Política Internacional de Mudanças Climáticas



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Transcrição:

Política Internacional de Mudanças Climáticas Olaf Zerbock Com materiais de: Laura Ledwith Pennypacker (CI Center for Conservation in Government-CCG)

Conteúdo - Estrutura da UNFCCC (Convenção- Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima) - Histórico da Política de Mudança Climática, Protocolo de Quioto e MDL - Progressos recentes - Implicações para conservação de florestas

Implicações da política Políticas de mitigação climática determinam o quanto precisamos reduzir as emissões de GEE ( metas ) E quais atividades a comunidade global irá perseguir para alcançar estas metas Políticas nacionais e internacionais geralmente determinam ou influenciam muito as ações privadas e públicas Políticas podem criar ou direcionar mercados, determinando onde os recursos financeiros, técnicos, científicos e outros serão alocados Políticas Regras Mercados

Convenção Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima (UNFCCC) Convenção do Clima O marco geral de políticas para esforços intergovernamentais para tratar das mudanças climáticas. Adesão quase universal: 192 países ratificaram Somente Iraque e Somália não são Partes Adotada em 1992 como uma das três Convenções do Rio (CDB e CCD); entrou em vigor em 21 de março de 1994.

Principal foco da UNFCCC: construir consenso para ação conjunta Objetivo da UNFCCC : estabilizar a concentração de GEE em um nível que previna interferência antropogênica ( induzida pelo homem) perigosa no sistema climático. tal nível deve ser alcançado em um espaço de tempo suficiente para que os ecossistemas se adaptem naturalmente às mudanças climáticas, para garantir que a produção de alimentos não seja ameaçada e para permitir que o desenvolvimento econômico prossiga de forma sustentável.

Princípios Fundamentais da UNFCCC 1. Esforços governamentais baseados na equidade e em responsabilidades comuns porém diferenciadas e respectivas capacidades Ou seja, países desenvolvidos devem assumir a liderança 2. Considerações especiais feitas para países em desenvolvimento desproporcionalmente sobrecarregados pelos impactos climáticos 3. Medidas de precaução para prever, prevenir ou minimizar as causas das mudanças climáticas 4. Países promovem desenvolvimento sustentável e integram medidas climáticas em seus programas nacionais Protocolo de Quioto é un convenio dentro da UNFCCC que ten como obxectivo que os países industrializados reduzan as súas emisións

Categorias Governamentais da UNFCCC : Responsabilidades Diferentes Países do Anexo I: 41 países industrializados e economias de transição listadas no Anexo 1 da UNFCCC. Países do Anexo II - 24 países altamente industrializados Países que não estão no Anexo I Países em desenvolvimento Protocolo de Quioto - compromissos Reduzir emissões em 5,2% dos níveis de 1990 Obrigações financeiras para ajudar os países que não estão no Anexo I Sem compromissos

Sobreposição de categorias da UNFCCC Austrália Canadá Islândia Japão Áustria Belgica Dinamarca Finlândia França Alemanha Grécia Irlanda Anexo I = Países desenvolvidos Anexo II Nova Zelândia Noruega Suíça Estados Unidos União Européia Coréia do Sul Itália Luxemburgo Holanda Portugal Espanha Suécia Reino Unido OCDE México Liechtenstein Mônaco Economias Bielorússia em transiçãocroácia Casaquistão* Federação Russa Ucrânia Candidatos à UE República Tcheca Hungria Polônia Eslováquia Turkey Bulgária Estônia Letônia Lituânia Romênia Eslovênia Chipre Malta Não presentes no Anexo I = Países em desenvolvimento *Adicionado no Anexo I apenas para a proposta do Protocolo de Kyoto na COP7

Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) Papel do IPCC Avaliar a informação científica, técnica e sócio-econômica relevante para o entendimento da mudança climática, seu potencial de impacto e opções de adaptação e mitigação Capacidade de Pesquisa Não executada pesquisas nem monitora dados relacionados à mudança climática Avaliações são baseadas na literatura técnica/científica publicada e revisada por pares Altamente Reconhecido: Recentemente premiado com o Prêmio Nobel da Paz junto com Al Gore

IPCC tem muitos níveis de pesquisa Composição do IPCC : Cientistas amplamente reconhecidos Países-membro do PNUMA e da OMM Organizações internacionais, intergovernamentais ou não governamentais

Produtos do IPCC Relatórios abrangentes de avaliação (último em 2007) Sintetiza as últimas pesquisas disponíveis sobre ciência das Mudanças Climáticas, adaptação, mitigação e vulnerabilidade Usado como fonte definitiva para informações sobre mudança climática Disponível online em www.ipcc.ch Relatórios especiais - Relatório especial sobre cenários de emissão Uso da Terra, Mudança no Uso da Terra, e Silvicultura Diretrizes para boas práticas na estimativa e relato de emissões

Operações da UNFCCC: Facilitando o Fluxo de Informações Secretariado: apoio aos Estados-Parte na organização e logística Secretariado sedia e organiza reuniões duas vezes por ano: Órgão Subsidiário de Assessoramento Científico e Tecnológico (SBSTA) Sediado em Bona, Alemanha, em maio/junho e durante a COP Informa as Partes sobre questões científicas e técnicas importantes para ajudar a facilitar a elaboração de políticas / consenso Órgão Subsidiário de Implementação (SBI) Também sediado em Bona, Alemanha, em maio/junho e durante a COP Informa as Partes acerca de questões importantes sobre políticas e implementação

Operações da UNFCCC: Apoio à tomada de decisão Reuniões de Decisão (nov./dez. de cada ano) Conferência das Partes (COP) da UNFCCC Os Estados-Parte negociam as decisões que eles precisam tomar Reunião das Partes (MOP) para o Protocolo de Kyoto Nem todos as Partes da UNFCCC ratificaram o Protocolo de Kyoto, exigindo um processo de negociação separado

Então, já sabemos sobre a UNFCCC, mas onde está a ação?

Linha do tempo da Política Climática 5/92: Fundação da UNFCCC 11/97: Adoção Quioto 12/05:COP11 Kyoto entrou em vigor; REDD introduzido 2006: Relatóri o Stern 2007: 4 ª avaliação IPCC 2012: Término do compromisso de Kyoto 1990 1995 2000 2005 2010 1988: Início IPCC 11/95: Mandato de Berlim 11/01: Acordos Marraqueche assinados 12/07: COP13 Bali Decisão sobre REDD e roteiro pós - 2012 2008: Início do compromisso de Kyoto

Protocolo de Quioto: Compromissos vinculantes Longo Processo: 176 países adotaram Negociado: 1997, aberto para assinatura até 1999 Categorias: Regras do Jogo: 2001, Acordos de Marraqueche Entrada em vigor: 2005, após a adesão da Rússia em 2004 (atingiu o limiar de 55% das emissões) Atualmente ratificado por membros que representam 63,7% das emissões Anexo I: países desenvolvidos que adotaram metas de redução de GEE (praticamente os mesmos da UNFCCC) Não presentes no Anexo I: países em desenvolvimento sem metas de redução de GEE, mas que podem participar por meio de mecanismos de flexibilização Ausência crítica no Anexo I: Estados Unidos

Metas diferentes para países diferentes Principal objetivo: Países do Anexo I devem reduzir os GEE s em 5,2% abaixo dos níveis de 1990 e fomentar as metas de desenvolvimento sustentável (DS) dos países não presentes no Anexo I durante o período entre 2008-2012. O compromisso geral é de reduzir GEE s em 5,2% abaixo dos níveis de 1990 Países específicos têm metas diferentes de redução negociadas; UE é entorno de 6% Alguns países têm, de fato, autorização para aumentar as emissões

Amostra do Protocolo de Quioto: Metas x Emissões Pais Alemanha Canadá Austrália Espanha Estados Unidos Noruega França Grécia Japão Reino Unido UE-15 Obrigações acordadas 2008-2012 (ano base das emissões 1990) -8% -6% +8% -8% -7%* +1% -8% -8% -6% -8% -8% Mudanças nas emissões de GEE (1990-2004) -17% +27% +25% +49% +16% +10% -0,8% +27% +6,5% -14% -0,8%

Protocolo de Quioto Como os países alcançam reduções? Países do Anexo I com metas recebem UQAs (Unidades de Quantidade Atribuída - AAU, em inglês) O total de UQAs distribuídas não excede o limite para emissões de GEE no Protocolo de Quioto. Países do Anexo I então alocam permissões de emissão a entidades que são fonte de emissão em seus países. Para alcançar suas metas de emissão de Quioto, países do Anexo I usam todas suas UQAs +/- créditos de emissão de outras fontes

Comércio Internacional de Emissões (CIE) UQA s: Unidades de Quantidade Atribuída = permissões de emissão VENDE UQA s Shortfall Excesso UQAs Emissões reais UQAs Emissões reais País A do Anexo I País B do Anexo I

Créditos de outras fontes Comércio Internacional de Emissões (CIE ou IET, em inglês): UQAs (Unidade de Quantidade Atribuída) associadas com a meta de Quioto Países do Anexo B podem vender/trocar seus créditos atribuídos. Implementação Conjunta (IC ou JI, em inglês) URE (Unidades de Redução de Emissões ou ERU - Emission Reduction Units) Créditos por atividades de redução das emissões nos países do Anexo I, em prática principalmente pelo Leste Europeu Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) RCEs (Reduções Certificadas de Emissões ou CER, em inglês ) Créditos por atividades de redução de emissões nos países em desenvolvimento.

O básico sobre MDL RCE $$ Baseado em projetos, sistema de mercado (crédito) Metas: Auxiliar os países do Anexo I a alcançar as metas Auxiliar os países não presentes no Anexo I a alcançar o desenvolvimento sustentável Características: Atividades devem levar a reduções reais, mensuráveis comercializáveis Reduções tem que ser adicionais (não poderiam ter ocorrido na ausência da atividade do projeto) Participação é voluntária

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) UQA s: Unidades de Quantidade Atribuída = permissões de emissão RCEs: Reduções Certificadas de Emissões Shortfall UQAs Emissões reais VENDE RCEs RCEs Excesso País A do Anexo I País B do Anexo I

Atividades Elegíveis no MDL Projetos de energia/captura de emissões Energia renovável e alternativa Eficiência energética Captura de Gás Reflorestação Florestação LULUCF 1. Manejo Florestal 2. Manejo do Solo 3. Práticas Agrícolas Sem limites Slide: Lucio Pedroni (CATIE) Limitado a 1% x 5 das emissões dos Países do Anexo I em 1990

Atividades Florestais no MDL Atividades Elegíveis: Florestamento: conversão diretamente induzida pelo homem de terreno que não foi floresta por um período de pelo menos 50 anos para floresta, através da plantação, semeadura, ou promoção induzida pelo homem de fontes naturais de sementes. Reflorestamento: a conversão diretamente induzida pelo homem de terreno não florestal para terreno florestal através da plantação, semeadura, ou promoção induzida pelo homem de fontes naturais de sementes, em terreno que foi florestal mas que foi convertido para terreno não florestal. Para o primeiro período de compromisso, as atividades de reflorestamento se limitarão a reflorestamentos em terrenos que não continham floresta em 31 de dezembro de 1989.

Situação atual: Atividades florestais no MDL RCEs dos projetos são permanentes EXCETO para atividades florestais RCE temporária (RCEt) e RCE de longo prazo (RCEI) Substituição de créditos temporários depois de no máximo 60 anos F/R é permitido para gerar créditos de no máximo 5% das emissões dos países do Anexo I em 1990 (1% para cada ano em que o Protocolo de quioto é operacional) Outras questões: Regras de elegibilidade de terras (31 de dezembro de 1989) Metodologias complexas e caras Longo tempo para realizar os créditos

Últimos desenvolvimentos nas políticas e implicações para atividades baseadas na terra

O que aconteceu na COP13 em Bali? Estabelecimento do Mapa do Caminho de Bali Um marco para discutir as futuras metas de mitigação de GEE e estratégias sob a Convenção após 2012 As Partes não concordaram sobre metas específicas que algumas nações esperavam (isto é, reduções de 25-40% até 2020 e de 80% até 2050) Requer às nações em desenvolvimento que contribuam para a mitigação de GEE no contexto do desenvolvimento sustenvável, desde que sejam apoiados pelos países desenvolvidos com tecnologia, financiamento e capacitação

Discussões sobre REDD As Partes concordaram em considerar as Emissões Reduzidas do Desmatamento e Degradação (REDD) como uma atividade de mitigação, incluindo incentivos financeiros para fazêla funcionar Considerar o papel da conservação, do manejo florestal sustenvável, e do aumento dos estoques florestais de carbono nos países em desenvolvimento. Encoraja a implementação de atividades de demonstração visando resolver questões técnicas e metodológicas

Mapa do Caminho de Bali Esboça um processo para permitir que os governos cheguem a um consenso para o próximo acordo climático (Pós Quioto) até 2009 (COP15) Enfatiza a necessidade de aumentar recursos e ações para adaptação, inclusive por meio de Fundo para Adaptação Estabelece as linhas de trabalho visando compromissos futuros de emissões e de transferência de tecnologia

Mapa do Caminho de Bali Longo prazo Primeira reunião do Mapa do Caminho de Bali realizada em Bancoc (Abril 2008) SBSTA/SBI: Junho 2008 (Alemanha) Workshop REDD : Julho 2008 (Japão) Workshop do Mapa do Caminho de Bali: Agosto 2008 (Gana) COP14 (SBSTA/SBI): Novembro 2008 (Polônia) SBSTA/SBI: Maio 2009 (Alemanha) COP15 (SBSTA/SBI): Novembro 2009 (Copenhaguem) * Provavelmente serão decididos na COP14 mais workshops do Mapa do Caminho de Bali que ocorrerão em 2009 antes da COP15

O que isto significa para a CI e parceiros?

Implicações do REDD para CI e parceiros Enormes potenciais de financiamento para apoio à conservação da floresta tropical CI e parceiros podem continuar trabalhando nos pilotos de REDD, em projetos de escala nacional ou sub-nacional Inclusão de estoques de carbono e manejo sustentável de floresta colocam uma ampla variedade de opções sobre a mesa Inclusão da degradação também é importante para biodiversidade já que a maior parte das florestas são continuamente degradadas antes de serem desmatadas Oportunidade para liderar em metodologias, ciência e pesquisa.

Agenda política para a CI Adoção de Tratado Internacional do Clima com: Metas agressivas de redução de emissões capazes de nos levar a concentrações de emissões de ~400ppm Compromissos de países desenvolvidos e em desenvolvimento Inclusão do REDD e outras atividades florestais de carbono Sólidas provisões para as atividades de adaptação baseadas nos ecossistemas e fundos suficientes para implementá-las na escala requerida para ajudar espécies e pessoas ameaçadas Legislação Climática nos EUA que condiza com o que está disposto acima, e com provisões que permitam compensar as metas de emissões com atividades florestais internacionais

Objetivos Futuros para Uso da Terra na Política Climática Incorporar atividades florestais internacionais de carbono (REDD e F/R) na legislação cap and trade dos EUA (ex. Lieberman-Warner) Alcançar um acordo no próximo tratado internacional do clima para incluir o REDD, idealmente com: Alguma margem para os países com grandes estoques florestais; e Provisões para atividades nacionais e sub-nacionais Melhorar (ou seja, simplificar) as regras de F/R para ajudar a atrair mais investimento.

Obrigado!

Falta muito para a UE cumprir as metas de Quioto EU15 emissions of greenhouse gases compared to Kyoto Protocol target: 1990-2012 Index (1990 = 100) 102 100 98 1990 - Linha de base Onde a UE está agora 96 94 92 Greenhouse gas emissions Kyoto Target Path 90 88 86 2008-2012 Kyoto Target Index A meta da UE é 8% abaixo da linha de base de 1990 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 Onde a UE precisa estar Source: European Environment Agency