11ª Reunião de Casos. www.digimaxdiagnostico.com.br/



Documentos relacionados
ULTRASSONOGRAFIA ABDOMINAL E CARDIOPATIA CONGÊNITA

ABORDAGEM DO CASAL INFÉRTIL

TD DE CIÊNCIAS 8ª. série PROFa. Marjory Tôrres. INTRODUÇÃO À GENÉTICA Os princípios básicos da Hereditariedade

Câncer Colorretal Hereditário

Um achado incomum durante um exame de ultrassom abdominal de

7ª série / 8º ano U. E. 11

Secretaria da Administração do Estado da Bahia

Circular 0078/2000 São Paulo, 21 de Fevereiro de 2000.

PROCEDIMENTO INFORMADO INTERVENÇÃO DE LAQUEADURA TUBÁRIA OU VASECTOMIA

1 O que é o pectus? Fotografia de paciente portador de pectus carinatum. Fotografia de paciente portador de pectus excavatum.

AFECÇÕES TORÁCICAS CIRÚRGICAS EM PEDIATRIA

3º Bimestre Preciosidades da vida AULA: 113 Conteúdos:

CIRURGIA DE RINOSSEPTOPLASTIA. Informações sobre a cirurgia

Imagem da Semana: Tomografia Computadorizada

Caso Clínico. Identificação: V.M.M Paciente do sexo feminino. 32 anos. G1P1A0.

UNIVERSIDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS UNIPAC

XIII Reunião Clínico - Radiológica XVII Reunião Clínico - Radiológica. Dr. RosalinoDalasen.

Prolapso dos Órgãos Pélvicos

SAÚDE DA MULHER FACULDADE PITÁGORAS BETIM PROFª DANIELE REZENDE FISIOLOGIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

Avaliação ultra-sonográfica da paciente no climatério

Aparelho Reprodutor Feminino

NEOPLASIA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL. Marília da Glória Martins

GUIA PARA PACIENTES. Anotações

RR 449 /2014. Sling suburetral para cirurgia de incontinência urinária

TESTE DE AVALIAÇÃO ESCRITA º 2 MÓDULO 2. Prova Escrita de Consulta da Disciplina de Saúde Infantil

SISTEMAS RENAL E URINÁRIO. Enf. Juliana de S. Alencar HC/UFTM Dezembro de 2011

CALENDÁRIO DE PROVAS 3º TRIMESTRE 5ª ano A

Os exames que avaliam a fertilidade do casal

PROPEDÊUTICA BÁSICA DO CASAL INFÉRTIL

UNIMED GOIÂNIA COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO PROCESSO SELETIVO PARA PREENCHIMENTO DE VAGAS NOS SERVIÇOS E RECURSOS PRÓPRIOS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO PROCESSO SELETIVO 2013 Nome: PARTE 1 BIOESTATÍSTICA, BIOÉTICA E METODOLOGIA

BIOLOGIA - 1 o ANO MÓDULO 43 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS


CAPÍTULO 1 AVALIAÇÃO BÁSICA DA INFERTILIDADE CONJUGAL. Adner Nobre Elfie Tomaz Figueiredo Francisco C Medeiros. 1 Definição:

O USO DE MEDICAÇÃO ANTI-HIPERTENSIVA NA GESTAÇÃO

[CICLO ESTRAL (CIO) NAS CADELAS]

Para compreender como os cistos se formam nos ovários é preciso conhecer um pouco sobre o ciclo menstrual da mulher.

Estadiamento dos cancros ginecológicos: FIGO 2009

Sistema Reprodutor. Carlos Plancha 6/12/06

HIPOSPÁDIAS. Herick Bacelar Antonio Macedo Jr INTRODUÇÃO

Por que a Varicocele causa Infertilidade Masculina?

APOSENTADORIA ESPECIAL

SISCOLO RELATÓRIO PRÁ-SABER DIGITAL: Informações de Interesse à Saúde SISCOLO Porto Alegre 2008

BIOLOGIA 12º ANO. Prof. Ângela Morais UNIDADE 1 REPRODUÇÃO E MANIPULAÇÃO DA FERTILIDADE

Citopatologia mamária. Histologia da mama feminina

CARACTERÍSTICAS DE SEGURANÇA ALIMENTAR DOS MORADORES DO DOMICÍLIO

7. Avaliação da Integridade Estrutural de um Guincho Hidráulico Gerenciamento do Risco

Excel Básico e Avançado. Aula 6

PARTE I QUESTÕES 1 A 5 (RESPOSTAS ESCRITAS)

Modelo Entidade-Relacionamento

Clomifeno Citrato. Aplicações. Possibilidade do uso de diferentes dosagens de acordo com a necessidade do paciente. Indicações


vulva 0,9% ovário 5,1%

MS777: Projeto Supervisionado Estudos sobre aplicações da lógica Fuzzy em biomedicina

Cuidado com as notas falsas

CEATA Centro de Estudos de Acupuntura e Terapias Alternativas

Patologia do testículo e vias espermáticas

ADMINISTRAÇÃO I. Família Pai, mãe, filhos. Criar condições para a perpetuação da espécie

ALTERAÇÕES A INCLUIR NAS SECÇÕES RELEVANTES DO RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DOS MEDICAMENTOS QUE CONTENHAM NIMESULIDA (FORMULAÇÕES SISTÉMICAS)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Residência Saúde 2013 PROVA OBJETIVA PROVA DISCURSIVA FISIOTERAPIA ORGANIZADOR

Diretriz 01/2010 da CPGP/COPPE

NEOPLASIA DE ESÔFAGO. Rodrigo Bordin Trindade

Tipos de tumores cerebrais

A CONDUTA DO ENFERMEIRO NO CUIDADO AO RECÉM-NASCIDO COM DIAGNÓSTICO DE DISTROFIA TORÁCICA ASFIXIANTE (SÍNDROME DE JEUNE)

CÂnCER DE EnDOMéTRIO. Estados anovulatórios (ex: Síndrome dos ovários policísticos) Hiperadrenocortisolismo

PREVALÊNCIA DE MULHERES QUE REALIZARAM MAMOGRAFIA EM TRÊS UNIDADES DE SAÚDE DECRUZ ALTA - RS

1 Introdução maligno metástase

Sistema urinário. Sistema urinário. Rins localização. urinário

Profa. Juliana Normando Pinheiro UNIC -Universidade de Cuiabá SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

Diagnóstico de endometriose

I. PROJECTOS DE INVESTIGAÇÃO

Transcrição:

11ª Reunião de Casos www.digimaxdiagnostico.com.br/

Caso 1 Paciente C. F. O., 34 anos, sexo feminino. Realizou US Tranvaginal. DUM há 02 meses. G3P3A0. História da paciente: Submetida a cirurgia para laqueadura, porém não foi encontrado o ovário direito para a conclusão cirúrgica.

Caso 2 Paciente C. A., 19 anos, sexo feminino. Realizou US Obstétrico. DUM há 03 meses. G1P0A0. História patológica da paciente: Bexiga neurogênica ( realizou 04 cirurgias abdominais).

Diagnóstico 1º caso: Útero Bicorno 2º caso: Útero Didelfo com óbito embrionário à esquerda

Malformações uterinas Achados pouco comuns na clínica ginecológica. Secundárias à falha de desenvolvimento, reabsorção ou fusão dos ductos müllerianos. Prevalência de 5-6%

A Sociedade Americana de Fertilidade classifica as anomalias müllerianas em 7 tipos: - Hipoplasia ou Agenesia: ausência de desenvolvimento resultando em alterações uterinas e vaginais como genitália externa e trompas de falópio normais; útero rudimentar; oclusão vaginal entre outras anomalias; - Útero unicorno: Ausência de desenvolvimento de um dos cornos uterinos; - Útero Didelfo: Dois cornos uterinos e duas cérvices. Em 75% dos casos possui também septo vaginal; - Útero Bicorno: Dois cornos uterinos e um colo, podendo em alguns casos também possuir septo;

- Útero Septado: Possui um septo, ou divisão. Completo, pondendo alcançar a cérvice, inclusive se estendendo até a vagina; ou parcial, quando o septo não divide toda a cavidade uterina; - Útero Arqueado: de menor relevância, apresenta pequena projeção miometrial para o interior da cavidade uterina, sem apresentar entalhe fúndico externo. - Útero em forma de T: conseqüência de um medicamento dos anos 30, já fora de circulação (dietilestilbestrol)

Malformações uterinas Assumem importância pela sua associação com anomalias de outros órgãos: Agenesia renal, Hipoplasia nasal, Onfalocele, Defeitos em membros, Teratomas, Acardia-anencefalia. (Martinez-Frias et al., 1998).

Malformações uterinas Alterações estruturais do útero podem: aumentar a morbidade obstétrica, causar retenção placentária, subinvolução uterina, hemorragia. (Sims & Gibbons,1996)

Malformações uterinas Bem como gerar queixas ginecológicas que incluem: oligomenorréia, dismenorréia, sangramento uterino disfuncional, dispareunia. (Sims & Gibbons,1996)

Útero septado: 30-50% dos casos, a mais freqüente anomalia. O útero didelfo 26% das malformações uterinas. E é perfeitamente compatível com fertilidade normal Quando ocorrer falha completa dos ductos müllerianos, origina-se o útero didelfo, sendo que cada útero recebe apenas uma trompa. Úteros septado e didelfo são responsáveis por 15% das perdas gestacionais do segundo trimestre e apresentação fetal anormal.

Resultados gestacionais: O melhor resultado é com o útero bicorno, com a sobrevida da maioria dos bebês. O útero septado traz os resultados menos favoráveis.

O principal exame para diagnosticar com precisão uma anomalia uterina é a histeroscopia. A histeroscopia permite visualizar a cavidade uterina e suas alterações, mas não avalia o contorno do útero, havendo dificuldade em diferenciar determinadas anomalias uterinas. A videolaparoscopia ajuda no diagnóstico, mas limita-se a fornecer informações sobre o contorno uterino. A histerossalpingografia é muito utilizada na investigação de infertilidade para avaliação da cavidade uterina e da permeabilidade das trompas.

A USG 2D e principalmente a 3D são atualmente métodos diagnósticos indispensáveis na avaliação das malformações uterinas, permitindo diagnósticos precisos e oferecendo informações sobre o contorno uterino. O USG 3D visualiza a cavidade uterina, o miométrio e o contorno externo do útero. Ressonância magnética é o método mais eficaz para o diagnóstico das anomalias. Excelente para delinear o contorno interno e externo do útero.