OS ASPECTOS PSICOLOGICOS QUE ESTÃO PRESENTES NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL INSERIDOS NAS COMPETIÇÕES ESPORTIVAS



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1 OS ASPECTOS PSICOLOGICOS QUE ESTÃO PRESENTES NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL INSERIDOS NAS COMPETIÇÕES ESPORTIVAS Camylla Lacerda Quaresma Fonseca 1 RESUMO: Este estudo teve como objetivo Identificar e descrever quais aspectos psicológicos encontra-se presentes no desenvolvimento infantil e os mesmos inseridos nas competições esportivas, o estudo foi fundamentado principalmente apartir da análise comportamental Behaviorista. Foram realizados alguns encontros com a equipe da Escola de Futebol Acesso Fácil, que se localiza na Cidade de Ibirité. A análise dos aspectos presentes detectou a presença de alguns sentimentos como auto-estima, autoconfiança, estresse e responsabilidade. Para identificar estes sentimentos foi usado a observação descritiva estruturada, no primeiro momento não participante e numa segunda etapa participante o que promoveu uma maior interação com o grupo em questão. Palavras chaves: Psicologia do esporte. Desenvolvimento infantil. Competição esportiva infantil. INTRODUÇÃO: Segundo JORDÃO (2006), a psicologia do esporte é uma área da psicologia que visa promover a saúde, a comunicação, as relações interpessoais, a liderança e a melhora do desempenho esportivo. 1 Estudante de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Email: Camylla_lacerda@hotmail.com

2 Todo esporte praticado por crianças é muito importante em seu crescimento e desenvolvimento, tanto para o aspecto físico quanto mental. Segundo Patrícia Lopes (2009) o esporte contribui para o desenvolvimento quando é considerado como atividade recreativa. Como os esportes têm bastante repercussão pelos seus famosos atletas, ou modalidades, são exploradas constantemente pela mídia e também por meios acadêmicos, seja através de discussões ou novos estudos, o presente artigo explora e identifica os sentimentos que estão presentes no desenvolvimento infantil e que são encontrados dentro das competições esportivas infantis. O problema principal a ser tratado é a identificação desses sentimentos que encontramos durante o desenvolvimento infantil e estes presentes nas competições esportivas infantis. Segundo Weinberg citado por GOZAC, (2003, p.23) diz que, a cada novo jogo, uma quantidade de sensações são mobilizadas e, quando não existe assistência psicológica, essas sensações não elaboradas tendem a se acumular levando, em muitos casos, à pratica de atos impensados por parte dos jogadores que, desta forma, prejudicam a si próprios e ao grupo do qual fazem parte. É comum ouvir grandes atletas e treinadores dizerem: temos que nos preparar psicologicamente para essa partida ou fisicamente o time está bem, mas psicologicamente vem passando por dificuldades, ou ainda, temos que elevar a moral para virarmos o jogo. A partir dessas considerações podemos compreender a importância da presença e do trabalho do psicólogo no esporte, por proporcionar maior estabilidade mental e física, a prática de esporte geralmente se inicia durante a infância de muitos meninos e meninas de todo país. A realidade do esporte atualmente exige um treinamento psicológico especifico, para que a criança atinja um alto nível de desenvolvimento. Esse treinamento geralmente vem associado aos tipos de contingências ( que o atleta infantil encontra dentro das competições esportivas, a principal contingência de interferência psicológica é associada à diferença entre a vitória e a derrota. Essas diferenças de contingências: vitória e derrota geram na criança uma necessidade indiscutível associada ao autocontrole emocional.

3 De acordo com JORDÃO (2006) é imprescindível que a criança atleta aprenda a identificar as condições que estão mantendo o seu comportamento, assim ele poderá ter mais convicção e compromisso com o esporte. Esse compromisso quando instaurado na criança como agente prazeroso pode ser visto como um fator auto-motivador para a criança e assim permitirá o trabalho com as técnicas para a melhora do rendimento. Em relação à melhora do desempenho, os aspectos trabalhados são; planejamento, concentração e coesão de grupo. Para Wagner Campos (2007) Ser auto-motivado é ir além. Uma pessoa auto-motivada, passa a ver as situações de formas positivas, em vez de desenvolver expectativas cria possibilidades, em vez de utilizar o tempo justificando um novo problema, potencializa o tempo apresentando uma nova oportunidade, em vez de apontar culpados pelos fracassos demonstra interesse em treinar novos vencedores. O Ser motivado a fazer algo é ser dependente de um combustível que pode terminar a qualquer momento e será necessário buscar nova fonte de energia para esta motivação. É estar aberto a maiores frustrações por gerar expectativas sobre algo ou pessoas, diferente do que poderá acontecer e do que poderão realizar. Segundo CARVALHO (2001), a Psicologia Infantil é o estudo do comportamento infantil que inclui características físicas, cognitivas, motoras, lingüísticas, perceptivas, sociais e emocionais, desde o nascimento até a adolescência. A postura dos pais, no momento da escolha dos exercícios físicos ou de uma modalidade esportiva especifica para seus filhos, é de fundamental importância e determinante de uma serie de fatores que permitem tornar a atividade física das crianças cada vez mais prazerosa, caso contrario a conseqüência mais imediata costuma ser um afastamento por parte da criança da atividade esportiva. (COZAC, 2008). Como objetivo devemos Identificar através da pesquisa quais aspectos psicológicos encontram-se presentes no desenvolvimento infantil e estes inseridos nas competições esportivas infantis, Tal pesquisa será desenvolvido com alunos de oito a nove anos de idade de uma determinada Escola de Futebol.

4 A prática da psicologia esportiva infantil deve ser dirigida principalmente aos pais e treinadores, para auxiliar na diminuição do nível de exigência quando ao rendimento obtido pela criança. É importante que treinadores participem da comunicação das crianças e as estimule positivamente, seja com elogios ao seu desempenho, para elevar sua autoconfiança e auto-estima, ou com palavras de apoio, que vão proporcionar na criança uma maior confiança em si (autoconfiança) e em seus atos, principalmente durante as competições esportivas, esses estímulos são recebidos pela criança como um reforçador positivo, assim trabalhando e aumentando a probabilidade de um melhor desempenho e rendimento durante a competição. MÉTODO: Durante o processo investigativo optei por uma abordagem de observação descritiva estruturada. Nesse tipo de abordagem o próprio ambiente e os sujeitos pesquisados que vivenciam o fenômeno, constituem-se como fonte viva de dados. Para tanto, foi utilizado uma técnica de coleta e de análise qualitativa de dados que se constitui em recursos importantes para se alcançar o objetivo proposto. Local de estudo O presente estudo foi desenvolvido no Centro Esportivo Acesso-Fácil (CEA), após autorização dos diretores do local. O local foi eleito como cenário de estudo, especificamente por oferecer um ambiente apropriado para tal pesquisa, apresentando a população especifica e em condições apropriadas para tal evento. Os sujeitos da pesquisa

5 Foram sujeitos deste estudo as crianças, técnicos e auxiliares, pais e árbitros. Assim sendo, partimos da hipótese que as competições esportivas infantis podem apresentar muitos benefícios como: um melhor desenvolvimento psíquico e físico, uma estimulação ao espírito esportivo da criança, melhor relação interpessoal e comunicação, elevação do nível de concentração e atenção das crianças e ensina as crianças a conviver com o estresse positivo. Também partimos da hipótese de encontrar a presença de aspectos que não vão beneficiar a criança, mas que também fazem parte seu desenvolvimento e que futuramente as mesmas serão expostas a eles, como o estresse negativo, e a presença de baixa auto-estima em algumas situações das competições. Coleta de dados Os dados foram coletados no primeiro momento por meio de observação descritiva estruturada sem a participação direta do observador com os sujeitos pesquisados, dessa forma o observador apenas se apresentou como parte do ambiente, já que o ambiente pesquisado pode proporcionar tal afastamento, ou não intervenção nos estímulos emitidos pelos sujeitos esse afastamento teve o intuito de favorecer a livre expressão dos sujeitos e estimular dessa forma a abordagem da temática em estudo. A segunda etapa da pesquisa contou com a realização de uma observação descritiva estruturada participante, onde o pesquisador pode assumir um papel natural ao ambiente e realizar uma participação total com os sujeitos observados, essa segunda etapa se fez necessária para melhor observação dos estímulos emocionais emitidos pelo sujeito ao receberem o resultado final de cada etapa da competição. As informações obtidas através da observação foram coletadas apartir da descrição dos sujeitos, da reconstrução de diálogos, da descrição dos locais onde aconteciam os jogos da competição (se os jogos aconteciam na casa da equipe ou em campos adversários) e principalmente na descrição da contingencia que abrangia toda equipe ao final de cada jogo da competição (se o resultado final indicava vitórias ou derrotas da equipe estudada).

6 Análise de dados O material decorrente das observações individuais e de toda a equipe obtido durante os encontros constituiu-se no corpo da pesquisa possibilitando apreender opiniões, atitudes, valores e crenças dos indivíduos acerca de diversas questões vivenciadas no cotidiano. Cabe ressaltar que o senso comum elabora, comunica e partilha diversas representações sobre as competições esportivas infantis, inclusive quando essas competições e práticas esportivas envolvem toda família da criança, apresentando assim reflexos do evento longe do seu local comum de acontecimento. Segundo Maria Cecília Minayo (1999), a análise temática consiste em desvendar os núcleos de sentimentos contidos nas comunicações, cuja presença ou freqüência tem algum significado importante para os sujeitos que vivenciam determinadas circunstancias presentes no seu dia-a-dia. Apartir disso a análise se constituiu no processo dos trabalhos dos profissionais técnicos de futebol e árbitros esportivos, além da interação entre as crianças e suas famílias, visualizando assim como finalidade encontrar apartir das observações a compreensão e intervenção nas bases teóricas, filosóficas e históricas do saber prático e técnico que norteiam esses sujeitos, que lidam na difícil tarefa de compreender, e ajudar no processo do desenvolvimento psíquico e físico das crianças em estudo. Todo material obtido das observações individuais e das equipes focais, foram analisados em duas fases: 1ª FASE: Constituiu-se de uma pré-análise, inicialmente foi realizada uma leitura flutuante de todo material, até atingir um bom nível de compreensão e familiarização de todo conteúdo. 2ª FASE: Foi realizada uma exploração do material, incluindo recortes de dados e copilações de acordo com os conteúdos, apartir das unidades de significados. Todo material obtido através das equipes passaram pelo mesmo

7 processo, e foi apresentado de forma crônica onde houve o entrelaçamento das informações obtidas de estudos teóricos sobre os aspectos encontrados. Para a análise das representações apresentados pelos participantes, o resultado do material empírico, foi realizado mediante uso de um material teórico previamente estruturado nas categorias de psicologia-competição esportiva infantil-desenvolvimento infantil e nos aspectos transculturais. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Partindo do pressuposto que em nossa sociedade o trabalho está cada vez mais fragmentado pela especialização e burocratização, e tende cada vez mais mecanizar e impregnar todos com normas e rotinas, centrando em exigências geralmente obsoletas e exageradas que, impedem o homem atual de transformar e recriar suas atividades profissionais é importante apreender e compreender os valores subjacentes as diferentes representações que atualmente invadem o cotidiano de muitas famílias. Tais impedimentos às vezes impedem muitos pais de acompanhar efetivamente o desenvolvimento e crescimento dos filhos. As adaptações às normas e rotinas fazem surgir novas contingências e desafios, tanto para os pais como para as crianças. Significados dos sentimentos e aplicações Segundo GUILHARDI (2002) a concepção moderna que a Psicologia tem a respeito dos sentimentos é bem diferente da visão tradicional, dos sentimentos serem tradados como fenômenos mentais. Os sentimentos não são entidades mentais e abstratas, mas sim manifestações corporais, concretas do organismo. A função concreta da presença desses sentimentos não são a causa das ações apresentadas pelo sujeito, mas o que o sujeito sente quando há um evento que antecede a sua ação. Esse evento antecedente que vai

8 proporcionar a produção tanto do comportamento apresentado quanto do sentimento decorrido do fato. Tanto os sentimentos quanto os comportamentos emitidos pelo sujeito são produzidos pelas contingencias de reforçamento. Esse reforçamento geralmente é criado por pessoas próximas ao sujeito, no caso da nossa pesquisa podemos dizer que os agentes reforçadores principais são os pais, os técnicos esportivos, os árbitros e os demais componentes da equipe. Estes por sua vez criam contingencias que vão gerar comportamentos adequados e inadequados e sentimentos agradáveis e desagradáveis às crianças. Para GUILHARDI (2002), os sentimentos não nascem com as pessoas. As contingencias de reforçamento produzidas pela comunidade verbal produzem comportamentos-sentimentos são produtos colaterais das contingencias de reforçamento, então contingencias amenas e gratificantes não produzirão comportamentos com função de contra-controle ou da oposição (como mentir, fingir, atacar, etc.), mas com função de aproximação e colaboração (como dialogar, dividir tarefas para o beneficio de todos, etc.), mas sentimentos positivos (como satisfação, bem-estar, amor, etc.). Os pais e treinadores quando atuam com reforços positivos em contingencias adequadas aos comportamentos do atleta infantil gera nele sentimentos de satisfação, de bem-estar, de auto-estima, de autoconfiança, de responsabilidade, de motivação, e tudo isso de uma maneira equilibrada e harmônica, dessa forma criando também comportamentos assertivos que vão melhorar principalmente o desenvolvimento interpessoal com os colegas do grupo e com a sociedade, e podemos dizer também que estes sentimentos e comportamentos bem reforçados ou corretamente apresentados, proporcionam um bom entendimento e internalização no sujeito, auxiliando assim em um bom desenvolvimento social da criança. As descrições de contingências e diálogos a seguir esboçam um pouco todo esse processo da formação do sentimento, e como as contingências e os comportamentos antecedem esse processo psicológico:

9 Você não presta atenção no que eu digo, vamos agilidade, ficar mais atento as Sentimento Adquirido através da fala: Comportamento anterior: Quadro 1: Descrição da frase apresentada Fonte: Dados da pesquisa de campo próximas jogadas. (técnico 01) Causa estresse, diminui auto-estima e autoconfiança Erro de um lance Sentimento Adquirido através da fala: Comportamento anterior: Quadro 2: Descrição da frase apresentada Fonte: Dados da pesquisa de campo Meu filho, você jogou muito bem hoje! (Mãe 03) Eleva auto-estima e autoconfiança e fortalece relações interpessoais. Final do jogo Vai filho, eu sei que você consegue! (Pai 02) Sentimento Adquirido através da fala: Comportamento anterior: Quadro 3: Descrição da frase apresentada Fonte: Dados da pesquisa de campo Causa ansiedade, eleva a auto-estima e autoconfiança. Antes de um pênalti. Nossa nem dormi direito essa noite! (Criança 01) Sentimento Adquirido através da fala: Comportamento anterior: Quadro 4: Descrição da frase apresentada Fonte: Dados da pesquisa de campo Ansiedade, Estresse, medo, e outros. Jogo da semifinal no dia seguinte.

10 Assim como nas frases de diálogos e expressão das crianças, dos pais e técnicos as ações e comportamentos dos mesmos também influenciam muito no desempenho e formação dos sentimentos. Acontecimento 01: As palmas da torcida quando há um bom lance, quando há um gol ou apenas para incentivo aos atletas. Sentimento Adquirido através do comportamento: Quadro 5: Descrição do acontecimento apresentado Fonte: Dados da pesquisa de campo Elevação da Auto-estima, Autoconfiança e estresse positivo obtido pela responsabilidade da ação das crianças. Acontecimento 02: Vaias, provocações e xingamentos, da torcida ao time adversário Sentimento Adquirido através do comportamento: Quadro 6: Descrição do acontecimento apresentado Fonte: Dados da pesquisa de campo Diminui auto-estima e autoconfiança da equipe adversária. A seguir vamos ver melhor como funciona cada um dos sentimentos apresentados e alguns exemplos de interações ou diálogos colhidos em campo. Auto-estima Para Hélio (2002) a auto-estima é um produto de contingências de reforçamento positivo de origem social. Assim, sempre que uma criança se comporta de uma maneira especifica, e os pais a conseqüenciam com alguma forma de atenção, carinho, afago físico, sorriso (cada uma dessas manifestações por parte dos pais e técnicos podem ser chamadas de reforço social generalizado positivo ou conseqüência positiva), estão usando

11 contingências de reforçamento positivo, estão gratificando o filho. Por outro lado, toda vez que uma criança se comporta e os pais ou técnicos a repreendem, a criticam, se afastam dela, não a tocam, nem conversam com ela (cada uma dessas manifestações por parte dos pais pode ser chamada de estímulo aversivo ou conseqüência negativa), estão usando contingências coercivas ou punindo o filho. A primeira condição apresentada aumenta a autoestima, enquanto a segunda diminui. O principal fator que vai desenvolver auto-estima é o reconhecimento dos resultados dos comportamentos expressados pelos pais nos filhos. Podemos pensar a partir disso que em uma frase é importante enfatizar o você e não os comportamentos emitidos, por exemplo: Você me deixou feliz com sua participação no jogo hoje (Pai 02) Essa é uma frase impactante e pra criança é muito mais reforçador, pois o pai está dizendo dela em especifico e não das outras crianças. Já na frase: A sua participação no jogo hoje me deixou feliz Nessa frase há o reforço, mas não impacta e nem intensifica a criança de sua importância. Que gol maravilhoso você fez (Mãe 04) Esta frase não apresenta tanta riqueza quanto: Você conseguiu fazer um gol maravilhoso Outras frases que estimulam e elevam a auto-estima: Filho você me alegra, o jogo foi ótimo! (Mãe 01)

12 Você jogou muito bem, mas foi uma pena não terem ganhado (Pai 04) Para Salton (2000) São sinais de baixa auto-estima: autocrítica mordaz, constante avaliação negativa de seu desempenho, comparações em que se coloca inferior, quietude, tristeza, agressividade, inveja dos companheiros, desinteresse, abandono da prática esportiva. Esses sinais de baixa auto-estima sugerem que o espelho - a avaliação dos pais e dos técnicos - está baseado em critérios fora da realidade atual do atleta, da equipe a que ele pertence e do nível da competição. Geralmente a baixa auto-estima relaciona-se de forma direta com a presença nos pais e nos técnicos do sentimento de que o jovem está deixando a desejar, está decepcionando. Já uma auto-estima exacerbada, faz com que o atleta se avalie bem acima de suas reais capacidades, essa também é nociva: necessariamente a criança vai acabar frustrada na competição, vai comportar-se de forma agressiva e, às vezes, colocar-se numa situação vexatória por não estar vivendo com o juízo adequado da realidade e de sua verdadeira condição e aptidão real. Para Salton (2000) a Auto-estima desfocada para mais, muitas vezes surge de sentimentos onipotentes dos pais e dos técnicos relativos a tudo que é seu ou que está sob seus cuidados e orientação. Autoconfiança Segundo Hélio (2002) os sentimentos de autoconfiança se desenvolvem a partir de contingências de reforçamento não sociais. A grande questão para se desenvolver o sentimento de autoconfiança é ter condições de emitir um comportamento e, assim produzir conseqüências no seu ambiente que por sua vez terão que fortalecer tais comportamentos. Como exemplo pode-se mencionar o seguinte acontecimento: uma criança brinca sozinha e chuta uma bola em direção ao gol, e a mesma entra com facilidade. O entrar da bola nesse acontecimento é o fator reforçador positivo do comportamento de chutar

13 (pensando nisso não é necessário ter outra pessoa para reforçar o comportamento de chutar). O sentimento de autoconfiança está associado aos comportamentos bem sucedidos. A autoconfiança é um sentimento que surge das contingências de reforçamento (positivo ou negativo). Geralmente uma pessoa com o sentimento de autoconfiança é segura e confiante, e apresenta iniciativa. Ser segura e confiante significa que esta pessoa sabe quais comportamentos deve emitir para alcançar reforços positivos ou quais deve remover para evitar reforços negativos. E ter iniciativa significa que a pessoa não necessita de outra para iniciar a pratica de determinado comportamento. Ao conhecer melhor este sentimento podemos dizer que os pais devem criar condições para que seus filhos emitam os comportamentos que serão conseqüenciados e não fazer os comportamentos pelos seus filhos, além de criar condições os pais devem segundo Hélio (2002) evitar criar condições que não são adequadas às condições reforçadoras positivas para os filhos. Pois do contrario a criança irá evitar determinadas condições. Por exemplo, a criança que não acerta o gol e é castigada ou julgada pode futuramente dizer que não gosta mais de futebol, estou cansada agora ou atribuir outras desculpas para a não elaboração da tarefa proposta. A solução para isso não ocorrer seria os pais e técnicos prestarem atenção na dificuldade da tarefa apresentada e adequarem as dificuldades da tarefa às habilidades da criança. E é dessa maneira que se pode desenvolver o sentimento de autoconfiança. Quando a criança é exposta a apresentar desempenhos complexos para seu nível de desenvolvimento, ela pode se recusar a atender ao pedido, ela eventualmente pode chorar ou fingir um mal-estar ou ainda apresentar desculpas. Analisando isso podemos concluir que as altas exigências de desempenho devem ser evitadas. As contingências amenas (nem tão difíceis, nem tão fáceis) evitam sentimentos de ansiedade, medo, preocupação e evitam o comportamento de fuga (que seria a não-execução da tarefa). Para auxiliar no processo de modelagem (treino da atividade ou tarefa) tais comportamentos complexos devem ser feitos por pessoas qualificadas para isso, os professores e treinadores.

14 Outro exercício de treino para se desenvolver o sentimento de autoconfiança, seria os pais ajudarem os filhos e incentivarem os mesmos a explorar o ambiente e suas capacidades. Deixar a criança se locomover livremente, sempre se mantendo vigilante para evitar situações de perigo. Para Hélio (2002) é indicado prevenir a criança sobre os eventuais e imaginários perigos que podem aparecer durante a pratica esportiva, antes que comece as atividades: Não se machucar. Esta frase pode gerar na criança algum tipo de ansiedade, insegurança e inibir os movimentos naturais da criança. É evidente que uma hora o fato de ocorrer algum incidente e machucar alguma criança pode ocorrer. Neste momento o papel fundamental dos pais e treinadores é minimizar o efeito desse fato, e não pensar em evitá-lo. A criança que emitiu comportamentos e foi reforçada aprende a tomar iniciativas, a resolver problemas, a persistir diante de tentativas fracassadas ate alcançar o sucesso, torna-se independente dos outros e isso auxilia muito no desenvolvimento, e nas interações de toda a vida. Estresse Segundo Salton (2000) Os pais e técnicos devem dedicar atenção permanente ao nível de estresse das crianças e dos adolescentes. Mesmo um pequeno nível de estresse é inevitável e inclusive traz benefícios à criança, pois faz com que as crianças se concentrem na atividade e usufruam de mais prazer ao alcançarem os resultados (esse é estresse é chamado de estresse positivo).porém, quando o estresse se torna excessivo, o atleta se desconcentra da atividade e a vive como um acontecimento traumático. Através desse estresse excessivo pode surgir de forma aguda em determinado momento da competição, ou crescer aos poucos de forma crônica ao longo de todo o evento. Para Salton (2000) são sintomas de estresse agudo: súbitas crises de raiva, de choro, de medo ou de evitação. São sintomas de estresse crônico: irritação e tristeza, ansiedade, musculatura contraída, dores em diversas partes do corpo sem causa aparente, insônia, cansaço nos

15 treinamentos habituais. Um Alerta: o surgimento é decorrente de uma relação inadequada dos pais e dos técnicos com os atletas. O estresse, na definição do Dr. Hans Selye, um dos primeiros a se dedicar a seu estudo, é qualquer pressão imposta à pessoa. Quando o estresse passa do nível desejado (estresse negativo) e está acarretando sintomas, é porque as crianças e os adolescentes envolvidos no esporte competitivo estão sofrendo pressão imposta pelos pais e/ou pelos técnicos. Quando há o aparecimento do estresse negativo significa que os pais e técnicos estão impondo pressão à criança geralmente porque estão fora da realidade da competição, estes (Técnicos e pais) não estão avaliando adequadamente o desempenho possível de suas crianças. Responsabilidade Anteriormente na descrição dos outros sentimentos foi enfatizado o uso de contingências reforçadoras positiva. O sentimento de responsabilidade é aprendido e desenvolvido durante a vida da pessoa. Segundo Hélio (2002) a comunidade social, no entanto, usa também procedimentos aversivos (punição, e reforços negativos). Este uso de procedimentos aversivos tem como efeito o enfraquecimento do comportamento ao qual foi contingente. Um exemplo: uma criança mexe em um objeto de um coleguinha que não pode ou que não tinha seu consentimento para mexer, e facilmente, estraga ou quebra o objeto, o coleguinha em questão vai ficar bravo e eventualmente poderá provocar ou iniciar uma briga. O reforçamento negativo é também uma forma de controle aversivo, que é caracterizado principalmente pelo fato de apresentar um evento aversivo presente (a fuga) ou então impede o aparecimento de estimulo aversivo, o comportamento de fuga se fortalece pela remoção do evento aversivo. O sentimento de responsabilidade ocorre quando estão sendo usadas contingências coercitivas (toda contingência que estiver operando de alguma forma aversiva). De acordo com Hélio (2002):

16 Como decorrência dessa afirmação, quando se diz que uma pessoa é irresponsável, pode-se presumir que na sua historia de vida as contingências aversivas foram pouco usadas. Pode-se perguntar, então, se as contingências coercitivas são necessárias para o desenvolvimento saudável de uma pessoa. Uma criança que é exposta a uma ampla diversidade de contingências coercitivas acaba adquirindo um repertorio de comportamentos adequados do ponto de vista da sociedade que utiliza práticas coercitivas. Segundo Helio (2002) a criança acaba generalizando, a partir dos comportamentos aprendidos sob condições aversivas, e passa a emitir outros comportamentos da mesma classe de comportamentos adequados para o grupo que nunca foram treinados diretamente. Um exemplo disso é quando o pai diz que o filho só é responsável e faz sempre as lições da escola antes de ir pro futebol, Este filho provavelmente apresenta este comportamento por causa do seu histórico de contato com as contingências aversivas. O sentimento de responsabilidade deve ser um sentimento desenvolvido com comportamentos que beneficiam o filho e as pessoas relevantes do seu contexto social que o cerca. CONSIDERAÇÕES FINAIS / CONCLUSÃO Os resultados obtidos através deste estudo indicam a presença de diversos sentimentos ligados ao desenvolvimento infantil e ligados às competições esportivas. Neste artigo demos ênfase principalmente ao desenvolvimento desses sentimentos, e como os pais e profissionais ligados às práticas esportivas podem e devem auxiliar a criança a desenvolver tais sentimentos. Tanto a auto-estima, a autoconfiança, o estresse e o sentimento de responsabilidade, desencadeiam um serie de outros sentimentos, que podemos chamar de secundários, como o amor, a alegria, a tristeza, a raiva, a satisfação e outros. No entanto todos estes sentimentos são aprendidos e se desenvolvem durante toda a vida da pessoa. E para que estes sentimentos continuem presentes e se desenvolvendo, basta que as contingências que lhes deram origem continuem presentes e funcionando ativamente.

17 Identifica-se que todos os sentimentos e aspectos apresentados não se localizam dentro das pessoas, eles são impulsionados por uma força que vem das pessoas que determinam as ações, ou seja, vem do grupo social, e das praticas culturais desse grupo. Devemos lembrar também que os comportamentos das pessoas não podem e não devem ser explicados pelos sentimentos. Os sentimentos não causam comportamentos, isso ocorre inversamente. Um aspecto bastante importante e que deve ser treinado pela criança é a auto-observação, claro isso só auxiliará pra seu desenvolvimento se a criança tiver aprendido os outros sentimentos já apresentados anteriormente, caso contrario ela poderá se comparar com os demais colegas e não alcançar o rendimento esperado por ela mesma, assim diminuindo seu rendimento por não estar inserida no mesmo padrão de aptidão dos colegas. A autoobservação é fundamental para que a pessoa aprenda a observar seus comportamentos e o contexto em que eles ocorrem, ou seja, os antecedentes e as conseqüências que eles produzem. Ao aprender a auto-observação à pessoa torna-se um agente ativo de sua própria vida, assim utilizando um potencial de poder comportar como instrumento de ação para a transformação do ambiente, claro que esse também é um aspecto que deve ser aprendido durante toda a vida. REFERÊNCIAS BUY, Anna. Técnicas de pesquisa: observação, questionário e entrevista. Disponível em: < http://venus.rdc.pucrio.br/imago/site/metologia/textos/anabuy.htm> Acesso em: 16/09/2009. CARVALHO. Rômulo da Silva. Psicologia Infantil. Disponível em: < HTTP:// www.coladaweb.com/psicologia/psicologiainfantil.htm > Acesso em: 24/04/2009. CAMPOS. Wagner. Motivação ou auto-motivação? Disponível em: < http://www.htmlstaff.org/xkurt/projetos/portaldoadmin/modules/news/ar. php?storyid=838> Acesso em: 27/10/2009.

18 COZAC. João Ricardo Lebert. Psicologia Esportiva Infantil. Disponível em: < www.ceppe.com.br> Acesso em: 02/04/2009. COZAC. João Ricardo Lebert. Com a cabeça na ponta da chuteira: ensaios sobre a psicologia do esporte. São Paulo, Ed Anna Blume, 2003. GUILHARDI, Hélio José. Auto-estima, autoconfiança e responsabilidade. Disponível em: < terapiaporcontingencia.com. br > Acesso em: 09/09/2009. LOPES, Patrícia. O esporte para o desenvolvimento infantil. Disponível em: <www.brasilescola.com/psicologia/esporte-infantil.htm> Acesso em: 23/02/2009. JORDÃO, Ana Paula Martinez. Psicologia do esporte. Disponível em: <www.psicologia.com> Acesso em: 28/02/2009. MINAYO, Maria Cecília. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo, Ed. Hucitec, 1999. SALTON, Jorge Alberto. Competições esportivas na Infância II. Disponível em:<salton.med.br/index.php?id_menu=texto&idioma=portugues&id_texto= 54> Acesso em: 03/02/09. TANAKA, Oswaldo Y.; MELO, Cristina. Avaliação de programas de Saúde do Adolescente um modo de fazer. Disponível em: < www.adolec.br> Acesso em: 16/09/2009.