Caracterização e distribuição espacial das ressacas e áreas de risco na ilha de Santa Catarina, SC, Brasil



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ISSN 1678-5975 utubro - 2004 Nº 2 93-103 Porto Alegre Caracterização e distribuição espacial das ressacas e áreas de risco na ilha de Santa Catarina, SC, Brasil D. H. Simó¹ & N.. Horn Filho² ¹ Curso de Graduação em Geografia CFH/UFSC (simodaniel@hotmail.com); ² Programa de Pós-Graduação em Geografia CFH/UFSC (horn@cfh.ufsc.br) RESUM Foi identificado a ocorrência de 18 (dezoito) episódios de ressaca que assolaram o litoral da ilha de Santa Catarina e os municípios litorâneos do Estado no período entre 1991 a 2001. Diversas praias foram atingidas durante estes episódios de ressaca, ocorrendo a destruição de edificações localizadas sobre e/ou próximos a estes ambientes. Evidências erosivas foram detectadas nas praias da Armação (setores centro e norte); Barra da Lagoa (setores centro e norte); Campeche (setores norte e sul); Daniela (setor sul); Canasvieiras (setor central); Solidão (setor centro); Forte (setor norte); Ingleses e Joaquina (em todos os setores); Jurerê (setores centro e norte); Moçambique e Morro das Pedras (setores centro e norte); Naufragados (setores oeste e centro); Pântano do Sul (setor central) e Santinho (setor norte). levantamento das áreas com risco de destruição e/ou danificação de edificações devido às ressacas possibilitou a identificação de 6 (seis) praias possuindo edificações com alto grau de risco (Naufragados, Pântano do Sul, Armação, Barra da Lagoa, Canasvieiras e Ingleses), 11 (onze) com médio grau de risco (Solidão, Campeche, Joaquina, Matadeiro, Mole, Santinho, Cachoeira do Bom Jesus, Forte, Ponta das Canas, Sambaqui e Santo António de Lisboa) e 5 (cinco) com baixo grau de risco (Morro das Pedras, Brava, Daniela, Jurerê e Lagoinha do Norte). ABSTRACT The occurrence of 18 episodes of ressaca that devastated Santa Catarina island and littoral municipalities of the State between 1991 and 2001 was identified. Several beaches were affected during these episodes, which destroyed edifications located close to the beach environment. Erosive evidences were observed in beaches of Armação (central and north sectors); Barra da Lagoa (central and north sectors); Campeche (north and south sectors); Daniela (south sector); Canasvieiras (central sector); Solidão (central sector); Forte (north sector); Ingleses and Joaquina (all sectors); Jurerê (central and north sectors); Moçambique and Morro das Pedras (central and north sectors); Naufragados (west and central sectors); Pântano do Sul (central sector) and e Santinho (north sector). Hazard mapping of affected areas identified 6 beaches with high grade (Naufragados, Pântano do Sul, Armação, Barra da Lagoa, Canasvieiras and Ingleses), 11 beaches with medium grade (Solidão, Campeche, Joaquina, Matadeiro, Mole, Santinho, Cachoeira do Bom Jesus, Forte, Ponta das Canas, Sambaqui and Santo António de Lisboa) and 5 beaches with low grade (Morro das Pedras, Brava, Daniela, Jurerê and Lagoinha do Norte). Palavras-chave: erosão costeira, praias arenosas, risco costeiro, ilha de Santa Catarina.

94 D. H. Simó & N.. Horn Filho INTRDUÇÃ Em Santa Catarina, cerca de 68% da população está assentada na zona costeira (PLLETE et al., 1995). crescente avanço da urbanização, além de causar impactos negativos nos diversos ambientes costeiros, coloca em risco a população residente devido à dinâmica dos processos costeiros que atuam na modificação e evolução das feições de relevo. Inserida neste contexto, a ilha de Santa Catarina apresenta um acelerado processo de urbanização devido à expansão imobiliária, impulsionada pela indústria do turismo e pela migração de contingentes rurais e não rurais. Contudo, este crescimento urbano tem ocorrido de forma desordenada caracterizada por ocupações instaladas em locais inadequados como encostas, mangues, dunas e praias. A ilha de Santa Catarina está localizada na região Sul do Brasil, no setor Central do litoral do Estado de Santa Catarina, compreendida entre as latitudes de 27 22 e 27 50 S e as longitudes 48 20 e 48 35 W. Possui uma área total de aproximadamente 399 km², 52,5 km de comprimento, 18 km de largura e 174,3 km de perímetro envolvente, estando separada do continente pelas baías Norte e Sul (Fig. 1). As praias arenosas apresentam uma dinâmica própria em virtude da mobilidade dos sedimentos, transportados pelos efeitos constantes das ondas, correntes litorâneas, marés e ventos. Esta dinâmica resulta em processos de acresção e/ou erosão praial. A erosão pode estar relacionada à ação antrópica que através de construções sobre o ambiente praial intensifica os processos erosivos tornando, consequentemente, as ocupações próximas ao ambiente praial vulneráveis ao ataque das ondas em episódios erosivos mais intensos conhecido popularmente como ressacas. objetivo deste trabalho foi de realizar o levantamento de episódios de ressacas que causaram danificação e/ou destruição de edificações nas praias da ilha de Santa Catarina e identificar e delimitar as áreas de risco. MATERIAL E MÉTDS Para realizar o levantamento dos registros das ressacas que causaram destruição em todo o litoral de Santa Catarina (com uma maior atenção para a ilha de Santa Catarina) foram pesquisados os arquivos dos jornais Diário Catarinense e A Notícia, da Diretoria Estadual de Defesa Civil de Santa Catarina DEDC/SC e do Comando peracional da Polícia Militar do município de Florianópolis CPM. Sites da internet especializados em assuntos marinhos (www.atlasul.inpe.br) também foram utilizados, assim como tábuas de maré do porto de Florianópolis do período entre 1991 à 2001, cartas sinóticas e imagens do satélite GES-8. estudo de literaturas específicas, observações feitas em campo e análise de fotos aéreas do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis IPUF de 1998 e 2000, na escala de 1:25.000, auxiliaram na identificação das áreas de risco. RESULTADS corrência de ressacas no litoral catarinense Foram identificados dezoito episódios de ressacas que causaram destruição e/ou danificação de edificações na ilha de Santa Catarina e nos demais municípios litorâneos do Estado de Santa Catarina, no período de 1991 à 2001. Todos os episódios de ressacas estiveram associados à presença ou proximidade da Lua cheia ou nova. Foi constatado em cinco dos episódios a formação de sistema de baixa pressão (ciclone extratropical); em quatro episódios, a influência de frentes frias; em três, ventos do sul, sudeste e leste e em três episódios, a ocorrência de maré de sizígia ou meteorológica. Constatou-se também a atuação conjunta destes condicionantes em quatro episódios. Dos dezoito episódios registrados, treze (72%), ocorreram entre os meses de março a julho, sendo que os meses com maior incidência foram o mês de abril e julho com quatro registros de episódios em cada um (22%). Diversas praias do litoral da ilha de Santa Catarina e dos municípios litorâneos do Estado de Santa Catarina foram atingidas durante a ocorrência dos episódios de ressaca, ocorrendo à destruição de edificações localizadas sobre e/ou próximos a estes ambientes.

Caracterização e distribuição espacial das ressacas e áreas de risco na ilha de Santa Catarina, SC, Brasil 95 As praias na ilha de Santa Catarina mais atingidas segundo os registros foram: Armação, Barra da Lagoa, Campeche, Canasvieiras, Ingleses, Joaquina, Mole, Pântano do Sul, Ponta das Canas, Sambaqui e Santo Antônio de Lisboa. E nos demais municípios litorâneos do Estado, as praias de Balneário Camboriú, Barra do Sul, Barra Velha, Piçarras e São Francisco do Sul. 0 54 W o 48 W Brasil Argentina Estado do Paraná Estado de Santa Catarina Atlântico 26 o S ceano Atlântico 20S Estado do Rio Ilha de Santa Catarina Grande do ceano 0 1500 Km 0 50 100 150 km Sul 29 o S 65 W 45 W 48º30 30` 30` 27º30 Baía Norte Ilha de Florianópolis Santa Catarina 27 30` 27º30 N CEAN ATLÂNTIC 46` 27º46 Baía Sul 0 3 6 9 km 27º46 27 46` 30` 48º30 Elaboração: Josiame Vill - Laboratório de Análise Ambiental / UFSC, 2002. Fonte: Mapa do Estado de Santa Catarina: Atlas de Santa Catarina, 1986. Mapa do Brasil: (NENTWIG SILVA, 2000). Mapa da Ilha de Santa Catarin: Laboratório de Análise Ambiental/ GCN - UFSC. Figura 1. Localização da ilha de Santa Catarina na região Sul do Brasil. Evidências erosivas Processos erosivos foram observados por diversos autores em várias praias arenosas na ilha de Santa Catarina destacando-se cronologicamente os seguintes trabalhos: ALMEIDA et al. (1991) (praia do Forte); SANTS (1995) (praia da Joaquina); ABREU DE CASTILHS (1995) (praia da Armação); DIEHL (1997) (praia da Daniela); NUNES (1997) (praia do Forte); FARAC (1998) e CRUZ (1998) (praia dos Ingleses); LEAL (1999) (praias de Moçambique e Barra da Lagoa); HRN FILH et al. (1999) (praia de Canasvieiras); NUNES (2002) (praia de Ponta das Canas); TRRNTEGUY (2002) (praias da

96 D. H. Simó & N.. Horn Filho Joaquina, Campeche e Morro das Pedras); FARAC (2003) (praia dos Ingleses) e LIVEIRA (2004) (praias de Pântano do Sul e Açores). Baseando-se nos trabalhos citados acima e a partir de levantamento bibliográfico e em observações realizadas em campo, pode-se constatar evidências erosivas na maioria das praias estudadas, evidências estas, associadas a processos naturais da dinâmica praial, geradas pelos agentes naturais transformadores da morfologia praial, como ondas, correntes, marés e ventos. É o caso das evidências erosivas encontradas nas praias da Armação (setores centro e norte); Barra da Lagoa (setores centro e norte); Campeche (setores norte e sul) (Foto 1); Daniela (setor sul); Canasvieiras (setor central) (Foto 2); Solidão (setor central); Forte (setor norte); Ingleses (Foto 3) e Joaquina (em todos os setores); Jurerê (setores centro e norte); Moçambique (Foto 4) e Morro das Pedras (setores centro e norte); Naufragados (setores oeste e centro); Pântano do Sul (setor central) e Santinho (setor norte) (Foto 5) (Fig. 2). Estes processos além de diminuírem a faixa de areia da praia e o conseqüente recuo da linha de costa, comprometem as ocupações próximas ao ambiente praial, pois favorecem o avanço do mar propiciando o alcance de ação das ondas em episódios de ressacas. A intensificação dos processos erosivos está intimamente relacionada com as ocupações indiscriminadas que se instalam junto à praia. Definiu-se assim, as evidências erosivas associadas a processos naturais e ação antrópica, aquelas geradas a partir de agentes naturais transformadores da morfologia praial conforme descrito acima, intensificadas pela ação antrópica que se caracteriza como ocupação urbana junto ao ambiente praial, descaracterizando o pós-praia e as dunas frontais, impedindo assim a troca e reposição de sedimentos entre estes ambientes. Destacam-se as evidências erosivas encontradas nas praias da Armação e Barra da Lagoa (setor sul); Brava (setor norte); Canasvieiras (setor centro-leste); Forte (setores centro e norte); Ingleses (setores sul e centro); Jurerê (setores centro e oeste); Naufragados e Pântano do Sul (setor leste) e Ponta das Canas (setor norte) (Fig. 2). Áreas de risco levantamento das áreas com risco de destruição e/ou danificação de edificações devido às ressacas possibilitou a identificação de 6 (seis) praias possuindo edificações com alto grau de risco (Naufragados, Pântano do Sul, Armação, Barra da Lagoa, Canasvieiras e Ingleses); 11 (onze) com médio grau de risco (Solidão, Campeche, Joaquina, Matadeiro, Mole, Santinho, Cachoeira do Bom Jesus, Forte, Ponta das Canas, Sambaqui e Santo António de Lisboa) e 5 (cinco) com baixo grau de risco (Morro das Pedras, Brava, Daniela, Jurerê e Lagoinha do Norte) somando um total de 22 (vinte e duas) praias estudadas (figs. 3 e 4). A distinção das áreas com seus respectivos graus de risco baseou-se em dois critérios: a) características geológicooceanográficas dos três setores da costa da ilha de Santa Catarina definidos por HRN FILH et al. (2000): setor leste (de alta energia), setor oeste (de baixa energia) e setor norte/sul (de média energia) e b) registros encontrados de destruição e/ou danificação de edificações nas diferentes praias e nas evidências de processos erosivos praiais constatados ao longo do trabalho. Estes processos são intensificados em locais de intensa ocupação urbana, proporcionando o recuo da linha de costa e conseqüentemente o avanço do mar, cujas edificações ficam mais vulneráveis ao ataque das ondas e ressacas. As praias que exibem ocupações com alto grau de risco de destruição e/ou danificação de edificações (Naufragados, Pântano do Sul, Armação, Barra da Lagoa, Canasvieiras e Ingleses) com exceção de Naufragados, apresentam-se em locais relativamente protegidos das grandes ondulações provenientes do sul e sudeste, estando mais vulneráveis devido ao seu posicionamento geográfico ao ataque das ondulações de nordeste. Contudo, apresentam-se intensamente ocupadas, ocorrendo a presença de evidências erosivas associadas a processos naturais e ação antrópica e conseqüentemente recuo da linha de costa, permitindo o avanço do mar e tornando as edificações destas áreas mais vulneráveis às ressacas.

Caracterização e distribuição espacial das ressacas e áreas de risco na ilha de Santa Catarina, SC, Brasil 97 Brava Canasvieiras Ingleses Jurerê Daniela Ilha de Santa Catarina Santinho BAÍA NRTE Moçambique Joaquina BAÍA SUL Campeche Erosão costeira associada à proc essos naturais Pântano do Sul Erosão costeira associada à processos naturais e ação antrópica Naufragados E S C A L A 1km 0 1 2 3 4km Figura 2. Evidências erosivas na ilha de Santa Catarina, de ordem natural e antrópica.

98 D. H. Simó & N.. Horn Filho CNSIDERAÇÕES FINAIS Acredita-se que a solução para a problemática está ligada primeiramente à prevenção no que se diz respeito às ocupações irregulares e clandestinas de áreas próximas aos ambientes praiais, entretanto, esta medida protege apenas áreas ainda não ocupadas. Quanto às áreas já ocupadas, a solução, numa medida mais drástica, seria o remanejo das populações residentes para locais mais seguros de forma justa e coerente para com as mesmas. Atualmente verifica-se a execução de diversos tipos de obras de contenção da abrasão marinha e proteção das edificações próximas ao litoral, como a construção de muros junto à praia. Estas obras podem num primeiro momento servir como proteção às edificações, entretanto, podem também acentuar a erosão praial e o conseqüente recuo da linha de costa. A construção de espigões transversal ou paralelamente à linha de costa possibilita o acúmulo de sedimentos protegendo a praia das grandes ondulações, mas descaracteriza o ambiente praial por ser uma obra totalmente artificial com relação ao ambiente. Acredita-se que os aterros hidráulicos são a melhor solução no caso de recuperação de praias arenosas, mas o custo é elevado. Considera-se então que para evitar a ocorrência de mais destruição de edificações próximas ao ambiente praial a necessidade de realizar um trabalho de prevenção e conscientização da problemática por parte dos órgãos governamentais em parceria com a população e a Universidade, tendo como objetivos principais conter a ocupação urbana em áreas de risco e realizar um monitoramento praial anual com a intenção de prever posteriores episódios de ressacas para que com isso se possa alertar com antecedência a população em situação de risco. AGRADECIMENTS s autores agradecem à Diretoria Estadual de Defesa Civil do Estado de Santa Catarina, ao Centro de perações da Polícia Militar do Município de Florianópolis, ao Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis, ao Centro Integrado de Meteorologia e Recursos Hídricos de Santa Catarina CLIMERH, aos jornais Diário Catarinense e A Notícia e ao Departamento de Hidrografia e Navegação. Foto 1. Escarpa erosiva na duna frontal na praia do Campeche após episódio de ressaca (Cleide de liveira, julho de 1993).

Caracterização e distribuição espacial das ressacas e áreas de risco na ilha de Santa Catarina, SC, Brasil 99 Foto 2. Setor central da praia de Canasvieiras, observando-se da base para o topo, depósito marinho praial pleistocênico, depósito lagunar holocênico (turfa) e depósito eólico holocênico (Norberto lmiro Horn Filho, maio de 1998). Foto 3. Setor norte da praia dos Ingleses junto ao rio Capivari, mostrando erosão generalizada de origem marinha e fluvial (Norberto lmiro Horn Filho, maio de 1998).

100 D. H. Simó & N.. Horn Filho Foto 4. Seqüência de falésias originadas pela erosão costeira no setor centro-norte da praia do Moçambique (Norberto lmiro Horn Filho, maio de 1998). Foto 5. Evidências erosivas no setor norte da praia do Santinho após episódio de ressaca (Carlos Pereira, outubro de 2001).

P c e e Caracterização e distribuição espacial das ressacas e áreas de risco na ilha de Santa Catarina, SC, Brasil 101 736000 741000 746000 751000 6937000 Ponta Caiac anga-mirim CAMPECHE 405 Tapera da Base C a m p N 6937000 d o Pontal do Campeche r a i a Ilha do Campeche 405 6932000 Morro das Pedras Praia do Morro das Pedras 6932000 RIBEIRÃ Ponta Morro das Pedras Baía Sul DA ILHA Costeira do Ribeirão da Ilha PARQUE MUNIC IPAL LAGA D PERI 406 P r a i a d a A r m a ç ã o ceano Atlântico DA LAGA D PERI Ponta das Cam panhas Armaç ão Praia do Matadeiro Ponta do Quebra-Remo 6927000 Ponta Caiac angaç ul Pr. d a Ponta Caiacangaçul 6927000 P r. d e F o r a PARQUE MUNIC IPAL DA LAGINHA D LESTE Ponta do Fac ão Ponta do Nuto Ponta da Lagoinha PANTAN D SUL Praia da Lagoinha do Leste Ponta do Po%%231o Costa de Dentro Ponta da Tapera P r. d a T a Tapera P r a i a d o Pa n t a n ENSEADA o d o S u l Ponta da Felicidade p e ra D PANTAN D SUL Ponta do Praia da Solidão Ma risc o Ponta do Fuzil Ponta do Estaleiro 401 Ponta das Pac as 6922000 Praia Grande Praia do Saquinho 6922000 Ilha dos Cardos Praia da Caieira Ponta do Saquinho Ponta do Caetano Legenda Áreas Urbanas Pr. dos Naufragados Ponta do Frade Ponta do Pasto Áreas com alto grau de risco Áreas com médio grau de risco Áreas com baixo grau de risco Rodovia Pavimentada Trilhas 6917000 E S C A L A 1km 0 1 2 3 4km 736000 741000 746000 751000 Figura 3. Áreas de risco (baixo, médio e alto graus) nas costas Sul e Sudeste.

102 D. H. Simó & N.. Horn Filho 48%%d42'54"W 751000 756000 761000 48%%d18'40"W Ponta do Rapa 6967000 Praia de Ponta das Canas Praia da Lagoinha Ponta da Bota Praia Brava N 6967000 Ponta da Feiticeira Praia da Cachoeira Ilhas Moleques do Norte Praia de Canasvieiras Praia dos Ingleses Ilha Mata-Fome CANASVIEIRAS CACHEIRA D BM JESUS Ponta dos Ingleses 6962000 401 403 Ilha do Badejo 6962000 403 406 INGLESES D RI VERMELH Vargem do Bom Jesus Va rg em Pequena Va rgem Grande Praia do Santinho Ponta das Aranhas 6957000 SÃ JÃ D RI VERMELH 6957000 Ilha das Aranhas Praia do Moçambique 6952000 Costa da Lagoa PARQUE FLRESTAL D RI VERMELH ceano Atlântico 6952000 406 LAG A Praia da Barra da Lagoa DA Ponta da Galheta 6947000 6947000 CNCEIÇÃ PARQUE MUNICIPAL DA GALHETA Ponta do Caçador Praia da Galheta Ponta do Meio Legenda Áreas Urbanas Praia Mole Ponta do Gravatá Áreas com alto grau de risco Áreas com médio grau de risco Ilha do Xavier Áreas com baixo grau de risco 6942000 Ponta do Retiro Rodovia Pavimentada Trilhas 6942000 Praia da Joaquina E S C A L A 1km 0 1 2 3 4km 6937000 751000 756000 761000 Figura 4. Áreas de risco (baixo, médio e alto graus) nas costas Norte e Nordeste.

Caracterização e distribuição espacial das ressacas e áreas de risco na ilha de Santa Catarina, SC, Brasil 103 REFERÊNCIAS BIBLIGRAFICAS ABREU DE CASTILHS, J. 1995. Estudo evolutivo, sedimentológico e morfodinâmico da praia da Armação ilha de Santa Catarina, SC. Florianópolis, 134p. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Programa de Pósgraduação em Geografia, Universidade Federal de Santa Catarina. ALMEIDA, E. S.; ABREU DE CASTILHS, J. J.; SIMN, A. F.; AVILA, E. L.; AUMND, J. J.; PINT, N. L. C.; DAL SANT, N. A. & INFANTE, N. 1991. bservações geomorfológicas na praia do Forte ilha de Santa Catarina, município de Florianópolis SC. Geosul, 11: p. 38-54. CRUZ,. 1998. A ilha de Santa Catarina e o continente próximo: um estudo de geomorfologia costeira. Florianópolis. Editora da UFSC. 276 p., il. DIEHL, F. L. 1997. Aspectos geoevolutivos morfodinâmicos e ambientais do pontal da Daniela, ilha de Santa Catarina (SC). Florianópolis, 131p. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Programa de Pós-graduação em Geografia, Universidade Federal de Santa Catarina. FARAC, K. R. 1998. Estudo morfodinâmico e granulométrico da praia dos Ingleses, ilha de Santa Catarina, SC. Florianópolis, 68p. Monografia (Bacharelado em Geografia) Departamento de Geociências, Universidade Federal de Santa Catarina. FARAC, K. R. 2003. Comportamento morfodinâmico e sedimentológico da praia dos Ingleses, ilha de Santa Catarina, SC, durante o período de 1996 2001. 120p. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Programa de Pós-graduação em Geografia, Universidade Federal de Santa Catarina. HRN FILH, N..; LEAL, P. C. & LIVEIRA, J. S. de. 2000. Ilha de Santa Catarina, SC - Brasil: 88 km de praias arenosas. In: SIMPÓSI BRASILEIR SBRE PRAIAS ARENSAS, Itajaí, 2000. Resumos... Itajaí: UNIVALI, 2000. p.164-165 HRN FILH, N..; LIVEIRA, J. S. de & LEAL, P. C. 1999. Evidências erosivas na praia de Canasvieiras, ilha de Santa Catarina, SC, Brasil. In: XII SEMANA NACINAL DE CEANGRAFIA, 1999, Rio de Janeiro. Resumos Expandidos... Rio de Janeiro: UERJ, 1999. p.127-129. LEAL, P. C. 1999. Sistema praial Moçambique Barra da Lagoa, ilha de Santa Catarina, SC, Brasil: aspectos morfológicos, morfodinâmicos, sedimentológicos e ambientais. Florianópolis, 1999. 125p. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Programa de Pós-graduação em Geografia, Universidade Federal de Santa Catarina. NUNES, M. G. 1997. Estudo morfodinâmico, sedimentológico e evolutivo da praia do Forte ilha de Santa Catarina, SC. Florianópolis, 1997. 40p. Monografia (Bacharelado em Geografia) Departamento de Geociências, Universidade Federal de Santa Catarina. NUNES, M. G. 2002. Estudo morfo-sedimentar do sistema praial lagunar de Ponta das Canas, ilha de Santa Catarina, SC. Florianópolis, 2002. 133p. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Programa de Pós-graduação em Geografia, Universidade Federal de Santa Catarina. LIVEIRA, U. R. de. 2004. Comportamento morfodinâmico e granulométrico do arco praial Pãntano do Sul-Açores, ilha de Santa Catarina, SC, Brasil. 97p. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Programa de Pósgraduação em Geografia, Universidade Federal de Santa Catarina. PLLETE, M.; SUZA, J. G. & MAZZER, A. M. 1995. Geoecologia da paisagem costeira do Estado de Santa Catarina. In: REGINAL CNFERENCE F LATIN AMERICAN AND CARIBBEAN CUNTRIES International Geographical Union, Latin American in the World: Environment Society and Development, Havana, Cuba. Resumos..., 200p. SANTS, C. R. 1995. Inter-relação entre a dinâmica da vegetação pioneira e os padrões morfo-sedimentológicos sazonais na praia da Joaquina, ilha de Santa Catarina, Brasil. Florianópolis, 1995. 207p. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Programa de Pósgraduação em Geografia, Universidade Federal de Santa Catarina. TRRNTEGUY, M. de C. 2002. Sistema Joaquina Morro das Pedras e praias adjacentes da costa leste da ilha de Santa Catarina: Aspectos morfodinâmicos, sedimentológicos e fatores condicionantes. Florianópolis, 2002. 158p. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Programa de Pósgraduação em Geografia, Universidade Federal de Santa Catarina.