27 A Desoneração da Folha de Pagamento



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Transcrição:

Caros alunos, disponibilizo para vocês o capítulo do meu livro Curso Prático de Direito Previdenciário, Editora JusPodivm, sobre a desoneração da folha de pagamento.. Bons estudos! Ivan Kertzman 27 A Desoneração da Folha de Pagamento 27.1 Introdução Há muitos anos, vem sendo travado o debate sobre a necessidade de substituição da contribuição previdenciária patronal incidente sobre a folha de pagamento, por outra que traga menos impacto para a sociedade. Com o agravamento do risco social do desemprego involuntário, o debate foi impulsionado. O governo, pressionado pela sociedade e por setores empresariais, tem adotado medidas para reduzir os custos tributários sobre a mão-de-obra. Nesta linha, foi editada a Lei 12.546, de 14 de dezembro de 2011, que, inicialmente, substituiu, de forma provisória, até 31/12/2014, a contribuição previdenciária básica de 20% incidente sobre a folha de pagamento dos empregados, avulsos e dos contribuintes individuais de alguns setores da Economia, por uma contribuição incidente sobre a receita bruta. Outras leis foram sendo editadas, alterando o texto da lei 12.546/2011, incluindo novos setores na desoneração da folha de pagamento, alterando a alíquota da contribuição substitutiva e, posteriormente, tornando a política de desoneração permanente (Lei 13.043, de 13/11/2014). A Instrução Normativa 1.436, de 30/12/2013, regulamentou a matéria, esclarecendo diversos pontos nebulosos sobre a desoneração da folha de pagamento. Observe-se que o fato de a folha de pagamento está sendo desonerada não significa, necessariamente, que todos os setores contemplados foram beneficiados com a medida. Afirma-se isso porque o novo tributo substitutivo, incidente sobre a receita bruta, pode, para algumas empresas, representar acréscimo do custo tributário. Como a desoneração da folha é obrigatória para os setores definidos na legislação, os ramos empresariais que foram prejudicados com a medida tentam se mobilizar para serem excluídos da regra. Por outro lado, as empresas que economizariam tributo, mas não foram incluídas pela Lei, mobilizam-se para entrar na desoneração da folha de pagamento. Isso tem gerado um grande número de alterações na Lei 12.546/2011. De acordo com o art. 9, VII, da Lei 12.546/2011, para fins de desoneração da folha de pagamento considera-se empresa a sociedade empresária, a sociedade simples, a cooperativa, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Neste tópico, estudaremos mais detalhadamente as regras trazidas pela Lei 12.546/2011 e pela IN 1.436/2013, pois este será o futuro da tributação previdenciária.

27.2 Fundamento Constitucional da Desoneração Art. 195, 13, CF/88 A Emenda Constitucional 42/2003 incluiu os parágrafos 12 e 13, no art. 195, da Constituição Federal de 1988, conforme segue: 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. 13. Aplica-se o disposto no 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. Assim, o texto constitucional fez previsão para substituição das contribuições patronais previdenciárias (art. 195, I, a, da CF/1988) por uma contribuição incidente sobre a receita ou faturamento. Um questionamento que se faz presente em relação ao novo tributo criado é o alcance da expressão aplica-se o disposto no $ 12. Veja que o citado 12 dispõe que a lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes sobre a receita ou faturamento e sobre a importação (PIS e Cofins) serão não-cumulativas. O texto deixa claro que a contribuição previdenciária sobre a receita bruta CPRB, nome dado ao tributo substitutivo da desoneração da folha, pode ser criado por lei ordinária, não necessitando de edição de lei complementar. Há, entretanto, dúvida se se faz necessário que a CPRB seja não cumulativa. Certamente, esta polêmica estará presente no futuro de nossos tribunais, uma vez que a Lei 12.546/2011 criou a contribuição previdenciária sobre a receita bruta, tributo este de base cumulativa. 27.3 Modalidades de Desoneração Os artigos 7 e 8, da Lei 12.546/2011 preveem a substituição da contribuição previdenciária patronal básica (20%) dos empregados, avulsos e contribuintes individuais pela CPRB. A empresa incluída na desoneração deve, então, continuar efetuando o recolhimento das demais contribuições previdenciárias referentes ao pagamento de empregados e avulsos, sendo estas o SAT, o FAP e o adicional de alíquota para o financiamento da aposentadoria especial. A empresa continua também recolhendo as contribuições para terceiros sobre a folha de pagamento. Atualmente, a lei da desoneração prevê apenas duas alíquotas substitutivas: 1% ou 2%. Os setores listados no art. 7, da Lei 12.546/2011 pagam 2%, e os listados no art. 8 têm a alíquota de 1%.

A Lei 12.546/2011 vem sendo muito criticada pelos tributaristas, pela sua complexidade. Ela criou diferentes modalidades de desoneração, a depender do setor de atividade econômica da empresa. Didaticamente, podemos classificar a desoneração da folha de pagamento em três formas distintas: a) Desoneração pelo CNAE; b) Desoneração pelo Produto Produzido; c) Desoneração de Serviços Listados na Lei. A lei da desoneração previu, ainda, duas diferentes modalidades para desonerar as empresas: 1) Modalidade tudo ou nada; 2) Modalidade da proporcionalidade. Na modalidade tudo ou nada, o setor contemplado ou está completamente desonerado da contribuição patronal básica de 20%, devendo pagar, em substituição, a CPRB ou não está desonerado. Esta forma é aplicável apenas na desoneração por CNAE. De acordo com a IN 1.436/2013, as empresas para as quais a CPRB estiver vinculada ao seu enquadramento no CNAE deverão considerar apenas o CNAE principal para determinar se estão ou não incluídas na desoneração. O enquadramento no CNAE principal será efetuado pela atividade econômica principal da empresa, assim considerada aquela de maior receita auferida ou esperada (art. 16). A receita auferida deve ser apurada com base no ano-calendário anterior, podendo ser inferior a 12 meses, quando se referir ao ano de início de atividades da empresa. A receita esperada é uma previsão da receita do período considerado e será utilizada no ano-calendário de início de atividade da empresa. Desta forma, se uma empresa possuir receita de atividades desoneradas e também não desoneradas no ano anterior, deve-se apurar qual foi o CNAE principal, com base na que obteve maior faturamento. Se a atividade principal foi a desonerada, a empresa estará totalmente desonerada, mas se a preponderante for a não desonerada, a empresa fica de fora da contribuição substitutiva durante todo o ano seguinte. Para ficar mais claro, vamos citar o exemplo de uma empresa do setor hoteleiro, que está desonerada pelo CNAE (art. 7, IV, da Lei 12.546/2011) e apresente a seguinte situação no mês de janeiro de 2015: Folha de pagamento R$ 1.000.000 20% sobre a folha R$ 200.000 Receita Bruta R$ 4.000.000 Alíquota da CPRB 2%

CPRB R$ 80.000 Na situação demonstrada, o hotel vai deixar de recolher os R$ 200.000 sobre a folha de pagamento e vai pagar os R$ 80.000 sobre a receita bruta, obtendo grande vantagem tributária. Na modalidade da proporcionalidade, o setor contemplado pode estar parcialmente desonerado, tendo parcela de seu faturamento tributado pela CPRB, e pagando parte dos 20% de contribuição sobre a folha de pagamento. É aplicável aos setores que são desonerados em função do produto produzido e na desoneração de serviços listados na lei. A desoneração dos setores industriais é bem mais complexa, uma vez que segue a modalidade da proporcionalidade. Nesta modalidade, a lei lista uma série de códigos de produtos, baseados no NCM Nomenclatura Comum do Mercosul, mesma tabela de códigos usada pela tributação do IPI (TIPI). A produção relativa aos tributos listados está desonerada, enquanto a produção não listada não conta com a desoneração (art. 9, 1, da Lei 12.546/2011). A CPRB incide apenas sobre o faturamento desonerado, e a empresa paga apenas a parte da contribuição previdenciária referente à razão resultante do faturamento não desonerado e o faturamento total. Vamos ao exemplo para facilitar a compreensão. Vejamos a situação do mês de janeiro de 2015 de uma indústria que produza tanto produtos listados na desoneração quanto produtos não listados na desoneração. Folha de pagamento R$ 1.000.000 20% sobre a folha R$ 200.000 Receita Bruta R$ 10.000.000 Receita Bruta de Produtos Desonerados (60%) R$ 6.000.000 Receita Bruta de Produtos não Desonerados (40%) R$ 4.000.000 Alíquota da CPRB 1% Base para a aplicação R$ 6.000.000 CPRB R$ 60.000 Percentual do Faturamento não Desonerado 40% Contribuição Sobre a Folha (40% x R$ 200.000) R$ 80.000 Percebemos no exemplo que a indústria deixou de recolher R$ 120.000 sobre a folha, pagando de forma substitutiva R$ 60.000,00 de CPRB. A economia gerada foi de R$ 60.000,00. Este cálculo da proporcionalidade deve ser feito mensalmente pela empresa, que deve apurar a contribuição previdenciária sobre a receita bruta CPRB e a parcela de contribuição incidente sobre a folha de pagamento. Caso a receita desonerada ultrapasse o percentual de 95%, não se aplica a regra da proporcionalidade, devendo a empresa ficar totalmente desonerada (art. 7, I, e art. 8, 3, da IN 1.436/2013). Da mesma forma, se o percentual desonerado for inferior a 5%, não se aplica a desoneração (art. 9, 5, da Lei 12.546/2011). 27.4 Base de Cálculo da CPRB

A base de cálculo da CPRB está prevista no art. 9, da Lei 12.546/2011, regulamentada pelos artigos 2 e 3, da IN 1.436/2013, conforme segue: 1) A CPRB pode ser apurada, utilizando-se os mesmos critérios adotados na legislação da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS para o reconhecimento no tempo de receitas e para o diferimento do pagamento dessas contribuições; 2) Na determinação da base de cálculo da CPRB, serão excluídas: I - a receita bruta decorrente de: a) exportações diretas; e b) transporte internacional de cargas, observado o disposto no 2º; II - as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos; III - o Imposto sobre Itens Industrializados (IPI), se incluído na receita bruta; e IV - o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário. Ressalte-se que apenas a receita de exportação direta é imune do pagamento da CPRB. Assim, a receita bruta proveniente de vendas a empresas comerciais exportadoras compõe a base de cálculo da contribuição previdenciária sobre a receita bruta. 27.5 A Desoneração na Construção Civil As empresas de construção civil são desoneradas pelo CNAE (412, 432, 433 e 439), adequando-se à modalidade tudo ou nada. As empresas de construção de obras de infraestrutura (421, 422, 429 e 431) também foram inseridas na desoneração da folha de pagamento. Ficou de fora da desoneração apenas a atividade de incorporação (CNAE 411). Existem, entretanto, particularidades em relação ao setor da construção civil. Apesar de a desoneração aplicável ser da modalidade tudo ou nada, nem todas as obras de construção civil, salvo as das empresas de infraestrutura, serão incluídas na desoneração, dependendo da data de início da obra, conforme a seguinte regra (art. 7, 9, da Lei 12.546/2011): I - para as obras matriculadas no Cadastro Específico do INSS - CEI até o dia 31/03/2013, o recolhimento da contribuição previdenciária deverá ocorrer sobre a folha de pagamento, não se aplicando a desoneração;

II - para as obras matriculadas no Cadastro Específico do INSS - CEI no período compreendido entre 01/04/2013 e 31/05/2013, o recolhimento da contribuição previdenciária deverá ocorrer nas regras da desoneração, até o seu término; III - para as obras matriculadas no Cadastro Específico do INSS - CEI no período compreendido entre 01/06/2013 até 31/10/2013, o recolhimento da contribuição previdenciária poderá ocorrer, tanto na forma desonerada, como pela folha de pagamento; IV - para as obras matriculadas no Cadastro Específico do INSS - CEI após 01/11/2013, o recolhimento da contribuição previdenciária deverá ocorrer na forma desonerada; V - no cálculo da contribuição incidente sobre a receita bruta, serão excluídas da base de cálculo, as receitas provenientes das obras cujo recolhimento da contribuição tenha ocorrido sobre a folha de pagamento. Interessante notar que, de acordo com 10, do art. 7, da Lei 12.546/2013, a opção pelo recolhimento pela folha ou pelas regras da desoneração para as obras matriculadas entre 01/06 e 31/10/2013 deveria ser exercida de forma irretratável mediante o recolhimento, até o prazo de vencimento, da contribuição previdenciária na sistemática escolhida, relativa a junho de 2013, ou seja, até o dia 20/07/2013, antecipando-se o prazo se não for dia útil. Ocorre que a Lei 12.844 foi publicada apenas no dia 19/07/2013, no final da tarde de uma sexta-feira, em edição extraordinária do diário oficial, inviabilizando completamente que as empresas pudessem optar pela sistemática da desoneração. Mais um absurdo legislativo... Note-se que tais regras não são válidas para as empresa que tenham CNAE preponderante de infraestrutura, sendo suas obras desoneradas independentemente do seu início. Caso a empresa tenha obras de infraestrutura e de construção civil, deve-se primeiramente apurar qual é a atividade preponderante, tomando como base o faturamento do ano calendário anterior. Sendo a atividade preponderante a de infraestrutura, todas as suas obras de infraestrutura ou de construção civil estarão desoneradas, independentemente da data de início. Se a atividade de construção civil for a preponderante, todas suas obras, seja de construção ou de infraestrutura seguirão a regra da desoneração, dependendo da data da matrícula CEI. Para finalizar, o art. 14, da IN 1.436/2013, dispõe que a contribuição patronal relativa aos segurados administrativos das empresas de construção civil seguirá a mesma sistemática estabelecida para o recolhimento da contribuição previdenciária da empresa, ou seja, caso o CNAE esteja desonerado, a folha dos empregados administrativos estará desonerada, mesmo que trabalhem na administração de obras desoneradas e não desoneradas. 27.6 Setores Contemplados na Desoneração Inicialmente, a Lei 12.546/2011 somente contemplou as indústrias produtoras de vestuário e seus acessórios, incluindo chapéus, cintos, calçados, de insumos de couro e similares, e de Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia da

Informação e Comunicação (TIC) por uma contribuição de 2,5% incidentes sobre o valor da receita bruta, excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. Em 17/09/2012, foi publicada a Lei 12.715/2012, oriunda da conversão da MP 563/2012. Esta lei ampliou a desoneração da folha de pagamento. Os setores beneficiados foram o de análise e desenvolvimento de sistemas; programação; processamento de dados e congêneres; elaboração de programas de computadores, inclusive de jogos eletrônicos; licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; assessoria e consultoria em informática; suporte técnico em informática, inclusive instalação, configuração e manutenção de programas de computação e bancos de dados; planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, empresas que prestem serviços de call center e aquelas que exerçam atividades de concepção, desenvolvimento ou projeto de circuitos integrados, empresas do setor hoteleiro, empresas de transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal, intermunicipal em região metropolitana, intermunicipal, interestadual e internacional. Em 2013 e 2014, estas desonerações foram ampliadas para diversos setores, incluindo o da construção civil, o comercio varejista e para diversos setores industriais e de serviços, com a publicação de uma série de medidas provisórias que alteraram a redação da Lei 12.546/2011 (MP 582, Lei 12.884, MP 634 e MP 651). O art. 7, da Lei 12.546/2011 traz diversos setores desonerados, conforme segue: I - as empresas que prestam os serviços de Tecnologia da Informação TI e de Tecnologia da Informação e da Comunicação TIC; II - as empresas do setor hoteleiro enquadradas na subclasse 5510-8/01 da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE 2.0; III - as empresas de transporte rodoviário coletivo de passageiros, com itinerário fixo, municipal, intermunicipal em região metropolitana, intermunicipal, interestadual e internacional enquadradas nas classes 4921-3 e 4922-1 da CNAE 2.0. IV - as empresas do setor de construção civil, enquadradas nos grupos 412, 432, 433 e 439 da CNAE 2.0; V - as empresas de transporte ferroviário de passageiros, enquadradas nas subclasses 4912-4/01 e 4912-4/02 da CNAE 2.0; VI - as empresas de transporte metroferroviário de passageiros, enquadradas na subclasse 4912-4/03 da CNAE 2.0; VII - as empresas de construção de obras de infraestrutura, enquadradas nos grupos 421, 422, 429 e 431 da CNAE 2.0 Diversos serviços foram listados no 3, do art. 8, da Lei 12.456, conforme segue:

I - de manutenção e reparação de aeronaves, motores, componentes e equipamentos correlatos; II - de transporte aéreo de carga; III - de transporte aéreo de passageiros regular; IV - de transporte marítimo de carga na navegação de cabotagem; V - de transporte marítimo de passageiros na navegação de cabotagem; VI - de transporte marítimo de carga na navegação de longo curso; VII - de transporte marítimo de passageiros na navegação de longo curso; VIII - de transporte por navegação interior de carga; IX - de transporte por navegação interior de passageiros em linhas regulares; e X - de navegação de apoio marítimo e de apoio portuário. XI - de manutenção e reparação de embarcações; XII - de varejo que exercem as atividades listadas no Anexo II da Lei 12.546/2011; XIII - que realizam operações de carga, descarga e armazenagem de contêineres em portos organizados, enquadradas nas classes 5212-5 e 5231-1 da CNAE 2.0; XIV - de transporte rodoviário de cargas, enquadradas na classe 4930-2 da CNAE 2.0; XV - de transporte ferroviário de cargas, enquadradas na classe 4911-6 da CNAE 2.0; e XVI - jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens de que trata a Lei nº 10.610, de 20 de dezembro de 2002, enquadradas nas classes 1811-3, 5811-5, 5812-3, 5813-1, 5822-1, 5823-9, 6010-1, 6021-7 e 6319-4 da CNAE 2.0. Observe-se que há atividades que foram incluídas pela sistemática do CNAE (modalidade tudo ou nada ) e outras que foram simplesmente listadas na Lei, aplicando-se a modalidade da desoneração pela proporcionalidade. Em relação às empresas de varejo citadas no inciso XII, o Anexo II da Lei 12.546/2011 inclui os seguintes setores: Lojas de departamentos ou magazines, enquadradas na Subclasse CNAE 4713-0/01 Comércio varejista de materiais de construção, enquadrado na Subclasse CNAE 4744-0/05 Comércio varejista de materiais de construção em geral, enquadrado na Subclasse

CNAE 4744-0/99 Comércio varejista especializado de equipamentos e suprimentos de informática, enquadrado na Classe CNAE 4751-2 Comércio varejista especializado de equipamentos de telefonia e comunicação, enquadrado na Classe CNAE 4752-1 Comércio varejista especializado de eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo, enquadrado na Classe CNAE 4753-9 Comércio varejista de móveis, enquadrado na Subclasse CNAE 4754-7/01 Comércio varejista especializado de tecidos e artigos de cama, mesa e banho, enquadrado na Classe CNAE 4755-5 Comércio varejista de outros artigos de uso doméstico, enquadrado na Classe CNAE 4759-8 Comércio varejista de livros, jornais, revistas e papelaria, enquadrado na Classe CNAE 4761-0 Comércio varejista de discos, CDs, DVDs e fitas, enquadrado na Classe CNAE 4762-8 Comércio varejista de brinquedos e artigos recreativos, enquadrado na Subclasse CNAE 4763-6/01 Comércio varejista de artigos esportivos, enquadrado na Subclasse CNAE 4763-6/02 Comércio varejista de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal, enquadrado na Classe CNAE 4772-5 Comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios, enquadrado na Classe CNAE 4781-4 Comércio varejista de calçados e artigos de viagem, enquadrado na Classe CNAE 4782-2 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários, enquadrado na Subclasse CNAE 4789-0/05 Comércio varejista de artigos fotográficos e para filmagem, enquadrado na Subclasse CNAE 4789-0/08 Note-se que, em relação ao varejo, a opção legislativa foi a da desoneração pelo CNAE, aplicando-se a modalidade tudo ou nada. O art. 8, da Lei 12.546/2011 traz a sistemática da desoneração para o setor industrial, remetendo ao Anexo I da Lei, que lista todos os códigos de produtos da Nomenclatura Comum do Mercosul, que foram incluídos na desoneração. Tal lista traz mais de 1200 produtos desonerados, sendo sua reprodução incompatível com o escopo deste tópico. A desoneração da indústria segue, então, a modalidade da proporcionalidade, sendo desonerada em função do percentual da receita desonerada em relação ao total. 27.7 A Desoneração do 13 Salário

A contribuição sobre o 13 salário é também substituída pela CPRB. Desta forma, uma empresa que é desonerada desde o início do ano pelo CNAE, deixa de pagar integralmente a contribuição previdenciária patronal básica (20%) sobre o 13 salário. Note-se que a empresa não paga qualquer valor adicional sobre a receita bruta em substituição à contribuição sobre a folha do 13 salário, pois não existe faturamento adicional. Deve pagar a CPRB referente aos 12 meses do ano, em substituição da contribuição de 20% sobre a folha de pagamento de empregados, avulsos e contribuintes individuais dos 12 meses e do 13 salário. Caso, no entanto, uma empresa tenha sido incluída na desoneração pela modalidade CNAE, no curso do ano, ao pagar o 13 salário, deve desonerar-se proporcionalmente em relação aos meses do ano em que esteve desonerada. Vejamos o exemplo numérico: Folha do 13 Salário R$ 1.500.000 20% patronal básico R$ 300.000 Data de ingresso na desoneração 01/05/XX Fração do ano que esteve desonerado 2/3 Valor da contribuição básica sobre a folha do 13 R$ 300.000 x 1/3 = R$ 100.000 Note-se, no exemplo, que a empresa deixou de recolher 2/3 do valor devido referente aos 20% patronais sobre o 13 salário, uma vez que esteve desonerada nesta mesma razão do ano. Situação um pouco mais complexa é a do cálculo do 13 salário de uma empresa industrial que esteja desonerada parcialmente. Nesta situação, para cálculo do percentual da desoneração da contribuição sobre a gratificação natalina, será considerada a receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao mês de dezembro de cada ano-calendário. Assim, deve-se considerar o percentual desonerado médio dos meses compreendidos entre dezembro do ano anterior a novembro do ano corrente. Vamos ao costumeiro exemplo elucidativo: Folha do 13 Salário R$ 3.000.000 20% patronal básico R$ 600.000 Faturamento total de dezembro a novembro R$ 100.000.000 Faturamento desonerado de dezembro a R$ 70.000.000 novembro Percentual médio desonerado 70% Valor da contribuição básica sobre a folha do 13 R$ 600.000 x 30% = R$ 180.000 Percebe-se que a empresa somente ficou obrigada ao pagamento de 30% da contribuição básica sobre o 13 salário, percentual este correspondente à receita não desonerada. 27.8 Retenção de Contribuição Previdenciária das Empresas Desoneradas

No caso de contratação de empresas para execução de serviços mediante cessão de mão de obra, a empresa contratante deverá reter 3,5% do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços. A alíquota tradicional de 11% de retenção das contribuições previdenciárias de prestadores de serviço é reduzida para 3,5%, quando se tratar de contratação de empresas abrangidas pela desoneração da folha de pagamento (art. 9, IN 1.436/2013). Desta forma, serviços de Tecnologia da Informação e Tecnologia da Informação e Comunicação (TI e TIC), de teleatendimento, de transporte de passageiros, de manutenção e reparação de aeronaves e embarcações, de suporte técnico em informática, de construção civil, devem sofrer retenção de 3,5%. Tal redução objetiva ajustar o valor da retenção ao novo valor a pagar de contribuição previdenciária sobre a folha das empresas desoneradas. Explica-se: uma empresa que antes da desoneração possuía uma alíquota agregada de 30% sobre a folha de pagamento (20% patronal + 2% SAT + 8% de segurados), com a desoneração dos 20% patronais, reduziu 2/3 do valor a pagar da contribuição previdenciária devida. Nada mais racional que se fazer a redução de cerca de 2/3 da alíquota de 11% de antecipação tributária, motivando o estabelecimento da alíquota de 3,5%. Obviamente, todas as demais regras de retenção de prestação de serviço já estudadas se aplicam também à retenção das empresas desoneradas. 27.9 A Desoneração e as Empresas do Simples As empresas optantes pelo Simples Nacional substituem tributos federais (PIS, COFINS, IPI, CSLL e IRPJ), estadual (ICMS), municipal (ISS) e todas as contribuições patronais previdenciárias e também as referentes a outras entidades e fundos por um percentual incidente sobre o faturamento. Algumas atividades, todavia, apesar de poderem ser incluídas no Simples, não substituem as contribuições previdenciárias patronais, conforme 5º-C, do art. 18, da LC 123/2006 (atividades previstas no seu Anexo IV da citada LC). São elas: I - construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; II - serviço de vigilância, limpeza ou conservação. III - serviços advocatícios. +- De acordo com o art. 19, da IN 1.436/2013, a desoneração da folha de pagamento é aplicável à empresa que seja optante pelo Simples Nacional, desde que: I - esteja sujeita, mesmo que parcialmente, à contribuição previdenciária incidente sobre a folha de pagamento, na forma prevista no 5º-C do art. 18 da Lei Complementar nº 123/2006; e II - sua atividade principal, assim considerada aquela de maior receita auferida ou esperada, esteja enquadrada nos grupos 412, 432, 433 ou 439 do CNAE, ou seja, devem ser de construção civil.

Desta forma, a Microempresa ou Empresa de Pequeno Porte que exerça, concomitantemente, atividade enquadrada no Anexo IV, em conjunto com outra atividade, contribuirá de forma desonerada, pagando 2% de CPRB em relação à receita auferida nas atividades enquadradas de construção. 27.10 Procedimento da Desoneração As empresas desoneradas devem pagar a CPRB relativa ao faturamento desonerado por meio de DARF Documento de Arrecadação da Receita Federal. Devem, também, apurar o percentual de desoneração da folha de pagamento e se compensar na GFIP do valor da desoneração, reduzindo as contribuições a pagar. Vejamos o exemplo de uma empresa totalmente desonerada: Valor dos 20% sobre a folha R$ 100.000 Receita Bruta R$ 2.000.000 Alíquota CPRB 2% CPRB R$ 40.000 Valor Lançado no Campo Compensação R$ 100.000 da GFIP Neste exemplo, a empresa pagou R$ 40.000 de CPRB e se compensou de R$ 100.000 de contribuição patronal, uma vez que ela é totalmente desonerada. Caso esta empresa tenha mais de um estabelecimento, deve lançar o valor da compensação em todos eles, zerando os 20% patronais sobre a folha de pagamento. Ela deverá, também, lançar mensalmente em DCTF Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais o valor da CPRB a pagar, neste caso, R$ 40.000. Deve, ainda, declarar mensalmente o faturamento desonerado na Escrituração Fiscal Digital EFD Contribuições. Caso a empresa seja desonerada proporcionalmente, deve seguir o mesmo ritual, replicando o percentual da desoneração em todos os estabelecimentos da empresa. Assim, caso ela seja 60% desonerada, deve lançar no campo de compensação da GFIP de cada estabelecimento o valor referente a 60% dos 20% da contribuição previdenciária básica, recolhendo apenas os 40% restantes.