O dia a dia na Educação Infantil



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- SEPesq Ninon Rose Medeiros dos Santos Graduanda em Pedagogia UniRitter ninon_medeiros@hotmail.com Vanina Machado Petenuzzo Graduanda em Pedagogia UniRitter vanina_machado@hotmail.com Orientadora Andrea Bruscato Mestre em Educação UniRitter andrea_bruscato@uniritter.edu.br O dia a dia na Educação Infantil Resumo: O presente trabalho apresenta reflexões sobre o dia a dia da educação infantil. Ele começará falando sobre o período de adaptação e a entrada da criança na creche e pré-escola. Depois, comentará sobre o brincar e suas relações com a aprendizagem, e a descoberta através das interações entre os pares, com os objetos, com os professores e outros adultos da comunidade escolar. A criança tem direito a aprender os conhecimentos culturais e necessários para viver no mundo atual, na diversidade de experiências, sentindo-se segura e contente ao fazê-lo. Para tanto, é necessária uma educação que a respeite e encaminhe-a para seu desenvolvimento. A escola infantil deve ser um espaço de arte, conhecimento, brincadeiras, experiências, trocas e aprendizagens. Como disse Vieira (2009), a escola deve ser um espaço socialmente organizado para o desenvolvimento das aprendizagens das crianças; deve possibilitar inúmeras mediações, qualitativamente diferentes e interessantes. A escola de educação infantil, com todos os seus espaços, físicos internos e externos, apresentam-se como parte significativa do mundo infantil. Por fim, este artigo falará sobre a importância da formação continuada para o professor e encerrará apresentando as conclusões que a pesquisa nos oportunizou. 1 Introdução A entrada na escola representa um momento importante para a vida social da criança. Logo ela passará a reconhecer-se em um grupo de pares,

- SEPesq com outras crianças e adultos, realizando descobertas em um ambiente voltado para essa faixa etária. A separação da criança e sua família afeta diretamente às crianças e também aos pais. Algumas irão se adaptar facilmente, enquanto outras demorarão um pouco mais. Segundo Oliveira (2001, p. 18), O ingresso na escola infantil é um marco na vida da criança, pois exige dela uma adaptação a um novo contexto. A criança redimensiona seus padrões de relação, seus comportamentos, suas concepções de mundo, após a sua entrada na escola. Para a família, esse início de escolarização também representa uma grande mudança, sendo um desafio que pais e mães têm de enfrentar. É um momento delicado e importante, já que a família se sente ambivalente tanto para estimular a autonomia da criança, quanto para confiar na Instituição. As crianças têm de lidar com um ambiente novo, diferente e desconhecido, por isso é importante que o professor esteja atento às reações das mesmas. Quanto mais crianças já estiverem adaptadas, mais fácil será a adaptação das crianças novas, no sentido da oportunidade do professor em ter um olhar mais cuidadoso para aquelas que estão precisando de mais atenção. Sem contar que as crianças já adaptadas, estarão mais disponíveis e dispostas para auxiliar e interagir de forma positiva com as crianças que estão chegando. Ao entrar na creche ou na pré-escola a criança se depara com um novo ambiente, composto de adultos e crianças com os quais ela nunca interagiu. O distanciamento da família por longas horas do dia e a inserção em um novo ambiente, com rotinas específicas, exigirão da criança uma grande capacidade de adaptação. No entanto, este aspecto não diz respeito apenas à criança, mas exige de sua família e também dos/as profissionais que atuam na escola infantil um processo de adaptação. (CRAIDY & KAERCHER, 2001, p.32). Finalizado o processo de adaptação, começa a surgir a rotina das crianças e professores. Este artigo propõe-se a dialogar sobre o dia a dia da educação infantil a partir de nossas observações e projeto de intervenção realizado em uma turma de maternal. A pesquisa fez parte do projeto interdisciplinar do 3º semestre do curso de pedagogia.

- SEPesq 2 Os espaços como mediadores de aprendizagem Sabe-se que a organização dos espaços na educação infantil é essencial, pois ajuda a desenvolver habilidades e potencialidades dos alunos. Assim, os espaços da sala de aula também devem ser pensados e planejados para a acolhida das crianças novas e sua interação com o grupo de colegas, objetos e professores. A escola deve ser um espaço socialmente organizado para o desenvolvimento das aprendizagens das crianças, deve tornar possível inúmeras mediações, qualitativamente diferentes. A escola de educação infantil e seus diferentes espaços físicos internos e externos compõem parte significativa do processo de ensino e aprendizagem das crianças pequenas. (VIEIRA, 2009, p.16). Durante nossas observações, constatamos que as salas de aula possuíam espaços para as crianças brincarem e fazer a rodinha; nas paredes haviam produções expostas, assim também nos corredores para que pais, visitantes e outras turmas pudessem acompanhar as aprendizagens e descobertas das crianças. Entende-se que para Wallon (1989), a atividade humana é eminentemente social. A instituição de Educação Infantil é um lugar privilegiado para que essas atividades se desenvovam para além do ambiente familiar, por ser um meio, muitas vezes, mais rico que o da família, na medida em que é mais diversificado e pode oportunizarr às crianças convivência entre si e com outros adultos que não são seus pais. (HORN, 2003, p.106). As professoras possuiam um cuidado muito grande com os trabalhos realizados pelas crianças. Ao expor as produções, a escola assumiu uma concepção na qual os alunos são construtures de conhecimento. Segundo Barbosa e Horn (2008, p. 59): A comunidade e, em especial, os pais são ótimos informantes para as crianças. Para que eles acompanhem os trabalhos escolares, é importante que a escola mantenha-os informados sobre os trabalhos que estão sendo realizados pelas crianças e sobre oe temas estudados. Essa comunicação pode ser feita por meio de reuniões,

- SEPesq bilhetes, cartazes afixados na sala de aula ou no hall de entrada da escola.este e um momento que as crianças gostam muito. Mesmo na educação infantil, o ambiente deve ser alfabetizador; as crianças devem entrar em contato com a escrita e leitura através de mural, da chamadinha, as produções realizadas pelas crianças expostas na sala, livros e outros cartazes. A biblioteca tamém deve ser utilizada pelas crianças, possibilitando-as manusearem diferentes portadores de textos, fantoches além de reconhecer o espaço como local de pesquisa e informações. Cabe destacar que a criança que convive em um ambiente desafiador, do ponto de vista lingüístico (que contenha livros, painéis escritos, revistas, jornais, cartazes, embalagens, denfim, marcas de linguagem escrita) demonstrará nesta fase interesse pela escrita. Não raro, se perguntarmos para uma criança o que ela está fazendo ouviremos escrevendo. (CRAIDY; KAERCHER, 1998, p.74). 3 O brincar e a aprendizagem dos pequenos No dia a dia escolar, o desenvolvimento das crianças ocorre através das relações, ludicidade, socialização, rotinas e limites. A aprendizagem acontece quando o sujeito dá sentido ao que está sendo proposto, tendo relação com o concreto. Durante nossas observações, acompanhamos a rotina das crianças, desde a chegada até o lanche, passando pelo brincar como fonte motivadora da aprendizagem e descoberta. Observamos que as crianças não têm autonomia para decidirem com o que querem brincar; elas ficam sentadas esperando os jogos ou brinquedos que a professora estipula para eles naquele momento e assim ficam até o horário do lanche que ocorre às 9h30min. Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 22): Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, pode se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva a imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais.

- SEPesq Durante a atividade, percebemos que as crianças tiveram uma grande curiosidade em relação aos binóculos das cores, brinquedo confeccionado por nós e levado até a sala, como objeto de mediação e aprendizagem. Observamos o encantamento com o brinquedo, procurando olhar tudo em volta, entrando num mundo mágico de criatividade e imaginação. Brincar caracteriza a educação infantil; é brincando que a criança conhece a si mesmo e ao mundo ao seu redor, brincando a criança aprende. Com essa pesquisa, observamos que as crianças colocam seus sentimentos, seus medos, imitam os pares, imaginam... Craidy e Kraecher (1998, p. 94) dizem que a função do faz de conta é reviver situações que lhe causam excitação, alegria, medo, tristeza, raiva ou ansiedade. Ela pode através deste jogo mágico, expressar e trabalhar as fortes emoções muitas vezes difíceis de suportar. Brincar também desenvolve a autonomia, através da negociação, retomada de regras, conceitos e posicionamentos individuais e coletivos. A educação infantil é uma etapa imprescindível para o aprendizado, por isso consideramos ser de extrema importância que os educadores se qualifiquem e busquem um ensino inovador. 4 A formação continuada dos professores Em nossa concepção, a formação continuada de professores e funcionários é de fundamental importância, pois toda escola deve oferecer cursos de especialização, palestras e estimular seus educadores a buscar novos conhecimentos. Sabemos que o professor tem o papel de levar o aluno a um entendimento da importância do que ele aprende e estimular e busca por novos conhecimentos. Segundo a Resolução CNE/CEB Nº 5/2009: Programas de formação continuada dos(as) professores(as) e demais funcionários(as) integram a lista de requisitos básicos para uma educação infantil de qualidade. Tais programas são direito dos(as) professores(as) previsto no art. 67, inciso II, da LDB 9394/96. Eles devem promover a construção da identidade profissional, bem como o aprimoramento da prática pedagógica, possibilitando a reflexão sobre os aspectos pedagógicos, éticos e políticos da prática docente cotidiana. (BRASIL, 2009).

- SEPesq O professor também é responsável pela sua mudança e formação, de forma a qualificar-se cada vez mais. Outro fator importante é que o professor deve conhecer o Projeto Político Pedagógico (PPP) da sua escola. A base do Projeto Político Pedagógico está sedimentada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB 9394/96 de 20 de dezembro de 1996, a qual diz em seu artigo 12 que: os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comum e as de seu sistema de ensino, terão a incumbência de: I elaborar e executar sua proposta pedagógica. No artigo 13, remete as questões propostas no artigo 12, dizendo que: os docentes incumbir-se-ão de; I participar de elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino. II elaborar e cumprir o plano de trabalho, segundo as propostas pedagógica de ensino. Ainda sobre o mesmo enfoque, no artigo 14, incisos I e II, retratam a importância dos profissionais da educação e da comunidade escolar na construção do projeto pedagógico da escola. Cabe aqui ressaltar que o Projeto Político Pedagógico é a identidade da escola e indica caminhos para ensinar com qualidade. Sendo assim, é uma ferramenta de planejamento e avaliação que todos os membros da equipe devem consultar a cada tomada de decisão. Lembrando que esse é um instrumento que todos devem participar da elaboração, inclusive a comunidade. 5 Conclusão A partir das observações e com olhar de futuras pedagogas, aprendemos mais sobre as crianças, seus gestos, curiosidades e modos de se expressarem no cotidiano escolar. O tempo delas é diferente dos adultos; nas atividades longas dispersam rapidamente e cabe a nós educadores estar sempre atentos e inovar as propostas para conseguirmos chamar a atenção, despertando-lhe o interesse. A criança é como pipoca e tem seu tempo e momento certo para estourar, aprender, descobrir. O papel do educador é orientar as crianças respeitando a capacidade de cada uma. Incentivá-las deixando que se sintam à vontade e que se expresse da sua maneira. A pesquisa foi um momento importante, no qual aprendemos e refletimos sobre o dia a dia da educação infantil. O caminho é longo, mas nos sentimos desafiadas e prontas para enfrentar a jornada que se apresenta pela frente.

REFERÊNCIA: - SEPesq BARBOSA, Maria Carmem Silveira, HORN, Maria da Graça Souza. Projetos pedagógicos na educação infantil. Porto Alegre: Artemed Editora, 2008. BARCELLOS, Gládis Maria Ferrão; NEVES, Iara Conceição Bitencourt. A hora do conto: da fantasia ao prazer de ler. Porto Alegre: Sagra Luzzatto BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: 24 de jun. de 2015. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 10 de jun. de 2015. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF,1998. BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional da Educação. Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb005_09.pdf>. Acesso em: 6 de jun. de 2015. CRAIDY, Carmem Maria; KAERCHER, Gládis Elisa P. da Silva (Org.). Educação Infantil: prá que te quero? Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. HADDAD, Lenira; HORN, Maria da Graça Souza. Criança quer mais do que espaço. Educação infantil. São Paulo, 2011. MACEDO, Lino. Ensaios pedagógicos: como construir uma escola para todos? Porto Alegre: Artmed Editora, 2005. OLIVEIRA, Zilma de Moraes Ramos de, et al. Creches: crianças, faz deconta e cia. Rio de Janeiro: Vozes, 2001. PORTO ALEGRE. Resolução n. 003, de 25 de janeiro de 2001. Conselho Municipal da Educação de Porto Alegre. Disponível em: <

- SEPesq http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/smed/usu_doc/res00301.pdf>. Acesso em: 16 de maio de 2015. RAPOPORT,Andrea et alli. O dia a dia na Educação Infantil. 2 ed. Porto Alegre: Mediação, 2014. P.115. ISBN 978-85-7706-071-9. SANTOS,Santa Marli Pires dos; CRUZ, Dulce Regina Mesquita da. Brinquedo e infância: um guia para pais e educadores em creche. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.