A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL



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Transcrição:

1 A MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL José Campos de Lima - josecamposlima@bol.com.br Professor Mestre Marcondes Lima Nicacio RESUMO No ensino fundamental e médio da educação básica, encontramos muitos discentes com grandes dificuldades na aprendizagem e sem interesse algum na disciplina de matemática. Este artigo tem o objetivo de conhecer alguns motivos que levam os alunos a essas dificuldades em compreender a linguagem matemática e a falta de interesse da aprendizagem pela disciplina, com isso a necessidade dessa pesquisa na educação infantil em busca de encontra o caminho para o bom desempenho dos discentes na disciplina de matemática que hoje é vista por muitos alunos como uma disciplina que não consegue aprender para utilizar no seu dia-dia. Este trabalho é fundamentado na pesquisa da pesquisadora Priscila Domingues de Azevedo que investigou como é tratada à Matemática na Educação Infantil, foi desenvolvida uma pesquisa na Escola Municipal Maria Denise de Araújo no município de Ipixuna-AM com alunos e professores da educação infantil, no intuito de conhecer o que os alunos sabem e o que é ensinado, como são abordados os conteúdos matemáticos, Desta forma, concluímos que é preciso repensarmos tanto na formação de professores para trabalhar na educação infantil como as nossas praticas nas séries inicial da educação básica, de modo que, se privilegie cada vez mais o desenvolvimento profissional do professor, para que ele responda a esse desafio de educar matematicamente as crianças da Educação Infantil e exerça sua atividade com autonomia, integridade e responsabilidade. Palavras-chave: Educação Infantil; Educação Matemática; Formação de Professores. 1 Introdução No Brasil professores têm enfrentado grandes dificuldades em trabalhar matemática na Educação básica, discente com grande dificuldade na aprendizagem e sem interesse algum na disciplina. Este artigo tem o objetivo de conhecer alguns motivos que levam os alunos a essas dificuldades em compreender a linguagem matemática e a falta de interesse da aprendizagem na disciplina, com isso a necessidade dessa pesquisa na educação infantil em busca de encontra o caminho para o bom

2 desempenho dos discentes na disciplina de matemática que hoje é vista por muitos alunos como uma disciplina que não consegue aprender para utilizar no seu dia-dia. Este artigo é fundamentado na pesquisa da pesquisadora Priscila Domingues de Azevedo que investigou como é tratada à Matemática na Educação Infantil e o tipo de teoria que rege a prática pedagógica dos professores com relação à Matemática. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas oral com os alunos, foram visitados 5 residências dos alunos pesquisados para observar o comportamento dos pais com relação a aprendizagem dos seus filhos na disciplina de matemática, questionários distribuídos entre os professores das turmas para analisar quais os que tem afinidade com a disciplina e os que não têm gosto de trabalhar matemáticas nesta modalidade de ensino. Neste artigo são de grande importância a concepções dos professores e orientadores pedagógicos da Educação Infantil pesquisado, procuramos responder e dar algumas sugestões para as seguintes questões: Por que ensinar matemática na educação infantil? O que ensinar de matemática na Educação Infantil? Como ensinar matemática na educação infantil? Qual o momento para se trabalhar Matemática na Educação Infantil? A matemática, assim, é um dos instrumentos que pode capacitar o homem para satisfazer a necessidade de relacionar-se para resolver problemas, em que os conhecimentos produzidos a partir dos problemas colocados pela relação estabelecida entre os homens e com a natureza foram-se especificando em determinados tipos de linguagem que se classificaram como sendo matemática (MOURA, 002, p. 48). As crianças, desde o nascimento, estão imersas em um universo do qual os conhecimentos matemáticos são parte integrante. As crianças participam de uma série de situações envolvendo números, relações entre quantidades, noções sobre espaço. Utilizando recursos próprios e pouco convencionais, elas recorrem a contagem e operações para resolver problemas cotidianos, como conferir figurinhas, marcar e controlar os pontos de um jogo, repartir as balas entre os amigos, mostrar com os dedos a idade, manipular o dinheiro e operar com ele, etc. Também observam e atuam no espaço ao seu redor e, aos poucos, vão organizando seus deslocamentos, descobrindo caminhos, estabelecendo sistemas de referência,

3 identificando posições e comparando distâncias. Essa vivência inicial favorece a elaboração de conhecimentos matemáticos Na maioria das vezes os professores da Educação Infantil se preocupam em ensinar às crianças um conhecimento muito básico, por exemplo, noções numéricas, como reconhecimento de algarismos, nome dos numerais, domínio da sequência numérica e os nomes de algumas figuras geométricas. No entanto não tem uma preocupação em ensinar aquilo que é produto sociocultural, é preciso pensarmos como esse ensino é realizado, se ela valoriza ou não a infância. Então nos perguntamos, para que ensinar matemática na Educação Infantil? Para preparar para as séries do ensino fundamental? Ou para a criança aprender a usar a matemática no seu dia-dia com seus colegas nas mais diversas brincadeiras? Acreditamos que as crianças de quatro a seis anos têm interesses próprios que devem ser atendidas e contempladas. Deve-se valorizar a infância e pensar no desenvolvimento da criança. Educar as crianças na Educação Infantil inclui também educá-las matematicamente, e isso requer uma concepção de educação humanizada a que perceba a criança como um sujeito ativo e capaz de aprender os conhecimentos socioculturais elaborados por nossa sociedade. 2 POR QUE ENSINAR MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL? A natureza da motivação da criança que frequenta a escola não é natural. É uma imposição da sociedade moderna, que quer incorporar a seus novos membros na sociedade. Por que ensinar Matemática na educação infantil? Essa pergunta é uma questão muito geral se perguntarmos para uma criança que estuda a educação infantil ela certamente não vai responder com propriedades, mas quando essa pergunta é feita para professores e coordenadores pedagógicos, encontramos algumas respostas como essa educar não é ensinar a criança em uma disciplina especifica, mas é importante que a criança tenha noção da matemática desde a educação infantil, pois a matemática ajuda no desenvolvimento da criança tornando uma criança que

4 consegue resolver problemas do seu cotidiano, sabemos que nem sempre é trabalhado de forma adequada para que a criança se desenvolva gradativamente. O grande desafio da Educação Infantil é desenvolver integralmente a criança a partir de situações que são típicas da infância, como brincar e jogar, num espaço pensado e organizado intencionalmente para que contemple o caráter espontâneo da atividade infantil ( AZEVEDO, 2007, p 2) O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil define dois âmbitos de experiências: Formação Pessoal e Social e Conhecimento de Mundo. É preciso ressaltar que esta organização possui um caráter instrumental e didático, devendo os professores ter consciência, em sua prática educativa, que a construção de conhecimentos se processa de maneira integrada e global e que há inter-relações entre os diferentes âmbitos a serem trabalhados com as crianças. O âmbito de formação pessoal e social refere-se o convívio no seu meio social e cultural. O trabalho com este âmbito pretende que as instituições possam oferecer condições para que as crianças aprendam a conviver, a ser e a estar com os outros e consigo mesmas em uma atitude básica de aceitação, de respeito e de confiança. Este âmbito abarca um eixo de trabalho denominado Identidade e autonomia. O âmbito de Conhecimento de Mundo refere-se à construção das diferentes linguagens pelas crianças e às relações que estabelecem com os objetos de conhecimento. O domínio progressivo das diferentes linguagens que favorecem a expressão e comunicação de sentimentos emoções e ideias das crianças propiciam a interação com os outros e facilitam a mediação com a cultura e os conhecimentos constituídos. Incide sobre aspectos essenciais do desenvolvimento e da aprendizagem e engloba instrumentos fundamentais para as crianças continuarem a aprender ao longo da vida. A Matemática é produto da atividade humana e se constitui no desenvolvimento de solução de problemas criados nas interações que produzem o modo humano de viver socialmente num determinado tempo e contexto. Resulta desta afirmação que os saberes matemáticos assim produzidos têm significados culturais, constituindo-se historicamente em instrumentos simbólicos. (MOURA, 2006: 489).

5 Com toda essa aprendizagem social e cultura o conhecimento cientifico da criança fica dependente da comunidade em que ele vive, sendo assim muitas comunidades com conhecimentos matemáticos baixíssimos e leva a criança a não ter interesse na disciplina. 3 O QUE ENSINAR DE MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL? Para os professores, deve-se ensinar às crianças: quantidade, numeral, conceito de número, conjuntos, conservação, classificação, seriação, sequência - lógica ordenação (mais trabalhados); geometria (grandezas, tamanho, formas, figuras, espaço, espessura e texturas), em resumo Espaço e Formas, Grandeza e Medidas números e Operações, entre outra em especial a geométrica, nota-se que não é privilegiada como o número, em geral, nas escolas de educação infantil. Segundo Pavanello (2007) e Toledo (1997) apontaram em seus estudos que a maioria dos currículos escolares do mundo todo, durante longo tempo, não deu a essas experiências a importância devida sempre se preocuparam muito com as atividades ligada à linguagem e à quantificação, deixando de explorar a capacidade infantil de percepção espacial em trabalhos com geometria. (TOLEDO; TOLEDO, 1997: p 221). [...] os sujeitos aprendem de forma diferenciadas, que a construção de significados se dá no processo de construção do enredo comunicativo, pode ser um factor preponderante para a organização de atividades de ensino em que a criança participe significativamente na construção de conceitos (MOURA, 2007, p. 63). Em síntese, é certo, pela realização de vários estudos, que não há um campo da Matemática mais importante que outro, e sim o equilíbrio entre eles contribui para a educação integral das crianças. É necessário ter consciência que a criança precisa desenvolver vários tipos de raciocínio, para que tenha ferramentas para resolver problemas e compreender as relações que se estabelecem em seu redor. Segundo o Referencial curricular nacional para a Educação Infantil, "a abordagem da Matemática tem a finalidade de proporcionar oportunidades para o aluno a fim de que possa se comunicar matematicamente, ou seja, descrever, representar e apresentar resultados argumentando a respeito de suas conjecturas, utilizando, para isso, a linguagem oral e a representação por meio de desenhos e da linguagem matemática." (Ministério da

6 Educação e do Desporto/Secretaria do Ensino Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.) No referencial curricular nacional para a educação infantil os conteúdos são apresentados nos diversos eixos de trabalho, organizados por blocos. Essa organização visa a contemplar as dimensões essenciais de cada eixo e situar os diferentes conteúdos dentro de um contexto organizador que explicita suas especificidades por um lado e aponta para a sua origem por outro. Por exemplo, é importante que o professor saiba, ao ler uma história para as crianças, que está trabalhando não só a leitura, mas também, a fala, a escuta, e a escrita; ou, quando organiza uma atividade de percurso, que está trabalhando tanto a percepção do espaço, como o equilíbrio e a coordenação da criança. Esses conhecimentos ajudam o professor a dirigir sua ação de forma mais consciente, ampliando as suas possibilidades de trabalho. Embora estejam elencados por eixos de trabalho, muitos conteúdos encontram-se contemplados em mais de um eixo. Essa opção visa a apontar para o tratamento integrado que deve ser dado aos conteúdos. Cabe ao professor organizar seu planejamento de forma a aproveitar as possibilidades que cada conteúdo oferece, não restringindo o trabalho a um único eixo, em fragmentando o conhecimento. A seleção e organização de conteúdos não deve ter como critério único a lógica interna da Matemática. Deve-se levar em conta sua relevância social e a contribuição para o desenvolvimento intelectual do aluno. Trata-se de um processo permanente de construção. (BRASIL, 1997, p. 20). Ainda falando de conteúdos matemáticos, alguns professores não gostam de trabalhar a disciplina, pois tem pouco domínio e com isso muitas dificuldades de relacionar um texto do cotidiano da criança com os conteúdos matemáticos, quando perguntado dos professores formados em pedagogia qual deles gostam da disciplina temos como resposta que só 35% deles gostam a maioria estudam matemática porque faz parte da grade do curso, com isso durante toda formação de professores do curso pedagogia, a disciplina matemática não é dada tanta importâncias pelos os acadêmicos da área e isso reflete na educação básica e principalmente na educação infantil, pois profissional trabalhando com algo que não gosta dificilmente desempenha um excelente trabalho.

7 [...] é necessário que o professor tenha em mente os preceitos de conhecer a fundo a disciplina, seus métodos, ramificações e aplicações para poder escolher a maneira correta de ensinar e avaliar seus alunos; conhecer a história de vida de seus alunos para sintonizar o ensino com a sua experiência prévia; ter clareza sobre suas próprias concepções no campo do conhecimento matemático e da aprendizagem da Matemática, uma vez que a prática em sala de aula, as escolhas pedagógicas, a definição de objetivos e conteúdos de ensino e as formas de avaliação estão intimamente ligadas a essas concepções. (DCMT, 2008, p. 196-197). De um lado as dificuldades muitas vezes demonstradas pelos alunos e por outro lado, no que concerne às dificuldades dos próprios professores que alegam não ter afinidade com essa disciplina. Como, então, o curso de Pedagogia tem se posicionado quanto a essa formação? A quantidade de disciplinas e o tempo disponível para o tratamento das questões que surgem são suficientes? Como os professores lidam com essas questões na prática? São questões como essas que professores e sistema educacional precisam refletir, para que se tenha uma educação matemática de qualidade. 4 COMO ENSINAR MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Para se ensinara matemática ou educar matematicamente ou ainda repassar conhecimentos, ou habilidades dos mais diversos tipos de repasse destes conhecimentos; cujo o mesmo, na maioria das vezes, são transmitidos por educadores,(professores) de uma escola ou quaisquer que seja o estabelecimento educativo. O ensino da educação infantil trata-se de uma ferramenta de poder inestimável na construção da personalidade futura das crianças. Estas crianças terão como base para a formação de seu caráter, o que lhes foram repassadas" por seus educadores, o que os tornam responsáveis diretos pela construção da personalidade destas crianças no "amanhã". Em virtude desta preocupação, alguns métodos de ensino podem ser desenvolvidos pelos professores, a fim de facilitar, educar e contribuir na formação humana e científica de seus alunos - das crianças, em questão. O termo "Matemática" refere-se a uma ciência exata, cujo sua função é contribuir com o cotidiano das pessoas, no que se diz respeito á realização de cálculos matemáticos, de álgebras, financeiros, entre outros presentes no dia á dia de todos. O Ensino da Matemática às crianças, é mais uma tarefa árdua para os educadores, pois este público é totalmente dependente de uma educação bem

8 capacitada e equilibrada. Para tal contribuição, será relevante muito esforço e talento na busca "dia após dia" de repassar os conhecimentos de forma "atrativa e perceptiva" às crianças, por parte dos educadores e/ou professores em questão. Alguns passos podem tornar a tarefa de lecionar Matemática às crianças um tanto mais "prática e divertida". Ao realizar estes "passos", os educadores também estarão contribuindo diretamente para o "aprendizado matemático" destas crianças. O ensino da Matemática às crianças é fator "preponderante" à formação escolar das mesmas, tornando-se assim, uma ferramenta indispensável para a evolução dos conhecimentos acadêmicos da disciplina e de todas as outras que a cercam! Toda atividade na Educação Infantil deve ser pensada, planejada e elaborada de acordo com a necessidade apresentada por cada faixa etária. Deve permitir que as crianças usem estratégias, estabeleçam planos, descubram possibilidades, isto é, a brincadeira deve ser permeada por diversas situações problema. A ludicidade quando aplicada com objetivos pertinentes permite sua adequação para as demais áreas do conhecimento, representadas nesse contexto pela Matemática. A partir dos princípios teóricos - metodológicos para a organização do ensino, o conhecimento Matemático na Educação Infantil desencadeou uma série de ações relacionadas à atividade orientadora de ensino proposto. Primeiramente, definiram-se como objetivos: criar situações de ensino para que os participantes pudessem compreender o conhecimento matemático como uma produção humana; estabelecer relações entre os princípios teórico-metodológicos referentes ao conhecimento matemático e a organização da atividade pedagógica e estabelecer relações entre as significações aritméticas, algébricas e geométricas dos conceitos matemáticos. Em seguida, passou-se à seleção da bibliografia básica composta por textos que abrangesse os fundamentos teóricos das relações entre desenvolvimento humano e educação matemática na perspectiva histórico-cultural, as relações entre o conhecimento matemático e a educação infantil.

9 Ao se pensar em uma proposta curricular deve-se levar em conta não só o número de horas que a criança passa na instituição, mas também a idade em que começou a frequentá-la e quantos anos terão pela frente. Estas questões acabam influindo na seleção dos conteúdos a serem trabalhados com as crianças, na articulação curricular de maneira a garantir um maior número de experiências diversificadas a todas as crianças que a frequentam. Muitas instituições de educação infantil têm a tarefa complexa de receber crianças a qualquer tempo e idade. É possível, por exemplo, que crianças ingressem com seis meses, com dois anos ou cinco anos. Esta especificidade da educação infantil exige uma flexibilidade em relação às propostas pedagógicas e em relação aos objetivos educacionais que se pretende alcançar. ( Brasil, 1998, p.66) Quanto à metodologia, os professores descreveram a sua prática e evidenciaram mais suas ações do que as das crianças (aproximadamente 75% das atividades são realizadas pelos professores). Por exemplo: o professor apresenta a atividade, estabelece critérios, oferece material, explica, registra, confere, questiona e avalia. As atividades das crianças referem-se à execução, ou seja, registram, escutam e respondem. Os professores, predominantemente, alegam dificuldades na adequação da atividade à idade da criança, na escolha de atividades diversificadas e no trabalho com resolução de problemas, para os orientadores, as dificuldades dos professores são: trabalhar e escolher atividades diversificadas, trabalhar com o concreto (blocos lógicos, material dourado) e perceber e explorar a matemática em todos os momentos do dia-a-dia. Os dados obtidos nas entrevistas indicaram as ideias que os professores seguem no preparo das atividades de Matemática, tais como: privilegiam a uso do material concreto, colocam situações do dia-a-dia para as crianças pensarem e adequam as atividades à linguagem da criança. Em síntese, a escolha de uma metodologia para ensinar Matemática advém de teorias, da experiência, de concepções que o professor tem de como a criança aprende. Cada escolha está revelada em um determinado tipo de prática pedagógica, o importante é sempre considerarmos a infância, a atividade da criança e privilegiar as situações lúdicas. É necessário que o professor domine os conteúdos e saiba explorá-los nas diversas situações vivenciadas pelas crianças, na rotina da educação infantil. Quando se refere que o professor tem que dominar os conteúdos matemáticos ai entra a formação do professor, nos cursos de pedagogias, sabemos que o acadêmico que escolhe o curso de pedagogia em geral ele não se identifica com a disciplina matemática, faz um curso voltado em didáticas, com todos os elementos

10 para trabalhar na educação infantil e nas series inicias do Ensino Fundamental, mas o domínio dos conteúdos matemáticos fica a desejar. Uma ideia, para minimizar essas dificuldades nas séries iniciais, seria que todas as turmas dos anos iniciais do ensino fundamental ser trabalhada com dois professores dividiam as turmas em dois tempos, um tempo, com os professores que tivesse mais afinidade com as outras disciplinas e o outro tempo com um professor que tratasse a Educação Matemática com mais atenção. 5 QUAL O MOMENTO PARA SE TRABALHAR MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL? A Educação Infantil, sendo a primeira etapa da Educação Básica, constitui, por excelência, numa fase de proporcionar a integração da criança ao mundo em que vive, por meio de atividades sistematizadas. Diante disso, o professor, enquanto mediador nesse processo deve ter clara a importância da sua função no processo de desenvolvimento das crianças. A educação matemática precisa ser trabalhada em todos os momentos da vida do educando, mas às vezes ela é ensinada de maneira não adequada a idade das crianças, a matemática deve ser ensinada de maneira buscando o melhor momento para que a criança saiba o que ela esta fazendo e qual a utilidade. Quando vivida em uma comunidade com uma base educacional de qualidade certamente as crianças vão-se desenvolvendo na educação matemática com mais facilidade de aprendizagem, além das atividades em sala de aula também é importante que a família e a comunidade em geral ajudem na educação, se a comunidade utiliza matemática com o conhecimento formal, as crianças também vão aprender matemática de maneira produtiva e a educação matemática fica com mais qualidade, nas escolas além de ser trabalhada nas situações do dia-dia, também precisa ser trabalhada de forma formal. Quando os professores são interrogados quanto a sua pratica pedagógica no geral, os professores lembram primeiramente das atividades de registro em sala, o que é preocupante, pois com isso estão afirmando que o ensino é sistematizado, que por muitas vezes segue os moldes da escolarização que se faz precocemente. No entanto, notamos também que na visão dos orientadores pedagógicos, os professores devem trabalhar a Matemática em

11 situações informais, como na recreação e na roda, e num segundo momento nas atividades de registro. Segundo os estudos realizados por Vygotsky, em um primeiro momento os aspectos motores e verbais do comportamento estão misturados. A fala envolve os elementos referenciais, a conversação orientada pelo objeto, as expressões emocionais e outros tipos de fala social. Como a criança está cercada por adultos na família, a fala começa a adquirir traços demonstrativos, e ela começa a indicar o que está fazendo e de que está precisando. Após algum tempo, a criança, fazendo distinções para os outros com o auxilio da fala, começa a fazer distinções para si mesmas. E a fala vai deixando de ser um meio para dirigir o comportamento dos outros e vai adquirindo a função de auto direção. (Bock, Furtado e Teixeira. 2005). As crianças, desde bem pequenas podem e devem utilizar os números em diferentes contextos. Ao propor diferentes tipos de problema em que as crianças utilizem os conhecimentos que possuem o professor pode propiciar a difusão das experiências numéricas de cada criança e fazer circular informação para que todos avancem em suas aprendizagens. Trabalhar com números que fazem parte do cotidiano das crianças como preços, idades, datas, medidas, etc. e fundamental por, além de atribuir sentido, faze-las compreender os números em diferentes contextos. Trabalhar com números fora de contexto também é significativo, pois os problemas cognitivos apresentados são os mesmos e a interação direta com os números coloca em primeiro plano o trabalho com o sistema de numeração. Cabe aqui uma distinção entre as ações de contagem de objetos (quantificar) e as que envolvem apenas a recitação da serie ordenada de números. Contar é uma atividade realizada por todas as culturas para diferenciar e identificar quantidades, no entanto, as series de números utilizados para enumerar esses objetos variam de uma cultura para outra. Os diferentes tipos de jogos - de dados, cartas e tabuleiros podem, sob certas condições, promover a resolução de variados problemas numéricos. Muitos exigem contar, avançar nas casas conforme indica o dado, comparar ou somar dados ou cartas, etc. Além disso, os jogos exigem a organização em pequenos grupos ou duplas. Nesta pesquisa pode se observar que uma das dificuldades são salas com grandes números de alunos e entre eles muitos com dificuldade de concentração tornando assim um grande problema na aprendizagem. O trabalho em pequenos grupos favorece intercâmbios entre as crianças e possibilita circular entre elas

12 experiências de contagem, de leitura de números, de escrita de pontos, comparação de quantidades e de números escritos. Para Vygotsky, a aprendizagem sempre inclui relações entre pessoas. Ele defende a ideia de que não há um desenvolvimento pronto e previsto dentro de cada uma nós que vai se atualizando conforme o tempo passa. O desenvolvimento é pensado como um processo, onde estão presentes a maturação do organismo, o contato com a cultura produzida pela humanidade e as relações sociais que permitem a aprendizagem Por volta dos quatros anos, as crianças podem contar objetos estáticos, isto é, que não possam ser deslocados conforme se vai contado. Essa variação torna a atividade de enumeração de objetos mais complexa uma vez que a criança precisara construir um procedimento para controlar os objetos já contados. As situações da rotina da Educação Infantil nas quais os números adquirem sentido também podem ser aproveitadas como um contexto de aprendizagem numérica e que vai servi para tudo vida do educando. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Depois destas discussões levantadas neste artigo colocamos algumas considerações sobre o professor da Educação Infantil como um educador matemático. Um verdadeiro professore na educação infantil é aquele que precisa ter consciência dos processos de aquisição do conhecimento matemático, do papel social desses conhecimentos na formação do educando e de como esse conhecimento pode ser adquirido. Como profissional da educação, esse profissional deve ser capaz de produzir atividades que promovam a complementação de conteúdos matemáticos e integrem, na medida do possível, com outras áreas do conhecimento e que a criança saiba o que significa o estudo e a importância da matemática na sua vida social, mas para isso, é preciso que o professor tenha uma base solida de Matemática na sua formação do curso de pedagogia, que lhe permita identificar no cotidiano da criança quais situações podem ser exploradas matematicamente.

13 Por outro lado podemos ressaltar é que não podemos pensar em aulas de Matemática na Educação Infantil, mas sim em situações de caráter educativopedagógico intencional, definido, planejado e sistematizado mediante a ação das crianças, que priorize sua formação integral num processo de investigação como forma de motivação da criança à descoberta, ao conhecimento do mundo e ao gosto pelo conhecimento, na qual o conhecimento se adquire em todos os espaços da instituição de Educação Infantil e na sociedade ao seu redor, mediante um olhar atento dos pais e professor sobre as noções e conceitos que ajudam a explicar a realidade na qual as crianças vivem de uma forma em que as crianças sejam capazes de desenvolver suas diferentes e suas habilidades. Através dessa pesquisa foi possível entender como a matemática é inserida na vida das crianças ainda na educação infantil, e com questões para pensar a prática docente. Vimos que a matemática está inserida em tudo e que é muito importante ensinar a matemática para as crianças de uma forma lúdica, usando vários métodos exemplos: os jogos, brincadeiras que envolvam o raciocínio lógico, ou até mesmo levar a criança a práticas do dia a dia, como ir ao supermercado e com isso introduzindo a criança na vida matemática, de uma forma que ela não veja a matemática como um bicho e sim como algo que usamos em nossa vida cotidiana; para que essa criança venha a crescer gostando de aprender a matemática, e possa mudar essa história de verem a matemática como sendo uma coisa de outro mundo. Esse trabalho nos levou também a pensar as nossas práticas, para que não cometêssemos erros quando ao lecionarmos para as crianças nas séries inicias ou mesmo em todo ensino fundamental. Portanto acreditamos que através da educação, tudo pode se realizar e até transformar, o que parece difícil em uma coisa fácil, como mudar o modo de conduzir as aulas tanto na educação infantil quanto na educação como um todo. Como já dissemos anteriormente, através de jogos, brincadeiras entre outras coisas que envolvam o lúdico para que a criança venha a ter a matemática como amiga e não como uma disciplina que não se aprende. Parece-nos que há um discurso que

14 regula as trocas de experiências entre os professores, e que a formação inicial não orienta diretamente e explicitamente a prática dos professores com a Matemática. Desta forma, concluímos que é preciso repensarmos tanto na formação de professores para trabalhar na educação infantil como as nossas praticas nas séries inicial da educação básica, de modo que, se privilegie cada vez mais o desenvolvimento profissional do professor, para que ele responda a esse desafio de educar matematicamente as crianças da Educação Infantil e exerça sua atividade com autonomia, integridade e responsabilidade. 7 REFERENCIAS BIBLIOGRAFIA SILVA, Valeria Anahi, Porque e Para que Aprender a Matemática, São Paulo, Cortez, 2009. BOCK, Ana M. B., FURTADO, O., TEIXEIRA, M. de L. T.; Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. Pág. 98-110., 13 ed., São Paulo, Saraiva, 2002. TAILLE, Yves de L., OLIVEIRA, M. K., DANTAS, H., Piaget, Vygotsky, Wallon: Teorias psicogenéticas em discussão. Pág. 23-36, São Paulo, ed. Summus, 1992; AZEVEDO, Priscila Domingues de. Os fundamentos da prática de ensino de Matemática de professores da Educação Infantil Municipal de Presidente Prudente/SP e a formação docente. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente Prudente, 2007. BRASIL, MEC/SEF/COEDI. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília, 1998. MACHADO, Nilson José. Matemática e realidade: análise dos pressupostos filosóficos que fundamentam o ensino da Matemática. São Paulo: Cortez, 1987

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