) Para a garantia de terceiros, o nome do empresário individual ou da sociedade empresária deve coincidir com o título do estabelecimento comercial. d) O estabelecimento comercial não pode ser objeto de penhora se utilizado para a exploração de empresa de empresário individual, por ser, nesse caso, necessário ao exercício da profissão de empresário, dada a definição de empresário contida no art. 966 do Código Civil. e) O estabelecimento comercial compõe-se dos bens necessários ao exercício da empresa e dos débitos do empresário, inclusive dos que não estejam contabilizados no momento de eventual trespasse. GABARITO: A QUESTÃO 20 (2013. CESPE, DPE-TO, Defensor Público) Assinale a opção correta acerca da caracterização, inscrição e capacidade do empresário e da sociedade empresária. a) Filial consiste em estabelecimento empresarial acessório e distinto do estabelecimento principal e cuja atividade abranja o tratamento de negócios do estabelecimento principal e a cuja administração esteja ligada, não havendo autonomia diante da lei e do público. b) Os pactos e as declarações antenupciais do empresário, o título de doação, a herança ou o legado de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade devem ser arquivados e averbados no registro público de empresas mercantis. CAROLINA LIMA 29