INTERFACE ENTRE ENSINO DE CIÊNCIAS E MÚLTIPLAS LINGUAGENS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE INTERVENÇÕES DO PIBID SANTOS, Thabata Caroline de Oliveira 1 - UFPR CAZÓN, Heron 2 - UFPR TAMADA, Marcelo Hideki 3 - UFPR Grupo de trabalho- Práticas e estágios na licenciatura Agência financiadora- CAPES Resumo Visando melhorias na área da educação básica as instituições de ensino e seus membros vêm buscando meios de diversificar as formas de abordagem dos conteúdos programáticos, explorando múltiplas linguagens, procurando atingir de maneira mais abrangente os sujeitos membros de heterogêneos grupos que formam a escola contemporânea. É nesse contexto que se insere o projeto PIBID e a interface entre o ensino de ciências e as múltiplas linguagens. Utilizando novas formas de abordar os temas propostos por professores, os bolsistas do programa buscam aliar o ensino de ciências às linguagens diferenciadas como jogos teatrais, ferramentas audiovisuais e histórias em quadrinho. O uso dessas diferentes linguagens vem se mostrando produtivas para o desenvolvimento do interesse de alunos dos ensinos fundamental e médio, na medida em que os incentiva a explorar novas maneiras de interagir entre eles e com o conhecimento através de diferentes pontos de vista. Durante o desenvolvimento dos jogos teatrais, foi possível explorar novas áreas como: comunicação, diálogo, versatilidade, criatividade, concentração e linguagem corporal. Aspectos que enriquecem a formação do aluno tanto na parte científico-cultural quanto humana. As intervenções com o uso da linguagem audiovisual permitiu motivar os alunos para a aprendizagem, ao trazer de maneira impactante, diversas imagens que servem de apoio para que os alunos façam conexões entre o conteúdo estudado e a realidade. As presentes observações feitas em sala de aula, relativas ao uso de múltiplas linguagens, sugerem que ela podem enriquecer muito as abordagens de conteúdos, além de ser um diferencial na formação sócio educacional de estudantes. Palavras chave: Ensino de Ciências. Jogos Teatrais. Linguagem Audiovisual. PIBID. 1 thabataoliveira8@hotmail.com 2 heroncazonsp@hotmail.com 3 marcelohidekitamada@gmail.com
23404 Introdução O Curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná tem por objetivo formar profissionais capazes de atuar nas diversas áreas da Biologia, dentre as quais se encontra a docência. A formação com qualidade de um professor é de suma importância para a sociedade e depende de diversos fatores, os quais vão além de dom ou talento. Esta formação requer sólida base teórica aliada à prática em sala de aula. Durante o curso de Ciências Biológicas, recebemos um referencial teórico extenso, porém, somente nos deparamos propriamente com a experiência de sala de aula, no período de estágio na disciplina Prática em Docência, o qual ocorre no último ano da graduação. Dessa forma, sentimos carência dessa prática na escola, assim como da vivência e conhecimento do ambiente de trabalho, para o qual estamos nos preparando. Com a intenção de saciar essa carência e conhecer a realidade da escola pública, tomamos a iniciativa de participar do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), desenvolvido pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), o qual tem por objetivo o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. Entretanto, o projeto do qual participamos visa algo além do que esta melhoria na formação de professores. Seu objetivo é a interface entre ensino de ciências e múltiplas linguagens, pois se entende que é necessária a articulação entre ciência e cultura, possibilitando aos alunos maior expressividade por meio de diferentes linguagens, por exemplo, produção de vídeo, de histórias em quadrinhos, de contos de ficção científica, de jogos teatrais. Atualmente as escolas e os professores vêm buscando cada vez mais diversificar as formas de ensino e de abordagem de conteúdos visando melhorar a qualidade da aprendizagem e ratificar o interesse dos estudantes pelo conhecimento escolar. Em uma visão de ensino de ciências mais passiva, comumente enfatizam-se estratégias em que os alunos apenas recebem informação e conteúdo de maneira quase mecânica, focando-se principalmente no conceitual e teórico das definições científicas. Dessa forma, aprender ciências consistiria em repetir palavras difíceis (BIZZO, 2002, p. 30). Concebendo o ensino desse modo, os professores se ancoram basicamente em abordagens e ferramentas como o livro didático não buscando alternativas para enriquecer o panorama científico-cultural dos estudantes.
23405 Nesse contexto, objetivando a ampliação do prisma de atuação dos professores e dos alunos, procurando promover a substituição da forma passiva e mecânica que tem dominado as salas de aula, e visando a um ensino mais dinâmico, diferenciado e que contemple as diferenças entre os alunos, é que a proposta do PIBID se insere. Uma vez que acreditamos que, como aponta Orlandi (2008, p. 39): A escola, no entanto, evita, escrupulosamente, incluir em sua reflexão metodológica e em sua prática pedagógica a consideração de outras formas de linguagem que não a verbal e, no âmbito dessa, dá mais valor à escrita que à oralidade. Isso representa a expressão do maniqueísmo escolar, que vê em outras formas de linguagem sua manifestação rebaixada. Neste texto relataremos nossa experiência, iniciada em outubro de 2012 até o presente momento, das produções e intervenções que temos feito no âmbito desse projeto. Ou seja, utilizando das múltiplas linguagens como teatro, literatura, vídeos, histórias em quadrinhos e ficção científica temos proposto atividades para o ensino de ciências do nível fundamental e de Biologia do nível médio. Apresentamos a seguir cada uma das atividades desenvolvidas. Intervenções teatrais Dentre as linguagens que abordamos nas aulas do ensino fundamental e médio estão os jogos de improvisação teatral, os quais foram utilizados para avaliação da compreensão dos conteúdos ministrados e como apoio às aulas expositivas. Optamos pela improvisação teatral por acreditar que ela promove interação entre os alunos ao estimular as relações sociais de cooperação e proporcionar maior liberdade àqueles que possuem dificuldades com outras formas de expressão, como a escrita, por exemplo. Dessa forma, os jogos fortalecem a integração entre os núcleos heterogêneos presentes nas salas de aula e o enriquecimento sociocultural na medida em que as atividades teatrais exploram a formação humana. Em uma das intervenções, foram trabalhados inicialmente os temas do conteúdo programático da escola como astronomia e ecologia, no ensino fundamental e fisiologia humana no ensino médio, com ênfase nos sistemas endócrino, excretor e nervoso. Com a
23406 intenção de maximizar a interação dos alunos e estimular a construção do conhecimento, procuramos explicar tais temas por meio de perguntas, permitindo que os alunos refletissem sobre o assunto e chegassem à resposta mais adequada. Após essa explanação teórica utilizamos os jogos teatrais para avaliação. Foi trabalhado o jogo Máquina Humana no ensino fundamental, abordando os assuntos de Ecologia e Astronomia. Na dinâmica, os alunos foram divididos em grupos de até seis pessoas, e deveriam representar algum mecanismo ou modelo ecológico estudado durante a aula. Essa representação só poderia ser feita em conjunto através de expressões corporais, não sendo permitido o uso de falas, somente sons. Durante o jogo os alunos tinham a possibilidade de atuar e também apreciar as atuações dos colegas, pois os expectadores deveriam avaliar e descobrir que tipo de sistema estava sendo interpretado pelos outros grupos. Os alunos demonstraram grande dedicação em esclarecer aos expectadores o modelo que estavam interpretando, a participação foi bastante significativa, trazendo uma resposta positiva para aula. Com o intuito de incentivar os estudantes a aceitarem o jogo e participarem dele, foi realizado um exercício de aquecimento, para criar um clima favorável ao uso da expressão corporal e trabalho em grupo. Houve a princípio alguma insegurança quanto ao método e certo receio em relação à exposição perante os outros estudantes, porém logo essas sensações iniciais foram substituídas pela curiosidade e descontração. Ao assistirem a um exemplo ministrado pelos estagiários do PIBID, logo os alunos animaram-se para participar e aceitaram a ideia do jogo de improvisar da forma mais simples possível, sem apego a muitos detalhes ou minúcias. Assim, os grupos demostraram inspiração natural para interpretar seus temas e trabalhar de modo a formar um conjunto conciso e coerente com a proposta. Os estudantes que formavam a plateia observaram os grupos com admiração e buscaram sempre atenção para perceber cada detalhe que pudesse expor o modelo ali demonstrado. De maneira geral, todos os participantes mostraram-se satisfeitos com os resultados apresentados durante o jogo e puderam esclarecer dúvidas e revisar de modo diferenciado o conteúdo ligado à ecologia estudado naquele período. O jogo proposto nas turmas do ensino médio intitulava-se Quem sou eu? e caracterizava-se pelo uso de cartas, as quais representavam um determinado componente dos sistemas fisiológicos estudados. As turmas foram divididas em dois grupos, sendo que os
23407 alunos deveriam escolher uma carta e através de mímicas ou encenação com palavras, proporcionar ao seu grupo dicas para que esses descobrissem qual órgão ou estrutura ele estava representando, sendo que em cada carta havia palavras chaves que deveriam ou não ser ditas. No decorrer do jogo os alunos foram incentivados a participar encenando, no entanto, em nenhum momento essa participação foi obrigatória. Em um primeiro instante, somente aqueles mais desinibidos disponibilizaram-se a ir à frente da turma e representar, entretanto, durante o jogo os alunos demonstraram aumento de interesse e interação entre eles e perderam o receio em participar. No fim, praticamente todos os membros dos grupos participaram do jogo e dispuseram-se a improvisar. De maneira geral todos os alunos demonstraram bom domínio do conhecimento. Em outra intervenção, no Ensino Fundamental (7, 8 e 9 anos), o assunto trabalhado foi sobre astronomia. O conteúdo foi divido em quatro aulas e os temas eram: Sistema Solar, Estrelas, Fases da Lua e Gravidade. Após a mediação teórica sobre os temas, houve uma intervenção com os jogos teatrais, cujo foco foi colocar em prática os conceitos apropriados nas aulas anteriores. A turma foi dividida em grupos e um tema foi selecionado para cada grupo, durante a apresentação de um grupo o restante dos estudantes participava como plateia. Foram lançadas regras que nortearam a dinâmica, sendo elas: não poder sonorizar durante a apresentação e apenas representar com mímicas o tema em jogo. Antes da apresentação cada grupo se reuniu em um espaço separado para discutirem rapidamente o que fariam. A ideia do jogo é justamente improvisar, sem que haja uma predefinição do papel de cada participante, do o que, quando ou como fazer. E que, fundamentalmente, os membros integrantes do grupo assumam posturas, podendo conduzir ou instigar que todos interajam com a proposta em jogo, uma vez que acreditamos que, como aponta Spolin (SPOLIN, 2001, p.33 apud DESGRANGES, 2011, p.116): A avaliação verdadeira, que está na base do problema (foco) a ser solucionado, elimina as críticas e julgamento de valores e dissolve a necessidade de o professor/jogador e/ou o jogador/aluno dominar, controlar, fazer preleções e/ou ensinamentos. Esta interação e discussão interativa entre jogadores e grupos de jogadores desenvolvem confiança mútua. Forma-se um grupo de parceiros e todos estão livres para assumir responsabilidade pela sua parte do todo, jogando. No decorrer da apresentação, a plateia sugeria possíveis temas, até que alguém falasse, justamente, algo que remetia ao assunto apresentado. Posteriormente ao acerto, os improvisadores explicavam o que representavam e qual o contexto do todo. De início, houve
23408 certa resistência por parte dos membros constituintes do jogo, entretanto, essa dificuldade foi superada quando um integrante tomou a frente e, automaticamente, os demais se identificaram com a ação em prática e se comunicaram, interagiram, ajudaram a cena, até que surgiu uma representação clara. É válido ressaltar que o tempo para a discussão do papel de cada integrante na cena foi rápido, pois a intenção do jogo é justamente improvisar, portanto, uma maneira mais construtiva, interativa, perceptiva de jogar é eliminar o pensamento de como fazer. Mesmo porque o improviso prioriza a construção imaginativa. Os coordenadores estagiários do PIBID e professor não descartaram a possibilidade do aluno inovar, pois havia a expectativa de que os jogadores encontrassem caminhos e respostas inesperadas para as adversidades encontradas. O jogo em si não tem o propósito de fazer com que os alunos demonstrem profundamente os conhecimentos intrínsecos sobre determinado tema e sim como uma proposição de experiências, nas quais o participante está num processo de construção desde a formulação de uma descoberta até a elaboração de suas respostas. Neste tipo de Jogo todas as pessoas são capazes de atuar no palco. As pessoas que desejarem são capazes de jogar e aprender a ter valor no palco.spolin (2001, apud HARTMANN & FERREIRA, 2010, p.50) Assim é possível que os alunos se envolvam na atividade proposta, uma vez que serão ativamente atuantes e principalmente expectadores críticos. A riqueza de recursos que as práticas de improviso teatral abrangem, puderam ser bem exploradas pelos estudantes, na medida que aplicamos jogos visando à construção do saber contextualizado aos temas abordados, os quais permitiram interpretação, diálogo e integração entre os participantes, incentivando a versatilidade e o desenvolvimento da curiosidade, criatividade, motivação e autonomia. Aspecto que modificou de forma positiva a formatação das atividades docentes, uma vez que os alunos puderam sair de seu papel apenas passivo e abstrair ideias de sua própria criação relacionando aquilo que estudaram com a proposta oferecida a eles, exercitando formas diferenciadas de construção de pensamentos. Outro fator bastante importante nas atividades é a possibilidade de refinar capacidades menos exploradas em sala de aula como: diálogo, concentração, encenação, participação ativa e linguagem corporal. Intervenções audiovisuais:
23409 Em nossas intervenções nas escolas, também utilizamos recorrentemente as ferramentas audiovisuais na forma de vídeos acerca dos temas trabalhados em sala de aula. Tal recurso foi escolhido, por acreditarmos que o ensino de ciências e biologia se constitui de dois importantes componentes, a base teórica e a experiência prática. Entretanto, nos deparamos muitas vezes, na impossibilidade de demonstrar de forma prática, determinados fenômenos que seriam mais bem compreendidos quando visualizados. No estudo das reações fisiológicas, por exemplo, esse fato é evidenciado pela necessidade de visualizar o funcionamento dos órgãos e sistemas para melhor entender como esses trabalham. Assim, utilizamos o vídeo para ilustrar o funcionamento dos sistemas fisiológicos humanos e auxiliar na compreensão de como tais sistemas atuam. Outro fato que torna vídeos e imagens importantes no ensino é que eles são inerentes à atual sociedade, uma vez que, todos os dias nos deparamos com programação informativa transmitidas na forma de vídeos pela televisão ou sites da internet. Crianças e adolescentes, em geral, estão adaptados a essa tecnologia e com isso ela atinge de forma diferenciada o aluno, pois fala a linguagem dele, e como afirma Rosa (2000, p. 33): Um filme ou um programa multimídia têm um forte apelo emocional e, por isso, motivam a aprendizagem dos conteúdos apresentados pelo Professor. Além disso, a quebra de ritmo provocada pela apresentação de um audiovisual é saudável, pois altera a rotina da sala de aula. Em uma das intervenções feitas em sala de aula, foi utilizado um trecho de um desenho animado bem conhecido nos canais midiáticos O pica-pau. Apresentamos aos alunos um trecho curto do desenho animado para inserir o tema da aula sobre composição dos alimentos. O desenho animado apresentado, logo de início, chamou a atenção de todos na sala. Logo após o término, alguns já lançaram inúmeras perguntas que chamaram mais atenção. É claro que algumas das perguntas questionadas não faziam parte do tema da aula, porém serviu de modo a instigar a curiosidade pelo conhecimento. Uma das perguntas serviu como uma alavanca para que o professor inserisse, de fato, o assunto a ser trabalhado. A intenção do desenho animado, dos filmes de ficção científica é que a partir dessa observação do material audiovisual, surjam problematizações de cenas, fenômenos, conceitos apresentados. É importante salientar que a ficção científica tem o papel de suscitar a criticidade, instigando os estudantes sobre os fatos observados.
23410 Nas turmas do ensino fundamental, utilizamos trechos do filme Viagem a Lua do diretor francês Georges Méliès, com o intuito de apresentar uma visão ficcional a respeito da temática lunar dentro do campo da astronomia em conjunto com um vídeo de um lançamento de foguete real, para permitir aos alunos comparar as imagens e expressões utilizadas na ficção e a situação real. Com isso foi possível discutir vários conceitos, ausentes na ficção, mas que interferem na realidade. Intervenções com a história da ciência e história em quadrinhos Para trabalhar a história da ciência optamos por abordar personagens importantes que contribuíram com a astronomia e que se confrontaram com questões religiosas daquele momento. A leitura pelos alunos do ensino fundamental de uma história em quadrinhos (HQ) possibilitou elucidar que o processo de construção do conhecimento científico ocorre por meio de discussão, que está em constante mudança, portanto é dinâmico. Também possibilitou a desmitificação do trabalho dos cientistas, mostrando que a ciência é feita por pessoas comuns e que não acontece de uma hora para outra, mas perpassa um processo extenso. Nesse primeiro momento oferecemos para leitura uma HQ confeccionada por um dos bolsistas do PIBID, nas próximas inserções o objetivo é fazer com que os estudantes criem suas próprias histórias em quadrinhos. Considerações Finais Dentro das salas de aula, os professores de ciências e biologia se deparam diariamente com alunos com personalidades, características e proficiências diversas. Tais alunos possuem diferentes maneiras de se expressar, no entanto, a escola tende a priorizar as aulas expositivas e as ferramentas avaliativas que valorizam a memorização e a escrita, deixando em segundo plano outras formas de manifestação de apropriação do conhecimento, com isso não desenvolvem outras capacidades dos alunos. Desse modo, as múltiplas linguagens no ensino de ciências são alternativas de mediação pedagógica para atingir mais estudantes, ao abordar possibilidades de
23411 expressividades diferenciadas. Portanto, todas as formas de expressão são beneficiadas, além da possibilidade da descoberta de novas capacidades por parte dos estudantes. Nas intervenções teatrais realizadas nas escolas, observamos uma resistência inicial da maioria dos alunos, no entanto, no decorrer das dinâmicas houve o rompimento dessas barreiras e a interação da turma como um todo. Tal fato nos permite concluir que o uso dos jogos de improvisação na sala de aula modifica a rotina da turma, causando estranhamento, porém em um segundo momento possibilita que as relações sociais entre os discentes sejam ampliadas, permitindo que eles socializem com pessoas externas ao seu círculo de amizade tradicional. Além disso, o teatro traz aos alunos uma interação diferenciada com o objeto de estudo, fazendo com que eles se apropriem mais facilmente do conhecimento, bem como propicia àqueles com dificuldades em se expressar pela escrita, a possibilidade de transmitirem suas ideias através da oralidade, interpretação e expressão corporal. O uso de ferramentas audiovisuais é outra maneira de proporcionar a construção do conhecimento nos alunos. As imagens e os vídeos possuem forte apelo emocional, conseguindo sensibilizar os estudantes acerca do tema trabalhado, além de servir como experiência prática na impossibilidade de sua realização. Observamos que as intervenções audiovisuais atingiu muito mais os alunos do que a aula expositiva, pois durante a exibição dos vídeos a turma demonstrou mais atenção e curiosidade, em comparação à explanação teórica. No âmbito da histórica da ciência surge para nós bolsistas deste projeto, a percepção do entusiasmo pela ciência, uma vez que ela pode mostrar aspectos relativos às semelhanças e adversidades dos resultados encontrados pelos vários ramos das ciências, podendo ser satisfatórios ou não. E essa perspectiva sendo estudada por estudantes do ensino fundamental e médio por meio das HQ, que é uma linguagem mais próxima a eles, pode gerar também neles tal entusiasmo. Portanto, até o presente momento, concluímos que as múltiplas linguagens no ensino de ciências proporciona a apropriação do conhecimento pelos alunos, devendo ser trabalhadas com maior frequência nas escolas. REFERÊNCIAS BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2002.
23412 DESGRANGES, F. A pedogogia do teatro: provocação e dialogismo. - 3 ed. - São Paulo: Hucitec: Edições Mandacaru, 2011. HARTMANN, L & FERREIRA, T. Módulo 16: história da arte-educação para licenciatura em teatro. Brasília: Estão Gráfica LTDA, 2010. ORLANDI. E. ORLANDI, E. P.. Discurso e Leitura. 8 ed. São Paulo, Cortez, 2008. ROSA, P.R da S. O uso dos recursos audiovisuais e o ensino de ciências. Caderno Catarinense de Ensino de Física. Santa Catarina, v. 17, n. 1: p. 33-49, abr. 2000.